quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Lições de democracia para o Facebook.





Parte 1



Nesses dias – porque estou editando um livro da minha noiva e fazendo o meu próprio – ganhei um livro chamado Democracia Pura do filosofo e professor J. Vasconcelos. Estou ainda lendo ele, pois comecei a pouco tempo e não deu para dar um parecer sobre o livro inteiro – depois eu escrevo um texto sobre o livro e minha opinião – mas ate onde eu li me fez ter uma visão muito simpática sobre a democracia real humana muito antes de me convencerem que isto aqui é uma democracia. As democracias dos povos primitivos – segundo pesquisas – é muito diferente do que as democracias modernas e gregas, porque tem a ver com a anarquia que ainda ninguém entendeu, o poder de se alto governar e esse ato de se governar que fazia e faria diferença. O grande legislador grego Sólon – que nasceu em 638 e morreu em 558 A.C. – errou em firmar hierarquias e castas dentro de uma sociedade livre, onde se baseou, as democracias modernas que hoje povoam toda as sociedades humanas (claro que ainda existem povos com regimes ditatoriais). Mas fica claro que as democracias para os povos primitivos, eram importantes para a sobrevivência da nossa especie como animal social.

Os animais são equipados dessa democracia e que foram equipados com solidariedade e respeito mutuo, que a decisão da maioria é respeitada acima do bem próprio, o bem da comunidade. Uma colmeia nova é de suma importância e que as abelhas tendem a acatar a decisão da maioria como um bem maior para a colmeia e para a comunidade, pois senão, a rainha não teria o controle se cada um fizesse o que achasse certo. Os morcegos vampiros do México, por exemplo, tendem a dividir sua comida com aqueles que não conseguiram, por algum motivo, pegar a sua presa. Então, como poderemos em falar de igualdade, se ainda tendemos a falar de hierarquização da sociedade? Como podemos falar de igualdade, se fazemos ainda diferenças de cor, credo, estado estético e moral dentro do corpo social? Mesmo quando você combate alguma discriminação, você combate a ideia reforçando a ideia que aqueles que você defende tem direito ao respeito, mas em contra partida, você diz que ele tem o direito ao respeito por causa da sua diferença com os outros. Ora, se as pessoas tem algum tipo de deficiência, elas formam guetos dentro do escopo social que realçam a discriminação, porque você não se sente incluído dentro da sociedade. Se você defende a igualdade racial já esta discriminando as outras raças que tendem a ter a mesma igualdade. Alias, pesquisas comprovam que todas as cores humanas da pele, são características de cada região que evoluíram como adaptações biológicas, mas todos são da especie homo sapiens. Quando você faz a diferença transvestida de divida histórica – como tendem as cotas raciais – o Estado faz campanha de algo que ele mesmo propagou, como se o vírus da gripe fizesse a sua própria vacina, como se estivesse fazendo uma grande coisa, mas não está. A desigualdade já está dentro do Estado como hierarquização de castas – não venham dizer que só em países como a Índia acontece isso, porque não é verdade – que quem governa são os melhores, são aqueles que tendem a ser tutores dos ignorantes e que não sabem das coisas. Já imaginou quantas coisas que os governos de todas as eras sabem e escondem? Quantas coisas que não sabemos porque o Estado não quer ou acha, que não precisamos saber pelo suposto “bem” que ele quer nos dar.

Ora, o mesmo acontece com quem tem deficiência, como as mulheres, como outras castas que são, na maioria das vezes, discriminados por causa da ideia da diferença classificatória que a seculos damos como uma lei moral. As comunidades primitivas eram, em sua maioria, comunidades que viviam em harmonia com os demais sem que fossem estipulados tarefas entre seus membros e nem o porque disso ou daquilo, eram entendidos como tarefas que faziam parte e eram importantes dentro daquela comunidade. Nós vimos isso com os estudos de algumas tribos indígenas que não tem hierarquização ou violência para coibir os membros da sua opinião, nem a hierarquização colocando o “macho alfa” como evidencia e único nas decisões. Por que deveríamos dar ao único indivíduo o poder de uma decisão que deveria ser tomada por todos? Por que o Estado permitiu a escravidão de negros e no segundo momento, quer remediar essa escravidão remetendo dentro da sociedade uma parcela que por igualdade seria de todos? Será que se a decisão de não ou de escravizar fosse posta como uma discussão geral, ela ganharia? O mesmo podemos falar dos outros membros sociais como os gays, como as mulheres, como os deficientes e outros rótulos e estereotipo que povoam o escopo social, que ao reivindicarem direitos já se excluem da sociedade. De repente o debate fica mais pobre quando colocamos ideologias que são, a ilusão máxima de um Estado escravizador que manipula a massa exatamente para a massa acreditar que existem lados bons e lados maus. Não existe dentro da natureza nenhuma conotação do que é certo ou errado, do que é direita ou esquerda, de que existe um ato ético ou não, ou um ato moral ou não. Existe papeis definidos e cada membro, por extinto ou por saber mesmo, mas que se esses papeis não forem posto em pratica, a sociedade em questão é extinta. As sociedades humanas entraram em colapso porque o poder por meio da força falhou, ou não tem mais a submissão que tinha antes, então, é hora de repensar os meios hierárquicos e os meios de prover serviços e bens, não estão mais surtindo efeito. O conforto de ontem não é o conforto de hoje, afinal, o homem e sua vontade, não vão estacionar.

A evolução é observada pelo simples comportamento das crianças de hoje e as crianças de uns 50 anos atrás, pois as crianças de agora são mais ativas e elas já nascem com expressões definidas. Se você ligar um videogame dos anos 80 – tipo Atari que era feito da linguagem C – as crianças vão achar bobo e sem graça. Afinal, como podemos jogar um jogo que não podemos nem identificar direito o carrinho ou o avião? O River Rider, por exemplo, onde o objetivo era destruir o maior números de navios inimigos – sem historia nenhuma e nem o porque daquilo, bem as historias dos desenhos e filmes dos anos 80 que só mudou a partir de algumas series como MacGyver, Esquadrão Classe A e outros que já eram de 85 em diante – era um borrão branco com navios, helicópteros e outras formas de guerra, distorcidos por causa da programação tosca e pobre. Hoje, os jogos podem ser chamados de filmes interativos por causa da evolução das linguagens de programação, assim se prova que não é o Estado que regula a evolução tecnológica ou a evolução humana, mas a natureza e as necessidades que faz parte e é uma realidade a cada ambiente. Ora, a evolução transmite os melhores genes para seus sucessores por causa do seu sucesso, ou seja, se conseguimos ter aceitação mais acentuada dentro das tecnologias haverá mais facilidade em lhe dar com tal tecnologia. A igualdade é uma igualdade não muito igual e não é intruida como uma igualdade, elas são instruídas a acreditar que estão libertas de fazer ou dizer o que quiser. Será que fazemos o que queremos? Será podemos fazer o que quisermos? Não. Não temos liberdade. Não temos livre expressão. Não temos nem o direito a sair na rua por falta de segurança e outras coisas que não cabem no texto.

Podemos nos dar ao luxo de dar uma olhada nas redes sociais – em especial no Facebook – não vimos as igualdades que tanto nos falam os defensores da democracia. Muitas instituições são levadas a nos bloquear quando não somos coerentes com aquilo que nos querem doutrinar, sempre verificando que a pessoa seja coerente com a sua doutrinação. As pessoas com deficiência, por exemplo, são doutrinadas a acreditar que o ESTADO está proporcionando dentro dos bairros uma acessibilidade digna de respeito e que nos faz acreditar que o ESTADO, como provedor do bem estar do cidadão livre, nos dá conforto e assegura o nosso direito de ir e vir. Mas não é verdade, nós não temos acessibilidade, não temos centros de reabilitação e de saúde, nós não temos transporte, não temos emprego (assegurado em lei), não temos nada. Onde está o direito democrático de que todos devem ser iguais? Onde está a liberdade que tanto falam que temos? A liberdade não tem a ver com formas ideológicas de governo – ate espirituais, mas cabe um texto só desse assunto – mas as escolhas que podemos fazer para ter uma analise completa dessas ideologias e desses governos. Não adianta muito não concordar com a escravidão do Estado e se posicionar em um lado ideológico, porque queiramos ou não, concordamos ou não, a corrupção está dentro da cerne da nossa cultura, dentro do momento que nosso país foi colonizado, até o dias de hoje. Quantos “quintos dos infernos” foram desviados do reino de Portugal? Quantos acordos foram feitos, para outros colonizadores pudessem ter acesso as nossas terras? Não me digam que os “suma sumo” da ética facebookiana não jogam lixo na rua, não olham a mulher alheia ou homem, não se sentem um lixo de pessoa (tirando sempre fotos de sorrisos de orelha a orelha), não dão caixinha para o lixeiro, não dão caixinha para o policial, não dão caixinha para o carteiro, não devolve uma coisa mesmo sabendo quem é o dono. A ética aqui depende do que temos ou o acreditamos, seguir o momento onde a sociedade nos leva, o “ismo” que mais agrada não a mim, mas ao que “acho” ser certo e é o que as ideologias que apoio, apoia suas bases. Qual as bases mais seguras para sair disso? Quais os momentos são adequados para seguimos em frente? Não é acreditar numa esquerda ingenua que ainda não caiu a ficha que seus políticos não conseguiram seguir a ética que tanto falavam (vide o Senhor Lula), uma direita que não se modernizou, são burgueses recém saídos dos livros de historia na parte medieval da historia e vieram nas caravelas portuguesas. E temos o PSDB perdido em uma campanha de poder, só isso, você é meras pedrinhas para construírem seus degraus.

A humanidade está entrando em colapso porque seus arquétipos e mitos – mitos não são fantasias, mas são explicações mais ou menos, que tenham sentido para o povo que não estudou – foram apagados pela religião dominante (aquela que o Estado sempre vai apoiar), foram mudadas graças a dominação e a doutrina ideológica de cada governo, a cada meio sempre haverá um fim. Mesmo assim, deixamos de acreditar em deuses como os satíricos, mas acreditamos em chupa-cabras, deixamos de acreditar em deusas ou sucubus (demônios femininas que seduziam os homens da idade média), mas endeusamos cantoras e demonizamos aquilo que foge do nosso senso moral. O nosso povo tem um senso moral muito arreigado, ainda, por não se modernizarem, em crenças que não fazem parte daquilo que é. Só olhar, por exemplo, o Facebook para chegar a conclusão que adaptamos as crenças para caberem em nossas vidas e nossas vontades. O protestantismo não é protestantismo, um catolicismo não é um catolicismo, um espiritismo não é um espiritismo, entre outras crenças mais, não são o que seu escopo doutrinário ensina, pois a adaptação só trás a degeneração a doutrina e só atende ao Estado em seu interesse de cada vez dominar para conseguir o que quer, a desunião de um povo, a vitoria de uma ideologia.



A moral facebookiana é baumaniana, ou seja, liquida, que os outros são sempre os demônios que trazem desgraça a nossa sociedade, mas não vê que os “santos” que estão por trás, são demônios com asas de anjo. A moral da nossa era se esfacela a cada interesse oculto, a cada sofista que se diz filosofo (não estou falando dos escritores de autoajuda), a cada escrito que caiba na sua própria crença transvestida de pacata, mas não o é. As facadas da transsexual, os tapas das mães desesperadas, as noticias enganosas, que povoam as redes sociais, só são reflexo de uma sociedade doente, com paranóia de que vão perder uma liberdade que não temos, não queremos ter. Por que defender a liberdade, se você apoia o Estado? Por que defender a liberdade, se você pula sempre no “colo” de alguma ideologia barata só para dizer que se tem uma posição? Como disse Raul Seixas – que para mim é um filosofo – eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela “velha” opinião formada sobre tudo. 

continua...