Parte 1
Nesses
dias – porque estou editando um livro da minha noiva e fazendo o
meu próprio – ganhei um livro chamado Democracia Pura do filosofo
e professor J. Vasconcelos. Estou ainda lendo ele, pois comecei a
pouco tempo e não deu para dar um parecer sobre o livro inteiro –
depois eu escrevo um texto sobre o livro e minha opinião – mas ate
onde eu li me fez ter uma visão muito simpática sobre a democracia
real humana muito antes de me convencerem que isto aqui é uma
democracia. As democracias dos povos primitivos – segundo pesquisas
– é muito diferente do que as democracias modernas e gregas,
porque tem a ver com a anarquia que ainda ninguém entendeu, o poder
de se alto governar e esse ato de se governar que fazia e faria
diferença. O grande legislador grego Sólon – que nasceu em 638 e
morreu em 558 A.C. – errou em firmar hierarquias e castas dentro de
uma sociedade livre, onde se baseou, as democracias modernas que hoje
povoam toda as sociedades humanas (claro que ainda existem povos com
regimes ditatoriais). Mas fica claro que as democracias para os povos
primitivos, eram importantes para a sobrevivência da nossa especie
como animal social.
Os
animais são equipados dessa democracia e que foram equipados com
solidariedade e respeito mutuo, que a decisão da maioria é
respeitada acima do bem próprio, o bem da comunidade. Uma colmeia
nova é de suma importância e que as abelhas tendem a acatar a
decisão da maioria como um bem maior para a colmeia e para a
comunidade, pois senão, a rainha não teria o controle se cada um
fizesse o que achasse certo. Os morcegos vampiros do México, por
exemplo, tendem a dividir sua comida com aqueles que não
conseguiram, por algum motivo, pegar a sua presa. Então, como
poderemos em falar de igualdade, se ainda tendemos a falar de
hierarquização da sociedade? Como podemos falar de igualdade, se
fazemos ainda diferenças de cor, credo, estado estético e moral
dentro do corpo social? Mesmo quando você combate alguma
discriminação, você combate a ideia reforçando a ideia que
aqueles que você defende tem direito ao respeito, mas em contra
partida, você diz que ele tem o direito ao respeito por causa da sua
diferença com os outros. Ora, se as pessoas tem algum tipo de
deficiência, elas formam guetos dentro do escopo social que realçam
a discriminação, porque você não se sente incluído dentro da
sociedade. Se você defende a igualdade racial já esta discriminando
as outras raças que tendem a ter a mesma igualdade. Alias, pesquisas
comprovam que todas as cores humanas da pele, são características
de cada região que evoluíram como adaptações biológicas, mas
todos são da especie homo
sapiens. Quando
você faz a diferença transvestida de divida histórica – como
tendem as cotas raciais – o Estado faz campanha de algo que ele
mesmo propagou, como se o vírus da gripe fizesse a sua própria
vacina, como se estivesse fazendo uma grande coisa, mas não está. A
desigualdade já está dentro do Estado como hierarquização de
castas – não venham dizer que só em países como a Índia
acontece isso, porque não é verdade – que quem governa são os
melhores, são aqueles que tendem a ser tutores dos ignorantes e que
não sabem das coisas. Já imaginou quantas coisas que os governos de
todas as eras sabem e escondem? Quantas coisas que não sabemos
porque o Estado não quer ou acha, que não precisamos saber pelo
suposto “bem” que ele quer nos dar.
Ora,
o mesmo acontece com quem tem deficiência, como as mulheres, como
outras castas que são, na maioria das vezes, discriminados por causa
da ideia da diferença classificatória que a seculos damos como uma
lei moral. As comunidades primitivas eram, em sua maioria,
comunidades que viviam em harmonia com os demais sem que fossem
estipulados tarefas entre seus membros e nem o porque disso ou
daquilo, eram entendidos como tarefas que faziam parte e eram
importantes dentro daquela comunidade. Nós vimos isso com os estudos
de algumas tribos indígenas que não tem hierarquização ou
violência para coibir os membros da sua opinião, nem a
hierarquização colocando o “macho alfa” como evidencia e único
nas decisões. Por que deveríamos dar ao único indivíduo o poder
de uma decisão que deveria ser tomada por todos? Por que o Estado
permitiu a escravidão de negros e no segundo momento, quer remediar
essa escravidão remetendo dentro da sociedade uma parcela que por
igualdade seria de todos? Será que se a decisão de não ou de
escravizar fosse posta como uma discussão geral, ela ganharia? O
mesmo podemos falar dos outros membros sociais como os gays, como as
mulheres, como os deficientes e outros rótulos e estereotipo que
povoam o escopo social, que ao reivindicarem direitos já se excluem
da sociedade. De repente o debate fica mais pobre quando colocamos
ideologias que são, a ilusão máxima de um Estado escravizador que
manipula a massa exatamente para a massa acreditar que existem lados
bons e lados maus. Não existe dentro da natureza nenhuma conotação
do que é certo ou errado, do que é direita ou esquerda, de que
existe um ato ético ou não, ou um ato moral ou não. Existe papeis
definidos e cada membro, por extinto ou por saber mesmo, mas que se
esses papeis não forem posto em pratica, a sociedade em questão é
extinta. As sociedades humanas entraram em colapso porque o poder por
meio da força falhou, ou não tem mais a submissão que tinha antes,
então, é hora de repensar os meios hierárquicos e os meios de
prover serviços e bens, não estão mais surtindo efeito. O conforto
de ontem não é o conforto de hoje, afinal, o homem e sua vontade,
não vão estacionar.
A evolução é observada pelo simples
comportamento das crianças de hoje e as crianças de uns 50 anos
atrás, pois as crianças de agora são mais ativas e elas já nascem
com expressões definidas. Se você ligar um videogame dos anos 80 –
tipo Atari que era feito da linguagem C – as crianças vão achar
bobo e sem graça. Afinal, como podemos jogar um jogo que não
podemos nem identificar direito o carrinho ou o avião? O River
Rider, por exemplo, onde o objetivo era destruir o maior números de
navios inimigos – sem historia nenhuma e nem o porque daquilo, bem
as historias dos desenhos e filmes dos anos 80 que só mudou a partir
de algumas series como MacGyver, Esquadrão Classe A e outros que já
eram de 85 em diante – era um borrão branco com navios,
helicópteros e outras formas de guerra, distorcidos por causa da
programação tosca e pobre. Hoje, os jogos podem ser chamados de
filmes interativos por causa da evolução das linguagens de
programação, assim se prova que não é o Estado que regula a
evolução tecnológica ou a evolução humana, mas a natureza e as
necessidades que faz parte e é uma realidade a cada ambiente. Ora, a
evolução transmite os melhores genes para seus sucessores por causa
do seu sucesso, ou seja, se conseguimos ter aceitação mais
acentuada dentro das tecnologias haverá mais facilidade em lhe dar
com tal tecnologia. A igualdade é uma igualdade não muito igual e
não é intruida como uma igualdade, elas são instruídas a
acreditar que estão libertas de fazer ou dizer o que quiser. Será
que fazemos o que queremos? Será podemos fazer o que quisermos? Não.
Não temos liberdade. Não temos livre expressão. Não temos nem o
direito a sair na rua por falta de segurança e outras coisas que não
cabem no texto.
Podemos nos dar ao luxo de dar uma olhada
nas redes sociais – em especial no Facebook – não vimos as
igualdades que tanto nos falam os defensores da democracia. Muitas
instituições são levadas a nos bloquear quando não somos
coerentes com aquilo que nos querem doutrinar, sempre verificando que
a pessoa seja coerente com a sua doutrinação. As pessoas com
deficiência, por exemplo, são doutrinadas a acreditar que o ESTADO
está proporcionando dentro dos bairros uma acessibilidade digna de
respeito e que nos faz acreditar que o ESTADO, como provedor do bem
estar do cidadão livre, nos dá conforto e assegura o nosso direito
de ir e vir. Mas não é verdade, nós não temos acessibilidade, não
temos centros de reabilitação e de saúde, nós não temos
transporte, não temos emprego (assegurado em lei), não temos nada.
Onde está o direito democrático de que todos devem ser iguais? Onde
está a liberdade que tanto falam que temos? A liberdade não tem a
ver com formas ideológicas de governo – ate espirituais, mas cabe
um texto só desse assunto – mas as escolhas que podemos fazer para
ter uma analise completa dessas ideologias e desses governos. Não
adianta muito não concordar com a escravidão do Estado e se
posicionar em um lado ideológico, porque queiramos ou não,
concordamos ou não, a corrupção está dentro da cerne da nossa
cultura, dentro do momento que nosso país foi colonizado, até o
dias de hoje. Quantos “quintos dos infernos” foram desviados do
reino de Portugal? Quantos acordos foram feitos, para outros
colonizadores pudessem ter acesso as nossas terras? Não me digam que
os “suma sumo” da ética facebookiana não jogam lixo na rua, não
olham a mulher alheia ou homem, não se sentem um lixo de pessoa
(tirando sempre fotos de sorrisos de orelha a orelha), não dão
caixinha para o lixeiro, não dão caixinha para o policial, não dão
caixinha para o carteiro, não devolve uma coisa mesmo sabendo quem é
o dono. A ética aqui depende do que temos ou o acreditamos, seguir o
momento onde a sociedade nos leva, o “ismo” que mais agrada não
a mim, mas ao que “acho” ser certo e é o que as ideologias que
apoio, apoia suas bases. Qual as bases mais seguras para sair disso?
Quais os momentos são adequados para seguimos em frente? Não é
acreditar numa esquerda ingenua que ainda não caiu a ficha que seus
políticos não conseguiram seguir a ética que tanto falavam (vide o
Senhor Lula), uma direita que não se modernizou, são burgueses
recém saídos dos livros de historia na parte medieval da historia e
vieram nas caravelas portuguesas. E temos o PSDB perdido em uma
campanha de poder, só isso, você é meras pedrinhas para
construírem seus degraus.
A humanidade está entrando em colapso
porque seus arquétipos e mitos – mitos não são fantasias, mas
são explicações mais ou menos, que tenham sentido para o povo que
não estudou – foram apagados pela religião dominante (aquela que
o Estado sempre vai apoiar), foram mudadas graças a dominação e a
doutrina ideológica de cada governo, a cada meio sempre haverá um
fim. Mesmo assim, deixamos de acreditar em deuses como os satíricos,
mas acreditamos em chupa-cabras, deixamos de acreditar em deusas ou
sucubus (demônios femininas que seduziam os homens da idade média),
mas endeusamos cantoras e demonizamos aquilo que foge do nosso senso
moral. O nosso povo tem um senso moral muito arreigado, ainda, por
não se modernizarem, em crenças que não fazem parte daquilo que é.
Só olhar, por exemplo, o Facebook para chegar a conclusão que
adaptamos as crenças para caberem em nossas vidas e nossas vontades.
O protestantismo não é protestantismo, um catolicismo não é um
catolicismo, um espiritismo não é um espiritismo, entre outras
crenças mais, não são o que seu escopo doutrinário ensina, pois a
adaptação só trás a degeneração a doutrina e só atende ao
Estado em seu interesse de cada vez dominar para conseguir o que
quer, a desunião de um povo, a vitoria de uma ideologia.
A moral facebookiana é baumaniana, ou
seja, liquida, que os outros são sempre os demônios que trazem
desgraça a nossa sociedade, mas não vê que os “santos” que
estão por trás, são demônios com asas de anjo. A moral da nossa
era se esfacela a cada interesse oculto, a cada sofista que se diz
filosofo (não estou falando dos escritores de autoajuda), a cada
escrito que caiba na sua própria crença transvestida de pacata, mas
não o é. As facadas da transsexual, os tapas das mães
desesperadas, as noticias enganosas, que povoam as redes sociais, só
são reflexo de uma sociedade doente, com paranóia de que vão
perder uma liberdade que não temos, não queremos ter. Por que
defender a liberdade, se você apoia o Estado? Por que defender a
liberdade, se você pula sempre no “colo” de alguma ideologia
barata só para dizer que se tem uma posição? Como disse Raul
Seixas – que para mim é um filosofo – eu prefiro ser essa
metamorfose ambulante do que ter aquela “velha” opinião formada
sobre tudo.
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