sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

ENTRE SENNA E FABIO DE MELLO: O MEDIEVALISMO MODERNO





 Amauri Nolasco Sanches Júnior

 – bacharel em filosofia, publicidade e propaganda e TI



Quando decidi estudar filosofia, minha maior questão é entender como a cultura brasileira foi construída e hoje temos coisas quase paradoxais. Já que a filosofia tem duas partes bem interessantes entre a historia e a construção de uma cultura e também, a moldura dessa criação entre a cultura dos descobridores e nossa própria. Primeiro, a construção da cultura brasileira, tem um significado bastante único na historia. Portugal era ainda jovem quando colonizou o Brasil, e ainda tinha uma cultura medievalista mesmo no começo da era moderna. Prova disso é que enquanto a Espanha teria a ideia de uma expansão de seu território em suas colônias, Portugal estranhamente, sempre quis 5º Brasil e outras colônias, como fornecedor de matéria prima.

O Brasil foi construído em cima de uma tradição medievalista e até hoje, com seu fortes tombados pelo matrimonio histórico e a capacidade de se adaptar em diversidades, tem no mundo um medievalismo moderno. Na serie de Senna onde aparece ao mesmo tempo a ideia de um cavaleiro que leva o Brasil a vitória, conquista lindas donzelas (que não eram tão donzelas), e ao mesmo tempo, impunha justiça em exigir uma corrida justa. Nosso ponto moral sempre foi uma falta de justiça, onde um governo militar governou sob censura, corrupção e não se foi preso. Heróis do passado não foram tão heróis.

Mas a forja no Brasil de hoje é a forja de uma questão bastante interessante: o brasileiro gosta da liberdade, mas freta com ideologias militares. Mas vou além (mesmo o porquê, já encheu o saco esse negócio de militarismo), vou na questão do padre que tem o tênis esquisito e caro. Isso fica claro no medievalismo moderno: a imagem do padre (ou pastor) e imaculada e não pode ser questionada. Lembro que nos anos 90 – quando participava de uma fraternidade cristã de pessoas com deficiência – um amigo achou um absurdo brigar com um padre que estava hostilizando nosso movimento por causa de uma Kombi roubada. Mostrando como é a imagem do padre no inconsciente coletivo brasileiro.

A questão é que o brasileiro médio vai do mais alto som de “putaria” ao espiritual em poucos segundos sem medo de nada. Ao mesmo tempo que respeita as tradições espirituais – que tem uma grande diferença entre espiritualidade e religiosidade – gosta dos prazeres do mundo (mesmo que tenha a aparência de conservador tradicionalista). Por que isso? Porque existiam isso também nos feudos, que ao mesmo tempo que existiam coisas religiosas rígidas, existia bastante

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