Por Amauri Nolasco
Sanches Júnior
A primeira censura que recebemos é um “cala-boca” dos nossos
pais quando perguntávamos alguma coisa, mas, não era culpa deles isso e sim, a
ideia de que a curiosidade era uma forma de má educação. Quando eu comecei a sair
da questão de sentir vergonha, eu comecei a dizer o que eu pensava e aprendi
com isso, que algumas pessoas se ofenderiam. Daí a pergunta: a liberdade é um
valor natural ou uma ideologia social? Aí chegamos até a censura como modo de
moderar aquilo que pensamos no modo de comunicação social.
O termo censura veio do latim “censūra”, seria uma
desaprovação e consequente remoção da circulação publica de informação sempre
visando uma “suposta” proteção dos interesses de um estado, uma organização ou
indivíduo. Mas, qual a proteção de uma pessoa que quer escrever alguma coisa? A
algum tempo – alguns anos, na verdade – eu escrevia notícias no Blasting News e
eles começaram a vetar artigos que usavam nomes chamativos para leitores e
alegavam, que de alguma forma, o Facebook os bloqueava. Depois que eles
retiraram meu artigo do ar – não deram a mínima explicação - que
depois postei no meu LinkedIn, comecei a reparar que meu blog pessoal, os
artigos do Prensa e o link desse artigo poderia ser compartilhado várias vezes,
no jornal não. Então, como TI (técnico de informática) ou o próprio jornal gera
links que se censuram – por não serem reconhecidos como confiáveis – ou o nome
que colocam geram essa censura (várias vezes, eles trocam os nomes que damos}.
Caímos na questão colocada: a liberdade é um bem natural ou
uma ideia social? E isso foi discutida muito dentro da filosofia como uma
questão de livre expressão. Porque se a liberdade é um bem natural – bem aqui é
um valor adquirido dentro da natureza da liberdade – então, a discussão do
Monark tem sentido e seria errado censurar suas redes sociais só por analisar a
live do argentino. Mas, se a liberdade é uma ideia da sociedade, então, o
Monark não tem saída a não ser submeter a sociedade e sua moral. Não há dentro
da filosofia um consenso, nem há um autor que defenda uma posição. Eu,
particularmente, estou com os iluministas, pois, só o conhecimento libertara a
humanidade da tirania das ideologias políticas, dos políticos populistas e do
ESTADO que nos oprimi em não ter essa liberdade.
Se para os gregos antigos liberdade era uma autonomia de ir
e vir. Inclusive, herdamos muito isso que nossa sociedade acha que pessoas com deficiência
física (cadeirante), não é feliz por andar. O estereotipo que se cria do corpo
perfeito (assim, harmonioso), tem a ver com a perfeição e, antes de tudo, tem a
ver com a felicidade. A ideia de felicidade junto com a liberdade – mesmo o porquê,
isso tem a ver em cortar “laços” com aquilo que te acomoda – tem um viés muito
mais melancólico do que uma felicidade plena. Nem sempre dizer o que pensa tem
a ver com harmonia – isso para quem estuda espiritualidades hindus, espiritas
etc., está bem claro – e sim, crises podem se referir a progresso e evolução. Seres
morreram para outros seres no futuro, vivessem dentro desse ambiente. Células da
pele se “suicidam” – quando ficamos muito no sol – para não tornarem cancerígenas.
Sistemas entram em estado caótico para renovarem. Vários exemplos para se fazer
uma análise.
Democracia sobrevive dentro da liberdade e se não há liberdade,
não há como ter debates e não há como discordar. Debates políticos tendem a ter
que ter liberdade, porque o debate político tem a ver em argumentos validos ou não,
para defender as ideias. Isso não tem a ver com esquerda ou direita, isso tem a
ver com poder se expressar aquilo que você tem a dizer. Se a live do argentino
está errada, argumente. Digam que as urnas são seguras – mesmo que sistemas
podem ser violáveis – e mostrem que não teve nenhuma fraude. Mas, uma democracia
não tem direito de expressão é bizarro.