sábado, 12 de novembro de 2022

Democracia e redes sociais

  





Por Amauri Nolasco Sanches Júnior

 

 

A primeira censura que recebemos é um “cala-boca” dos nossos pais quando perguntávamos alguma coisa, mas, não era culpa deles isso e sim, a ideia de que a curiosidade era uma forma de má educação. Quando eu comecei a sair da questão de sentir vergonha, eu comecei a dizer o que eu pensava e aprendi com isso, que algumas pessoas se ofenderiam. Daí a pergunta: a liberdade é um valor natural ou uma ideologia social? Aí chegamos até a censura como modo de moderar aquilo que pensamos no modo de comunicação social.

O termo censura veio do latim “censūra”, seria uma desaprovação e consequente remoção da circulação publica de informação sempre visando uma “suposta” proteção dos interesses de um estado, uma organização ou indivíduo. Mas, qual a proteção de uma pessoa que quer escrever alguma coisa? A algum tempo – alguns anos, na verdade – eu escrevia notícias no Blasting News e eles começaram a vetar artigos que usavam nomes chamativos para leitores e alegavam, que de alguma forma, o Facebook os bloqueava. Depois que eles retiraram meu artigo do ar – não deram a mínima explicação -    que depois postei no meu LinkedIn, comecei a reparar que meu blog pessoal, os artigos do Prensa e o link desse artigo poderia ser compartilhado várias vezes, no jornal não. Então, como TI (técnico de informática) ou o próprio jornal gera links que se censuram – por não serem reconhecidos como confiáveis – ou o nome que colocam geram essa censura (várias vezes, eles trocam os nomes que damos}.

Caímos na questão colocada: a liberdade é um bem natural ou uma ideia social? E isso foi discutida muito dentro da filosofia como uma questão de livre expressão. Porque se a liberdade é um bem natural – bem aqui é um valor adquirido dentro da natureza da liberdade – então, a discussão do Monark tem sentido e seria errado censurar suas redes sociais só por analisar a live do argentino. Mas, se a liberdade é uma ideia da sociedade, então, o Monark não tem saída a não ser submeter a sociedade e sua moral. Não há dentro da filosofia um consenso, nem há um autor que defenda uma posição. Eu, particularmente, estou com os iluministas, pois, só o conhecimento libertara a humanidade da tirania das ideologias políticas, dos políticos populistas e do ESTADO que nos oprimi em não ter essa liberdade.

Se para os gregos antigos liberdade era uma autonomia de ir e vir. Inclusive, herdamos muito isso que nossa sociedade acha que pessoas com deficiência física (cadeirante), não é feliz por andar. O estereotipo que se cria do corpo perfeito (assim, harmonioso), tem a ver com a perfeição e, antes de tudo, tem a ver com a felicidade. A ideia de felicidade junto com a liberdade – mesmo o porquê, isso tem a ver em cortar “laços” com aquilo que te acomoda – tem um viés muito mais melancólico do que uma felicidade plena. Nem sempre dizer o que pensa tem a ver com harmonia – isso para quem estuda espiritualidades hindus, espiritas etc., está bem claro – e sim, crises podem se referir a progresso e evolução. Seres morreram para outros seres no futuro, vivessem dentro desse ambiente. Células da pele se “suicidam” – quando ficamos muito no sol – para não tornarem cancerígenas. Sistemas entram em estado caótico para renovarem. Vários exemplos para se fazer uma análise.

Democracia sobrevive dentro da liberdade e se não há liberdade, não há como ter debates e não há como discordar. Debates políticos tendem a ter que ter liberdade, porque o debate político tem a ver em argumentos validos ou não, para defender as ideias. Isso não tem a ver com esquerda ou direita, isso tem a ver com poder se expressar aquilo que você tem a dizer. Se a live do argentino está errada, argumente. Digam que as urnas são seguras – mesmo que sistemas podem ser violáveis – e mostrem que não teve nenhuma fraude. Mas, uma democracia não tem direito de expressão é bizarro. 

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