Por Amauri Nolasco Sanches
Júnior
Nosso país está dividido e essas eleições mostraram, mas,
nunca pensei que o bolsonarismo seria pior do que o lulopetismo arraigado de
fanatismo em igualdade. No Twitter – lugar onde eu dou algumas risadas –
encontramos muitas teorias que fariam os escritores de ficção (cientifica?)
passarem vergonha. O que me estranha, são pessoas famosas, que não são ignorantes,
ficarem entrando nessa pilha. Teorias como as escolas teriam começado a “doutrinação”,
pois, havia críticas ao capitalismo nos livros didáticos.
Pelo que eu saiba, ter uma visão crítica do capitalismo não quer
dizer que o livro seja a favor do socialismo. Pode ser, como eu, que as pessoas
não apoiem as ditaduras socialistas (pois, não existe socialismo sem haver uma
ditadura) e faças duras críticas da (suposta) liberdade do capitalismo que impõe,
antes de qualquer coisa, que os estudos são para suprir uma necessidade
industrial e não como forma de passar valores caros a nossa sociedade.
Sabemos que ideologias políticas são narrativas para
doutrinar e colocar a grande massa popular – na sua maioria, ignorante – e colocar
muitas coisas em xeque, ainda mais agora que a política caiu em descredito graças
a teorias malucas do Olavo de Carvalho. Aliás, sempre disse que o petismo era
comunista, sendo que o PT como partido político desde 1980, nunca teve uma
ideologia homogenia. Mesmo o porquê, do petismo derivou outros partidos como
PSTU, PSOL etc. A questão do Olavo sempre foi endossar as teorias da conspirações
norte-americanas para colaborar com o caos e ele vender livros. Muitas delas –
sem exceções – são da guerra fria e ele sabia, que o brasileiro não gosta de
pesquisa e não gosta de ler.
Nunca gostaram e quem trabalha com mídia escrita sabe. As pessoas
gostam de vídeos, pois, vídeos sempre são modos muito mais fáceis de obter informação.
Por que será que a TV fez grande sucesso e os livros não? Notícias que fogem do
assunto do momento – mesmo nele – não são lidos e nunca foram lidos, só as
manchetes sempre foram comentadas. Escrevi nessa semana uma trágica história de
uma senhora que era cadeirante e caiu do ônibus – lá no Rio de Janeiro – e teve
8 leitores. Nem mesmo a notícia do “patriota do caminhão” teve tanta adesão, então,
as pessoas não gostam de fazer uma leitura de verdade.
Escrevi no Prensa um artigo chamado “A demonização do link”
onde exponho que hoje as pessoas têm medo de abrir o link e não encontrar
aquilo que conforta suas crenças, sejam elas verdadeiras, sejam elas falsas. No
mais, se existia um lulismo (conceito do Rogerio Skylab) no passado como um
conceito de olhar o trabalhador como um ser existente (e não uma estatística),
o bolsonarismo nasce da extrema-direita que viu na imagem do Bolsonaro, um
representante. Pois, se existe uma extrema-esquerda que não gosta de ouvir o
oposto, se construiu uma extrema-direita do mesmo discurso. Os bolsonaristas são
os reacionários que fazem do passado algo que nunca existiu e é fácil de ver
nas redes sociais, onde as pessoas confundem visões subjetivas com fatos históricos
objetivos.
Uma coisa é você viver no regime militar e ter uma visão particular,
por exemplo, e fatos muito mais amplos daquilo que se configurou de ditadura. Se
não foi mais rigorosa como as outras não tira o fato dela ter censurado e
matado muitas pessoas só por não concordar com sua ideologia, isso no mais, são
crimes. Crimes são atos fora de uma lei especifica que destina dar ordem dentro
das formas que a sociedade se organiza e aquilo que, porventura, precisa
corrigir para obter harmonia. E que uma intervenção militar, acabaria com esse
direito civil e não poderíamos, nem mesmo, estar nas redes sociais.
Como escrevi no meu Twitter, é muito ruim você viver no meio
de um povo que quer ter razão e não procura saber ou estudar, fazem
infantilidades em nome de uma fantasia. E é claro, políticos ou religiosos, vão
sempre se aproveitar dessa ignorância para segurar essa parcela de seguidores. E
acrescento, a política ideológica sempre foi uma política de alcance da massa e
não um debate sério e que, realmente, tem a ver com o cenário de discussão de
um problema. sempre vão procurar um inimigo e vão assegurar assim, eleitores em
regimes democráticos e fanáticos em ditaduras. Nosso povo sempre foi tratado como
mão-de-obra, sempre teve uma imagem de “escravos” mesmo sem escravidão. Aqui,
sempre, a “ignorância” sempre foi uma benção.
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