terça-feira, 18 de novembro de 2025

A VERDADE ESTÁ LÁ FORA

 

 



Dias desses eu estava assistindo o filme de ficção cientifica, “A Presença”, lá no Prime Vídeo (Tem no YouTube inteiro). Mesmo um filme B, eu achei a historia bastante interessante por causa que tira aquela imagem que extraterrestre vem para a Terra para conquistar. No filme, os extraterrestres não vinham para destruir a humanidade ou destruir a Terra para pegar algo que esteja faltado, ou seja, é um filme que fala bastante de humanidade. Por quê? Na parte final do filme, os extraterrestres conversando – como seres normais sencientes e racionais – dizem ter conquistado a ciência, mas, a humanidade tinha uma coisa diferente: uma energia dentro ne cada um. A convergência era Jesus.

 

Não vou falar do filme – para não estragar a diversão de quem não viu e nem é o intuito do texto – mas falar da minha visão sobre a ufologia e espiritualidade. Como eu escrevi lá no Substack sobre o corpo – esta linkado aqui – eu resolvi ir além aqui no blog, que aliás, voltou: a ufologia deveria não focar só em naves, talvez, nem tenha forma de viajar grandes distancias. Mas, e se esses seres ao invés de viajar com naves – consumindo muita energia – eles não viajam em dimensões? Como alguns sabem – sou muito simpatizante do espiritismo e do budismo – eu vejo o tempo no agora, nesse momento em minhas sensações, e assim, posso acreditar que existam espíritos uma espiritualidade, mas o que importa é o agora nesse momento. Também acho, todo kardecista deveria ser igual Kardec: cético e rigoroso. Porque 90% do que é escrito, a meu ver, é livro vendável e nada tem a ver com o espiritismo e do mesmo modo, tem a ver com outras religiões.

Isso tem a ver com o livro que estou lendo de David Hume (1711-1776), “Investigação acerca do Entendimento Humano”, onde ele diz que existem as filosofias difíceis (que a maioria não gosta) e existem as filosofias fáceis (que a maioria adora ler). Eu, particularmente, gosto bastante de desafios e leio as duas. Mas, ai temos que pesar assim: o que seria a filosofia em si mesmo? Dentro dos meus estudos, uma forma de racionalização dos mitos antigos onde fenômenos da natureza eram explicados por forças sobrenaturais dentro de certos humores ou ate “guerras” cósmicas, onde mexeriam com o clima. Ora, se eu vejo uma forma de folha e uma letra aparecendo, dai vem a pergunta: essa folha existe? Sua essência tem a ver com cálculos que o computador esteja fazendo, formando formas gráficas semelhantes a uma folha e que ao apertar o teclado, a letra aparece. Poderemos dizer que esse texto existe? é verdadeiro ou uma forma gráfica de expressão de pensamento? Isso tem a ver muito mais com a metafisica do que o catolicismo medievo nos legou acreditar, onde há um mundo de felicidade. Felicidade é o agora, pulsando dentro de si onde a vida é o agora. Mas, como aparece no filme, há uma conexão muito ontológica entre nós e a realidade que ainda não percebemos.

Meu texto sobre um amor e uma paixão (aqui) tem a ver com a ligação intima do ser, a ontologia do orgasmo (aqui), tem a ver com o íntimo entre o eu e o outro em estado de êxtase. Ou melhor, meus textos sempre têm a ver com o corpo existente entre mim e o outro, entre o eu-ai dentro do outro-ali, então, não há como desconfia dessa realidade que nos impõem. O sujeito que duvida sempre é aquilo que indaga o objeto da dúvida, mas a dúvida é o elo da consciência com o mundo. E ai tem a ver com a pergunta de ouro filosófica: será que existe uma verdade que está lá fora ou existe realidade onde enxergamos? O corpo poderia ser o lugar da verdade assim como, o orgasmo (a ligação entre mim e o outro) tem a ver com a ontologia entre eu e a realidade, a dúvida é a abertura do real, aquilo que existe e sentimos em corporeidade. E por último: entre o visível e o invisível, onde estaria a verdade?

Na essência, realistas acham que a verdade são aquilo que tocamos como se a existência nada teria de essencial da coisa. Professor Marcus Bruzzo – materialista ateu – disse em um vídeo que temos medo da realidade por mudarmos fotos e inventarmos outra realidade, não aceitando a nossa. O ser humano como ser que imagina, inventa ferramentas para superar a natureza das coisas, isso sempre foi assim. Mas, isso seria um medo ou desprezo pela realidade ou apenas, algo inerente humano? Talvez o humano demasiado de si mesmo, tenha que esperar qualquer “salvador”, até fora do nosso Sistema Solar.

domingo, 16 de novembro de 2025

POR QUE CONCORDO COM A ESPECTRO CINZA?



"Eu sou eu e minha circunstância; se não a salvo a ela, não me salvo a mim".

 Meditaciones del Quijote (1914)

 

EspectroCinza >> por que eu protejo criminosos, mas odeio homens comuns?

 

 

isso daria um livro inteiro, mas no momento eu quero escrever um texto.

 

Texto que escrevo olhando na tela do meu computado refletindo sobre o que a Espectro Cinza (Glenda Varotto) disse em um vídeo que assisti e com um argumento impecável. Ora, ouvindo músicas do gótico oitetista-noventista pós-punk, tentando lembrar – assistindo alguns trechos – para argumentar aquilo que eu concordei. E ao mesmo tempo, lembrando aquilo que me fez fazer ligação do que ela disse e o que disse José Ortega y Gasset (1883-1955). As circunstâncias. Assim, as circunstâncias de Ortega tem a ver com o existencialismo, segundo nossas escolhas e a responsabilidade dessas escolhas. Por isso marxistas dizem que o existencialismo – que pensam estar morto – era uma filosofia burguesa, por causa da responsabilidade que cada escolha que temos. Para eles – que os pós estruturalistas herdaram – há um discurso de fetichização dos produtos e esse discurso faz com que tenhamos desejos. Só que há um problema: para alcançar o objeto de desejo muitas vezes, segundo os marxistas, se tendem a roubar ou a se prostituir.

Há um outro problema – segundo esse pensamento – se há pessoas que roubam e se prostituem, por causa da incapacidade de achar trabalho, como a grande maioria trabalha? Karl Marx (1815-1883), não era a favor de bandidos e até achava que “vagabundos” e prostitutas deveriam ser “eliminados”. Além disso, vamos fazer uma reflexão bastante profunda: por que vivemos em tempos que roubar, matar ou outra atrocidade, é menos relevante do que um membro da “machosfera” postar posts sobre as baboseiras que acreditam? Será que valores foram esquecidos? A Espectro no vídeo diz que um redpill, por exemplo, só é o que acredita porque teve seu desejo reprimido por causa da sua aparência, que também, tem a ver por causa da sua deficiência. Ora, no outro texto que eu escrevi sobre os INCELs, eu disse que teria todos motivos do mundo para ser um. Todas – ou a grande maioria – não quiserem ficar comigo, ora por causa da minha aparência, ou por causa do meu jeito de “ingênuo” que pensavam que eu era bobo. Eu conquistei uma sem querer. Mas, eu não tenho nada contra mulheres e nem as conquistas que tiveram, meu olhar sempre tem a ver mais da cultura medievalista moderna brasileira do que o feminismo.

Por outro lado, poderíamos nos perguntar: por que uma web puta, por exemplo, se torna isso? Elas são assistidas por outras garotas que não sentem vontade, ou exigem valores de não envolverem irmãos ou filhos, então, optam em só achar de mostrar o corpo de biquini (alguns dizem ser a mesma coisa, a meu ver, não é). talvez elas tenham sido criadas que o importante é o dinheiro, é o que você ganha e não o que você é e isso vale até para influenciadora como Virginia Fonseca. Por temos uma cultura elitista que ter dinheiro é um critério de ser sucedido, a visão distorcida não olha a ética e a moral de uma alta cultura onde os verdadeiros valores estão. Não estou dizendo que temos que ser moralistas “caga regra”, estou dizendo para gostar daquilo que faz bem, e que tudo que fazemos temos consequências. Ou seja, se você é uma web puta e no futuro não quer mais, vai ter suas fotos e vídeos por ai e muito pior na internet e isso vale com o crime, se se meter com o crime um dia será morto. Ou preso. Não tem como fugir dessa responsabilidade e as consequências desses atos. Mas, sendo incel ou outro tipo de “neomachista”, no máximo, vai morrer virgem. As músicas do funk proibidão, ou o que sabemos que acontece com meninas na favela, é muito pior do que um post de um incel.

Mas o que isso tem a ver com a filosofia? Tudo. Vamos ao caminho (metodós). Pelo que entendi do pensamento de Ortega, as circunstâncias são tudo que existe na realidade onde vivemos, então, ele está certo, a meu ver, temos que sentir o momento agora. O hoje é a questão da realidade possível, sentimos, vimos, falamos, se movimentamos e eu, escrevendo esse texto, sinto o teclado em meus dedos e fazendo barulho. Ou seja, minhas moléculas e suas vibrações, sentem as moléculas do teclado em vibração e o toque causa vibração no ar onde escoa o som. Isso é a realidade. O sensível (o que existe e o que sinto na realidade onde vivo) e o inteligível (no que estou pensando e imaginando em escrever). Ora, toda a realidade é aquilo que sentimos como aquilo que existe e tudo que existem, alguém imaginou e na imaginação tudo é perfeito. Mas, além das formas (Platão), tem a filosofia primeira (Aristóteles), onde, grosso modo, todo ser é ligado as causas e ao mundo. Hoje em dia, dizemos que a metafisica (ta meta ta physika), é a teoria da realidade. As circunstâncias tem a ver com as escolhas, com o ambiente, com a capacidade de superar algumas realidades.

A meu ver, não interessa muito o discurso (que os bolsonaristas chamam de narrativa por causa do Olavo de Carvalho), pois ou você aceira – de forma passiva – ou você não aceita rompendo a massificação. Isso esta perfeitamente no Mito da Caverna de Platão ou, contemporaneamente, no filme Matrix: ou você fica na Matrix e tem a aparência e faz o que a maioria faz na sua realidade, ou você sai de tudo isso e cria sua própria realidade. Daí entra em uma outra parte da filosofia – que hoje esta com Robert Sapolsky – que é o livre-arbítrio (que ainda não li o livro e não posso escrever agora). Somos livres mesmo para escolher? Eu penso que sim, não interessa se formigas não sabem ter liberdade, temos por causa da consciência da realidade e a noção de dor e prazer. Sabemos que se fizemos sexo muito teremos consequências no futuro – pelo menos com vários parceiros – e que se frequentarmos certos ambientes, esses ambientes além de nos moldar, terão consequências. Podem causar prazer (riquezas, luxo e certa liberdade) e dor (morte, isolamento e certa solidão).  Ou seja, a ideia da pílulas poderia ser assim, azul (dor e ilusão), vermelha (prazer e liberdade).




 



quarta-feira, 5 de novembro de 2025

DO FANATISMO – UMA REFLEXÃO SOBRE O TEXTO DO MIRANDA DE SÁ

 



Amauri Nolasco Sanches Júnior 


Faz tempo que não escrevo por causa das minhas tarefas e ultimamente venho estudando linguagem por causa das minhas inúmeras questões que evolvem inteligência artificial (IA), mas algo despertou meu lado escritor filósofo onde eu li um maravilhoso texto que tem a ver com fanatismo. Meu amigo do X (acho que posso chamar assim), o jornalista Miranda de Sá, que divide suas reflexões no seu blog e que nos fazem perguntar se aquilo, realmente, pode ser considerado fanatismo. E no texto, Miranda diz que “Trata-se de um vírus epidêmico no campo do pensamento para o qual a Filosofia não inventou uma vacina e nem as normas de comportamento social possuem a necessária eficácia para combate-lo.”. 

Descordo do colega, pois, há uma grande resistência – isso desde tempos clássicos gregos – em assimilar pensamentos mais complexos e isso é uma questão de educação (somos uma hera utilitarista demais) e linguagem (os termos se simplificaram muito). Se o fanatismo é um “vírus epidêmico” e a filosofia seria a “vacina”, uma grande maioria da população é negacionista. Não tem senso critico porque ora o mundo ficou muito pratico entre a imagem e o som, ora porque há uma grande discussão na própria filosofia se a narrativa vigente vem de cima para baixo ou vice-versa. Lendo Peter Strawson com seu “Indivíduos”, descobri a metafisica descritiva e um meio de usar a linguagem mais assertivamente. 

Strawson queria demonstrar uma linguagem muito mais clara e que faria parte do cotidiano, ou seja, a metafisica (como teoria da realidade) tenderia e seria muito mais útil, segundo ele, se fosse muito mais descritiva do que idealista. Ele nos faz lembrar que a realidade não se revela por sistemas abstrato, mas pela linguagem que usamos todos os dias. O fanatismo tem um caminho contrário, rejeita essa linguagem – ele quer dogmas, não descrição. E é por isso mesmo que a metafisica descritiva pode ser uma ferramenta poderosa contra o pensamento fanático: ela nos devolve o mundo como ele é, não como queremos que ele seja. Ou seja, o mundo é harmônico dentro de uma linguagem da verdade e não a linguagem da abstração idealista. 

Mas o que seria “linguagem da verdade”? esse conceito eu construí a partir da leitura – ainda no começo da minha pesquisa – de Emanuele Severino (filósofo italiano) sobre Hegel, onde o filósofo alemão distingue a certeza (subjetiva) e a verdade (objetiva). Por exemplo, algumas pessoas têm certeza de que Fulano é honesto por causa das suas crenças que fazem acreditar em alguns discursos, mas a verdade nunca chega a realidade. Porque isso depende de ambientes e culturas, que constroem valores que podem ser éticos e podem não ser, gerando assim, um “loop” de certezas e nunca de verdades. Strawson diria que o importante não seria se “fulano” seja ou não honesto, mas o porquê acreditamos que ele seja honesto. Ai está   um discurso abstrato (eu vou fazer) com o discurso descritivo (eu não fiz, mas eu dou a palavra que vou fazer). 

A linguagem politica, seja ela bolsonarista ou petista/esquerda, beira ao populismo barato dentro de certas logicas linguísticas que estão dentro de discursos que são fáceis de serem entendidos Talvez, assim, existem meios de  “gadificar” o discurso. 

blog do Miranda: aqui