sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A ética da TV – caso Valentina MasterChefJr








Muito me preocupa uma ética baseada em um programa de TV. Fico com a sensação – isso de forma clara – que a TV me chama de ingenuo o tempo todo e não é difícil de saber o porque. Valentina participa do programa MasterChef Junior – que é uma modalidade para crianças – onde os concorrentes são levados a cozinhar. Acontece que houve comentários de “moleques” – homens, ao meu ver, não chamaria qualquer mulher de “vagabunda” e muito menos, uma menina de 12 anos – que não tem o que fazer, não deve mesmo, que apareceram no twitter. Sabemos que estamos num pais machista, ignorante, hipócrita que até mesmo irmãos – como já aconteceram – não podem passear abraçados sem ao menos, ser linchados. Como não vou ser hipócrita e não apontar muito homossexual chato que não pode ler opiniões contrarias do que a sua, e fica achando que é “homofobia”. O mesmo direito que o homem tem a mulher deve ter e isso é claro, não é porque o homem pode sair com os amigos para beber cerveja, que a mulher não pode sair também.
No meu conceito de lei – para mim a lei deveria ser igual para todos – ela foi feita para não haver conflitos sociais com alguma invasão que um ser humano possa invadir o outro (porque para mim, nosso corpo é uma propriedade nossa e podemos sim, garantir a integridade da nossa família), com alguma atitude. Se você estupra uma menina, deve ser punido, se você passa a mão em uma mulher como ato de assedio sexual, deve ser punido. Aqui existe uma lei que proíbe qualquer criança de trabalhar e de exercer qualquer tarefa remunerada – que nunca funcionou – sendo que, se uma mãe assinar um termo para seu filho trabalhar em uma fazenda, não pode e essa mãe vai presa, mas aparecer na TV pode. A discussão nem é menino e menina não, a discussão é como as leis são feitas e posta em pratica com dois pesos e duas medidas. Você expor crianças com deficiência, crianças com doenças, crianças que tem sonho de virar cantor sertanejo – como se essa breguice toda, fosse sertanejo – pode e deve ser incentivado, mas trabalhar (muitas vezes) para ajudar os pais, não pode. Funkeiro nem vou entrar no mérito, porque é um texto só desse tema, porque menor não pode cantar, mas ir no baile funk e escutar, pode. Programas de TV tocam e muitas crianças estão assistindo. Que moral se tem para julgar outras pessoas que fazem o mesmo? Que moral a TV pode chegar numa fazenda de trabalho infantil e achar no direito de colocar o dedo na cara do fazendeiro? Do pedófilo?
questões morais e éticas que temos que repensar, porque se nossa atitude não mudar, o Brasil vai afundar na lama muito mais. Não estou dizendo de uma forma moralista – como se a “moral e bons costumes” fossem a solução de um problema muito mais profundo e enraizado dentro da nossa cultura – mas de uma forma humanizada da moral e da ética, como a propagação de um conhecimento ainda dentro dos parâmetros, que antigamente se fazia, o conhecimento é só para a elite. Veja, não estou dizendo ter diploma, tem médicos que tem especialização e não entende varias deficiências. Existem instituições graduadas e são ignorantes, por exemplo, que um centro de reabilitação tem que ter um genecologista. Nosso pensamento – como cultura vigente – ainda tem um conservadorismo que não deixa nosso país, como nação cultural e tecnológico, avançar e progredir e não à toa, que existe corrupção. Corrupção é pagar para o filho tirar a carteira de motorista. Corrupção é achar do direito de enganar as pessoas, para conseguir dinheiro no semáforo. Corrupção é enganar o publico para ver um programa ou comprar um produto, que na maioria dos casos, não vai trazer nenhum beneficio para aquele que compra. Quer coisa mais corrupta do que reality show? Engana quem assiste, engana para a pessoa ligar e eliminar a pessoa, enganam as pessoas em ficar torcendo que é uma coisa já decidida. Como o futebol, como a F1, como qualquer esporte.
Então, quando vejo um jornalista dizer baboseira que é antiético uma menina de 12 anos ser chamada de “vagabunda” ou o cara ter um certo desejo pela menina, talvez esse mesmo jornalista, deveria ver a coisa de muitos outros ângulos. Por que existe mais estupros em países menos desenvolvidos? Por que existem tamanha falta de respeito com as mulheres dentro da nossa cultura? Por que um Mr Catra pode encher a casa de esposa, mas se uma mulher encher a casa de marido, ela é chamada de “vagabunda”? O tal jornalista pensou nisso? Claro que não. O Mr Catra pode ter muitas esposas – mesmo contra a lei – e se o funkeiro pode fazer o Zé da Esquina que não tem estudo nenhum, também pode. Mas e a Mariazinha que quer encher o “barraco” de “bofe”, também pode? Não me surpreende que a pequena Valentina, com apenas 12 anos, tenha sido chamada ou de “vagabunda” ou de “gostosa” (sim, vi comentários dentro da reportagem chamando de “gostosa”). O Mr Catra pode, uma Anitta não.
Não estou colocando como um texto analisando o contra a pedofilia, a pedofilia é uma patologia e não um cara “moleque” que chama as mulheres ou meninas ou de gostosas ou de vagabundas, não são, são homens criados dentro da cultura machista. Se elas dão “bola”, para esses homens, elas se transformam em “gostosas” e quem não dão “bola”, se transforma de “vagabunda”. Como se deu isso? Como podemos construir um “porquê” a mesma pode ser uma “gostosa” e depois, transformar em uma “vagabunda”? Na verdade os homens daqui tem ódio de ser um ser que não é e ir contra a sua vontade, ou seja, contra da vontade de casar com quem quiser. Para ele (como para qualquer homem criado dentro da religião cristã), todas as mulheres são “Evas” em potencial e querem livrar “Adão” da decisão de comer a fruta do pecado. As mulheres são “perversas” e querem arruinar os homens, já os homens são as vitimas sempre e devem ser tratados como “reizinhos fofos da mamãe”. Mulheres são detestáveis, os homens são vitimas. A síndrome do Adão vitima, que não comeu a fruta porque quis, sempre foi a chatice da nossa sociedade, homens daqui, detestam as mulheres. Dai o jornalista ou a jornalista, não enxerga isso, ela enxerga aquilo que querem que ela enxergue e ponto.
Não existe ética naquilo que o senso comum comanda com seu dinheiro e sua audiência onde os patrocinadores reagem conforme o publico. Ética quer dizer caráter, o “ethos” grego é o caráter do grego, a essência de um homem social, um ser que deve ter caráter para existir. Você acha que existe caráter num cara que escreve no twitter: “Valentina cozinha igual uma vagabunda”? Não. Está longe, também de ser pedofilia é sem-vergonhice mesmo. Porém, a mídia é aquele que quebra suas pernas e dá a muleta, por um lado que eles incentivam tocar funk em programas infantis, colocam crianças muito novas para trabalhar na mídia, colocam uma novela Malhação para promover a liberdade total e restrita para depois dizer que há uma cultura do estupro. Mesmo que seja uma denuncia – como qualquer diretorzinho alega – é uma propaganda daquilo que não pode acontecer, você está ensinando e incentivando. Um garoto não assumir uma namorada gravida e é chamada de “vagabunda” – como aconteceu no twitter o cara chamar uma menina de 12 anos que “cozinha como uma vagabunda” – foi mostrada milhares de vezes na Malhação, foi mostrado milhares de vezes nas novelas, foi mostrado milhares de vezes na mídia. Então, quando a mídia mostra não é “cultura do estupro”? Foucault iria ler Carta Capital e dizer “le magazine décadente” com aquele sotaque empáfio (que acho o máximo), iria se aborrecer e com razão, a ética é muito mais que denunciar e ter denuncias vazias é saber a origem do que denuncia. Uma Carta Capital faz essa genealogia do problema? Claro que não, o problema sempre é a educação, mas o que adianta o educador (seja os pais ou os professores) educarem e a mídia deseducar?
O problema mais uma vez é a não definição da escola (como um trazedor de conhecimento e não de educação) como ponto de partida para se começar a discutir. A ética vem da escola (como base social), a moral vem no núcleo familiar (como base de fazer o certo ou errado) e tudo que nós fazemos, nós temos exemplos em casa, porque a escola não tem esse papel. Se existe uma “cultura do estupro” – se tiver, porque sempre houve casos de abusos – essa “cultura” é como exemplo na sua casa, no mesmo modo que o cara bebe, que o casal trai um ao outro, no mesmo modo que fala e agride e até assalta – na maioria das vezes, são crianças que podem fazer o que quiser – tudo é aprendido na sua casa, até chamar uma menina de 12 anos de “vagabunda”. Simplesmente, a pequena Valentina, foi vitima da hipocrisia social e agredida pela mídia sem saber, usaram sua imagem, usaram sua infância, estamos vivendo dentro das redes social, um Jogos Vorazes.
Amauri Nolasco Sanches Junior, 39, publicitário, TI, filósofo anarquista.



quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Lições de democracia para o Facebook.





Parte 1



Nesses dias – porque estou editando um livro da minha noiva e fazendo o meu próprio – ganhei um livro chamado Democracia Pura do filosofo e professor J. Vasconcelos. Estou ainda lendo ele, pois comecei a pouco tempo e não deu para dar um parecer sobre o livro inteiro – depois eu escrevo um texto sobre o livro e minha opinião – mas ate onde eu li me fez ter uma visão muito simpática sobre a democracia real humana muito antes de me convencerem que isto aqui é uma democracia. As democracias dos povos primitivos – segundo pesquisas – é muito diferente do que as democracias modernas e gregas, porque tem a ver com a anarquia que ainda ninguém entendeu, o poder de se alto governar e esse ato de se governar que fazia e faria diferença. O grande legislador grego Sólon – que nasceu em 638 e morreu em 558 A.C. – errou em firmar hierarquias e castas dentro de uma sociedade livre, onde se baseou, as democracias modernas que hoje povoam toda as sociedades humanas (claro que ainda existem povos com regimes ditatoriais). Mas fica claro que as democracias para os povos primitivos, eram importantes para a sobrevivência da nossa especie como animal social.

Os animais são equipados dessa democracia e que foram equipados com solidariedade e respeito mutuo, que a decisão da maioria é respeitada acima do bem próprio, o bem da comunidade. Uma colmeia nova é de suma importância e que as abelhas tendem a acatar a decisão da maioria como um bem maior para a colmeia e para a comunidade, pois senão, a rainha não teria o controle se cada um fizesse o que achasse certo. Os morcegos vampiros do México, por exemplo, tendem a dividir sua comida com aqueles que não conseguiram, por algum motivo, pegar a sua presa. Então, como poderemos em falar de igualdade, se ainda tendemos a falar de hierarquização da sociedade? Como podemos falar de igualdade, se fazemos ainda diferenças de cor, credo, estado estético e moral dentro do corpo social? Mesmo quando você combate alguma discriminação, você combate a ideia reforçando a ideia que aqueles que você defende tem direito ao respeito, mas em contra partida, você diz que ele tem o direito ao respeito por causa da sua diferença com os outros. Ora, se as pessoas tem algum tipo de deficiência, elas formam guetos dentro do escopo social que realçam a discriminação, porque você não se sente incluído dentro da sociedade. Se você defende a igualdade racial já esta discriminando as outras raças que tendem a ter a mesma igualdade. Alias, pesquisas comprovam que todas as cores humanas da pele, são características de cada região que evoluíram como adaptações biológicas, mas todos são da especie homo sapiens. Quando você faz a diferença transvestida de divida histórica – como tendem as cotas raciais – o Estado faz campanha de algo que ele mesmo propagou, como se o vírus da gripe fizesse a sua própria vacina, como se estivesse fazendo uma grande coisa, mas não está. A desigualdade já está dentro do Estado como hierarquização de castas – não venham dizer que só em países como a Índia acontece isso, porque não é verdade – que quem governa são os melhores, são aqueles que tendem a ser tutores dos ignorantes e que não sabem das coisas. Já imaginou quantas coisas que os governos de todas as eras sabem e escondem? Quantas coisas que não sabemos porque o Estado não quer ou acha, que não precisamos saber pelo suposto “bem” que ele quer nos dar.

Ora, o mesmo acontece com quem tem deficiência, como as mulheres, como outras castas que são, na maioria das vezes, discriminados por causa da ideia da diferença classificatória que a seculos damos como uma lei moral. As comunidades primitivas eram, em sua maioria, comunidades que viviam em harmonia com os demais sem que fossem estipulados tarefas entre seus membros e nem o porque disso ou daquilo, eram entendidos como tarefas que faziam parte e eram importantes dentro daquela comunidade. Nós vimos isso com os estudos de algumas tribos indígenas que não tem hierarquização ou violência para coibir os membros da sua opinião, nem a hierarquização colocando o “macho alfa” como evidencia e único nas decisões. Por que deveríamos dar ao único indivíduo o poder de uma decisão que deveria ser tomada por todos? Por que o Estado permitiu a escravidão de negros e no segundo momento, quer remediar essa escravidão remetendo dentro da sociedade uma parcela que por igualdade seria de todos? Será que se a decisão de não ou de escravizar fosse posta como uma discussão geral, ela ganharia? O mesmo podemos falar dos outros membros sociais como os gays, como as mulheres, como os deficientes e outros rótulos e estereotipo que povoam o escopo social, que ao reivindicarem direitos já se excluem da sociedade. De repente o debate fica mais pobre quando colocamos ideologias que são, a ilusão máxima de um Estado escravizador que manipula a massa exatamente para a massa acreditar que existem lados bons e lados maus. Não existe dentro da natureza nenhuma conotação do que é certo ou errado, do que é direita ou esquerda, de que existe um ato ético ou não, ou um ato moral ou não. Existe papeis definidos e cada membro, por extinto ou por saber mesmo, mas que se esses papeis não forem posto em pratica, a sociedade em questão é extinta. As sociedades humanas entraram em colapso porque o poder por meio da força falhou, ou não tem mais a submissão que tinha antes, então, é hora de repensar os meios hierárquicos e os meios de prover serviços e bens, não estão mais surtindo efeito. O conforto de ontem não é o conforto de hoje, afinal, o homem e sua vontade, não vão estacionar.

A evolução é observada pelo simples comportamento das crianças de hoje e as crianças de uns 50 anos atrás, pois as crianças de agora são mais ativas e elas já nascem com expressões definidas. Se você ligar um videogame dos anos 80 – tipo Atari que era feito da linguagem C – as crianças vão achar bobo e sem graça. Afinal, como podemos jogar um jogo que não podemos nem identificar direito o carrinho ou o avião? O River Rider, por exemplo, onde o objetivo era destruir o maior números de navios inimigos – sem historia nenhuma e nem o porque daquilo, bem as historias dos desenhos e filmes dos anos 80 que só mudou a partir de algumas series como MacGyver, Esquadrão Classe A e outros que já eram de 85 em diante – era um borrão branco com navios, helicópteros e outras formas de guerra, distorcidos por causa da programação tosca e pobre. Hoje, os jogos podem ser chamados de filmes interativos por causa da evolução das linguagens de programação, assim se prova que não é o Estado que regula a evolução tecnológica ou a evolução humana, mas a natureza e as necessidades que faz parte e é uma realidade a cada ambiente. Ora, a evolução transmite os melhores genes para seus sucessores por causa do seu sucesso, ou seja, se conseguimos ter aceitação mais acentuada dentro das tecnologias haverá mais facilidade em lhe dar com tal tecnologia. A igualdade é uma igualdade não muito igual e não é intruida como uma igualdade, elas são instruídas a acreditar que estão libertas de fazer ou dizer o que quiser. Será que fazemos o que queremos? Será podemos fazer o que quisermos? Não. Não temos liberdade. Não temos livre expressão. Não temos nem o direito a sair na rua por falta de segurança e outras coisas que não cabem no texto.

Podemos nos dar ao luxo de dar uma olhada nas redes sociais – em especial no Facebook – não vimos as igualdades que tanto nos falam os defensores da democracia. Muitas instituições são levadas a nos bloquear quando não somos coerentes com aquilo que nos querem doutrinar, sempre verificando que a pessoa seja coerente com a sua doutrinação. As pessoas com deficiência, por exemplo, são doutrinadas a acreditar que o ESTADO está proporcionando dentro dos bairros uma acessibilidade digna de respeito e que nos faz acreditar que o ESTADO, como provedor do bem estar do cidadão livre, nos dá conforto e assegura o nosso direito de ir e vir. Mas não é verdade, nós não temos acessibilidade, não temos centros de reabilitação e de saúde, nós não temos transporte, não temos emprego (assegurado em lei), não temos nada. Onde está o direito democrático de que todos devem ser iguais? Onde está a liberdade que tanto falam que temos? A liberdade não tem a ver com formas ideológicas de governo – ate espirituais, mas cabe um texto só desse assunto – mas as escolhas que podemos fazer para ter uma analise completa dessas ideologias e desses governos. Não adianta muito não concordar com a escravidão do Estado e se posicionar em um lado ideológico, porque queiramos ou não, concordamos ou não, a corrupção está dentro da cerne da nossa cultura, dentro do momento que nosso país foi colonizado, até o dias de hoje. Quantos “quintos dos infernos” foram desviados do reino de Portugal? Quantos acordos foram feitos, para outros colonizadores pudessem ter acesso as nossas terras? Não me digam que os “suma sumo” da ética facebookiana não jogam lixo na rua, não olham a mulher alheia ou homem, não se sentem um lixo de pessoa (tirando sempre fotos de sorrisos de orelha a orelha), não dão caixinha para o lixeiro, não dão caixinha para o policial, não dão caixinha para o carteiro, não devolve uma coisa mesmo sabendo quem é o dono. A ética aqui depende do que temos ou o acreditamos, seguir o momento onde a sociedade nos leva, o “ismo” que mais agrada não a mim, mas ao que “acho” ser certo e é o que as ideologias que apoio, apoia suas bases. Qual as bases mais seguras para sair disso? Quais os momentos são adequados para seguimos em frente? Não é acreditar numa esquerda ingenua que ainda não caiu a ficha que seus políticos não conseguiram seguir a ética que tanto falavam (vide o Senhor Lula), uma direita que não se modernizou, são burgueses recém saídos dos livros de historia na parte medieval da historia e vieram nas caravelas portuguesas. E temos o PSDB perdido em uma campanha de poder, só isso, você é meras pedrinhas para construírem seus degraus.

A humanidade está entrando em colapso porque seus arquétipos e mitos – mitos não são fantasias, mas são explicações mais ou menos, que tenham sentido para o povo que não estudou – foram apagados pela religião dominante (aquela que o Estado sempre vai apoiar), foram mudadas graças a dominação e a doutrina ideológica de cada governo, a cada meio sempre haverá um fim. Mesmo assim, deixamos de acreditar em deuses como os satíricos, mas acreditamos em chupa-cabras, deixamos de acreditar em deusas ou sucubus (demônios femininas que seduziam os homens da idade média), mas endeusamos cantoras e demonizamos aquilo que foge do nosso senso moral. O nosso povo tem um senso moral muito arreigado, ainda, por não se modernizarem, em crenças que não fazem parte daquilo que é. Só olhar, por exemplo, o Facebook para chegar a conclusão que adaptamos as crenças para caberem em nossas vidas e nossas vontades. O protestantismo não é protestantismo, um catolicismo não é um catolicismo, um espiritismo não é um espiritismo, entre outras crenças mais, não são o que seu escopo doutrinário ensina, pois a adaptação só trás a degeneração a doutrina e só atende ao Estado em seu interesse de cada vez dominar para conseguir o que quer, a desunião de um povo, a vitoria de uma ideologia.



A moral facebookiana é baumaniana, ou seja, liquida, que os outros são sempre os demônios que trazem desgraça a nossa sociedade, mas não vê que os “santos” que estão por trás, são demônios com asas de anjo. A moral da nossa era se esfacela a cada interesse oculto, a cada sofista que se diz filosofo (não estou falando dos escritores de autoajuda), a cada escrito que caiba na sua própria crença transvestida de pacata, mas não o é. As facadas da transsexual, os tapas das mães desesperadas, as noticias enganosas, que povoam as redes sociais, só são reflexo de uma sociedade doente, com paranóia de que vão perder uma liberdade que não temos, não queremos ter. Por que defender a liberdade, se você apoia o Estado? Por que defender a liberdade, se você pula sempre no “colo” de alguma ideologia barata só para dizer que se tem uma posição? Como disse Raul Seixas – que para mim é um filosofo – eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela “velha” opinião formada sobre tudo. 

continua...

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Por que sai do Facebook?






Nesses dias lembrei da musica da banda Matanza, onde se fala que não era para jogar frustrações para mim e por fim, a musica diz que “eu não gosto de ninguém”. Não gostar ou gostar virou caso ideológico e isso já esta cansando um pouco, porque falar de politica é uma coisa, “esfregar” na cara dos outros a sua ideologia é outros quinhentos. Na verdade quando fiz meu perfil não sabia nem o que era o Facebook, afinal, tinha meu perfil do Orkut e não iria ter duas redes sociais. Em meados de 2006 eu fiz meu perfil, nessa época o Orkut bombava de seguidor e o Facebook era vazio. Não é modo de expressão, era mesmo vazio e não tinha seguidores como tem agora. Começou a bombar quando começaram a descobrir os tão falados joguinhos, que devo confessar, me divertiu por muito tempo. Minha falecida mãe adorava ficar jogando, com a doença dela – morreu de câncer – era uma maneira de amenizar seu “sofrimento”. Mas fez seu papel. O que encheu o saco foi a ideologização das redes sociais, pois em 2013 não se tinha ideologia, não se tinha partido, não se tinha nada, mas tinha ideias a serem debatidas e não tempo para jogar ao vento. 
 

O nosso povo tem a mania nostálgica de lembrar de coisas do passado, não enxerga que o mundo muda e se muda os “protagonistas”. Não se tem mais Os Trapalhões, não se tem mais desenhos clássicos, não se tem mais comunismo no mundo e fácil de se constar quando se enxerga além do horizonte da ideologização dos debates como se eu tivesse que tomar uma decisão. Exato, o problema foi a ideologização do debate, uma porta extra para entrar a manipulação da massa por políticos que não tem muito boa intenção e a intenção é o que basta nesse cenário. Pensar parece artigo de luxo num país que não tem o que nas entranhas de um ensino médio pobre, um ensino que não ajuja a pensar e a refletir.  



Amauri Nolasco Sanches Júnior, 39, publicitário e técnico de informática, além de filósofo