quarta-feira, 22 de julho de 2020

O que é isto – pseudofilosofia?





O meu Heidegger essencial | Paulo Ghiraldelli Jr.





Por Amauri Nolasco Sanches Junior


O sufixo pseudo tem como significado aquilo que seja falso, cuja o conteúdo não corresponde a realidade. Ora, tudo aquilo que é considerado falso deve haver um critério que mostre aquilo que seja uma coisa que não corresponde a verdade. Mas, como uma coisa não corresponde a verdade, se o objetivo da filosofia é chegar a verdade? Ai vem a questão: o que é a verdade ou a realidade? Porque existe a realidade no qual eu vejo, existe a realidade no qual o outro vê, porque isso consiste em vários fatores que está na nossa essência (o ser). Se a philos-sophia (amor da amizade da sabedoria) quer buscar a verdade segundo a dúvida da realidade e não há nenhuma verdade dentro de qualquer afirmação como uma realidade última. 

Segundo o físico teórico argentino Mario Bunge (morto recentemente), no seu trabalho Diccionario de Filosofía. (2005): “a pseudofilosofia é algo que soa como filosófico mas não é por carecer de sentido, ser trivial ou estar completamente em desacordo com a maior parte do conhecimento científico ou tecnológico. Exemplo: “O InSein [ou estar-em] é […] a expressão formal existencial do ser do Dasein [Ser-aí], que tem a condição essencial do ser-no-mundo” (M. Heidegger). Gertrude, você está na cozinha? Ah, sim. Bem, então você está-no-mundo!”. 

Primeiro, podemos ler na primeira premissa que “a pseudofilosofia é algo que soa como filosófico”, ou seja, Bunge diz que a pseudofilosofia parece um pensamento filosófico, mas, não é filosófico. Aqui o “soa” pode ser analisado em dois aspectos: 1-) como fazer eco, ou fazer com que algo seja ouvindo muito longe; 2-) se parecer ou tornar algo parecido. Portanto, para o cientista, o pensamento filosófico [tem que] parecer como tal, se não parecer, não é filosófico. Ai surge uma questão muito importante: o que deveria parecer filosófico? Porque eu posso dizer que o gato atravessou a rua e outra pessoa, que poderia estar comigo, poder perguntar o porquê disso, quando se questiona o que fez o gato atravessar a rua, por definição, se torna, talvez, uma sentença filosófica. Talvez, poderemos encontrar a solução desse problema. Depois ele (Bunge) continua: “mas não é por carecer de sentido, ser trivial ou estar completamente em desacordo com a maior parte do conhecimento científico ou tecnológico.”. Ora, se não é de ter uma carência no sentido da sentença, ou por ser trivial (banal), ou por não estar desacordo com áreas como conhecimentos científicos ou tecnológicos, por que então? Dai chegamos ao exemplo que ele dará, a filosofia de Martin Heidegger: “O InSein [ou estar-em] é […] a expressão formal existencial do ser do Dasein [Ser-aí], que tem a condição essencial do ser-no-mundo” (M. Heidegger). Gertrude, você está na cozinha? Ah, sim. Bem, então você está-no-mundo!”. 

Ai você descobre algo bastante curioso, Bunge não entendeu os filósofos que criticou na vida e por isso chamou eles de charlatões (como se a filosofia fosse um sistema fechado). O que Heidegger – sendo ou não, um nazista que é uma outra discussão – fala da presença do ser dentro de uma realidade possível. O “estar em” (InSein) é estar em alguma coisa, que no caso da sua filosofia, tem a ver com o tempo. Por isso mesmo, ele diz ser “a expressão formal existencial do ser” que chamou de “ser-ai” (Dasein), ou seja, a presença existencial do ser na realidade. Simples. Mas, em vez de tentar entender, o físico teórico fez uma ironia infantil. E por várias entrevistas, Mario Bunge chamou não só Heidehher, mas outros filósofos de charlatões. 

Mas ainda não podemos afirmar o que seria a pseudofilosofia. O que podemos perceber é a falta de entendimento da cerne dentro da filosofia, porque muitos estudiosos – o site Universo Racionalista está no meio – dizem que se não tem nenhuma base científica, não pode ser filosofia. Em um texto do site Universo Racionalista, você pode ver outro filósofo da ciência Nicholas Rescher dizer que “a pseudofilosofia consiste em elucubrações que se apresentam como filosóficas mas que são ineptas, incompetentes, que carecem de seriedade intelectual e que refletem um compromisso insuficiente com a procura da verdade. Em particular, abrange discussões que usam os instrumentos racionais da reflexão filosófica com outros fins que não a investigação séria — como o favorecimento de interesses relacionados com o poder, a influência ideológica, a pompa literária ou algo desse gênero.”. 

Existem várias incongruências dentro dessa sentença. Primeiro, podemos destacar a “seriedade intelectual”, pois, se existe uma “seriedade” existe um critério para medirmos ela. Depois, Rescher continua dizendo que “refletem um compromisso insuficiente com a procura da verdade.”. Primeiro ele diz que se deve ter uma “seriedade intelectual”, depois ele diz que a suposta pseudofilosofia é aquilo que se “refletem um compromisso insuficiente” para a tarefa da busca da verdade. Mas, qual a verdade? Mais uma vez há uma grande “cratera” entre o que os dois supostos filósofos quiseram dizer, porque se deve refletir para entender algo, mas isso não faz um “compromisso” com uma busca. Senão poderia pegar o próprio exemplo do Bunge e ver que ele tem um compromisso de “desmascarar” Heidegger de um suposto charlatanismo. Rescher continua na sua sentença: “ Em particular, abrange discussões que usam os instrumentos racionais da reflexão filosófica com outros fins que não há investigação séria”. Ele começa a frase com “em particular”, ou seja, uma visão dele que entendeu como tal que poderíamos chamar, de uma visão subjetiva. Em outras palavras, ele acha, tem somente uma opinião. Eu estou com Platão, opinião não é conhecimento. Pelo simples fato que opinião é uma visão muito superficial do problema proposto, e que no mais, responde a uma questão que acha, ou não encontrou. 

Depois o “filósofo” disse que “abrange discussões que usam os instrumentos racionais da reflexão filosófica”. O que seria “abrange discussões” se a filosofia pode colocar na pauta qualquer problema que ela queira discutir, sem que haja o limite de uso de “instrumentos racionais da reflexão filosófica”. Isso o porquê. o filósofo constrói seu próprio “instrumento da reflexão filosófica”. Por exemplo, o próprio Heidegger que construiu seus instrumentos de reflexão com o “estar em” [InSein] e o “Ser-ai” [Dasein]. Ai Rescher continua: “com outros fins que não há investigação séria”. Nos resta perguntar: o que seria esses fins? O que seria uma instigação séria? Podemos chegar a nossa resposta vendo a continuação da fala dele: “como o favorecimento de interesses relacionados com o poder, a influência ideológica, a pompa literária ou algo desse gênero.”. Ora, não é isso o que tanto ele, quanto Mario Bunge fazem? Fazem com que a ciência seja um instrumento ideológico a serviço do que acreditam, porque na essência, não existe nenhuma obrigação de colocar elementos científicos em um artigo de filosofia. A filosofia sabe que uma bola cair ela esta presa ao que se chama de lei da gravidade, mas, ha outros problemas que a ciência em si mesma, ainda não achou respostas. E dai? Isso faz, nós filósofos, pseudofilósfos por não caber num critério criado por dois filósofos, que só o editor do Universo Racionalista, conhece? Claro que não. Há mais do que isso, porque a realidade muda, os problemas mudam, as questões mudam e as pessoas mudam. A ciência não é a última e única resposta. Não existe pseudofilosofia, porque não existe um pensamento ou um problema, não existe nada, existe apenas a lógica (de se construir um texto coerente) e a racionalidade além do cultuar. Ou como diz Nietzsche, não existem fatos eternos e nem verdades absolutas.




sábado, 11 de julho de 2020

Ética dos fracos – devemos desejar a morte de Bolsonaro?



Você sabe REFUTAR os argumentos abortistas também pela ética ...

Por: Amauri Nolasco S. Junior

"Necessitamos de uma 'crítica' dos valores morais e antes de tudo deve discutir-se o 'valor destes valores', e por isso é toda a necessidade de conhecer as condições e o meio ambiente em que nasceram, em que se desenvolveram e deformaram (a moral como consequência, como máscara, como hipocrisia, como enfermidade ou como equívoco, e também a moral como causa, remédio, estimulante, freio ou veneno)."
(Friedrich Nietzsche, em 'A Genealogia da Moral')




Quem me conhece sabe que gosto de desmontar todo e qualquer dogma que todo mundo segue, porque para mim, consiste em uma moral para os fracos que seguem morais alheias e não seguem aquilo que lhe é caro, sua própria moral. Há filósofos que defendem morais verdadeiras que são construídas por elementos sólidos dentro de tradições milenares, mas, podemos questionar varias delas e quem diz seguir, na verdade, nem sequer sabe o que esta seguindo. O cristianismo, que tem dois mil anos, tem elementos questionáveis e além disse, e muitos dos seus fundamentos originais, foram mudados conforme as necessidades sociais e politicas. Por exemplo, no começo do cristianismo católico, padres podiam casar e ter suas famílias, quando a igreja não pode ou não quis mais sustentar famílias inteiras – indo contra o que jesus disse da caridade – para sobrar dinheiro e ouro para outros fins. Uma outra questão tem a ver com o bom no sentido invertido – que Nietzsche denunciou em seus escritos – onde de bonnus (cavaleiro nobre e bravo que eram os melhores dentro das legiões romanas) de forte, bem letrado e tendo a nobreza de erudição, se torna um fraco que acredita que tem que renunciar aquilo que é e aquilo que sabe, para não ofender aqueles que não conseguem ser assim.
O pior que essa essência de bom (como uma humildade de enfraquecedora daquilo que enobrece o ser humano), até a esquerda revolucionária (os marxistas socialistas) esta impregnada. Porque, acredito que todo mundo saiba, Marx era de família judia e por mais que não siga, ele tinha sim uma moral que vinha a milênios sobre igualdade e justiça social. Por outro lado, temos aqui no Brasil, enraizado nas suas entranhas culturais, tanto a moral cristã, quanto a hipocrisia. Porque, na verdade, quando você segue uma moral que não faz parte da sua natureza só porque você quer fazer parte da “batotinha”, fazer parte daquilo que todo mundo faz parte, você começa a revelar o que você realmente é e isso se chama, hipocrisia Até o primeiro momento, se pode dizer que isso tem a ver com classes sociais, mas, a nossa elite também tem uma moral escrava e se ressente ao ponto de não perceber que são pessoas vencedoras, e assim, podem inventar uma nova moral. Não, a nossa elite como toda a sociedade, se apega a moral fraca dos sacerdotes que invejavam a classe guerreira e impuseram essa “humildade”.
Quando desejamos a morte de alguém, queremos que ela desapareça da nossa realidade, sem pensar que a outra pessoa tem o direito de viver e os seus têm o direito de conviver com ela (pessoa). Mesmo o porquê. quando você quer eliminar uma pessoa ou alguma coisa que uma maioria elegeu ou construiu, isso não pode ser chamado de democrático. Um dos princípios humanitários – que a esquerda do Brasil enche a boca para dizer que são – defender a vida humano de qualquer modo. Será que quem não gostamos não é humano? Será que quem não concordamos passa a não ser humano e não temos que ter empatia? Chamamos esse tipo de atitude de “ódio do bem”, aquilo que é definido como um ódio direcionado a tudo que não se concorda, que apresenta coisas que vão contra minha ideologia de estimação. Vou mais além, não só a esquerda tem esse “ódio do bem”, mas todos aqueles que não reconhece em uma outra vida, o direito de ser o que é. Pensar é um direito.



terça-feira, 7 de julho de 2020

Liberdade e a deficiência




Liberdade e Deficiência , por Amauri Nolasco Sanches Junior e ...



Querer ser livre é também querer livres os outros.

por Amauri Nolasco S. Jr

Estou refletindo bastante sobre a liberdade, tanto mais, quando envolve pessoas com deficiência. Porque, conversando com amigos no WhatsApp, um deles mencionou que várias pessoas com deficiência não tem privacidade, não tem nem a possibilidade, de tomar a própria decisão. Por quê? Muitas famílias tratam as pessoas com deficiência com muita infantilidade como se fossem eternas crianças, e não são. Conheço uma amiga, que os pais morreram e ela foi internada em um asilo porque era filha única e por não saber se virar sozinha e a desculpa das tias foi que ela tinha um “gênio difícil”. O que valeu a mãe querer proteger ela? O que serviu de não querer que ela namorasse ou casasse? A questão também recai na própria pessoa com deficiência que não percebe que as pessoas não são eternas, não se pode apoiar nos outros uma vida inteira e se tem que pensar no futuro. Esse problema é que a nossa cultura se venera muito os familiares e os amigos, mas, a questão vem muito mais de uma coisa mais automática do que um amor sincero e verdadeiro. Gostar e respeitar nada tem a ver com a veneração.
Antes de entrar no tema, quero deixar bem claro que quando eu falo que a responsabilidade é da própria pessoa com deficiência, estou me referindo as pessoas que tem uma consciência do que estão fazendo, ou seja, não tenham deficiência mental grave. Porque pessoas que sabem muito bem do que dizem, do que gostam e do que são, não lutam pela liberdade porque não querem ou porque acham cômodo ficarem na situação onde se encontram. Ficam, muitas vezes, o dia inteiro sem fazer nada ou na frente de uma TV vendo programas e aceitando o que a família lhe impõem. Porem, a sociedade trata essas mães como “especiais” e acham que as pessoas com deficiência deveriam sim agradecer as suas prisões, agradecer aquilo que elas não tem, uma liberdade. Mas o que podemos chamar de liberdade dentro da essência do termo?
Podemos começar com a questão: somos livres? Será mesmo que, na medida do possível, temos uma liberdade verdadeira? O conceito de liberdade pode ser concreta ou abstrata, hora podemos constatar que a liberdade é concreta e podemos fazer o que desejamos, hora podemos considerar a liberdade uma grande utopia (podemos chamar de fantasia). Vamos pensar na cadeira de rodas: ao mesmo tempo que ela me dá a possibilidade de andar em lugares, porém, em alguns casos ela me limita em outros casos. Num modo coletivo, a cadeira de rodas é um objeto de carregar pessoas doentes porque em hospitais há cadeiras, mas, a cadeira de rodas foi inventada para carregar pessoas com algumas deficiências. Exato. Ela não foi feita so para carregar quem esta, no momento, sem poder andar e sim, ela foi fundamental para quem tem uma deficiência. Mas, ter uma deficiência, não é ter uma doença e sim, ter uma limitação. O problema sempre é a generalização, porque tanto para a linguagem, como para o senso comum (que podemos chamar de achismo), há um conforto em generalizar para caber numa caixinha. Por milhões de anos, e isso ficou muito enraizado com os gregos, se categoriza as coisas para não ter medo daquilo que nos parecer familiar. Se hoje, por exemplo, haver uma mutação na parte biológica e de repente o ser humano nascer com um olho no meio da testa, isso vai gerar um pânico generalizado, porque não temos uma classificação daquilo na nossa percepção (caixinha). Isso se chama, ignorância. E do mesmo modo, se vimos uma deficiência que não conhecemos ou nunca vimos, se tende a classificar como doença e doença (dai vem a palavra paciente que vem do grego pathos, ou seja, sofredor ou sofrimento), é uma forma de sofrimento pela desarmonização do seu corpo.
Acontece, que quando se pensa que uma deficiência é uma doença, se limita as pessoas que tem alguma limitação – porque a deficiência é uma limitação – a não terem liberdade. Do mesmo modo que a sociedade tem esse pensamento dentro da nossa cultura (porque se tem uma visão católica que por seculos alimentou a ideia que pessoas com deficiência eram imperfeitas na alma, talvez, por causa de Platão ou Aristóteles) que ve como sofredores ou doentes. Então, o empresário vai pensar assim, vai pensar que não temos capacidade de trabalhar. As pessoas em geral, vão pensar assim, porque não houve um esclarecimento e o senso comum vai pondo na caixinha. Povo que não se educa fica preso e a prisão sempre é pensar de modo limitado, pensar de um modo que as pessoas vão se limitando a aquilo que é falado e é muito mais cômodo concordar, do que questionar aquilo. A questão é: o porque devo pensar igual todo mundo? O porque eu devo aceitar o que todo mundo acha certo ou errado? As pessoas tendem a ir a favor da mare, porque ir contra ela é muito cansativo e trabalhoso. Por isso mesmo, vários momentos da história, o ser humano foi levado a fazer coisas porque uma parcela das pessoas achava que aquilo era certo. Poderia questionar: será que temos mesmo que matar Sócrates? Será mesmo que as intenções de tirar a monarquia eram boas? Será mesmo que temos que escolher Barrabás?
Não há nenhuma indagação porque não há nenhuma vontade e ai esta a questão, porque tudo que você faz existe uma vontade e essa vontade tem que ser potencializada. Essa vontade é neutralizada pelo medo da agressão, pelo medo de ser expulso do convívio social e também, não ser cuidado. Estamos numa sociedade hipócrita, que muitas famílias usam isso para dominar e ficar mandando o que as pessoas com deficiência devem ou não fazer. A questão é: será que essas pessoas têm liberdade? Será que elas podem namorar quem elas quiserem? Acho que enquanto a nossa sociedade não parar de ser hipócrita, não vamos ter liberdade nenhuma, pois, o preconceito reina em silêncio.




domingo, 5 de julho de 2020

Filósofos de mídia social





Filósofo fala sobre a influência das mídias sociais na satisfação ...



Eu não sei o que quero ser, mas sei muito bem o que não quero me tornar
Friedrich Nietzsche


por Amauri Nolasco S. Jr


a questão é: o que é a filosofia? Porque eu acho, que quem estudou nas universidades brasileiras não tem a mínima noção da essência do termo “philosophia” tem como base o amor que deveríamos ter a sabedoria. Não é qualquer amor e nem qualquer sabedoria e sim, a sabedoria de encontrar o que é em essência, sublime (não na questão metafísica, mas na questão na verdadeira ética moral). Mas podemos responder a pergunta: “o que é a philosophia?” de uma maneira que se pode saber o que seria o significado dos dois termos que compõe sua gênese. O termo grego (porque sim, a philosophia é grega) “philia” queria dizer um amor ao outro, um amigo da amizade de um outro ser humano. Para o grego moderno, “philia” tem um significado de um amor virtuoso ou desapaixonado. Seria um amor relacionado a amizade e o verdadeiro companheirismo, onde não deve haver a presença do “eros” (o amor de amante). Poderíamos descrever esse amor como um amor entre amigos ou entre irmãos.
O conceito de philia foi amplamente desenvolvido por Aristóteles, isso vai incluir a lealdade dos amigos e na comunidade requerendo a igualdade e familiaridade. Aristóteles diz que o termo é necessário como um meio para alcançar a verdadeira felicidade (pois escreveu: “ninguém escolheria viver sem amigos mesmo se tiver todos os outros bens, a nobreza ou gentileza para si”). Ora, Aristóteles achava que a verdadeira felicidade era a ética pratica, pois, segundo ele, a ética não pode ser uma questão só teórica e consiste em alcançar a felicidade (eudaimonia). Muitos traduzem “eudaimonia” como bom demônio, mas é uma tradução bastante controvérsia, porque “daimon” também se traduz como espirito, assim, podemos dizer que “eudaimonia” seriam bons espíritos acompanhando as pessoas felizes. Muitas doutrinas espirituais – como o espiritismo, por exemplo – vão dizer que atrairmos maus ou bons espíritos, conforme os nossos pensamentos. Talvez, eu volte a esse tema num outro texto. Por hora, podemos dizer que para o grego antigo, esse bom espírito era uma sorte e poderia trazer a virtude. Pois, Aristóteles vai dizer que a felicidade é a virtude.
Ora, se philia era uma amizade além da paixão (desapaixonada), então, ela tem um amor sublime pela sabedoria que esta além daquilo que podemos chamar de objeto. Por outro lado, temos outro termo que é philos que podemos traduzir como confiabilidade, amado ou querido. Enquanto philia poderia ser a amizade, philos poderia ser a confiança, o querido ou o amado, ou seja, philosophia poderia ser a querida sabedoria, a confiabilidade da sabedoria. Mas, também, sophia não era qualquer sabedoria e sim, uma sabedoria além daquilo que os homens são capazes de ter. Hoje ser sábio é aprender rápido, ser um mestre de alguma coisa, mas, ser mestre de alguma coisa é só obter um conhecimento através de uma informação. A maioria das pessoas são levadas a informações, muitas vezes, impregnada com a visão de quem informa e pessoas consomem cada vez mais, informações inúteis que nada farão diferença na sua vida. Além, claro, das opiniões. Num modo platônico – a filosofia de Platão – as opiniões (que eles chamam de doxa) não é um conhecimento em si. Porque, se refletimos bem profundamente, uma opinião é feita de informações que nem sempre são verdadeiras.
O que podemos ver é, mesmo estudantes de filosofia, não sabe o que o termo significa. Simplesmente, o achismo (opinião), de apenas “acreditar” se tal filósofo existe ou não. Porque se confunde indagar com negar, pois, quando você está indagando, você traz uma questão que pode ser confirmada ou não confirmada com argumento. Uma negação é apenas uma negação. Por exemplo, você acreditar que Sócrates nunca existiu porque leu que alguns pesquisadores discutem a existência dele. Ora, se alguns pesquisadores duvidam da existência de Sócrates e essa questão está ainda em discussão, ela não pode ser levada como certeza. Isso é achismo. Mesmo o porquê. temos que levar em consideração que ha vários autores falando de Sócrates como pessoa, porque se ele fosse mesmo um personagem de Platão, existiriam varias tragédia com seu nome. Enquanto não há uma conclusão, é apenas achismo. Assim, a filosofia se tornou sinônimo de negação gracas ao Olavo de Carvalho que não entendeu a diferença de indagar e negar.
Outra questão vem desde Kant e que teve uma grande perda para a filosofia (talvez, por ele ser luterano, quis separar essas duas questões), tirar a metafísica dela. Podemos ter pensamentos metafísicos lógicos, por que não? A metafísica não estuda só além da natureza (sobrenatural), mas aquilo que existe dentro da essência da realidade. Sim. A partir do momento que aquela realidade existe, há um fenômeno da consciência para reconhecer os objetos e o objetivo dessa realidade. Por mais que a maioria das pessoas negue, ainda existe fenômenos que não se pode explicar e que esta nos estudos metafísicos. Mas, dentro da filosofia, a metafísica pode dar ao filósofo argumentos a mais das coisas que estão além da linguagem e porque não, criar uma linguagem para aquilo.
A philosophia pode ser definida como amigos queridos de confiança da sabedoria.