Por: Amauri Nolasco S. Junior
"Necessitamos de uma 'crítica' dos valores morais e antes de tudo deve discutir-se o 'valor destes valores', e por isso é toda a necessidade de conhecer as condições e o meio ambiente em que nasceram, em que se desenvolveram e deformaram (a moral como consequência, como máscara, como hipocrisia, como enfermidade ou como equívoco, e também a moral como causa, remédio, estimulante, freio ou veneno)."
(Friedrich Nietzsche, em 'A Genealogia da Moral')
Quem me conhece sabe que gosto de
desmontar todo e qualquer dogma que todo mundo segue, porque para
mim, consiste em uma moral para os fracos que seguem morais alheias e não seguem aquilo que lhe é caro, sua própria moral. Há filósofos
que defendem morais verdadeiras que são construídas por elementos
sólidos dentro de tradições milenares, mas, podemos questionar
varias delas e quem diz seguir, na verdade, nem sequer sabe o que
esta seguindo. O cristianismo, que tem dois mil anos, tem elementos
questionáveis e além disse, e muitos dos seus fundamentos
originais, foram mudados conforme as necessidades sociais e
politicas. Por exemplo, no começo do cristianismo católico, padres
podiam casar e ter suas famílias, quando a igreja não pode ou não
quis mais sustentar famílias inteiras – indo contra o que jesus
disse da caridade – para sobrar dinheiro e ouro para outros fins.
Uma outra questão tem a ver com o bom no sentido invertido – que
Nietzsche denunciou em seus escritos – onde de bonnus (cavaleiro
nobre e bravo que eram os melhores dentro das legiões romanas) de
forte, bem letrado e tendo a nobreza de erudição, se torna um fraco
que acredita que tem que renunciar aquilo que é e aquilo que sabe,
para não ofender aqueles que não conseguem ser assim.
O pior que essa essência de bom
(como uma humildade de enfraquecedora daquilo que enobrece o ser
humano), até a esquerda revolucionária (os marxistas socialistas)
esta impregnada. Porque, acredito que todo mundo saiba, Marx era de
família judia e por mais que não siga, ele tinha sim uma moral que
vinha a milênios sobre igualdade e justiça social. Por outro lado,
temos aqui no Brasil, enraizado nas suas entranhas culturais, tanto a
moral cristã, quanto a hipocrisia. Porque, na verdade, quando você
segue uma moral que não faz parte da sua natureza só porque você
quer fazer parte da “batotinha”, fazer parte daquilo que todo
mundo faz parte, você começa a revelar o que você realmente é e isso se chama, hipocrisia Até o primeiro momento, se pode dizer que isso tem a
ver com classes sociais, mas, a nossa elite também tem uma moral
escrava e se ressente ao ponto de não perceber que são pessoas
vencedoras, e assim, podem inventar uma nova moral. Não, a nossa
elite como toda a sociedade, se apega a moral fraca dos sacerdotes
que invejavam a classe guerreira e impuseram essa “humildade”.
Quando desejamos a morte de alguém,
queremos que ela desapareça da nossa realidade, sem pensar que a
outra pessoa tem o direito de viver e os seus têm o direito de
conviver com ela (pessoa). Mesmo o porquê. quando você quer
eliminar uma pessoa ou alguma coisa que uma maioria elegeu ou
construiu, isso não pode ser chamado de democrático. Um dos
princípios humanitários – que a esquerda do Brasil enche a boca
para dizer que são – defender a vida humano de qualquer modo.
Será que quem não gostamos não é humano? Será que quem não
concordamos passa a não ser humano e não temos que ter empatia?
Chamamos esse tipo de atitude de “ódio do bem”, aquilo que é
definido como um ódio direcionado a tudo que não se concorda, que
apresenta coisas que vão contra minha ideologia de estimação. Vou
mais além, não só a esquerda tem esse “ódio do bem”, mas
todos aqueles que não reconhece em uma outra vida, o direito de ser
o que é. Pensar é um direito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário