Por Amauri Nolasco
Sanches Júnior
Primeiro, não existe conservador-liberal, isso é uma
aberração. Conservadores deixam bastante claro que não são contra as mudanças,
mas, são parecidos com sistemas antagônicos (ou, na qual, pretendem ser). Isso
que vimos aqui no Brasil – se podemos chamar de fenômeno – se materializa em um
ressentimento que corruptos não vão para a cadeia e que, nenhum governo
resolveu questões básicas do próprio povo. Um reacionário não quer mudar de
modo nenhum, um conservador pensaria com muito cuidado sobre mudanças. Como
ouvi em algum lugar, um conservador tem um pacto entre a geração antiga e as
novas e as mudanças devem ser feitas dentro de bases dentro da própria cultura.
Liberais, por outro lado, se caracterizam na liberdade, seja
econômica, seja ela de costume. Não há o mínimo de logica – e isso o
liberalismo deixa bastante claro – você ser liberal na economia sem uma base de
liberdade social, mesmo, que as questões liberais tendem sempre a ter mais
ênfase economia. Nós libertários, deveríamos ser contra imposições de caráter
de todo tipo, sejam elas morais ou de cunho político-econômico. Mesmo o porquê,
um dos mais conceituados pensadores, von Mises, tinham um pensamento voltado a
praxiologia. Ou seja, seja na base de qualquer economia, sem o desejo e a
vontade popular de consumir esse produto não há como vender. Eu posso ir ao
shopping e passar na frente de um McDonalds e querer comer num restaurante
qualquer – aliás, vimos muito isso e que rechaça a teria do fetichismo marxista
– e isso, eu giro a economia daquele restaurante e dou o poder daquele
restaurante de concorrer com o ‘mequê”.
A questão – que foi levantada por Hayek – que o movimento
conservador seria o mesmo que movimentos como o do comunismo, fascismo, nazismo
etc, porque quer impor uma moral a uma sociedade. A maioria dos libertários
(que insistem em se chamarem de anarcocapitalistas) são, na verdade, liberais
que não querem pagar impostos. Pior ainda, não entendem nem o liberalismo. O
próprio Rothbard classificou o movimento libertário como um movimento segmentado
como um movimento liberal clássico, ou seja, como liberais clássicos e não conservadores.
Se nem o liberalismo cabe uma certa dose de conservadorismo, os libertários
muito menos. A questão libertária é utópica assim como, parte da teoria liberal
também é e entra no rol de utopias politicas como o comunismo e afins. Temos
que enxergar uma politica mais com uma visão cética e entender que nenhum governo
vai favorecer o povo, e sim, vai usar sua ingenuidade – por causa da sua educação
estatal – num modo de serem massa de manobra. Isso fica claro no Brasil.
O Brasil (por razões de colônia) começa com um feudalismo de
capitanias hereditárias e os donos do engenho eram senhores feudais. Mesmo o porquê,
Portugal do século dezesseis é feudal e sua educação é escolástica. A questão política,
como é óbvia, tem a ver com a contrarreforma. A cultura norte-americana tem a
ver diretamente com a reforma protestante e tem raízes, completamente, liberais
nos moldes iluministas. A questão é: qual o valor raiz dentro do
conservadorismo brasileiro? Porque temos dois imperadores liberais (com devidas
ressalvas) e temos uma república progressista ao ponto de colocar uma frase
positivista na nossa bandeira. Ou seja, nossa tradição religiosa é católica,
nosso governo é laico, mas, nossa tradição política é progressista-liberal. Mas,
por motivos ainda desconhecidos, nosso conservadorismo (assim como o
norte-americano) se tornou reacionário.
Na Wikipedia, encontramos:
“O sentido histórico do termo "reacionário" refere-se àquele que se contrapõe ao presente, e consequentemente às mudanças revolucionárias, sociais e políticas. Nesse sentido, entende-se como reação o conjunto de forças que atuam no sentido de retorno ao estado anterior.”
Portanto, a nova direita (neoconservadorismo) diz ser contrário
o que está ai no cenário politico e social. Mas, contudo, eles são contra o
presente e querem algo que esta lá no passado. Ou seja, um conservador tem plena
certeza que as coisas mudam e que evoluem, mas, o reacionário nem aceita o
evolucionismo. A maioria deles acredita em Terra-plana e Criancionismo. Provas
fosseis e provas fotográficas reprovam esse tipo de pensamento. E assim, não
posso aceitar – mesmo contra essa esquerda hereditária – essa acunha de
direitista.
A minha questão sempre foi a liberdade. Seja por causa de
ter sido oprimido por uma entidade pelo motivo da minha deficiência, seja por
causa da minha carga de leitura ao longo dos anos. Nas ultimas décadas, eu
aprendi muito mais de filosofia e politica e vi, que o problema da questão não
é a ideologia vigente e sim, o ESTADO. Por outro lado, temos heranças latinas
muito solidas e que devem ser analisadas – como cultuar militares e a imagem do
governante como divino ou imperador. A imagem do governante-divino tem raízes muito
solidas dentro das tradições humanas – como o deus-general do judaísmo ou o
deus-homem do cristianismo – e que mostram o “espírito do tempo” de cada região
e cada povo.
Será que esse é o nosso tempo?
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