quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Eleições e a filosofia






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Amauri Nolasco Sanches Junior

Muitos acham que a filosofia não serve para a vida cotidiana em que vivemos, mas, eu ponho a filosofia em importância, até o porquê, para temos uma vida crítica. Crítica no sentido de analise daquela noticia, ou analise daquela fala. Analisar sem nenhuma paixão – muitas vezes, é mais por medo mesmo – fazem nós usarmos a razão e, talvez, não errar em nossas escolhas. Declarações ou frases malfeitas, podem expressar o calor daquele momento ou até mesmo, através da polêmica, se poderá ter seu nome conhecido por maior número de pessoas. Acontece que esse segundo turno está difícil definir quem votaremos, porque em um lado está o PT que tem apoios meio que anti-Bolsonaro, no outro lado, quem votará no Bolsonaro não quer mais o petismo. Estamos numa escolha de presidente que é um anti alguma coisa.

Só negar uma ideologia – muitas vezes, nem que sabem o que estão negando – que não existem mais. Por outro lado, não acho que haverá morte de minorias, repressão das instituições, ou que a democracia está em perigo, porque analiso sem paixão. Eu duvido de muitas coisas que eu recebo via rede social. Porque aprendi na filosofia, que temos que duvidar de tudo e ver se aquilo faz sentido. Para que aquilo foi feito? Porque aquilo foi feito? Se aquilo que foi feito vai ter importância na nossa vida? São importantes perguntas que deveriam levar na nossa vida. Essas mesmas perguntas, vão fazer a diferença nas escolhas que fazemos. Porque o que fazemos tem sempre que passar por analises daquelas escolhas que fazemos, ou que não escolhemos.

A filosofia sempre me ensinou a primeiro duvidar se aquilo é a verdade, que aliás, não existe verdade absoluta. Porque a verdade muda a partir de uma moral social, que vai mudando conforme a necessidade da sociedade na época que está vivendo. Há uma confusão entre ética e moral. Ética é uma consciência individual, são os valores que recebemos durante a vida e educação. A educação não é escolarização. Educação vem de “educare”, que os romanos tinham que mostrar a realidade aos garotos para ser cidadãos do império. Nem escravos, nem os mais pobres, nem os escravos e nem as mulheres eram educadas. Na verdade, ética vem de “ethika” e que vem “ethos”, os gregos helênicos, tinham no ethos uma alma da cidade-estado funcionar como uma unidade. Poderemos traduzir ethos como caráter de cada um com o outro, com a questão de se colocar na pele do outro. Claro que a democracia ateniense não deu certo por causa dessa unanimidade, que de certa forma, não tinha um questionamento. Ethos também pode ser traduzido por costumes, então, vieram os romanos – que eram grandes admiradores da cultura grega – e traduziu para mor e no plural, mores. “Mor” quer dizer “conforme os costumes” e isso explica. Ética ficou o modo de definir um caráter e moral ficou do modo de definir um pensamento social.

Mas, no voto usamos a ética. O que trazemos dentro de nós como valor que aquele candidato pode ajudar ou não o Brasil. Daí entre na moral, porque um presidente não governa para um indivíduo, ele governa para milhões. O problema é que a nossa cultura não é republicana. Porque nossa sociedade trata o presidente como um imperador, mas, um presidente não pode ser tratado como imperador, porque ele é um chefe do executivo. O presidente não pode ser considerado como um salvador, mesmo o porquê, presidentes são um entre vários que presidem uma nação. As democracias modernas são estruturadas no executivo, legislativo e judiciário, sendo, o executivo escolhido pelo povo. Mas, o critério da dúvida deveria predominar diante dessa escolha, porque há milhares de informações falsas.

Como podemos nos informar com figuras com frases? O método da dúvida tem que ser usado até mesmo, com os memes, com informações estranhas ou vídeos estranhos. Se for um meme, temos que ver se aquilo é verdade ou mentira, porque fatos históricos não podem ser ensinados ou analisados, por frases. Piadas ou gracinhas, são uma coisa, informação ou fatos históricos são outra coisa. Outra coisa é duvidar da Wikipédia, porque se você acha que a Wikipédia está errada, corrigi. Meme foi criado como termo em 1976 pelo biológico Richard Dawkins no seu bastseller “O Gene Egoísta” e é para a memória o análogo do gene na genética, a sua unidade mínima. É considerado como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro ou entre locais onde a informação é armazenada (como acontece com os livros). No respeito da sua funcionalidade, o meme seria considerado como uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma autopropagar-se. Um meme pode ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida como unidade autônoma. Também, estúdio dos modelos evolutivos da transferência de informação é conhecida como memética.

Quando é usado no contexto coloquial (não culto) e não especializado, o termo meme pode significar apenas uma transmissão de informação de uma mente para outra. Esse uso aproxima o termo da analogia da “linguagem como vírus” afastando-o do propósito original de Dawkins, que procurava definir os memes como replicadores de comportamentos.

Fazemos nossas escolhas graças ao nosso comportamento. Dentro desse comportamento são nossos valores, e esses valores vem da educação que recebemos. Como disse um filósofo, educação vem do berço.

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