Amauri Nolasco Sanches
Junior
Muitos acham que a filosofia não serve para a vida cotidiana
em que vivemos, mas, eu ponho a filosofia em importância, até o porquê, para
temos uma vida crítica. Crítica no sentido de analise daquela noticia, ou
analise daquela fala. Analisar sem nenhuma paixão – muitas vezes, é mais por
medo mesmo – fazem nós usarmos a razão e, talvez, não errar em nossas escolhas.
Declarações ou frases malfeitas, podem expressar o calor daquele momento ou até
mesmo, através da polêmica, se poderá ter seu nome conhecido por maior número
de pessoas. Acontece que esse segundo turno está difícil definir quem
votaremos, porque em um lado está o PT que tem apoios meio que anti-Bolsonaro,
no outro lado, quem votará no Bolsonaro não quer mais o petismo. Estamos numa
escolha de presidente que é um anti alguma coisa.
Só negar uma ideologia – muitas vezes, nem que sabem o que
estão negando – que não existem mais. Por outro lado, não acho que haverá morte
de minorias, repressão das instituições, ou que a democracia está em perigo,
porque analiso sem paixão. Eu duvido de muitas coisas que eu recebo via rede
social. Porque aprendi na filosofia, que temos que duvidar de tudo e ver se
aquilo faz sentido. Para que aquilo foi feito? Porque aquilo foi feito? Se
aquilo que foi feito vai ter importância na nossa vida? São importantes
perguntas que deveriam levar na nossa vida. Essas mesmas perguntas, vão fazer a
diferença nas escolhas que fazemos. Porque o que fazemos tem sempre que passar
por analises daquelas escolhas que fazemos, ou que não escolhemos.
A filosofia sempre me ensinou a primeiro duvidar se aquilo é
a verdade, que aliás, não existe verdade absoluta. Porque a verdade muda a
partir de uma moral social, que vai mudando conforme a necessidade da sociedade
na época que está vivendo. Há uma confusão entre ética e moral. Ética é uma
consciência individual, são os valores que recebemos durante a vida e educação.
A educação não é escolarização. Educação vem de “educare”, que os romanos tinham
que mostrar a realidade aos garotos para ser cidadãos do império. Nem escravos,
nem os mais pobres, nem os escravos e nem as mulheres eram educadas. Na
verdade, ética vem de “ethika” e que vem “ethos”, os gregos helênicos, tinham
no ethos uma alma da cidade-estado funcionar como uma unidade. Poderemos
traduzir ethos como caráter de cada um com o outro, com a questão de se colocar
na pele do outro. Claro que a democracia ateniense não deu certo por causa
dessa unanimidade, que de certa forma, não tinha um questionamento. Ethos
também pode ser traduzido por costumes, então, vieram os romanos – que eram
grandes admiradores da cultura grega – e traduziu para mor e no plural, mores.
“Mor” quer dizer “conforme os costumes” e isso explica. Ética ficou o modo de
definir um caráter e moral ficou do modo de definir um pensamento social.
Mas, no voto usamos a ética. O que trazemos dentro de nós
como valor que aquele candidato pode ajudar ou não o Brasil. Daí entre na
moral, porque um presidente não governa para um indivíduo, ele governa para
milhões. O problema é que a nossa cultura não é republicana. Porque nossa
sociedade trata o presidente como um imperador, mas, um presidente não pode ser
tratado como imperador, porque ele é um chefe do executivo. O presidente não
pode ser considerado como um salvador, mesmo o porquê, presidentes são um entre
vários que presidem uma nação. As democracias modernas são estruturadas no
executivo, legislativo e judiciário, sendo, o executivo escolhido pelo povo. Mas,
o critério da dúvida deveria predominar diante dessa escolha, porque há
milhares de informações falsas.
Como podemos nos informar com figuras com frases? O método
da dúvida tem que ser usado até mesmo, com os memes, com informações estranhas
ou vídeos estranhos. Se for um meme, temos que ver se aquilo é verdade ou
mentira, porque fatos históricos não podem ser ensinados ou analisados, por
frases. Piadas ou gracinhas, são uma coisa, informação ou fatos históricos são
outra coisa. Outra coisa é duvidar da Wikipédia, porque se você acha que a
Wikipédia está errada, corrigi. Meme foi criado como termo em 1976 pelo
biológico Richard Dawkins no seu bastseller “O Gene Egoísta” e é para a memória
o análogo do gene na genética, a sua unidade mínima. É considerado como uma
unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro ou entre locais
onde a informação é armazenada (como acontece com os livros). No respeito da
sua funcionalidade, o meme seria considerado como uma unidade de evolução
cultural que pode de alguma forma autopropagar-se. Um meme pode ser ideias ou
partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e
morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e
transmitida como unidade autônoma. Também, estúdio dos modelos evolutivos da
transferência de informação é conhecida como memética.
Quando é usado no contexto coloquial (não culto) e não
especializado, o termo meme pode significar apenas uma transmissão de
informação de uma mente para outra. Esse uso aproxima o termo da analogia da
“linguagem como vírus” afastando-o do propósito original de Dawkins, que
procurava definir os memes como replicadores de comportamentos.
Fazemos nossas escolhas graças ao nosso comportamento. Dentro
desse comportamento são nossos valores, e esses valores vem da educação que
recebemos. Como disse um filósofo, educação vem do berço.
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