Amauri Nolasco Sanches Junior
Como um cara que gosta de rock, não poderia deixar de dar
minha opinião sobre os shows do Waters. Nunca gostei muito de Pink Floyd, eu
sempre achei parado e que não é um som que eu ouviria um disco inteiro no Sportify.
Não vou ser hipócrita. Mas, acho que a questão é você confundir frases
preconceituosas (que o Lula também disse nas gravações que estão no YouTube), não
pode ser confundido com fascismo. São frases preconceituosas, só. Todos têm o
direito de se expressar, mas, os outros tem todo o direito de se expressar ao contrário.
A
democracia é uma maravilha, se pode criticar o Trump e não ser perseguido.
Quero deixar bem claro que não estou, de maneira nenhuma,
defendendo as merdas que o presidente americano, Donald Trump, mas não acho que
seja fascista. Mas, voltamos ao Roger Waters. Eu mesmo não gostando do Pink
Floyd, sei muito bem que o Waters sempre lutou contra o fascismo por ter
perdido o pai na Segundo Guerra Mundial. Na música: “Another Brick In The Wall”
fica claro a questão da opressão no ensino britânico na época. Então, quem foi
no show, deveria saber que o cara iria se manifestar contra o Bolsonaro e saber,
também, que o rock sempre foi um contestador da ordem vigente. Acontece, que as
manifestações contra Roger Waters, aposto o que quiserem, tinham uma ideia romântica
das suas letras e isso é complicado. O brasileiro nem pesquisa sobre as bandas
que ouvem. Eu quando descubro uma banda nova, eu pesquiso sobre essa banda. Por
outro lado, existem biografias (se eu não me engano) do Pink Floyd que pode
esclarecer. O esclarecimento sempre leva a um bom argumento, para não achar que
foi enganado. Ninguém enganou ninguém, o cara faz seu show assim e suas músicas
são políticas e ponto.
Fica igual àquela história de ensinar o que é o nazismo para
a Alemanha numa discussão ridícula e que já foi esclarecida. Nesse tempo tudo
que era social era chamado de socialismo que hoje, após a guerra fria (sim
amiguinho, a guerra fria acabou), só quem defende o marxismo como solução das
desigualdades, usam. Por outro lado, não podemos deixar de destacar, que todos
tiverem seu “bode expiatório”. Porque tem-se que inventar um inimigo para dar
combate a esse inimigo, e isso, é usado por qualquer governo. Aliás, desde o império
romano, se usa um inimigo para justificar ações e justificar governos.
O filósofo Immanuel Kant (1724-1804), dizia: “Esclarecimento
é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele é o próprio culpado”. Qualquer
ser humano que não busca o conhecimento (esclarecimento), não pode reclamar daquilo
que está sendo submetido. Se o Bolsonaro – não votei nele – tem milhares de
defeitos que acho decisivos para não ser presidente, eu não acho também, que o
Haddad seria uma solução num partido que ficou quase 20 anos no poder, e fez
muito pouco. Haddad não fez nada na prefeitura de São Paulo. Colocou um gerente
no serviço ATENTE (serviço de vans especiais de porta em porta) e um superintendente
que só porque ficamos contra uma resolução deles, nos perseguiram por 4 anos. Só
ler o último relatório do meu movimento aqui. A questão é bem mais complexa e
seria simplista demais chamar um de comunista e o outro de fascista. Mesmo o porquê,
você deveria ter que saber o que é o comunismo e o que é o fascismo, que a
maioria não sabe.
Eu particularmente, acho que todo mundo pode dizer e se
expressar como quiser, acontece que o contrário também. O que está sendo chato
é essa dicotomia sem sentido nenhum que emporcalham as redes sociais, geram o pânico,
geram o emburrecimento do povo. o que acontece, é que todo mundo acha cult
gostar do Pink Floyd, mas o rock sempre se impôs contra a tirania (seja ela
qual for), e sempre será assim. Não adianta ensinar a Alemanha o que é o
nazismo, porque o nazismo é de direita. Não adianta ensinar as pessoas que o Bolsonaro
é fascista, elas já foram doutrinadas e vão repetir como outros políticos repetiram.
Não acho que o Bolsonaro seja a melhor opção, por ser ignorante em muitas
partes, mas, não podemos exagerar tanto.
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