sábado, 27 de outubro de 2018

O devotismo e o belo e bom platônico






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busto de Platão 



Amauri Nolasco Sanches Junior

Platão (427 a. c. 347 a. c.) tem duas coisas bem interessantes. Primeiro, o que é o belo e o bom, e a partir disso, a ética que vai vim com o conhecimento. Segundo, que o importante não é a opinião (doxa) e sim, o conhecimento (episteme). Mas, essas duas coisas são interligadas uma da outra. Porque o belo de Platão, não é o belo estético que muitos colocam, mas, quanto mais se tem o conhecimento mais perto do bem universal você está. O que seria ser o bem universal? O que seria ser bom num mundo que as pessoas começam a esquecer alguns valores que nos levariam a esse belo e bom? O bem universal – porque Platão acreditava numa realidade universal dentro das matemáticas geométricas como uma forma universal – são formas nobres de comportamento que todo ser humano pode ser. A nobreza vem sempre com o conhecimento.

Todos nós, em certa medida, somos tomados por certas ilusões que acabam nos desviando da verdadeira discussão. O devotismo (devoto), são pessoas que devotam a deficiência e de certa forma, tem um certo fetiche por ela, ou de cunho de se ver com a deficiência, ou até mesmo, tem uma atração sexual por essa deficiência. A questão fica séria, quando existem pessoas que enganam pessoas com deficiência para conseguirem o que querem, usam sua carência afetiva, usam da boa vontade para levar as pessoas a transarem ou conviverem com eles. Alguns são grosseiros, pervertidos e até mesmo, não respeitam ninguém que queiram entender o mundo dos devotos, que pode tirar essas pessoas do submundo da internet. Até tem um caso de uma amiga, que recentemente, entrou num grupo de pessoas com deficiência e devotos, para entender esse mundo e ao dizer que era casada, sugeriram sexo a três. Eu sei que tem muito isso, porque eles invadiram a salinha (chat) de pessoas com deficiência da UOL.

O conhecimento faz do ser humano um ser muito mais nobre. A nobreza não vem do status de ter dinheiro ou ser da realeza, mas, ter nobreza é tratar o outro com mais respeito. Esse tipo de coisa é de pessoas ignorantes que não sabem que há um equilíbrio entre o que você faz com seu corpo, o que você faz com seu espirito, o que você faz com a sua mente. Que são uma coisa só. As pessoas acham que sendo assim serão sempre moderninhas e descoladas, porém, não passam de pessoas ignorantes de si mesmo e que tem fortes carências de algo que não tem ou não tem capacidade de ter aquilo que almeja. Houve homens com deficiência que me disseram que se você não for procurar na prostituição, não haverá nenhuma mulher que se interessara por você. Ora, por que não? Tantas pessoas com deficiência casaram, tiveram filhos, tem uma vida normal.

E pasmem, existem pessoas com deficiência que vivem uma vida normal sem ter tido contato com outras pessoas com deficiência. Cadeirantes que nasceram assim, se escolarizaram normalmente, fizeram faculdade e casaram sem problema nenhum. O triste é que quando essas pessoas entram em movimentos, elas não são aceitas ou as outras pessoas com deficiência dizem que são vaidosos ou que é mentira o que estão dizendo (ou a coordenação ficam com medo de perder a majestade, mas, fica no vinagre). A questão é o vitimismo que predomina esses movimentos e essas pessoas com deficiência que vê o preconceito como um empecilho para não haver a inclusão, porém, justamente o preconceito, é o motivador de se ter a inclusão, porque a sociedade é ignorante na questão da deficiência e que nós somos pessoas como qualquer um. Somos humanos. Somos consumidores, somos membros da sociedade, somos, até mesmo, eleitores.

Mas o que sinto que falta no nosso meio é mais conhecimento. É ler, se informar, estudar tudo um pouco para as pessoas não enrolarem, ter mais dúvidas do que certezas. Na questão dos devotos é uma questão delicada, porque nem todos são pervertidos e mal-educados, existem alguns que são bastante discretos e até mesmo, bastante educados. Como tudo, depende bastante da subjetividade de cada um e a maneira que cada pessoa enxerga a questão.

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