quarta-feira, 6 de novembro de 2019

A visão heroica do ‘canalha’ Lula



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João Pedro Stedile – dirigente do MST – disse em entrevista da UOL (Universo Online):


O papel do Lula não é com a esquerda, o papel do Lula dura com as massas. Por quê? Porque o Lula foi o produto daqueles 40 anos de mobilizações de massa, que começaram nas greves históricas de 1978 e 1979 das quais ele emergiu como líder operário. Seguiu com a luta das Diretas, seguiu com a luta da Constituinte, seguiu com toda a luta que houve depois. Então Lula é a expressão, é a simbologia. Ele é maior que ele mesmo. É maior que o PT, é maior que a esquerda. Ele é a simbiose do povo brasileiro num só. Então ele, livre, cumprirá um papel que nenhuma outra pessoa pode fazer, nenhum outro candidato, se você quiser.”


Uma primeira pergunta nos vem na cabeça quando lemos isso: será que Stedile esqueceu que o Lula é um ex-presidente? Acho que não. Essa fala dele não tem nenhuma diferença das propagandas soviéticas de Josef Stalin (1878 – 1953), Adolf Hitler (1889 – 1945) na Alemanha e na Itália fascista com Benito Mussolini (1883 – 1945). Aqui não me interessa se Stalin era de esquerda e Hitler era de direita – para um anarquista tudo é a mesma coisa – e sim, o culto a personalidade e da mentira contada muitas vezes. Sabemos que os 8 anos que o ex-presidente Lula ficou no governo ele não fez a reforma agrária. Muito pelo contrário, Lula não fez nada para melhorar a infraestrutura do povo do campo e o povo do sertão nordestino. Ele não é pobre e muito menos operário, porque depois que ele entrou na politica, passa a não ser mais da massa, não só porque ganha dinheiro, mas, já não tem a visão da massa.
Agora vamos analisar as falas do dirigente do MST. No primeiro paragrafo lemos que o Lula não tem o papel junto da esquerda, mas ele tem o papel durável junto com a massa popular. Para entender essa fala temos que entender o que é a esquerda e o que é o petismo em sua essência. A esquerda politica verdadeira – não essa caricatura que temos não só da esquerda, mas a direita também – vem da revolução francesa que era a ala que queria mudanças da politica na época. O que se chama de esquerda (pelo menos no Brasil), tem várias ideologias que cabem dentro dali. Vamos colocar na analogia de ter onde ir, mas, existem vários caminhos a seguir. Também depende muito da cultura e do país que se constrói o que é esquerda e o que é direita, porque depende muito do que se pensa no que é ser liberdade. Por exemplo, nos Estados Unidos da América, os liberais e os libertários são de esquerda, porque direita é só os conservadores (não só de costumes, mas de conservar instituições politicas americanas). Aqui o rolo é mais complexo. Todo mundo pensa que ser de esquerda é ser comunista e progressista (o progressismo não é novo, veio com o iluminismo no século dezessete e dezoito), mas, existem outras alas da esquerda brasileira como o trabalhismo varguista (sim, Vargas era uma politica de esquerda) e a social-democracia e muito outros.
O PT (Partido dos Trabalhadores) é trabalhista varguista e a estrela no centro da sua bandeira, mostra a estrela central do trabalhismo justo e igualitário (num outro texto, talvez, posso discuti essa simbologia). O socialismo é um governo que educa a grande massa a ser homogênea e unida num desejo só e consumir só aquilo que seja necessário, ou seja, ela não destrói o capitalismo e sim, muda esse capitalismo de mãos. Ou seja, o socialismo não quer acabar com o capitalismo e sim, mudar esse capitalismo das mãos dos capitalistas, para o ESTADO. Acontece, que o poder seduz muito mais do que o dinheiro e não se teve nenhum país socialista que se tornou comunista. Mas, nem sempre o capitalismo é santinho, há sim exploração que precisa ser reprimida e combatida, mas, não acho que há uma guerra de classe. Portanto, essa desigualdade é um erro do próprio ESTADO (ou é provocado para dividir para melhor governar), porque um povo melhor educado, melhor cuidado e melhor remunerado as riquezas vão aumentar naturalmente.
Então, com o trabalhismo varguista populista e com o discurso de guerra de classes usando a desigualdade brasileira, Lula se mostrou uma lenda daquilo que nunca foi. Existem vídeos que mostram que ele fala números que não existem, dizia coisas que não existem e se fez nesses 40 anos. As chamadas greves históricas de 1978 e de 1979 – quem é filho de metalúrgico e quem conhece metalúrgico a vida inteira sabe – que eram greves que serviam para enxugar as fábricas e ter motivo de demissão por justa causa. Por que será que elas terminaram com a fundação do PT? Hoje ainda tem esse tipo de greve? Acho que falta para o nosso povo esse tipo de questionamento e uma visão crítica da questão politica e de crenças – há uma diferença gritante entre ser religioso e estar numa espiritualidade – onde uma visão cética é importante. 
Depois ele (Stedile) trabalha a questão do “endeusamento” do Lula muito bem. Stedile diz que Lula seria uma espécie de expressão e assim, existe uma simbologia em torno da figura do ex-presidente. Ainda, chega a dizer que o canalha Lula é maior que ele mesmo. Ele é uma simbiose – uma espécie de unidade – de toda massa popular mais carente. Assim, segundo o “sem-terra”, ele livre cumprira o que nenhum outro candidato podera cumprir. Só que ele foi presidente e não cumpriu e não me venha falar que a elite não deixou, porque a elite estava toda a favor do Lula em seu governo e ele não fez nada. Esse “sebastianismo” - que tem a ver a simbólica figura de Dom Sebastião que era rei de Portugal e foi morto lá, levando muitos a esperar sua volta mesmo assim – mostra como nosso povo precisa de figuras divinizadas para se sentirem representados. Mas, qual melhor representação seria melhor do que a si mesmo?

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