domingo, 30 de agosto de 2020

Por que o segmento de PCDs é tão covarde?

Coragem ou Covardia? - CVV | Centro de Valorização da Vida

 


Por Amauri Nolasco Sanches Junior


A pergunta seria: qual o preço de uma covardia de não se ir atrás daquilo que você mais quer na vida? Qual o preço a pagar quando não falamos aquilo que estamos sentindo? A questão sempre paira entre a realidade que achamos que estamos vivendo ou a realidade que, realmente, existe dentro de uma simetria temporal. Ou seja, quando falamos de realidade, falamos de objetos que existem independente daquilo que percebemos com nosso intelecto. Por exemplo, a cadeira de rodas que estou sentado existe independente se eu ou outro individuo estiver sentado, assim, sua realidade não é a única entre muitas realidades. Mas, dentro da luta das pessoas com deficiência, existem aqueles que colocam a “cara a tapa” e vão a luta e outros, que não querem nem saber. 

O que eu entendo por “pessoa covarde”? Uma rápida “googada”, você encontra o significado de covardia, que é a ausência de coragem. Todas as pessoas que não demonstram coragem, são pessoas, pelo menos para mim, que ou procuram agradar todo mundo para conseguir mais afetos (isso inclui não querer bater de frente com a família) ou são pessoas que se autoalienam ou são alienadas da sua própria realidade. Ou elas não entendem ou não querem entender, que ninguém vai fazer por elas aquilo que elas mesmas devem fazer por si mesmas, sendo sempre, autônomas ou, não se atentaram, que a Lei da Inclusão (leia-se estatuto das pessoas com deficiência), tirou qualquer questão de tutorização de pessoas que tem consciência das suas faculdades mentais. Ou seja, se você não é uma pessoa com deficiência mental grave, então, não tem nenhum tutor e pode responder pelos seus atos e não atos. Se sua vida está uma “merda”, a culpa é toda sua. 

A covardia também, se transveste de conceitos religiosos que são, muitas vezes, consolos dos ressentidos. Mas, vou bem além, o ressentido é aquela que tem raiva daquele que conseguiu, aquele que foi além das enumeras caixinhas ideológicas e religiosas, e alcançou seu objetivo. Temos que superar esses conceitos e aceitar que não há ninguém e nada que vai nos levar naquilo que queremos, naquilo que podemos alcançar. Isso se chama: vontade. Todo covarde (aquele que não demonstra coragem), tem alguma vontade, mas anula essa vontade para ficar com seu “cobertor de Linus” (personagem do Snoopy que carregar um cobertor) e ter um lugar seguro e quentinho sem enfrentar a realidade. Qual realidade? Não é a realidade que nos impõem como a unica, mas a realidade de fato, sem as amarras do conceito vigente. 

Uma outra característica que vem da nossa cultura – e somos filhos da nossa cultura pela educação e convivência social – é a mesquinhez, cuja a origem, pesquisadores não encontraram. Uma pessoa mesquinha sempre é uma pessoa que não gosta do sucesso do outro, aquele que acha que o outro tendo sucesso, vai ser um possível concorrente. Tenho dois amigos, uma amiga surda faz livros para pessoas que fazem implante coclear (que são aparelhos instalados por cirurgia) e muitas outras coisas – quem quiser ler o blog dela (aqui) – e muitas pessoas criticam o seu trabalho, mas eu sempre digo que sou fã dela. Outro amigo é musico e conheço a anos, até, graças a minha mãe, descobri que nos conhecemos na AACD muitos anos atrás (eramos garotinhos). Eu sempre compartilho os vídeos da banda dele. Por quê? Porque o sucesso deles podem ser espelho para o meu, pode ser que muitos podem fazer sucesso com deficiência através deles, abrindo vários caminhos e demonstrando que a deficiência não atrapalha a vida. 

Exatamente. Juntando a covardia de pessoas que não sabem nem o que querem ou o que gostam, então, como querem dar alguma opinião? Aliás, opinião nem é demonstração de conhecimento, pois, só é achismo e todo achismo não corresponde a realidade. Todo achismo tem a ver com suas próprias crenças, e muitas vezes, as crenças são apenas lendas do que a sociedade conta. Muitas dessas lendas são o começo do preconceito, daquilo que prejulgamos como sendo real, e não são. Pelo que vejo, é muito mais confortável viver assim e ter uma vida de “merda”.




Nenhum comentário:

Postar um comentário