quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Bolsopetismo e a grande Matrix ideológica


Por Amauri Nolasco Sanches Junior


A dicotomia tomou parte do mundo por falta de uma definição concreta das ideologias. Por quê? Porque nunca houve uma definição real o que seria de direita e o que seria de esquerda, pois, sempre haveria um terceiro excluído e por outro lado, as coisas nunca foram em uma caixinha definida. Mesmo na assembleia francesa onde essa dicotomia apareceu, havia nobres que defendiam a posição da esquerda. Na verdade, a questão sempre foi uma das formas que os conservadores ingleses acharam, para combater o progressismo iluminista. Quantos conservadores não deveriam ter tido várias amantes e ter traído sua esposa? Quantos conservadores não devem ter molestado ou maltratado os próprios filhos? A questão foi sempre em ter um “cobertor quentinho” para se sentirem seguros de si e o que eles chamam de “inimigo”. 

A meu ver, tanto a direita, quanto a esquerda, são denominações daquilo que chamo de “reprogramação do sistema”. No final das contas, o poder constrói um artifício sólido (com inimigos e tudo), para enganar a grande massa que tem que trabalhar para sobreviver. Parece que se auto-alienam para não responder pelos seus próprios atos ou até mesmo, acharem que devem se fazer de ignorantes para não perder algum beneficio. Ao certo, essa “infantilização” da grande massa tem uma origem: o poder fazendo problemas para venderem soluções. Qual estado fez de seu povo tivesse melhores condições? Pior de tudo, nenhum governo pode governar sem o aval e sem a “permissão” da elite dominante (mesmo os que se chamam de socialistas). A teoria que sem o estado haveriam guerras perpétuas, remontam muitos milênios atrás, que talvez, com esse discurso puderam convencer as inúmeras clãs a estabelecerem esse tipo de sistema. 

Uma câmara parlamentar de hoje não é diferente dos sacerdotes egípcios, assim como, um senado romano não é diferente de um senado de qualquer governo democrático de hoje. Mas, o que remontam, verdadeiramente, a direita que designa a conservação de morais seculares (o Brasil tem milhares de culturas e não construiu sua própria), e uma esquerda que tenta convencer que existe uma moral dominante que precisa mudar? Essa díade – que são duas individualizações que tem uma certa ligação – não tem uma definição aqui, pois, por sermos um país desigual, temos tanto questões das morais judaico-cristãos, como uma modernização de tudo (que poderia ser classificado como progressismo). Não há um consenso – que aliás, há vários cristãos dentro da própria esquerda – porque não temos, dentro da escola, nem uma definição com o qual podemos nos identificar. Temos uma moral judaico-cristã, afro, indígena? Temos uma ética ocidental ou oriental? 

Com esse cenário podemos ver que a realidade, muitas vezes, não existe e o que existe é só um jogo de linguagem. Quando eles dizem que tudo é culpa do outro (seja ele quem for), não é muito diferente dos reis que usavam figuras ou sagradas para levar o seu reino a guerra. Ou até mesmo, esconder alimentos para convencer os seus súditos a conquistar tal reino para ter o alimento. Não era a realidade, não era como as pessoas pensam que é, são apenas ilusões para te convencer que tudo não passa de uma simples dicotomia. O poder sempre vai te fazer agir como eles querem que você haja, ou pela mídia, ou pelas mídias sociais, ou por outros meios. Não importa se é a direita ou a esquerda, o que importa é o poder.


http://br.blastingnews.com/politica/2020/09/rosa-weber-autoriza-investigacao-de-romario-e-benedita-da-silva-003195142.html

Publicado por Amauri Nolasco S. Junior em Quarta-feira, 2 de setembro de 2020

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