Por Amauri Nolasco Sanches Júnior
Recebi um meme no meu grupo que dizia assim: “no dia 11 de novembro o STF votará a ADI 5668, que se for aprovada, irá obrigar todas as escolas do Brasil a ensinarem a teoria de gênero”.
Esse meme simplifica aquilo que não deveria ser simplificado. Primeiro, essa Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5668) não é sobre a Teoria de Gênero (que nem é teoria e sim, ideologia) e sim, sobre “bullyung homofóbico”. Segundo o site de noticia do STF (Supremo Tribunal Federal), o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), fez um pedido ao Supremo para que dê uma interpretação conforme a nossa Constituição Federal ao Plano Nacional de Educação aprovado pela lei 13.005/2014. Segundo o pedido, isso era para reconhecer o dever constitucional das escolas publicas e particulares de prevenir e coibir o bullying homofóbico, consistente em discriminações por gênero, identidade de gênero e orientação sexual, assim como, respeitar a identidade de crianças e adolescentes LGBT na escola. E sim, vai ser votado no dia 11 se tem margem na Constituição do Brasil.
Feito o esclarecimento da primeira parte, vamos analisar essa “teoria de gênero”. Como eu disse, não é teoria de gênero, mas uma ideologia de gênero. Segundo o site Politize, “ideologia de gênero” é um conceito, ou melhor, é um termo que busca representar uma realidade e para entender, temos que saber o que é ideologia e o que é gênero.
O que é ideologia? Segundo Norberto Bobbio, existe um significado “fraco” e um “forte” para a ideologia. Fraco, é um conceito neutro, responsável por organizar um conjunto de valores políticos para assim orientar comportamentos coletivos. A titulo de exemplo, poderemos pegar a social democracia e ver que é uma corrente politica que, entre muitas coisas, aceita o capitalismo como um sistema econômico vigente, mas busca compensar seus “efeitos colaterais”, como a desigualdade de renda, aplicando medidas por meio de politicas publicas.
Forte, tem um sentido negativo, porque acredita que as noções ideológicas, que são pautadas no senso comum, são contrarias aos conceitos criados cientificamente. Esse senso comum, por ser oposto a ciência, tenderia a ser errado, seria construído a partir de uma classe dominante que vai buscar criar uma interpretação falsa daquilo que temos como realidade na classe dominada (parece que alguns setores da esquerda esqueceram disso).
O que é o gênero? Esse conceito é muito presente no movimento feminista desde a década de 70 e é entendido não como sexo biológico, mas como as construções sociais baseadas nos sexos biológicos. Pode parece bastante confuso mas não parece se entendemos alguns fatores. Por muito tempo se pregou que os homens eram superiores às mulheres por algumas características biológicas, e essas características, não eram só a força física, por exemplo, mas diziam que o homem eram muito mais inteligentes. Assim, o conceito de gênero surgiu para contestar isso. Gênero não pode ser considerado um termo mais bonito para falarmos de sexo biológico, mas uma palavra que mostra essa desigualdade na percepção das capacidades dos homens e mulheres como algo socialmente construído.
Se acredita que o termo “ideologia de gênero” tenha surgido pela primeira vez no ano de 1998, em uma nota que foi emitida pela Conferencia Episcopal do Peru que tinha o nome “Ideologia de gênero: seus perigos e alcances”. Esse evento nacional ocorre a cada ano e é uma tradição na Igreja Católica. Desde então, o termo tem carregado um significado pejorativo – que seria, negativo ou ofensivo – usado pelos setores mais conservadores da sociedade que protestam quando o assunto é gênero e assuntos que são relacionados.
Ora, a meu ver, existem fatos concretos e fatos vindo da loucura da esquerda delirante (sim, como a direita, existe uma esquerda delirante. Claro, que num modo concreto, existe preconceito e discriminação (ate mesmo, exclusão) das chamadas minorias (pessoas com deficiência, negros, homossexuais e etc), que vimos todo dia nos jornais e ouvimos dizer. Mas, tem os delírios de separar o bullying por camadas e por cada minoria. Afinal, bullying é bullying. Esse tipo de coisa é uma questão de ter ou não educação – na minha visão, até apelido é má-educação – e não vai fazer ninguém, ser ou não homossexual.
Por um lado a esquerda delirante quer dividir o bullyung por camadas, a direita delirante acha que vai acabar com a família. Isso quebra a ideia iluminista, que o conhecimento iria livrar o ser humano das trevas. Vivemos ou não no meio do conhecimento? Se sim, o porque, ainda vimos esse tipo de coisa? Porque, a família não vai acabar se o STF dizer que nenhuma escola pode ter um “bullying homofóbico” e você, não tirar “sarrinho” de uma pessoa homossexual. Por outro lado, não existe só os homossexuais que não “bulinados”. Então, a questão entra na falta de pesquisa e daquilo que é mostrar a verdade, não enganar e mostrar a não verdade.
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