sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Os Correios e a ética

 

 





A consciência é o melhor livro de moral e o que menos se consulta.

Blaise Pascal

 

Amauri Nolasco Sanches Júnior

 

 

Eu venho reclamando a vários anos da empresa estatal Correios de não entregarem no meu CEP, já que na minha região não é uma região de risco. Mesmo que fosse, vários entregadores entregaram – até mesmo tarde da noite – nunca foram assaltados ou que alguém tomou a mercadoria. E não vem do governo do Estado atual, com o governador João Doria Jr (PSDB) ou do governo atual do presidente Jair Bolsonaro (PL), isso vem de muitos anos e vem se arrastando ate mesmo nos governos de esquerda, na qual, tudo começou. Aliás, uma questão bastante interessante é: por que nos governos de esquerda a criminalidade aumenta? Porque o problema começa, exatamente, com o governo petista onde em várias regiões de São Paulo começaram a aumentar a criminalidade.

Claro, seria muito melhor com o estado que temos – com gastos das deficiências sociais, que o próprio estado cria para se autoafirmar e dominar pela ignorância – ter empresas estatais que dessem lucros e que mantivessem os inúmeros programas sociais que temos. Mas, não podemos esquecer, que quando você contrata um serviço – e pagamos frete, não é de graça – queremos que a empresa funcione e faça a entrega que você encomendou na sua casa. Ainda mais eu sendo cadeirante e tendo de comprar só em lojas que não fazem entrega nos Correios, porque o meu produto não vai chegar. Então, como fica? Imagina como eu fiquei na pandemia, isolado e sem comprar coisas porque as lojas só entregavam pelo Correios. Não está na hora de se pensar em privatizar essa empresa para melhor ingerir as cartas e as encomendas?

Muitas pessoas dizem que existem regiões que ainda escrevem cartas – que não tem condições financeiras, exatamente, pela incompetência de um estado que não provem educação, saúde e segurança (além de abrir para a indústria e gerar emprego) – e que, ficaria muito caro essas cartas serem mandadas. Primeiro, se uma empresa for publica, na lógica de qualquer governo, esse tipo de serviço seria de graça, pois você paga com o imposto que vem e tudo que você compra. Se é para pagar, você compra da iniciativa privada. Além do mais, existe a competência do funcionário que ou trabalha com eficiência – dando ao cliente o que deseja – ou abre vaga para quem trabalha direito e as empresas estatais são um antro de cabide de emprego. Muitas pessoas trabalham dentro dos governos e das empresas estatais por indicações e não porque fizeram concurso público. Muito poucos passam em um concurso público. Agora – como todo texto meu – tem a parte que não aprendemos na escola, porque tem a ver com a ética.

Podemos dizer dentro daquilo que eu estudo – mesmo o porque, sou um filósofo – que a ética são estudos no campo moral. Ou seja, é um estudo bastante aprofundado daquilo do comportamento e do caráter. Assim, a ética no modo filosófico procura descobrir o que motiva cada individuo de agir em determinado jeito, diferencia também o que significa o bom e o mau, e o mal e o bem. A meu ver, há ética mede o caráter que é construído a partir do ponto da ação de um indivíduo, ou seja, uma harmonização dentro do corpo social. Por mais que eu seja contra o estado e suas resoluções – que são péssimas para pessoas como eu, com deficiência – a questão do corpo social é uma realidade e a ética é um meio de medição daquilo que cada um mede e sabe que vai ou não fazer.  Isso, mais ou menos, se constrói na infância da pessoa.

Sim eu sei, esse tipo de ética foi construído dentro da filosofia antiga e que visava uma harmonia muito melhor dentro do escopo social. Há diferenças gritantes dentro da antiguidade e dentro da contemporaneidade – pelo menos, na maioria dos países – onde o cidadão hoje, tem liberdade – bem relativa – de se expressar e de fazer o que deseja. Ora, só que a liberdade pressupõe responsabilidade e empatia com o outro que compartilha do convívio social e muitas vezes, não se tem essa empatia. E se o carteiro – que anda ou não tem nenhuma deficiência ou ninguém com deficiência da sua família – não quer entregar uma encomenda ou uma carta, com quem devemos reclamar? E a ética do carteiro que não quer fazer o serviço? São questões, que muitas vezes, não fazem parte do ensino nas escolas e muitas vezes, a ética não faz parte da grade universitária de qualquer curso. Porque tem a ver com escolhas e as escolhas podem prejudicar o outro, podem ferir o outro ou pode, não ser ético como forma moral daquilo se universalizar (como idealizou Kant). Universalizar um ato é ensinar as próximas gerações e é isso que é o ato de educar, o ato de colocar para as próximas gerações, o respeito. A maioria dos brasileiros, são muito mal-educados, não tem nenhuma empatia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário