Sócrates é um dos principais nomes da Filosofia
Muitas pessoas podem me perguntar: por que você escolheu
fazer filosofia? Já que eu tenho curso de publicidade e técnico de informática
e um outro curso de filosofia de especialização da filosofia da educação –
todos técnicos – eu poderia fazer um curso especializado nesses três cursos.
Mas, esses cursos foram tentativas de estrar no mercado de trabalho, por outro
lado, temos uma sociedade capacitista (discriminam pessoas com deficiência) que
acham que não somos capazes de arrumar redes ou computadores, ou montarem peças
publicitarias dentro de uma agência. Aliás, dentro do mercado de publicidade e
marketing, podemos dizer que existe muita vaidade estética e não fica bem tem
pessoas com deficiência ou pessoas – com outro estilo de roupas ou com estilos
diferentes de comportamento – dentro de um uma agência de publicidade. Como
cultura – que a elite nem sabe o que é isso – somos atrelados ainda ao século
19 e tudo roda numa elite parada no tempo (que não deseja modernizar o Brasil).
Por muito tempo, achei que filosofia e deficiência fossem
algo separados, mas, não são e são até compatíveis em contrapor algumas ideias
da filosofia. Esteticamente, como disse anteriormente, somos rejeitados como
pessoas “anormais” e que não servem para um serviço. Na publicidade, por
exemplo, é toda construída em imagens romantizadas da estética perfeita, porque
a essência da ideia publicitário – se é que podemos dizer assim – é feita de
modo a sintetizar aquilo que convence. Muitas poucas agências de publicidade,
fazem propaganda de cadeira de rodas ou de outras aparelhagens para pessoas com
deficiência dentro dessa imagem perfeita. Porque um publicitário vive na
mentira. Vive numa estética construída de um glamour que não existe. Talvez, eu
seria um publicitário no modo de construir imagens bem, mas não me sentiria
fazendo uma propaganda de cigarro vendo pessoas morrendo de embolia pulmonar. Ou
fazer propaganda de bebida e vendo pessoas tendo cirrose. A mentira por
questões financeiras – não haveria nenhum problema, se fossem empresas que
usassem a propaganda como meio de divulgação mesmo – é uma questão ética, de
Aristóteles, até Kant.
A filosofia vai além, diz que a pior mentira é aquela que contam
para si mesmo. Convencer não é só uma arte de divulgar coisas – como se fosse
algo necessário hoje em dia – para serem compradas, mas, pode ser ideias e um
bom debate pode ser um bom divulgador. Os norte-americanos – porque americanos
somos todos nós – inventaram a publicidade, pelo menos a profissional, para ser
um meio de divulgar produtos. A coisa chegou até na política. A questão é: por
que a publicidade tem esse glamour se a muito tempo se perdeu ele? Por que
existem padrões de se vestir ou estéticos? A meu ver, a imagem do publicitário
é muito romantizada e muito elitizada. Do mesmo modo do filósofo, que nada tem
de diferente do publicitário. Aliás, tinha uma amiga portuguesa, que dizia que
a publicidade tinha nada a ver com a filosofia. Hoje em dia, descordo.
Propaganda é um modo dialético. A peça publicitaria é a
tese, você demonstra a tese que pode ser que se você beber uma certa marca de
cerveja, você vai atrair mais mulheres e vai ser o fodão. A antítese vai dizer
que tudo aquilo é uma mentira – e o é – e dizer que se você beber muita
cerveja, você vai morrer de cirrose. Mas, além da dialética tem também a figura
de linguagem, onde se exagera a realidade para convencer. Hoje em dia alguém
acredita nisso? Não. Se acredita ou é muito ingênuo, ou simplesmente, tem uma
deficiência mental. O fato é que existe um hiato se existe mesmo a realidade,
ou são apenas ilusões da minha mente. O que é verdade ou o que é mentira? A peça
publicitaria pode estar te dizendo que aquilo pode se realizar como pode, mas,
pode não realizar e esse não realizar vai determinar a síntese. Ou seja, você
pode concluir ou que você gosta dessa marca e consome (e isso acaba sendo um entretimento
apenas), ou pode dizer que é uma grande mentira e beber um suco. Na verdade, a
publicidade superestima a vontade humana.
A meu ver, a realidade é muito mais complexa do que
pensamos, mesmo o porquê, a questão da publicidade me fizeram ver o mundo de
ilusões da mídia onde um produto (que tem a ver com o gosto de cada um) pode
virar uma necessidade. Mas, a técnica de informática (TI), me fez bem a logica,
até mesmo, na minha escrita. Se você não programar direito, o computador não
vai ler o código fonte do software e não vai funcionar, não vai entender a
linguagem da programação. Por prestar atenção de cada detalhe da linha
algorítmica – sim, o algoritmo é a linha da programação que o computador entende
e aquele programa funciona – comecei a prestar atenção na minha leitura (leio
livros melhor) e a escrita (escrevo melhor).
A programação e a computação me deram além da lógica –
comecei a entender filmes como Matrix e Exterminador do Futuro – as questões
metafisicas ficaram bastante claras. Já pensaram que nossa realidade, na
verdade, são códigos e informações? A consciência – que, a meu ver, é o modo
racional afetivo de ver e interpretar o mundo – seria o software que faz com
que o cérebro tivesse um relapso temporal dentro da margem da realidade. Eu sei
que o que esta nos meus ouvidos são fones, mas, também sei que a minha
consciência esta me dizendo que esta me enviando a musica nos meus ouvidos é um
instrumento chamado fones. Ouço música porque gosto, o meu gosto é o que satisfaz
minha crença que eu tenho autonomia em ouvir o que eu quero. Mas, as pessoas
colocam o som alto, os pastores gritam num culto, a moto faz barulho quando
passa na minha rua. Onde está a minha autonomia em dizer que temos liberdade? A
programação me mostrou isso. Além da linguagem e a codificação da realidade –
pois, tudo não passa de codificação – também mostrou que tudo faz um conjunto,
se as partes não operam juntas e cada uma fazer sua parte, será uma catástrofe.
Talvez, eu escolhi ser filósofo – ainda vou fazer mestrado –
porque eu li Sócrates na primeira (só depois eu li os comentadores). E isso me
deu uma base bastante solida do que eu queria ser e explorar. Será que existe
uma verdade ou todo o universo é um grande mistério? Não sei.
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