segunda-feira, 3 de março de 2025

REFUTAÇÕES ARGUMENTATIVAS DOS REDPILLS

 


Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharel em filosofia)

 

 

Num sentido psicológico as pessoas que tem menos cuidado com o corpo e fazem tatuagens, piercing, pinta o cabelo, pratica auto mutilação tendem a apresentar propensão a desenvolver problemas psicológicos, instabilidade emocional e busca constante por validação externa. Red flag (Supimpo)

 

No filme Matrix – que eu chamo de uma nova caverna de Platão com a filosofia moderna – Neo (Keanu Reeves) tem duas escolhas: ou ele toma a pílula azul e fica dentro do simulacro da Matrix, ou ele toma a pílula vermelha e sai dessa realidade virtual. Aí que está o erro – há várias teorias sobre a cor das pílulas no filme – a pílula vermelha requer mudanças de uma realidade e não ele permanecer nela. A meu ver, o movimento dos redpills (pílulas vermelhas) deveria chamar-se bluepills (pílulas azuis). E é uma questão científica e linguística.

Podemos dizer que existe um método cientifico que se pode atrelar a falta de cuidado do corpo a ligação com ter tatuagem, mas temos que ter cuidado. Toda demonstração linguística (semântica) pode ter um sentido não daquilo que é, mas aquilo que a pessoa acredita como verdade. A argumentação pode ter crenças pessoais. Muitas coisas que dissemos nas redes sociais – por ter lido em outros sites ou blogs – são, como diria Aristóteles, “elencos sofísticos”. Ora, quer dizer que tudo aquilo que parece ser verdade, na realidade do fato (como disse que esse blog não foge), não passa de argumentos falaciosos. Não há nenhum “sentido psicológico as pessoas que tem menos cuidado com o corpo e fazem tatuagens”, porque não há sentido nenhum dentro da argumentação. Tudo aquilo que tem um “sentifo”, tem que ter um proposito e assim, qual o proposito psicológico nesse caso? Há ou não indução?

Há. Os argumentos fazem parte de argumentos do neomachismo (redpill)  em que querem demonstrar que mulheres com tatuagens e afins, são mulheres que são “rodadas”. Outros acham que é uma questão de não se conhecer e não se encontrar, mas sabemos que são visões preconceituosas generalizadas como se as pessoas não tivessem direito em escolher. Assim que há uma espécie de distorção do estoicismo – apesar que gostei bastante do Diário Estoico de Rya Holiday que estou devendo um texto – há uma tentativa da volta de uma cultura de colocar o homem como o provedor alfa (eles tem muito de alfa e beta). Tirando as características físicas anatômicas e de força (pois, biologicamente, o homem é mais forte e o capitalismo tira isso para ter mais mão de obra manual), a mulher é um ser humano como qualquer ser humano que pode aprender e pode fazer escolhas.

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