A quem interessa, como a frase do general chines Sun Tzu, “governar
sobre as cinzas”? Embora tenha mudado o nome desse blog, ele é um meio que eu
tenho como resistência através da filosofia (razão), ciência (conhecimento) e a
religião (espiritualidade). Isso tem a ver com o progresso através do
conhecimento e do saber dentro de um pensamento solido e seguro de que fara o
ser humano não só evoluir biologicamente, mas mentalmente, emocionalmente e
espiritualmente, fechando o triangulo do existir humano.
Daí a pergunta: existe liberdade? Alguns filósofos e
intelectuais, colocam a liberdade como algo utópico e tendem a achar que a
liberdade tende a ser só mais uma crença como outras crenças. Mas, a meu ver, a
liberdade tem a ver com a individualidade de sermos o que somos como
indivíduos, tendo nossos valores dentro de um pensamento único e nosso. Daí –
ao contrário de um vídeo do Instagram do Marcus Ruzzo – o individualismo nada
tem a ver com você compartilhar línguas, genes etc., mas tem a ver com o teu existir
e ter o direito de privar alguns aspectos da sua vida que não são públicos
dentro da nossa vontade. A vontade como ato muito particular do desejo
individual, tem a ver com a liberdade individual de cada ser sem precisar de
incentivo. O coletivismo leva ao populismo.
E assim, lendo Steven Pinker (psicólogo e filosofo vivo) “O
Novo Iluminismo”, pude encontrar dentro do pensamento iluminista, várias
características do mesmo pensamento e sei muito bem que um desse pensamento é a
“razão”. E dentro de um pensamento mais racional e não tão emocional vem a
pergunta: a quem interessa esse caos e não for pela razão, qual o caminho do
progresso? Ai devemos abrir uma ressalva importante, pois, mesmo que na nossa
bandeira tenha “ordem e progresso”, nem todo mundo entendeu e nem todo mundo
gosta e tem simpatia pelo progresso. A frase vem de uma outra frase de Auguste
Comte, o pai do positivismo, que diz "O amor por princípio, a ordem por
base e o progresso por fim.", que por explicação seria o amor como força
moral, ordem como estrutura social e progresso como objetivo coletivo. Nossa república,
calcada no positivismo, deu a bandeira algo como ordem como estrutura social
solida e progresso como objetivo coletivo e não puseram o amor como objetivo
moral. O grande problema do Brasil, sempre foi de ordem moral como estrutura
social como uma construção coletiva.
Ou seja, ordem sem amor pode se tornar repressão, progresso
sem moralidade pode virar desigualdade e estrutura social sem ética se torna
uma sociedade hipócrita. E ai chegamos naquela máxima daqui do Brasil que é:
“para melhor governar temos que separar e emburrecer”. Como? Emburrecer o povo para
serem ignorantes e dar a eles pao (bolsa família) e circo (shows de graça e putaria
midiática) e assim, estamos em uma polarização afetiva com o lema “eu contra
eles”. Como se a solução fosse um agente político só e não pode haver, pois, um
corpo social seria um conjunto de indivíduos que tem sua ética e no meio social
tem que obedecer a uma moral. Essa moral (junto com a ética) remontam de
séculos de tradições, e esses agentes políticos – que chamo de senhores do caos
– pegam essas tradições complexas de milênios e simplificam elas.
Essa “simplificação” gera uma defesa de lados ideológicos ou
de pessoas (agentes políticos, religiosos, coach etc) nas redes sociais. Em um
modo bastante claro para quem estuda filosofia e sua história, essa
simplificação – a grande maioria sempre gostou de pensamentos simplistas na história
humana – pode interferir dentro do julgamento de certos assuntos. Meu
pensamento político – talvez, escreva um texto sobre a religião – é bem claro, só
poderemos defender posições, muitas vezes,, mas defender agentes políticos e
quem manipulam essas mesmas posições políticas, é muita burrice. O caminho,
como enalteceu Kant no seu texto “O que é o esclarecimento?”, é o
esclarecimento no modo do ser humano sair do caos (da minoridade tutelar) e não
haverá outro. O filosofo prussiano dizia “ouse saber” como um lema a guerra a
ignorância e a melhor rebeldia que poderemos ter é adquirir o conhecimento e
fazer dele uma arma para não ser manipulado. Conhecer é se libertar de uma
caverna.
A nova direita populista – esses sim, são os senhores do
caos e fazem parte da nova ordem mundial – dizem que ter o conhecimento não
traz nada de prático e que as universidades só fazem doutrinação aos jovens.
Onde que puseram na cabeça do brasileiro que para seguir uma ideologia política
precisa doutrinar? Os jovens hoje – como na época dos anos 80 e 90 – sabiam
onde seguir e o porquê seguir sem ninguém fazer lavagem cerebral. A questão do
Olavo de Carvalho sempre foi querer ter os holofotes nele e suas crenças sejam
prioritárias, pois, cursos de filosofia (pelo menos os que eu sei) tem Marx
como tem outros autores. Queiramos ou não, Karl Marx tem papel importante
dentro da história da filosofia. Dai vem a pergunta: será que não temos de
investir em um estudo muito mais crítico do que menos? E a quem interessa transformar
uma sociedade em um bando de alienado emburrecendo-a?
Desde o princípio, a filosofia tratou a realidade como um
ser que existe e que nossos sentidos captam, e só se conhece esse ser estudando
seus conceitos e pesquisando suas origens. Se não conheço uma realidade ou
algo, eu não sei sua existência ou seu conceito (ou nome) dentro da explicação lógica
da razão. Por que eu sei da água? Porque aprendi que aquele líquido incolor e
se molda conforme o recipiente, depois aprendi que a fórmula da água é H2O. Por
quê? Primitivamente (ou biologicamente), o ser humano capta os objetos pelos
sentidos e pelos sentidos poderemos dizer se é perigoso ou não. Daí
conceituamos aquilo como um símbolo para dar significado. Ou seja, se sou
contra conceitos de Marx, devemos discordar conforme o conceito que ele fez e
percebeu o mundo. E como fazemos isso? Com o estudo e pesquisa.
Meu posicionamento libertário (alguns chamam de anarco-liberalismo,
mas eu sou minarquista) é bastante racional e não contém nenhum indício de “político
de estimação” e sim, posicionamento. Libertários, muito mais os minarquistas, são
ligados ao liberalismo (muitos colocam como ultra-liberal) e deveriam seguir
posições liberais como posicionamento político. Dai concordo que a razão, como
defendida por Pinker – como uma característica do iluminismo – é a essência para
progresso humano e até mesmo, espiritual e logico, tecnológico. Com o
conhecimento, poderemos abarcar muitas soluções vindas de uma calma
(inteligência emocional) e muita analise dentro de uma ótica crítica, e assim, combatemos
o caos promovido por populistas (senhores do caos) de uma nova direita (que
desvaloriza as universidades para continuar doutrinando as pessoas quase igual
a esquerda).
E outro ponto que Pinker “peca”, pois nem sempre o ser
humano são racionais. Mesmo filósofos como Marcia Tiburi chamem o liberalismo
de fascista (não encontrei nenhuma explicação), a história do liberalismo é uma
história de encontrar meios de propor soluções para a desigualdade. Promovendo
livre mercado e renovar o comercio melhorando e reduzindo a pobreza com o
empreendedorismo. E, além disso, o direito a propriedade para empoderar
indivíduos, e caridade voluntaria em vez de uma coerção estatal. No entanto,
devemos exigir educação universal para mitigar abusos, evitando “crony
capitalism”. Ora, o que é “crony capitalism”? A meu ver, o Brasil é muito bom
em ter isso, pois, é um sistema econômico onde o sucesso nos negocio depende
das relações próximas entre empresários e autoridades governamentais, via favoritismo
como subsídios, isenções fiscais, concessões ou regulamentações que suprimem a concorrência
livre. Dai seria uma distorção do liberalismo, formando desigualdades e ineficiência,
como visto em casos globais (ex: o caso da crise asiática). A eficiência que
cabe aqui é menos interferência estatal.
Como um libertário minarquista, devo explicar o que seria um
anarco-liberalismo e o minarquismo tem certas diferenças e devem ser muito explicadas. Enquanto o anarco-liberalismo (ou
anarcocapitalismo) defende a eliminação do Estado (como uma solução para o
crony capitalismo), o minarquismo diminui o Estado só deixando direitos básicos
como direito e a defesa territorial (talvez saúde). Ou seja, o
anarco-liberalismo ao eliminar o Estado quer evitar favoritismo governamental e
promover mercados verdadeiramente livres. Acontece que há um grande problema
(sendo bastante racional sem ser idealista): sem estruturas mínimas, corre o
risco de piorar as igualdades extremas via monopólio para proteger propriedades
privadas e a sociedade de ações violentas. Qual a solução mais racional? O minarquismo.
Ou seja, o Estado mínimo para proteger, pelo menos, direitos, se alinharia ao
novo iluminismo de Pinker. Unir o novo iluminismo de Pinker, com uma defesa da
razão humanista, ao minarquismo poderíamos criar um libertarianismo mais
robusto. Um Estado mínimo para direitos essenciais, impulsionando progresso via
mercado livre e ciência (além de filosofia e um espiritualismo mais livre). Isso
poderia evitar um certo extremismo e fomentaria igualdade de oportunidades.
Ai que esta, o Estado mínimo neutralizariam os “senhores do
caos” e não poderiam usar sua máquina de manipulação política e nem massificar
(coletivismo) para se criar ditaduras ou governos tiranos. E ai, como algo
bastante importante, entra o apoio moral. Porque sinto falta no libertarianismo
uma teoria moral e encontrei na racionalidade de Pinker, que visa o bem-estar humano
com a razão e empatia, sem dogmas. Poderíamos integrar o minarqusmo ao defender
individuais como base ética, promovendo liberdade e igualdade de oportunidade.