Nietzsche dizia: "Ser independente é coisa de muitos
poucos - é um privilégio dos fortes."
Um ser independente sempre vai ser daquelas pessoas que ao
invés de cultivar ídolos – como meio de esperança em um mundo decadente desses
– vão destruir todos eles. No livro “Para Além do bem e do mal”, Nietzsche vai
nos deixar uma sabedoria ímpar fazendo duras críticas sobre os filósofos (um
livro antifilosofia) e começa que além do bem (conhecimento) e do mal
(ignorância) esta um outro estado de harmonia entre a realidade e sua
consciência que não seria só o raciocínio, mas a intuição. Entre o sentir (Dionisio)
e o pensar (Apolo). Ou seja, para Nitzsche coloca que o homem não pode ficar
preso em uma ideia engessada dentro do raciocinar, preso da ideia que existe
uma moral universal.
Claro, há virtudes que não podemos esquecer – que o próprio
Nietzsche não esqueceu também – mas como escreveu Sartre depois de Nietzsche,
junto com a liberdade contém a responsabilidade dos nossos atos. Mas, antes do
que liberdade, Nietzsche nos fala de ter um momento de reflexão, afinal, quem
nunca se perguntou o porquê seguir tal ídolo ou, o porquê gostar de certas
coisas. Na política – principalmente, nos dias de hoje com a polarização – as
pessoas andam muito com o “espírito de rebanho” onde deveriam transcender.
Claro, convicções politicas e religiosas podem ser defendidas, mas, isso a
qualquer preço? Não há um momento, no qual, as pessoas não possam perguntar o
porquê?
Dai quando você luta com os ídolos, seria um guerreiro
lutando com os deuses (como se fosse Kratos no jogo e no livro God Of War) e
isso são para poucos. Os mais fortes sobrevivem nessa guerra. Talvez, a jornalista
Madeleine Lacsko tem razão, temos que parar de votar em boomer por causa de vícios
conceitual da guerra fria e a política binaria. Ou seja, viveram em tempos que
acreditaram na “família feliz” norte-americana e que uns viram nisso uma verdade
outros viram em uma mentira. Ora, a destruição da verdade real de um mundo de destruição
e ainda, narrativas que escravizam o ser humano em seus conceitos. E existe a
realidade subjetiva (aquilo que percebemos) e a realidade objetiva (aquilo que
existe independente da nossa consciência). As pessoas crédulas de narrativas políticas
que alimentam uma visão binaria das coisas e isso, talvez, fez a jornalista
dizer isso: a geração boomer acreditou em fazer um mundo e um Brasil melhor,
acontece que, eles não sabem que a guerra fria terminou.
O bem é aquilo que se aceita (como suposta bondade) o mal é
aquilo que não se aceita (como suposta maldade), mas, não passa de escolhas
morais de pessoas que aceitam histórias e explicações fáceis de um mundo com
uma realidade complicada. Como o próprio Nietzsche disse: “não existem fatos,
mas interpretações”. Somos animais simbólicos e simbolizamos tudo que pudermos
para dar significado ao mundo, e assim, talvez, o que deveríamos fazer é dizer
aquilo que é e não aquilo que aparenta ou faz bem ao nosso ego. Por isso que
existe pessoas com transtornos mentais diversos, pois, acreditam em histórias e
vivem a partir dessas histórias que criaram ou a própria pessoa criou. Por quê? Nietzsche disse na frase, só os
fortes podem transcender as ideologias que enganam e fazem o ser humano se
enganar.
Mas nos enganamos só por causa dessas narrativas? Platão vai
nos mostrar, que na caverna onde humanos pensam que as sombras são realidade, haviam
uma casta de homens que tentaram explicar essas sombras. No começo da
modernidade, o filosofo francês Rene Descartes colocou em duvida a realidade dizendo
que, um demônio pode nos enganar e dizer que aquilo é real. E se não for? Hoje sabemos
que vídeos podem ser gerados por inteligência artificial (o que é inteligência?)
e pode me enganar, que o momento que vimos a foto, ela já é um passado e as
coisas podem ser mudadas. Talvez, Descartes não tivesse errado. Talvez, vimos uma
realidade que não existe e o que existe é nossa consciência, porque eu
escrevendo isso estou pensando, pensando eu existo. Mas e o resto? E o Bolsonaro
fazendo cagada? O Lula com suas bravatas? No fina das contas, nossos problemas são
nossos, eles só contam histórias para sustentar as suas verdades. E eles são escravos
dessas histórias também.
Nunca foi tão necessário o “penso, logo sou”. O sentir a
vida pulsante e pensar como forma de resistência, deveria ser a regra. A única regra
que deveríamos seguir nesse mundo louco e complexo.
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