quarta-feira, 23 de julho de 2025

A MENTIRA DOS SENHORES DO CAOS

 



A quem interessa, como a frase do general chines Sun Tzu, “governar sobre as cinzas”? Embora tenha mudado o nome desse blog, ele é um meio que eu tenho como resistência através da filosofia (razão), ciência (conhecimento) e a religião (espiritualidade). Isso tem a ver com o progresso através do conhecimento e do saber dentro de um pensamento solido e seguro de que fara o ser humano não só evoluir biologicamente, mas mentalmente, emocionalmente e espiritualmente, fechando o triangulo do existir humano.

Daí a pergunta: existe liberdade? Alguns filósofos e intelectuais, colocam a liberdade como algo utópico e tendem a achar que a liberdade tende a ser só mais uma crença como outras crenças. Mas, a meu ver, a liberdade tem a ver com a individualidade de sermos o que somos como indivíduos, tendo nossos valores dentro de um pensamento único e nosso. Daí – ao contrário de um vídeo do Instagram do Marcus Ruzzo – o individualismo nada tem a ver com você compartilhar línguas, genes etc., mas tem a ver com o teu existir e ter o direito de privar alguns aspectos da sua vida que não são públicos dentro da nossa vontade. A vontade como ato muito particular do desejo individual, tem a ver com a liberdade individual de cada ser sem precisar de incentivo. O coletivismo leva ao populismo.

E assim, lendo Steven Pinker (psicólogo e filosofo vivo) “O Novo Iluminismo”, pude encontrar dentro do pensamento iluminista, várias características do mesmo pensamento e sei muito bem que um desse pensamento é a “razão”. E dentro de um pensamento mais racional e não tão emocional vem a pergunta: a quem interessa esse caos e não for pela razão, qual o caminho do progresso? Ai devemos abrir uma ressalva importante, pois, mesmo que na nossa bandeira tenha “ordem e progresso”, nem todo mundo entendeu e nem todo mundo gosta e tem simpatia pelo progresso. A frase vem de uma outra frase de Auguste Comte, o pai do positivismo, que diz "O amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim.", que por explicação seria o amor como força moral, ordem como estrutura social e progresso como objetivo coletivo. Nossa república, calcada no positivismo, deu a bandeira algo como ordem como estrutura social solida e progresso como objetivo coletivo e não puseram o amor como objetivo moral. O grande problema do Brasil, sempre foi de ordem moral como estrutura social como uma construção coletiva.

Ou seja, ordem sem amor pode se tornar repressão, progresso sem moralidade pode virar desigualdade e estrutura social sem ética se torna uma sociedade hipócrita. E ai chegamos naquela máxima daqui do Brasil que é: “para melhor governar temos que separar e emburrecer”. Como? Emburrecer o povo para serem ignorantes e dar a eles pao (bolsa família) e circo (shows de graça e putaria midiática) e assim, estamos em uma polarização afetiva com o lema “eu contra eles”. Como se a solução fosse um agente político só e não pode haver, pois, um corpo social seria um conjunto de indivíduos que tem sua ética e no meio social tem que obedecer a uma moral. Essa moral (junto com a ética) remontam de séculos de tradições, e esses agentes políticos – que chamo de senhores do caos – pegam essas tradições complexas de milênios e simplificam elas.

Essa “simplificação” gera uma defesa de lados ideológicos ou de pessoas (agentes políticos, religiosos, coach etc) nas redes sociais. Em um modo bastante claro para quem estuda filosofia e sua história, essa simplificação – a grande maioria sempre gostou de pensamentos simplistas na história humana – pode interferir dentro do julgamento de certos assuntos. Meu pensamento político – talvez, escreva um texto sobre a religião – é bem claro, só poderemos defender posições, muitas vezes,, mas defender agentes políticos e quem manipulam essas mesmas posições políticas, é muita burrice. O caminho, como enalteceu Kant no seu texto “O que é o esclarecimento?”, é o esclarecimento no modo do ser humano sair do caos (da minoridade tutelar) e não haverá outro. O filosofo prussiano dizia “ouse saber” como um lema a guerra a ignorância e a melhor rebeldia que poderemos ter é adquirir o conhecimento e fazer dele uma arma para não ser manipulado. Conhecer é se libertar de uma caverna.

A nova direita populista – esses sim, são os senhores do caos e fazem parte da nova ordem mundial – dizem que ter o conhecimento não traz nada de prático e que as universidades só fazem doutrinação aos jovens. Onde que puseram na cabeça do brasileiro que para seguir uma ideologia política precisa doutrinar? Os jovens hoje – como na época dos anos 80 e 90 – sabiam onde seguir e o porquê seguir sem ninguém fazer lavagem cerebral. A questão do Olavo de Carvalho sempre foi querer ter os holofotes nele e suas crenças sejam prioritárias, pois, cursos de filosofia (pelo menos os que eu sei) tem Marx como tem outros autores. Queiramos ou não, Karl Marx tem papel importante dentro da história da filosofia. Dai vem a pergunta: será que não temos de investir em um estudo muito mais crítico do que menos? E a quem interessa transformar uma sociedade em um bando de alienado emburrecendo-a?

Desde o princípio, a filosofia tratou a realidade como um ser que existe e que nossos sentidos captam, e só se conhece esse ser estudando seus conceitos e pesquisando suas origens. Se não conheço uma realidade ou algo, eu não sei sua existência ou seu conceito (ou nome) dentro da explicação lógica da razão. Por que eu sei da água? Porque aprendi que aquele líquido incolor e se molda conforme o recipiente, depois aprendi que a fórmula da água é H2O. Por quê? Primitivamente (ou biologicamente), o ser humano capta os objetos pelos sentidos e pelos sentidos poderemos dizer se é perigoso ou não. Daí conceituamos aquilo como um símbolo para dar significado. Ou seja, se sou contra conceitos de Marx, devemos discordar conforme o conceito que ele fez e percebeu o mundo. E como fazemos isso? Com o estudo e pesquisa.

Meu posicionamento libertário (alguns chamam de anarco-liberalismo, mas eu sou minarquista) é bastante racional e não contém nenhum indício de “político de estimação” e sim, posicionamento. Libertários, muito mais os minarquistas, são ligados ao liberalismo (muitos colocam como ultra-liberal) e deveriam seguir posições liberais como posicionamento político. Dai concordo que a razão, como defendida por Pinker – como uma característica do iluminismo – é a essência para progresso humano e até mesmo, espiritual e logico, tecnológico. Com o conhecimento, poderemos abarcar muitas soluções vindas de uma calma (inteligência emocional) e muita analise dentro de uma ótica crítica, e assim, combatemos o caos promovido por populistas (senhores do caos) de uma nova direita (que desvaloriza as universidades para continuar doutrinando as pessoas quase igual a esquerda).

E outro ponto que Pinker “peca”, pois nem sempre o ser humano são racionais. Mesmo filósofos como Marcia Tiburi chamem o liberalismo de fascista (não encontrei nenhuma explicação), a história do liberalismo é uma história de encontrar meios de propor soluções para a desigualdade. Promovendo livre mercado e renovar o comercio melhorando e reduzindo a pobreza com o empreendedorismo. E, além disso, o direito a propriedade para empoderar indivíduos, e caridade voluntaria em vez de uma coerção estatal. No entanto, devemos exigir educação universal para mitigar abusos, evitando “crony capitalism”. Ora, o que é “crony capitalism”? A meu ver, o Brasil é muito bom em ter isso, pois, é um sistema econômico onde o sucesso nos negocio depende das relações próximas entre empresários e autoridades governamentais, via favoritismo como subsídios, isenções fiscais, concessões ou regulamentações que suprimem a concorrência livre. Dai seria uma distorção do liberalismo, formando desigualdades e ineficiência, como visto em casos globais (ex: o caso da crise asiática). A eficiência que cabe aqui é menos interferência estatal.

Como um libertário minarquista, devo explicar o que seria um anarco-liberalismo e o minarquismo tem certas diferenças e devem ser muito explicadas.  Enquanto o anarco-liberalismo (ou anarcocapitalismo) defende a eliminação do Estado (como uma solução para o crony capitalismo), o minarquismo diminui o Estado só deixando direitos básicos como direito e a defesa territorial (talvez saúde). Ou seja, o anarco-liberalismo ao eliminar o Estado quer evitar favoritismo governamental e promover mercados verdadeiramente livres. Acontece que há um grande problema (sendo bastante racional sem ser idealista): sem estruturas mínimas, corre o risco de piorar as igualdades extremas via monopólio para proteger propriedades privadas e a sociedade de ações violentas. Qual a solução mais racional? O minarquismo. Ou seja, o Estado mínimo para proteger, pelo menos, direitos, se alinharia ao novo iluminismo de Pinker. Unir o novo iluminismo de Pinker, com uma defesa da razão humanista, ao minarquismo poderíamos criar um libertarianismo mais robusto. Um Estado mínimo para direitos essenciais, impulsionando progresso via mercado livre e ciência (além de filosofia e um espiritualismo mais livre). Isso poderia evitar um certo extremismo e fomentaria igualdade de oportunidades.

Ai que esta, o Estado mínimo neutralizariam os “senhores do caos” e não poderiam usar sua máquina de manipulação política e nem massificar (coletivismo) para se criar ditaduras ou governos tiranos. E ai, como algo bastante importante, entra o apoio moral. Porque sinto falta no libertarianismo uma teoria moral e encontrei na racionalidade de Pinker, que visa o bem-estar humano com a razão e empatia, sem dogmas. Poderíamos integrar o minarqusmo ao defender individuais como base ética, promovendo liberdade e igualdade de oportunidade.

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