terça-feira, 30 de outubro de 2018

Fenômeno Bolsonaro e Aristóteles




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Ágora romana de Tiro



Amauri Nolasco Sanches Junior

“O homem é por natureza um animal político”—Aristóteles

Aristóteles (384 a.c 322 a.c) foi o maior filósofo da antiguidade. Aluno de Platão e professor de Alexandre Magno (O Grande), teve uma vida muito produtiva e deu muitas aulas no seu Liceu. Todos os livros que nos chegaram, foram copilados pelos seus alunos durante as aulas que ministrava no seu Liceu. Mas, não menos importantes para conhecemos seu pensamento e para aprendemos sobre a Grécia (Hellas) no tempo do filósofo macedônio (na verdade, ele era macedônio). Antes que o seu aluno (Alexandre), tomasse a cidade-estado, Atenas, ela vivia uma democracia. Provavelmente, quando Aristóteles disse essa frase, Atenas estava sob julgo do império macedônio.

O homem é um animal político (cívico), é por causa da sua condição de racionalidade que não acontece com as abelhas (que foi o exemplo do próprio Aristóteles). As abelhas ou as formigas, podem ser insetos socais e organizados, mas, não criticam, não escolhem as rainhas e não enxergam a realidade além dos seus deveres. Uma abelha não raciocina daquilo que está fazendo, o ser humano pode raciocinar e questionar sai realidade e aquilo que você quer e o que você não quer. O problema é que nem todos seres humanos questionam – como podemos ver no dia a dia – e nem Aristóteles (filho do seu tempo), poderia ter dito diferente. Além de Atenas está sendo governada pelo seu pupilo, ainda, a democracia ateniense – que tanto Platão, quanto Aristóteles, eram contra – nem todas as pessoas poderiam ser “animais políticos” (Zoon Politikon). Mas, está aristocracia não é o mesmo das aristocracias mais contemporâneas.

As democracias modernas são bem diferentes das democracias modernas, porque as democracias modernas tiveram que se adaptar ao mundo moderno. Mesmo o porquê, diferente de Atenas, as democracias modernas se separam em três poderes: legislativo, judiciário e o executivo. Graças ao filósofo, John Locke (1632-1704), em seu livro “Segundo Tratado Sobre o Governo Civil”, defende a separação dos três poderes. Locke, defende um poder legislativo superior aos demais, o executivo com a finalidade de fazer valer as leis e o federativo mesmo tendo legitimidade, não poderia ser desvinculado do executivo, cabendo a ele cuidar das questões internacionais de governança. Mas, depois, o filósofo Montesquieu, consagrado por separar esses poderes que até hoje se usa, dará as atribuições do modelo mais aceito no mundo moderno (ele deu uma melhorada na repartição de Locke). Ele diz, que o poder legislativo, onde se fazem as leis, para sempre ou determinada época, aperfeiçoam ou revogam as já leis existentes, e o executivo se ocupa o Príncipe ou Magistrado da paz ou da guerra, que vão receber ou enviar embaixadores, estabelecendo a segurança e prevenindo as invasões.  E o judiciário que dará o Príncipe ou o Magistrado a competência de julgar os crimes ou julgar os litígios (são as pendências pertinentes a uma ação) da ordem civil.

As democracias modernas, se queira ou não aceitar o fato, são construídas em pilares liberais. Depois da revolução burguesa que aconteceu na França em 1789 – que os burgos aproveitam da fome e revolta do povo e derruba o império – fizeram com que o governo fosse montado nesses moldes (daí surgiu esquerda e direita). Não deu certo, porque ficaram todo mundo doido e principalmente, Robespierre que guilhotinou todo mundo e foi guilhotinado. Mas, antes disso, a guerra de independência norte-americana – que acontece em 1776 – montara o governo nesses moldes e já nasce como uma República. A democracia dos Estados Unidos da América, é até hoje, algo consolidado como natural entre o povo americano e isso, foi um início das várias republicas que foram nascendo. Porém, após a segunda guerra, o governo norte-americano vem sempre impondo seu modo de democracia como uma verdade a ser implantada em muitos países. Mas é um assunto para um outro texto.

Nós brasileiros, temos uma democracia bastante frágil e confusa, porque ao contrário e outros países democráticos – inclusive os Estados Unidos – não se investiu nem em infraestrutura e nem na educação. Não por causa do temor do governo Bolsonaro – onde a maioria dos ministros são militares – mas, que a nossa democracia é dirigida por pessoas que não tem uma visão mais amplas do Brasil. Não pensam no nosso país. Por isso mesmo, a vitória do Bolsonaro aconteceu, que só é o reflexo da rejeição dos políticos. Essa rejeição é uma rejeição da política velha e isso, segundo a essência da democracia, é valido uma renovação. O que a maioria tem que pensar – e isso é bastante importante – é que a política é um pendulo e não pode ser diferente, porque as instituições ficam “viciadas” e as coisas tem que ter um certo equilíbrio. E no mais, nunca tivemos um governo que fosse verdadeiramente de direita (não da direita da sua essência liberal).

Mas o problema é outro também no Brasil, a educação e a escolaridade que não coloca nosso povo sem ter uma educação cívica. Daí voltamos a Aristóteles. No mundo grego antigo só os aristocratas – os aristocratas gregos não são os mesmos aristocratas de hoje. Aristocracia significa nobreza, que é a classe social superior. O termo vem do grego “aristokrateia” que se significa “governo dos melhores” – tinham direito de votar, porque a visão era outra. Hoje, todos podem votar sem exceção para os cargos executivos, porque no mundo grego, só homens livres podiam votar em alguém.  Temos tecnologia, temos maior poder de análise. Aristóteles, se vivesse hoje, teria uma gama de informação que ele iria ter e o poder de analise seria muito maior. A questão é que as democracias são feitas nos alicerces das leis, e essas leis como ponto de harmonia social (poderíamos discutir se são justas ou não), devem ser seguidas ou se não são seguidas, serão julgadas. As pessoas que leem meus textos, podem achar que eu fiquei reacionário, mas, estou fazendo uma crítica (analise) que a sociedade e as democracias são. Mas, a questão é que a nossa democracia é falha graça a nossa falta de escolaridade e nada tem a ver com teorias de Paulo Freire.

As universidades norte-americanas, por exemplo, foram construídas logo após o começo da colonização. Porque os colonos achavam importante terem universidades e escolas, e por outro lado, a Gran Bretanha sempre tratou sua colônia como uma intenção do seu território. O Brasil não. O Brasil sempre foi um provedor de Portugal com as matérias primas que conseguisse tirar daqui. A primeira universidade brasileira só foi fundada, quando o príncipe regente, Dom João VI, que fez o Rio de Janeiro como uma capital (segunda) da metrópole (Portugal). Ponto. Outra coisa importante foi que o povo não teve educação republicana, e a maioria, trata o presidente como um imperador. Não é. O presidente é o chefe (líder?), do executivo e vai mandar leis e projetos para o Congresso Nacional. A questão vai longe, mas, não acredito em ditadura.

sábado, 27 de outubro de 2018

O devotismo e o belo e bom platônico






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busto de Platão 



Amauri Nolasco Sanches Junior

Platão (427 a. c. 347 a. c.) tem duas coisas bem interessantes. Primeiro, o que é o belo e o bom, e a partir disso, a ética que vai vim com o conhecimento. Segundo, que o importante não é a opinião (doxa) e sim, o conhecimento (episteme). Mas, essas duas coisas são interligadas uma da outra. Porque o belo de Platão, não é o belo estético que muitos colocam, mas, quanto mais se tem o conhecimento mais perto do bem universal você está. O que seria ser o bem universal? O que seria ser bom num mundo que as pessoas começam a esquecer alguns valores que nos levariam a esse belo e bom? O bem universal – porque Platão acreditava numa realidade universal dentro das matemáticas geométricas como uma forma universal – são formas nobres de comportamento que todo ser humano pode ser. A nobreza vem sempre com o conhecimento.

Todos nós, em certa medida, somos tomados por certas ilusões que acabam nos desviando da verdadeira discussão. O devotismo (devoto), são pessoas que devotam a deficiência e de certa forma, tem um certo fetiche por ela, ou de cunho de se ver com a deficiência, ou até mesmo, tem uma atração sexual por essa deficiência. A questão fica séria, quando existem pessoas que enganam pessoas com deficiência para conseguirem o que querem, usam sua carência afetiva, usam da boa vontade para levar as pessoas a transarem ou conviverem com eles. Alguns são grosseiros, pervertidos e até mesmo, não respeitam ninguém que queiram entender o mundo dos devotos, que pode tirar essas pessoas do submundo da internet. Até tem um caso de uma amiga, que recentemente, entrou num grupo de pessoas com deficiência e devotos, para entender esse mundo e ao dizer que era casada, sugeriram sexo a três. Eu sei que tem muito isso, porque eles invadiram a salinha (chat) de pessoas com deficiência da UOL.

O conhecimento faz do ser humano um ser muito mais nobre. A nobreza não vem do status de ter dinheiro ou ser da realeza, mas, ter nobreza é tratar o outro com mais respeito. Esse tipo de coisa é de pessoas ignorantes que não sabem que há um equilíbrio entre o que você faz com seu corpo, o que você faz com seu espirito, o que você faz com a sua mente. Que são uma coisa só. As pessoas acham que sendo assim serão sempre moderninhas e descoladas, porém, não passam de pessoas ignorantes de si mesmo e que tem fortes carências de algo que não tem ou não tem capacidade de ter aquilo que almeja. Houve homens com deficiência que me disseram que se você não for procurar na prostituição, não haverá nenhuma mulher que se interessara por você. Ora, por que não? Tantas pessoas com deficiência casaram, tiveram filhos, tem uma vida normal.

E pasmem, existem pessoas com deficiência que vivem uma vida normal sem ter tido contato com outras pessoas com deficiência. Cadeirantes que nasceram assim, se escolarizaram normalmente, fizeram faculdade e casaram sem problema nenhum. O triste é que quando essas pessoas entram em movimentos, elas não são aceitas ou as outras pessoas com deficiência dizem que são vaidosos ou que é mentira o que estão dizendo (ou a coordenação ficam com medo de perder a majestade, mas, fica no vinagre). A questão é o vitimismo que predomina esses movimentos e essas pessoas com deficiência que vê o preconceito como um empecilho para não haver a inclusão, porém, justamente o preconceito, é o motivador de se ter a inclusão, porque a sociedade é ignorante na questão da deficiência e que nós somos pessoas como qualquer um. Somos humanos. Somos consumidores, somos membros da sociedade, somos, até mesmo, eleitores.

Mas o que sinto que falta no nosso meio é mais conhecimento. É ler, se informar, estudar tudo um pouco para as pessoas não enrolarem, ter mais dúvidas do que certezas. Na questão dos devotos é uma questão delicada, porque nem todos são pervertidos e mal-educados, existem alguns que são bastante discretos e até mesmo, bastante educados. Como tudo, depende bastante da subjetividade de cada um e a maneira que cada pessoa enxerga a questão.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Eleições e a filosofia






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Amauri Nolasco Sanches Junior

Muitos acham que a filosofia não serve para a vida cotidiana em que vivemos, mas, eu ponho a filosofia em importância, até o porquê, para temos uma vida crítica. Crítica no sentido de analise daquela noticia, ou analise daquela fala. Analisar sem nenhuma paixão – muitas vezes, é mais por medo mesmo – fazem nós usarmos a razão e, talvez, não errar em nossas escolhas. Declarações ou frases malfeitas, podem expressar o calor daquele momento ou até mesmo, através da polêmica, se poderá ter seu nome conhecido por maior número de pessoas. Acontece que esse segundo turno está difícil definir quem votaremos, porque em um lado está o PT que tem apoios meio que anti-Bolsonaro, no outro lado, quem votará no Bolsonaro não quer mais o petismo. Estamos numa escolha de presidente que é um anti alguma coisa.

Só negar uma ideologia – muitas vezes, nem que sabem o que estão negando – que não existem mais. Por outro lado, não acho que haverá morte de minorias, repressão das instituições, ou que a democracia está em perigo, porque analiso sem paixão. Eu duvido de muitas coisas que eu recebo via rede social. Porque aprendi na filosofia, que temos que duvidar de tudo e ver se aquilo faz sentido. Para que aquilo foi feito? Porque aquilo foi feito? Se aquilo que foi feito vai ter importância na nossa vida? São importantes perguntas que deveriam levar na nossa vida. Essas mesmas perguntas, vão fazer a diferença nas escolhas que fazemos. Porque o que fazemos tem sempre que passar por analises daquelas escolhas que fazemos, ou que não escolhemos.

A filosofia sempre me ensinou a primeiro duvidar se aquilo é a verdade, que aliás, não existe verdade absoluta. Porque a verdade muda a partir de uma moral social, que vai mudando conforme a necessidade da sociedade na época que está vivendo. Há uma confusão entre ética e moral. Ética é uma consciência individual, são os valores que recebemos durante a vida e educação. A educação não é escolarização. Educação vem de “educare”, que os romanos tinham que mostrar a realidade aos garotos para ser cidadãos do império. Nem escravos, nem os mais pobres, nem os escravos e nem as mulheres eram educadas. Na verdade, ética vem de “ethika” e que vem “ethos”, os gregos helênicos, tinham no ethos uma alma da cidade-estado funcionar como uma unidade. Poderemos traduzir ethos como caráter de cada um com o outro, com a questão de se colocar na pele do outro. Claro que a democracia ateniense não deu certo por causa dessa unanimidade, que de certa forma, não tinha um questionamento. Ethos também pode ser traduzido por costumes, então, vieram os romanos – que eram grandes admiradores da cultura grega – e traduziu para mor e no plural, mores. “Mor” quer dizer “conforme os costumes” e isso explica. Ética ficou o modo de definir um caráter e moral ficou do modo de definir um pensamento social.

Mas, no voto usamos a ética. O que trazemos dentro de nós como valor que aquele candidato pode ajudar ou não o Brasil. Daí entre na moral, porque um presidente não governa para um indivíduo, ele governa para milhões. O problema é que a nossa cultura não é republicana. Porque nossa sociedade trata o presidente como um imperador, mas, um presidente não pode ser tratado como imperador, porque ele é um chefe do executivo. O presidente não pode ser considerado como um salvador, mesmo o porquê, presidentes são um entre vários que presidem uma nação. As democracias modernas são estruturadas no executivo, legislativo e judiciário, sendo, o executivo escolhido pelo povo. Mas, o critério da dúvida deveria predominar diante dessa escolha, porque há milhares de informações falsas.

Como podemos nos informar com figuras com frases? O método da dúvida tem que ser usado até mesmo, com os memes, com informações estranhas ou vídeos estranhos. Se for um meme, temos que ver se aquilo é verdade ou mentira, porque fatos históricos não podem ser ensinados ou analisados, por frases. Piadas ou gracinhas, são uma coisa, informação ou fatos históricos são outra coisa. Outra coisa é duvidar da Wikipédia, porque se você acha que a Wikipédia está errada, corrigi. Meme foi criado como termo em 1976 pelo biológico Richard Dawkins no seu bastseller “O Gene Egoísta” e é para a memória o análogo do gene na genética, a sua unidade mínima. É considerado como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro ou entre locais onde a informação é armazenada (como acontece com os livros). No respeito da sua funcionalidade, o meme seria considerado como uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma autopropagar-se. Um meme pode ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida como unidade autônoma. Também, estúdio dos modelos evolutivos da transferência de informação é conhecida como memética.

Quando é usado no contexto coloquial (não culto) e não especializado, o termo meme pode significar apenas uma transmissão de informação de uma mente para outra. Esse uso aproxima o termo da analogia da “linguagem como vírus” afastando-o do propósito original de Dawkins, que procurava definir os memes como replicadores de comportamentos.

Fazemos nossas escolhas graças ao nosso comportamento. Dentro desse comportamento são nossos valores, e esses valores vem da educação que recebemos. Como disse um filósofo, educação vem do berço.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Nem todas as pessoas com deficiência estão com Haddad




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Amauri Nolasco Sanches Junior

Dias desses, lembrei de um episódio que vivi quando eu tinha uns 10 ou 11 anos, quando eu estudava numa das unidades da AACD que ficava no Colégio Rodrigues Alves (tradicional aqui em São Paulo e seu prédio tombado pelo patrimônio histórico). Eu me lembro que tudo estava mudando ao redor do colégio, mais escritórios sendo construídos, e também, o primeiro shopping a ser inaugurado. Quando abriu, a coordenadora (nada a ver com a AACD, que aliás, se soubessem, teriam mandado ele embora porque éramos indefesos), que era também fono, combinou com uma atendente, outras terapeutas para irmos no shopping. Mas ir a pé. Não teve cara feia. Não teve nada disso. Estávamos em pleno ano de 1989. Entramos, começamos a olhar as lojas, e a professora nos fez perguntar o preço dos produtos. O meu amigo até ganhou uma gravata. Por que estou contando essa história toda? Porque eu acho que o segmento está fazendo a inclusão de um modo errado e de um viés bastante ideológico.

As pessoas com deficiência têm que entender que inclusão não é só um termo, é um ato. Atos não podem ser ideológicos e todo mundo sabe, que inclusão não é tutelar seu bem-estar para político nenhum, seja ele qual for. Mas, é um direito de cada um ter o ídolo ou ter a ideologia que quiser, o problema é quando há uma generalização. Você votar e apoiar o Haddad, ótimo, seja feliz. Mas quando um documento tem o nome “Pessoas com Deficiência com Haddad”, aí fica parecendo que eu dei uma procuração para representar num documento. Só que não. Eu não gosto que me imponham opiniões que eu não tenho. E outra coisa, esse sim é um ato fascista de criar um fecho (união), para ganhar na marra como se todas as pessoas apoiam o sujeito.  O problema não é votar ou não no Bolsonaro, o problema é tutelar uma inclusão ou titular nossa luta num partido (logo o Haddad) como se houvesse só aquele partido ou aquele candidato.

Eu não gosto do Bolsonaro. Não acho que ele esteja preparado para assumir um governo. Porém, graças a polarização que dês dos anos 80, o PT começou a implantar no país. Por outro lado, eu acho que pessoas com deficiência não deveriam se deixar levar por partidos ou pessoas, porque sabemos que depois das eleições, tudo é esquecido. Porque o ESTADO é uma estrutura difícil de mudar (não impossível), onde há estruturas que tem a ver com o capital. Por isso mesmo tenho várias críticas ao anarcocapitalismo por achar que existiria um capitalismo sem o ESTADO, pois, não há razão nenhuma de acreditar que se pode existir um capitalismo no meio de sociedades anárquicas. Não que o grande inimigo é o capitalismo, assim como a tecnologia, o capitalismo é um instrumento econômico para gerar produção e bens e serviços. O problema é o capitalista – aquele que gera a produção – e sua intenção, onde pode melhorar o país, ou só vê o seu e achar que está bom.

Outra coisa, construções de ídolos ou de salvadores da pátria, nunca deram certo. O processo de construção de ídolos, mostra a fraqueza do ser humano de se sentir inferior ao outro ser humano, porque se começa a querer tutelar a sua vida ao outro. A vulnerabilidade vem do medo e o medo – como forma de mudança da realidade onde se vive – causa o ódio, a insegurança, o abandono, a falta de critérios racionais. Onde estão funcionários como mostrei no começo do texto, que levam pessoas com deficiência num shopping para aprender a comprar? Não existe mais. Não porque acharam que não deveriam fazer, mas, as pessoas com deficiência se acomodaram em suas situações cômodas em acharem que esta bom. O PT acomodou essas pessoas. O PT nos fez pensar que poderíamos comprar e fazer o que quiséssemos, pois, não poderíamos. A questão do LOAS é uma questão que se deveria ser discutida e separada da previdência – como se fosse um outro benefício – para ser melhor pago.  Porém, é um método muito além do que hoje – nessa bola burocrática – poderia ser mal feito.

Portanto, nem todas as pessoas com deficiência apoiam Haddad e nem cultiva ídolos.

sábado, 13 de outubro de 2018

Roger Waters e um neofascismo que não existe





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Amauri Nolasco Sanches Junior

Como um cara que gosta de rock, não poderia deixar de dar minha opinião sobre os shows do Waters. Nunca gostei muito de Pink Floyd, eu sempre achei parado e que não é um som que eu ouviria um disco inteiro no Sportify. Não vou ser hipócrita. Mas, acho que a questão é você confundir frases preconceituosas (que o Lula também disse nas gravações que estão no YouTube), não pode ser confundido com fascismo. São frases preconceituosas, só. Todos têm o direito de se expressar, mas, os outros tem todo o direito de se expressar ao contrário.   A democracia é uma maravilha, se pode criticar o Trump e não ser perseguido.

Quero deixar bem claro que não estou, de maneira nenhuma, defendendo as merdas que o presidente americano, Donald Trump, mas não acho que seja fascista. Mas, voltamos ao Roger Waters. Eu mesmo não gostando do Pink Floyd, sei muito bem que o Waters sempre lutou contra o fascismo por ter perdido o pai na Segundo Guerra Mundial. Na música: “Another Brick In The Wall” fica claro a questão da opressão no ensino britânico na época. Então, quem foi no show, deveria saber que o cara iria se manifestar contra o Bolsonaro e saber, também, que o rock sempre foi um contestador da ordem vigente. Acontece, que as manifestações contra Roger Waters, aposto o que quiserem, tinham uma ideia romântica das suas letras e isso é complicado. O brasileiro nem pesquisa sobre as bandas que ouvem. Eu quando descubro uma banda nova, eu pesquiso sobre essa banda. Por outro lado, existem biografias (se eu não me engano) do Pink Floyd que pode esclarecer. O esclarecimento sempre leva a um bom argumento, para não achar que foi enganado. Ninguém enganou ninguém, o cara faz seu show assim e suas músicas são políticas e ponto.

Fica igual àquela história de ensinar o que é o nazismo para a Alemanha numa discussão ridícula e que já foi esclarecida. Nesse tempo tudo que era social era chamado de socialismo que hoje, após a guerra fria (sim amiguinho, a guerra fria acabou), só quem defende o marxismo como solução das desigualdades, usam. Por outro lado, não podemos deixar de destacar, que todos tiverem seu “bode expiatório”. Porque tem-se que inventar um inimigo para dar combate a esse inimigo, e isso, é usado por qualquer governo. Aliás, desde o império romano, se usa um inimigo para justificar ações e justificar governos.

O filósofo Immanuel Kant (1724-1804), dizia: “Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele é o próprio culpado”. Qualquer ser humano que não busca o conhecimento (esclarecimento), não pode reclamar daquilo que está sendo submetido. Se o Bolsonaro – não votei nele – tem milhares de defeitos que acho decisivos para não ser presidente, eu não acho também, que o Haddad seria uma solução num partido que ficou quase 20 anos no poder, e fez muito pouco. Haddad não fez nada na prefeitura de São Paulo. Colocou um gerente no serviço ATENTE (serviço de vans especiais de porta em porta) e um superintendente que só porque ficamos contra uma resolução deles, nos perseguiram por 4 anos. Só ler o último relatório do meu movimento aqui. A questão é bem mais complexa e seria simplista demais chamar um de comunista e o outro de fascista. Mesmo o porquê, você deveria ter que saber o que é o comunismo e o que é o fascismo, que a maioria não sabe.

Eu particularmente, acho que todo mundo pode dizer e se expressar como quiser, acontece que o contrário também. O que está sendo chato é essa dicotomia sem sentido nenhum que emporcalham as redes sociais, geram o pânico, geram o emburrecimento do povo. o que acontece, é que todo mundo acha cult gostar do Pink Floyd, mas o rock sempre se impôs contra a tirania (seja ela qual for), e sempre será assim. Não adianta ensinar a Alemanha o que é o nazismo, porque o nazismo é de direita. Não adianta ensinar as pessoas que o Bolsonaro é fascista, elas já foram doutrinadas e vão repetir como outros políticos repetiram. Não acho que o Bolsonaro seja a melhor opção, por ser ignorante em muitas partes, mas, não podemos exagerar tanto.