Políticos e fraldas
devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo.
Essa frase o escritor Eça de Queirós veio a calhar nesse
momento, porque muita “merda” foi jogada no ventilador nesses últimos acontecimentos
políticos. A saída do ex-ministro da justiça, Sérgio Moro, mostrou que o problema
da politica brasileira é um problema cultural de dois aspectos. Primeiro, no aspecto
de levar vantagem nas coisas, o conhecido “jeitinho brasileiro”. Porque,
sabemos muito bem, que a maioria do nosso povo só segue uma ideologia ou, ate
mesmo, uma religião, quando essas duas coisas trazem alguma coisa para ele mesmo.
Ou seja, o sujeito não elege o politico porque vai melhorar a cidade, o estado
ou a federação, ele quer que o político arrumando o portão da casa dele. Isso é
fato. O segundo aspecto é que somos carentes de uma figura histórica que
possamos nos agarrar como um herói nacional, então, se agarramos em pessoas pensando
que vão salvar o país e nem sempre vão. Não acho que isso seja um sebatiatismo
(era uma crença que Dom Sebastião iria voltar das cruzadas e iria salvar Portugal
da miséria), pois, existem elementos que vem desde o império romano.
A democracia é uma herança grega e quer dizer “governo do
povo”. Mas, uma questão é importante: que “povo” a democracia atinge? Dai vamos
ver que a democracia tem vários paradoxos que podem ser descritos, e também, na
sequência, pautar dois princípios que regem o estado democrático: a liberdade e
a ética. Num primeiro momento da democracia (a grega), temos só a elite (que
vão chamar de homens livres), para governar a cidade-estado grega, Atenas. Porem,
segundo o filosofo Platão, a democracia não era, totalmente, justa por ser
dominada por uma maioria e Platão e a grande maioria de nós, sabemos que nem
sempre a maioria sabe aquilo que pensa saber (Sócrates, mestre de Platão, que o
diga). Ele demonstrou isso no mito da caverna, onde a maioria achava que as
sombras eram a verdade, mas, as sombras são apenas aquilo que os poderosos
querem que vejamos.
Mas, o que seria a verdade? Será que podemos dizer que
exista uma só verdade? muitos dicionários dizem que verdade é sinônimo de
realidade, que a meu ver, a questão da verdade tem a ver com a questão primordial
da filosofia: de onde viemos? A “arché” grego – que podemos traduzir como
origem e ainda sim, é um termo pobre – é uma questão levantada ate mesmo, nos
mitos gregos quando nas tragédias e mitologias, lemos que sempre a moral da história
era algo do cotidiano. Mas, a filosofia – mais precisamente, a phisys (naturalistas)
– foi muito mais direta e se questionou o porque existe algo e não existe o
nada. Então, se criou uma gama de teorias para explicar a origem da nossa
realidade como conhecemos, que a ciência (leia-se a física), comprovou ou não. A
verdade é mais sutil e tem a ver algo dentro de cada um, pois, vários pensadores,
líderes espirituais e vários filósofos, disseram que você só vai alcançar a
verdadeira liberdade, quando se libertar de tabus morais dentro do raciocínio da
maioria. O próprio Jesus – no evangelho de João – disse para conhecemos a
verdade e ela vai te libertar. A questão central é: somos libertos hoje em dia?
Acho que não.
Muitas pessoas dizem que ser “isentão” é o problema, mas, ser
isento (na verdade, você não está isento, mas, está na posição de não apoiar um
lado), te faz ver algo fora de um quadrado fechado. O fato de defender o Moro não
me faz defender a pessoa Sérgio Moro – mesmo o porquê, não o conheço pessoalmente
– e sim, a ética que sempre conduziu dentro da Operação Lava Jato, mesmo que,
algumas pessoas dizem que a condutas foram contra lei. Ai chegamos no cerne da questão:
se a democracia, teoricamente, é ter liberdade, essa liberdade não tem que vir
com a ética? As condutas de liberdade não têm também, as condutas éticas para você
conviver em sociedade? Pois, mesmo que o Moro tenha compactuado com os outros
promotores – por temos uma jurisdição italiana e não anglo-saxônica - ele não forjou
nenhuma prova, todas as provas estão ai e podem ser comprovadas.
Diante de uma pandemia de Coronavírus, matando milhões pelo
mundo, o Brasil com essas brigas políticas infantis que não vão levar a nada. Eu
pergunto: e agora Bolsonaro? A esquerda vai voltar?
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