O que os bolsonaristas não imaginavam é que a imagem mostra o roqueiro Ronnie James Dio, ex-vocalista da banda Black Sabbath, falecido em 2010 aos 67 anos.. |
“legiões de imbecis que antes só falavam no bar”
(Umberto Eco)
A questão é: o que seria a verdade?
Se olharmos o dicionário iremos ver que a verdade tem o mesmo significado de
realidade ou aquilo que é real, mas, na essência, verdade vem do latim
“veritas”. O termo que deu origem ao termo “veritas” é “verus” que quer dizer,
o real, aquilo que é verdadeiro. Em alguns sites de etimologia (aqui um deles),
o termo tem origem do indo-europeu “were-o” que quer dizer verdadeiro ou merecedor
de confiança”. Então, a verdade não pode ser dita apenas como a realidade, e
sim, aquilo que é verdadeiro ou merecedor de confiança. Então, uma nova questão
surge: a internet todas as informações são merecedoras de confiança? Será que
em nome de um ídolo, podemos distorcer a verdade ao ponto de caber numa
realidade tão estreita que cabe morais artificiais?
O filósofo alemão Nietzsche, dizia
que não existe verdades absolutas, assim como, não há fatos eternos. Por que
não se pode ter verdades absolutas? Tudo aquilo que é absoluto ele é algo
acabado, algo que não tem nada a colocar, então, algo que é absoluto ele não
precisa de acrescentar nada naquilo, porque ele é acabado. Quando estamos
falando de verdade, estamos falando de algo que é merecedor de confiança da
certeza que aquilo seja real. E quando você, numa pesquisa rápida, desmente
aquilo que era uma verdade acabada e inviolável?
Foi o que aconteceu com uma
tentativa dos bolsonaristas-olavetes de difamar o governador de São Paulo, João
Dória (PSDB), com uma foto do vocalista Ronnie James Dio (morto de câncer em
2010), por causa da semelhança dos dois. Na outra foto, esta Bolsonaro com
farda militar e com posição de ser um rapaz celibato. Como eu não acredito em
“santos” e pessoas tão inteligentes, não acredito que o Bolsonaro era tão
bonzinho assim. Acontece que esse tipo de verdade, são verdades pautadas em
valores muito frágeis que podem quebrar a qualquer demonstração que as coisas
não são como é mostrada. Dai, faz sentido, a crítica do filósofo alemão
Nietzsche, onde ele diz que não existe verdades absolutas. E não existe mesmo.
Muitos que tentam argumentar com operações matemáticas, mas, ele não estava
falando da logica (como se a matemática pudesse moldar o caminho ético em busca
de alguma verdade). A lógica não pode ser discutida quando temos valores
sentimentais e da própria existência, pois, se o universo fosse tão lógico
assim, nós nem existíamos.
Por outro lado, a lógica tem uma
coisa que ninguém discute, pelo menos, seriamente. Quando Aristóteles – que viveu
trezentos anos antes de Cristo – colocou o silogismo uma questão logica, se
colocou uma questão dedutiva. Se todos os homens são racionais, a conclusão mais
obvia seria deduzir que Sócrates fosse racional. Como 2+2 são 4, pois, são operações
mentais dedutivas que podem ser verificadas e ate mesmo, testadas com maior
tranquilidade. Não chega a ser uma verdade do modo de ser absoluta ou acabada,
e sim, uma dedução daquilo que existe na realidade logica que nos cercam. Por exemplo,
todas as arvores são vegetais e nascem de uma semente (mesmo que se use uma
muda), só que existem diferenças peculiares como frutos, como folhas e como
crescem. Mas o gostar ou achar bela uma arvore, é uma questão subjetiva ou dos
valores que você carrega graças a construção do seu caráter. Ou seja, a verdade
universal se torna algo que se pode fazer uma critica minuciosa e chegar a conclusão
que podemos, ate mesmo, duvidar da existência de uma arvore.
O problema não é a existência de um
objeto, deduzimos que ele existe graças aquilo que vimos (que pode nos enganar).
Podemos ver um objeto ao longe, por exemplo, e, no entanto, quando nos
aproximamos, é outro objeto. A questão de o Dio ser semelhante ao Dória não capacita
a uma verdade, e sim, só a limitação da ignorância imensa que ainda existe no Brasil
de ficar nas suas bolhas culturais de massa. A falta de um filtro ideológico,
religioso ou cultural, fez do nosso país uma nação de incrédulos e não acreditasse
nem mesmo em conclusões cientificas. E isso não é só mérito do Brasil, outras nações
tem seus ignorantes que ignoram que só existira uma só verdade, quando existir
uma perfeição dentro desses mesmos meios que moldam nossa realidade.
Será que os iluministas estavam
certos sobre o conhecimento? Ate o momento, a humanidade tem provado que a informação
não é o bastante, porque o conhecimento fica distorcido sobre valores que não são
a verdadeira virtude. A virtude são valores além da moralidade de religiões ou
ideologias de uma moral fraca e sem nenhum propósito, e sim, valores de uma educação
onde se preocupamos em passar algo dentro da ética. Alcançar a verdade está
muito além de meras obviedades sem sentido nenhum.
Amauri
Nolasco Sanches Junior
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