terça-feira, 30 de junho de 2020

Feminismo tóxico – todo homem é igual?








Relacionamento tóxico: o que é e como sair dele | TODAS Fridas




Que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância, já que viver é ser livre. 

Simone de Beauvoir


Por Amauri Nolasco S. Jr


Dentro da premissa filosofia, a questão da liberdade e da igualdade é uma questão quase paradoxal. Porque, se você olhar dentro da vida prática – no sentido concreto da vida cotidiana – nem sempre temos liberdade e nem sempre somos iguais. A questão da liberdade tem a ver com o individual, portanto, ela fica no escopo da ética (muito embora, no dicionário e nos manuais de filosofia, ética é social). A questão da igualdade tem a ver com o coletivo (no sentido social), portanto, tem a ver com a moral. A confusão tanto da ética, quanto da moral, vem do fato da origem etimológica das duas palavras e assim, achar que moral e ética tem a ver com costumes só. Ética vem de uma variante do termo grego ETHOS, que é ETHIKA, que tinha como significado, caráter. Mas, se irmos mais para tras na linha do tempo, vamos chegar ETHOS como moradia de homens, ou casa. Talvez, por causa disso, o conceito de caráter veio do conceito de casa ou moradia. Depois, os romanos – que herdaram a cultura grega e nós herdamos a cultura latina – traduziram como MOS e no plural, MORES e queria dizer modo de costume.
Por que tudo isso? A questão de igualdade (moral) tem a ver com a liberdade (ética), porque sem a igualdade não existe nenhuma liberdade. Uma sociedade muito desigual nunca haverá liberdade. Isso nem tem muito a ver com lados ideológicos e sim, uma justiça dentro da sociedade, porque a sociedade feliz (podendo satisfazer seus desejos) não tem como não ter produção boa. O feminismo clássico visa a igualdade entre homens e mulheres e não, a supremacia da mulher como o feminismo mais atual (que chamo toxico). Dai cairmos em uma outra questão, a mais conhecida frase “todo homem é igual” tem um erro bastante grande. Pois, ninguém pode ser igual ao outro ao ponto de se padronizar, porque existe a ética que é construída por educação quando somos crianças. Por isso mesmo que Immanuel Kant diz que a educação vem de berço. Se um homem cresce com hábitos de judiar da mulher, mandar na mulher e não tem nenhum respeito pela mulher, foi a educação que ele recebeu ou exemplo do próprio pai em algum momento. Isso não significa, que todo homem teve esse tipo de educação.
Por outro lado, muitas mulheres que nasceram numa família desestruturada – isso, infelizmente, é muito comum no nosso país – começam a crescer com esse tipo de pensamento, pois, é a realidade que ela conheceu. A ética dela foi construída a partir da violência da relação entre o pai dela e a mãe e começa a refletir para fora isso. Só que, existem famílias que há harmonia, há uma boa educação de dizer que devemos respeitar a mulher ou o homem, que esta no seu lado. Não existe relações tóxicas, há escolhas de ambiente, há escolhas de companheiro. Por isso mesmo, há o período do namoro de conhecer quem pretende viver junto. Você não quer encontrar um cara legal em uma balada ou o primeiro que te canta? Do mesmo modo, você não quer encontrar uma companheira legal em baladas ou a primeira que você tem tesão? Talvez, por isso mesmo, eu não acredito em pessoas tóxicas, mas acredito em pessoas com a carência tão alta, que escolhem o primeiro que aparece e dá merda. O pior que dessa merda, os filhos (mais expressivamente a filha), fica com uma visão que só há aquela pessoa.
Dai cairmos, exatamente, na frase da Simone de Beauvoir, que além de sr feminista (não vou entrar nos outros méritos que a direita acéfala, acha que sabe) era existencialista. Ora, a corrente existencialista defendia que por sermos obrigados a escolher, somos presos a sermos livres para colher aquilo que escolhermos. Portanto, somos responsáveis por aquilo que escolhermos como constrição de nós mesmos. Essa exata frase de Beauvouir diz que nada deveria ser definido e nada deveria se sujeitar, ou seja, as pessoas vão se definindo ao longo da sua vida e a independência está, exatamente, de não seguir um padrão de definição. Mas a frase também diz que a liberdade seja a própria substância, pois, viver é ser livre. Ser livre é oprimir os outros ou imputar uma culpa que não tem? Porque se todo homem é igual, então, nem todo ser humano é livre de ser o que é, porque existe um padrão a ser seguido e ai mora o perigo. Você está definindo uma coisa porque viveu aquilo, porque alguém da sua família era assim, você mede a realidade daquilo que você viveu. Então, se nada se define, ate mesmo os homens, não são definidos.
Portanto, essa história de homem toxico ou relacionamento tóxico, na visão existencialista, não existe, é uma questão de escolha.

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domingo, 28 de junho de 2020

Por que não comprar de um cadeirante?



Boneca Cadeirante.#semprecirculo - Amigurumi da Lena | Facebook


Preconceito é opinião sem conhecimento.”
(Voltaire)


Por Amauri Nolasco S. Junior


Como eu gosto de questões filosoficas, eu postei em um grupo uma questão bastante pertinente para esse texto: “existem pessoas não humanas?”. Na nossa língua (português) coloquial, pessoa tem um sinônimo de ser humano. No entanto, na filosofia – minha área – há muitos debates de definição de um sentido mais preciso ao uso desse termo, pois, quais seriam os criterios que poderiam definir algo ou alguém como sendo uma pessoa. Ainda na filosofia, uma pessoa seria uma entidade com certas capacidades ou atributos que associam a personalidade, como por exemplo, em um contexto bastante particular tem a ver com a moral, com a social ou criar instituições para guardar a sociedade (que seria algo bastante discutível). Essas capacidades podem incluir a autoconsciência, uma noção de passado ou futuro, a posse de poder deôntico (refere-se à deontologia, à ciência dos deveres morais, principalmente dos deveres próprios de cada profissão; deontológico). Ou seja, uma pessoa é um agente moral.
O que seria humano? Humano vem do latim “humanus” é a forma adjetival de “homo”, que traduzindo seria homem (incluindo macho e fêmea). Na filosofia é sempre mantida uma certa distinção entre as noções de ser humano (homem) e de pessoa. A primeira definição (ser humano) se refere à especie biológica enquanto a segunda definição (pessoa) se refere à um agente racional. Ou seja, um ser humano é todos que fazem parte da nossa especie e ate onde sabemos, toda a humanidade (aproximadamente, 8 bilhões no planeta Terra) são humanas e não de outra espécie. Existem características estéticas e morais, quem tem a ver com pessoas e essas características não te fazem ser uma outra espécie.
O que você diria se uma pessoa (lembre da definição), dissesse para uma outra pessoa, para não compra de uma cadeirante doces porque ela acha que a cadeirante é suja? Ela seria uma pessoa? Ela seria uma humana? Poderíamos dizer que uma pessoa é um ser que seria um agente moral, pois, moral vem de “mos” (no plural “mores”) que queria dizer “relativo aos costumes”. Ora, um ser que segue um costume – como um ser que é educado pelos mesmos valores morais – podemos concluir, que pensar que um cadeirante ser sujo é comum. Por que isso? Talvez, por ver vários cadeirantes segurar o corrimão para fazer a roda ir para frente, se ache que a mão está na roda ou que o corrimão esteja sujo. Por outro lado, tem outro pensamento que todo cadeirante é dependente do outro (ai depende do grau da deficiência) e, talvez, por isso, nós possamos não se limpar direito ou não tomar banho. Isso como em toda sociedade, se chama generalização. Você pega um estereotipo, coloca em rotulo para ser classificado e começa a colocar todos com aquelas características messe rotulo.
Mas, como pessoas (isso é, seres humanos), cada indivíduo com deficiência tem uma característica diferente. Uns podem – como eu – se virar e tomar banho, ou ir ao banheiro sozinho por ficar de pé (sim, minha deficiência me permite ficar em pé), outros indivíduos podem depender mais por comprometer mais a parte motora ou ate mesmo, a parte cognitiva (consciência) e precisa de um cuidado maior. Existe um leque muito grande dentro do aspecto cadeirante (fora outras deficiências), então, não tem o porquê de achar que os cadeirantes são sujos.
Mas tem uma outra questão: o porque uma pessoa chega na outra para dizer que se fosse ela não comprava doces de uma cadeirante por achar os cadeirantes sujos? Analisamos o conceito (ou preconceito) de achar que cadeirantes são sujos, agora, podemos analisar o porque dela se meter na decisão do outro. Talvez, poderia ser um alerta por achar que a outra pessoa não soubesse que a vendedora era cadeirante, ou ate mesmo, desconhecer que os cadeirantes são “sujos”. Para a pessoa que construiu essa imagem, ela tinha um dever de dizer para outras pessoas, porque as outras pessoas não sabem o que só ela (supostamente, claro) sabe. Mas, também, poderia ser uma pessoa que não gostasse da cadeirante e de alguma forma, sentiria alguma inveja dela vender esses doces. Então, nesse ponto de vista, não no sentido do estereotipo de ser cadeirante e sim, a questão de não gostar da pessoa. Mas, por que uma pessoa não pode gostar da outra? Por que as pessoas podem se incomodar com as outras?

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domingo, 21 de junho de 2020

Estudos mostram: mães de pessoas com deficiência são mais narcisistas do que outras mães






por Amauri Nolasco S. Jr




Não sei se todo mundo sabe, mas em pleno século 21 se pensa que pessoas com deficiência não casam ou tem relações sexuais. E mais do que isso, o capacitismo como meio de discriminar as pessoas com deficiência, por meio de conceitos morais (muitas vezes, originados por religiões que não entenderam a mensagem de Cristo) e confundem, ter liberdade com ser promiscuo. Por que as pessoas com deficiência não podem namorar quem quiserem? Por que as pessoas com deficiência não podem ter liberdade de escolha de seguirem a religião que quiserem ou ate mesmo, transarem se quiserem?
Quem lê meus textos sabe que sou anarco-libertário, ou seja, acredito que cada um é dono do seu corpo se tiver consciência plena (sem alguma deficiência mental em ter consciência daquilo que está fazendo), e tem todo o direito de fazer o que quiser (se não prejudicar os outros na mesma liberdade). Por que os outros países entenderam que as pessoas com deficiência tem todo o direito de ter sua vida e suas particularidades (em alguns casos, casar ou morar sozinhos)? Porque entenderam que sai muito mais barato, entenderam que são possíveis consumidores e geradores, como todo mundo, de riquezas e ainda, poderiam ser produtoras de conteúdos diversos. Não há uma medicalização latente em tudo ser pautado em médicos e terapeutas – não que eles não são importantes – e sim, pautados no direito da liberdade das pessoas com deficiência. Claro – podemos ver isso no documentário da Netflix Crip Camp – foi com muita luta e as pessoas com deficiência foram ouvidas e finalmente, tiveram o que queriam.
Ora, com nossa educação vagabunda (que nunca teve um ministro descente), nosso povo se pauta em crenças de pastores canalhas, ou ate mesmo, médicos que se acham deuses. Mas, também sem dúvida nenhuma, a mídia demagoga colabora hora com reportagens piegas, hora com novelas porcas que nada tem a ver com as pessoas com deficiência quanto a deficiência em si (principalmente, cadeirantes), hora em pedir ajuda para quem não está pedindo ajuda. Porem, há uma outra dúvida: sera que essa mesma mídia emprega pessoas com deficiência? Será mesmo que a mesma imprensa que cobra, não faz diferente?
Mães narcisistas ficaram conhecidas gracas o caso na youtuber mirim que sua mãe estava muito mais preocupada com a sua imagem do que o bem estar do filho ou de outras pessoas da família. Na psicanálise, uma pessoa narcisista é uma pessoa que tem um amor muito grande por si mesma, ela tem uma imensa admiração por si mesma. Sigmund Freud (1856 – 1939), colocou esse termo na psicanálise – no qual, é considerado pai – por causa do mito de Narciso que demonstra uma vaidade excessiva e sem medida. O mito diz, que um jovem muito bonito nasceu numa região grega chamada Boécia,  filho do deus dos rios e de uma ninfa, foi profetizado por um oráculo que ele teria vida-longa, mas, que não admirasse sua própria beleza. Num dia, a ninfa Eco que era apaixonada por sua beleza – e o por ser tagarela demais, foi punida pela deusa Hera a repetir sempre as mesmas palavras – seguiu Narciso em um bosque e o mesmo percebeu que estava sendo seguido. Perguntou que era, e veio a mesma pergunta (pois, Eco repetia tudo), perguntou quem estava ai e veio a mesma pergunta. Até que num dado momento, Narciso esta na beira de um rio (sempre lembrando que ele nunca viu seu reflexo antes) e olhou o rio de águas claras e viu seu reflexo, enamorou-se pela sua beleza e desesperado por tocá-la, caiu no rio. Eco por se sentiu culpada pela morte do seu amado se transformou em uma estátua de pedra e repete todas as palavras que são ditas no bosque, assim como Narciso, foi transformado em uma flor com as mesmas características.
Pessoas narcisistas sempre buscam a sua própria imagem porque não encontram a imagem do outro como pessoas que podem ser admiradas ou podem ser amadas, pois, amado só ele próprio. A mãe narcisista é aquela que se preocupa com sua própria imagem, não existem outras pessoas que te realize, porque ninguém é igual ela própria. Elas admiram sua própria imagem e tem relações tóxicas com seu próprio filho, jogando todas as suas frustrações dos seus sonhos não realizados na criança e competem com a criança o amor das outras pessoas da família. Além de se aproveitarem de sua autoridade para terem uma certa aprovação e começam a cometer abusos psicológicos e começam a atacar de forma verbal e também emocional, de uma forma que a mãe no caso, se autovanglorie. Elas se aproveitam do amor incondicional dos filhos, e manipulam eles de uma forma que fazem acreditar que são inferiores, e isso, afeta de forma direta a saúde mental dos seus filhos.
Uma das características de uma mãe narcisista é que ter razão em tudo e saber tudo. Essas mulheres detestam ser contestadas (advinha o que vai acontecer com esse texto?), e detestam que seus filhos pensem de forma diferente. Elas pensam que o seu entendimento do mundo é sempre o mais correto, aquele que ela sabe o que é melhor, seguro ou que tendem a ser a verdade. Essas mães confundem o que é de fato e o que desejam. Elas só continuam gostando dos seus filhos se eles continuarem a fazer o que elas querem ou determinem o que eles querem, e portanto, elas acabam interferindo em todas as questões dos filhos, até mesmo nas escolhas profissionais e ate mesmo na sua personalidade. E as mães narcisistas tendem a imitar o que há de novidade para se auto guiar e muitas vezes, elas se espelham na filha ou no filho ao se vestirem (no caso de pessoas com deficiência, o filho tem que se vestir como ela quer, decidindo o que é melhor para ele, não deixando ele escolher). Assim, passa a viver em uma competição com os filhos de quem recebe mais atenção, e isso se amplia com filhos com deficiência, sempre fazendo o “joguinho” de ter mais doença, fazer chantagem emocional e por ai vai. E isso faz bem, porque se sentem ótimas quando são exaltadas por outras pessoas (mães especiais?). Elas se nutrem com as aparências e não com fatos de verdade.
Para essas mães não importam se alguém esta sofrendo, porque elas não tem nenhuma empatia com nenhuma pessoa. Mesmo o porquê. quem precisa ser notada em seu sofrimento, em suas dores e em tudo, só ela própria. Os sentimentos dos outros são indiferentes. São egoístas, são egocêntricas e subestima seus filhos e deseja sempre que eles atendam elas e se dediquem a atender suas vontades sempre. Afinal, só um sentimento que importa e é o indivíduo narcisista, egoísta.
De um modo geral, pessoas que tem características narcisistas são perfeccionistas ao extremo. Como essas mães que tem muito baixa estima, precisam ser bajuladas. Por causa disso, sempre vão buscar a aprovação das outras pessoas. E assim, essas mães acreditam, que vieram ao mundo para serem admiradas e dessa forma, se tornam, naturalmente, pessoas arrigantes. E isso tem consequências devastadoras na personalidade dos seus filhos, porque ao conviver com essas pessoas de baixa autoestima e que possam promover uma eterna competição com eles, podem ter uma influência muito negativa não só no filho, mas, em toda a família.
Assim, o filho que está muito mais disposto a ceder as vontades dessas mães, automaticamente, se tornam sempre aquele favorito (o que chamam de filho de ouro), e isso sempre vai dificultar um relacionamento saudável entre os irmãos. E nesse ínterim, para ter uma convivência boa com a mãe, muitos filhos se anulam para isso. E acabam cedendo as muitas chantagens emocionais e muitos abusos psicológicos. E nessa análise, o filho de mães narcisistas sempre acabam tendo o sentimento de invisibilidade para os seus pais. Mesmo depois que se tornam pessoas adultas, sentem que suas emoções não servem para nada, porque cresceram com uma mãe que não se importou o que eles queriam e si só a si mesma. E essas pessoas aprendem que o carinho seriam moedas de troca e não algo que vem naturalmente, e se tornam adultos que nunca tiveram nenhum espaço se construir emocionalmente. O resultado sempre é um sentimento de não ser bom para o outro e assim, podem apresentar uma tristeza e angustia constante, muito baixa autoestima, uma falta de amor-próprio e em muitos casos, depressão.
Assim, as pessoas criadas assim se tornam pessoas que não sentem seres humanos e quando essas mães vão embora, elas não sabem como proceder na vida. Anulam seus sentimentos, anulam sua vida e anulam seus sonhos porque não tem construídas dentro de si, sentimentos fortes e duradouros. Isso que o conceito de mãe especial faz para a maioria das pessoas com deficiência.



quinta-feira, 18 de junho de 2020

A evolução da consciência e a politica falsa ideológica




Evolução da consciência por meio do DNA – Blog – Espaço do Sol



O homem é um animal político.
Aristóteles

Por Amauri II
Vinicius Guida-- Amauri, vc acha que se a gente abandonasse todas as teorias políticas e focasse unicamente na evolução interna, no auto aperfeiçoamento, a sociedade se ajeitaria por si só?


Meu amigo me fez essa pergunta logo depois de um post de uma frase do filosofo Eric Voegelin que dizia que “nós criamos ordem na sociedade começandopor criar ordem na nossa consciência” que remete muito a frase dos 7 sábios da Grécia e colocada no oráculo de Delfos que dizia: “Conheça a ti mesmo, conhecera os deuses e o universo”. Também, como diz a tradição dentro da filosofia, foi a base da filosofia socrática onde “uma vida não examinada não vale ser vivida. Pois, se você conhece você mesmo, você conhece que você é sem subterfúgios externo para fugir da realidade de fato. Mas, vamos por partes para não fazemos confusão.
O Vinícius começou assim sua pergunta: “vc acha que se a gente abandonasse todas as teorias políticas”. Teorias politicas pode ser colocadas como ideologias politicas e se fomos muito mais além, todas as ideologias politicas têm a ver com o processo do poder. Umas te darão mais liberdade do que outras, mas, ainda assim, todas manterão o estado como o centro de todo o poder. Porem, isso teve uma piora depois da Revolução Francesa que ao invés de libertar o ser humano das amarras de um poder controlador, aprisionou toda a sociedade em ser de esquerda (mudança) e de direita (não mudança). Todo o problema se da que o ser humano não saiu de dentro da caverna (usando a analogia da caverna platônica) e sim, mudaram quem produz a sombra. O que adianta colocar os países como Estados laicos (compota todas as religiões), mas, endeusa as ideologias e a ciência? O que adianta tirar a metafísica da filosofia se cada vez mais, a filosofia da politica está mais utópica?
No mundo antigo – principalmente, no mundo grego – politica (politikon) eram cidadãos preocupados com questões da polis que poderiam afetar como um todo. Lá fora, há assembleias de moradores que discutem onde serão empregados os impostos, para onde e o porque. Assembleias de escolas do desempenho de alunos e professores e etc, coisa que aqui não tem porque as pessoas preferem jogar a responsabilidade. Ate li em algum lugar, que as ideologias acabaram com o pensamento politico porque não enxergam a sociedade por um viés mais amplo. Se destruiu toda a objetividade dentro da politica, religião e etv, para colocar num subjetivismo dentro de coisas muito complexas. A simplificação marxista da guerra de classe é uma delas, assim como, alguns tópicos que são utópicos dentro do liberalismo.
Talvez, se esquecêssemos as teorias politicas (ou ideologias), poderíamos enxergar uma coisa mais ampla e muito além daquilo que deve ser. Dai, poderíamos voltar a Platão, quando ele coloca o teorema da caverna. E ai entramos na segunda parte da pergunta do Vinícius: “unicamente na evolução interna, no autoaperfeiçoamento, a sociedade se ajeitaria por si só?”. Na essência, toda ideologia politica ou ideologia religiosa, são maneiras de ver o mundo infantilizadas e dependentes. Por que, quando somos adolescentes, temos que ter uma turminha que identificamos? Por sermos aceitos pela maioria. Mas, será mesmo, que a maioria se aceita? Claro que não.
Depois que a mídia começou a ditar questões estéticas como se fosse importante – como caráter fosse uma coisa secundaria – se começou a olhar para o outro de forma aparente. Não que isso fosse, totalmente, uma culpa que a mídia tem que carregar, mesmo o porquê. a sociedade também carrega e muito esse estigma que se você tem uma má aparência, você é doente ou você é um ser que não pertence a nossa espécie. Então, o que se consistiria essa “evolução interna”? Ora, o reconhecimento de quem você é e do que você pode dentro de todos os aspectos e esses aspectos, vao de deixar conceitos infantis de dependência, uma autogestão, uma capacidade de olhar muito além do que estamos acostumados a olhar. Mas isso, talvez, acontecera com uma evolucao muito grande, tanto no aspecto social, quanto no aspecto espiritual.

terça-feira, 16 de junho de 2020

Respondendo os anarquistas acadêmicos


A imagem pode conter: 2 pessoas, barba, texto que diz "ANARQUISTA "Ancap""

Por Amauri II


Nesse final de semana, fui surpreendido por um texto no facebook falando ou tentando explicar a diferença do anarquismo (dizerm ser comunista) e o ancap (que chamam o libertarianismo, anarco-capitalismo). O texto esta na pagina bandeiraNegra e sera linkado no nome aqui no texto. Mas, vou responder esses erros e esclarecer alguns mais entendidos.

<<<O Anarquismo surgiu em 1868, quando Mikhail Bakunin e outros revolucionários criaram a Aliança da Democracia Socialista. Esses militantes atuaram dentro da Associação Internacional dos Trabalhadores, que funcionava como um sindicato gigante que promovia lutas operárias. >>>
Ora, o anarquismo vem muito antes dessa data e não surgiu diretamente com Bakunin. O termo anarquismo compõem dois termos, a palavra “anarquia” com o sufixo “ismo” que é derivado do grego “anarkhos” ( ἀναρχος) que tem o significado “sem governantes/governo”. A partir do sufixo an- (sem) + arkhé (soberania, reino, magistratura) + o sufixo -ismós da raiz verbal -izein. O primeiro uso conhecido do termo anarquia data de 1539 e essa palavra, passou a ser usada amplamente no contexto da Revolução Francesa sendo muito utilizado por Robespierre para desqualificar grupos de oposição. Grupo como os enragés de Jacques Roux tendo, assim por diante, uma conotação essencialmente negativa.

O primeiro filósofo a se considerar anarquista foi Pierre-Joseph Proudhon, em 1840. no seu livro “O Que É a Propriedade?” ao ter a percepção da ambiguidade da palavra grega “anarkós”, que não tinha só o significado de desordem, mas também a falta de um governo em situações onde este é considerado desnecessário. Assim, Proudhon se proclamou um anarquista com base nesse último significado para tentar legitimar uma tentativa de ressaltar que a critica que se propunha fazer ao Estado e a autoridade não implicava na defesa da “desordem” numa tentativa de colocar o uso do termo como positivo.

Mesmo com a intenção de Proudhon, o termo foi perdendo o seu vies negativo progressivamente e os primeiros que militaram a favor do anarquismo, no contexto da AIT ( Associação Internacional dos Trabalhadores) jamais se declararam como tal e associando o termo como “socialismo revolucionario” ou “coletivismo”. Os termos “anarquia” e “anarquismo” passaram a ser reivindicados pelos militantes de uma forma mais generalizada só depois o rompimento com a AIT e a formação da Internacional de Saint-Imier, no ano de 1872. Mesmo assim, não aconteceu uma homogenização nesse sentido, e muitos outros termos foram usados como “socialismo libertário”, “comunismo libertário” e “socialismo antiautoritário”. Esses termos foram amplamente reivindicados pelos militantes anarquistas, embora não possam ter uma associação ao anarquismo em alguns casos, pois se entende também a outros setores da esquerda socialista e a revolucionaria. (aqui)

O que o autor do texto se esqueceu – ou aprendeu nas nossas universidades que os professores defendem o socialismo/comunista lenista-stalinista – que na verdade Mikhail Bakunin – outro grande pensador anarquista que viveu entre 1814 a 1876 – foi muito inspirado pelo anarquismo de Proudhon e também, pelas ideias socialistas, principalmente, o socialismo cientifico de Karl Marx (por isso os anarquistas universitarios amam Bakunin) que conheceu na decada de 1860, e ele faz uma nova teoria anarquista, muito maisa radical e defensora de acoes duras para o aniquilamento do Estado. Portanto, a pagina diz que quem criou a teoria do anarquismo foi Bakunin, mas, ele criou o anarquismo radical que justifica anarquistas se juntarem com os socialistas no Antifas.

Só que não dizem que Bakunin se afastou de Karl Marx por eles descordarem entre si de ideias sobre o Estado, pois Marx defendia uma criacao de um Estado socialista amplo e forte, Bakunin defendia o fim do Estado de modo definitivo. Segundo Marx, que viveu na Inglaterra industrial do seculo dezenove por algum tempo, o proletariado era a figura central que poderia conseguir derrubar todo o capitalismo, por outro lado, Bakunin, que viveu numa Rússia ainda rural, os camponeses é que tinham a força necessária para começar uma revolução. (aqui)
<<<<Anarquistas são de extrema esquerda e querem uma sociedade com igualdade social, e por isso combatem o Capitalismo que divide a sociedade entre ricos e pobres. Também são contra o Patriarcado, o Racismo e o Imperialismo. >>>

para mim, por tudo que eu li e ouvi pessoas que estudaram o anarquismo, colocar em um extremo é pura besteira. Mesmo o porquê. se analisarmos bem a fundo, o anarquismo não visa só acabar o Estado (como se fosse acabar com o grande Leviatã), mas, acabar com todos os conceitos que prendem o ser humano e o escraviza. Portanto, quando se rotula o anarquismo de extrema esquerda (do socialismo stalinista), esta impondo que qualquer anarquista tem obrigacao de ser de extrema-esquerda, portanto, oprimindo o anarquista a seguir um lado. Isso, para mim não faz nenhum sentido.

Acontece, que muitos professores universitário – por terem um vies socialista/comunista que não tem nenhum problema, desde ensinam certo e não puxando para sua ideologia – ensina que só há a anarquia radical de Bakunin e que osso justificaria ser associados a ideias socialistas e não é verdade. Um verdadeiro anarquista defende a liberdade e não ser de esquerda ou direita.

<<<O "Anarco" Capitalismo nasce quase 100 anos depois com Murray Rothbard, um seguidor do liberal Ludwig Von Mises (ex ministro da economia do governo fascista de Dolfuss, na Áustria). Os ancaps são muito próximos dos liberais radicais da Escola Austríaca de Hayek, e no Brasil o mais famoso é o burguês Hélio Beltrão, presidente do Instituto Mise >>>>

Primeiro, não há uma definição ao termo “anarco-capitalismo” ou libertarianismo ou outro que defina pessoas que querem abolir o estado e fundar comunidades que possam definir qual as diretrizes de comunidade e o livre mercado. Segundo, Von Mises não foi ministro da economia e sim, conselheiro econômico de Delfuss que não invalida sua obra. Quantos autores que defenderam governos piores não tiveram sua obra marcada como clássica? Terceiro, segundo a wikipedia, Hélio Beltráo era “pai da jornalista Maria Beltrão e do presidente do Instituto Mises Brasil, Hélio Coutinho Beltrão.” e não se tem nenhuma referência sobre a ligação entre ele e os ancaps.

<<<<Ancaps defendem a liberdade de nazistas marcharem em público e defenderem a "liberdade de expressão".>>>

não defende. Se há alguém que se diz ancap ou libertário que defende esse tipo de coisa, é uma minoria (Paulo Kogos não vale) e que nem sabem o que seria a ideologia de fato. A questão é: 1- usar o termo nazista de forma arbitraria que pode banalizar o termo. 2- libertário defendem a não violencia e a troca de argumento, pois, quando você dá uma resposta violenta a aqueles que não usaram com você, você começa a infingir a regra do PNA (Pacto de Nao Agressão).

<<<Anarquistas participam de lutas antifascistas, chegando a pegar em armas contra nazifascistas na Revolução Espanhola. >>>


Anarquistas não se juntam com socialistas, porque socialistas usam anarquistas como “bucha de canhão” para subir ao poder e fazer seu próprio governo. Qual anarquista sobreviveu do regime socialista soviético? Qual anarquista sobreviveu nos regimes socialistas? Se fomos bastante rigorosos, vamos encontrar elementos bastante autoritario no Bolsonaro, mas, o fascismo e o nazismo é muito mais do que um atoritarismo tosco, caudilho, que não tem nada a ver com forças nazistas.

<<<Não confundam anarquistas de verdade, que lutam em sindicatos e movimentos sociais, com radicais de direita ultraliberais.>>>

Existem anarquistas de mentira? Para mim anarquistas de mentira se associam a ideologias de lá trás que mataram e matam milhões de pessoas oprimido populações inteiras como o socialismo. Todo anarquista quer abolir o estado e não trocar as forças repressoras ideológicas que interessam. Os libertários defendem o individualismo, a autogestão para não depender de ninguém, a não violência e ao voluntarismo por vontade. Não impor nada, nem moral, nem religiosa, nem ideológica politica e no mais, que cada um faça o que queira, se quer abrir alguma coisa que abra, se quer trabalhar para os outros que trabalhe. Mas nunca se pode dizer que o cara é errado, que o outro tem que pensar como eu penso. Antifas ou outro movimento do mesmo porte, querem definir como se pensa, como se age, como se vê, como senhores de uma moral que não é conquistada por mera quebra-quebra sem nexo, o povo não gosta disso, mas, levando em conhecimento e informação. Sempre.

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segunda-feira, 8 de junho de 2020

1997- Conheci Olavo de Carvalho





Olavo em desenho | Olavo de Carvalho


Por Amauri Junior

Era meado de 1997, quando a internet era discada, eu participava de conversas nos fóruns sobre filosofia. E filosofia e política, são notoriamente, muitos próximas. Um desses fóruns conheci uma galera bem legal que costumavam uns ser de esquerda e outros, ser de direita. Ficávamos até altas horas da madrugada – porque não se cobrava o impulso da linha a cada minuto e sim, a cada hora – discutindo coisas que a maioria nem sabe, quando, num meio de uma discussão, mandaram um link do site do Olavo de Carvalho. Achei interessante, pois, como meu pai estava comprando para mim a coleção que vinha no jornal Folha de S. Paulo, Os Pensadores, e me interessei pela filosofia sempre. Falando de modo bem imparcial, muita coisa aprendi melhor na internet do que numa escola, e na internet, eu tive o incentivo a voltar aos estudos em 2002. Dado momento em uma discussão, éramos opositores das ideias políticas do Olavo e a turma da direita – liderada por um sujeito com alcunha de Capitão América – defendia ele e dado momento, não sei que cargas d´agua ela soube, apareceu xingando todo mundo e me xingou de “aleijado sem vergonha”.
Não tenho magoas dele por causa disso, porque minha deficiência nunca foi minha arma para autodefesa, porém, se pode ver que todas as coisas que eu li são de uma pessoa doida com mania de perseguição. Logo depois, a turma foi se dispersando e não havia mais discussões de verdade. Isso só foi para ilustrar como é o jeito do Olavo de Carvalho, que sempre nunca quis argumentar e sim, gostava de ser bajulado. Outro muito parecido é o Paulo Ghiraldelli Jr – sim, esse mesmo que mandou um tamanduá estuprar a jornalista Rachel Sheherazade – que gosta de ser bajulado e nunca contrariados. Alias, fui aluno do professor Ghiraldelli em 2004 e fui expulso do grupo dele, só porque eu divergi dele sobre a questão se a Maisa (na época ela era pequenina) poderia ou não, trabalhar.
Depois de ter essas experiencias, formei minha própria teoria: tanto o Olavo, quanto o Paulo, acham que as redes sociais são suas aulas e sua sala. Embora o Olavo não tenha um diploma universitário – que para mim, é irrelevante – ele é professor e sabe bastante de filosofia, mas, também, questiona de maneira errada. Quando lá nos fóruns, nos grupos do Yahoo, ou no Orkut, nós questionávamos se realmente, o homem pisou na lua ou algo do tipo, era um exercício de retorica. Eu posso ate achar como uma mera opinião, que o homem pisou na lua depois de 69, mas, primeiro, eu não tenho como provar isso e no mais, eu não posso sair com base de uma mera opinião; segundo, eu não tenho como ter base cientifica porque eu não estudei na área para fazer um paper em uma revista da área. É mero achismo. Por outro lado, sabemos muito bem, que a direita americana sempre foi paranoica e sempre inventou mil teorias para botar medo nas pessoas sobre seus adversários políticos imaginários.
Acontece que dentro da filosofia não pode haver só a divida e duvidar de coisas que, talvez, que não pesquisamos sobre. Mesmo o porquê, você não pode filosofar como se você tivesse dizendo uma opinião. Como Platão disse, opinião não pode ser conhecimento. O conhecimento deve haver uma lógica, deve haver um caminho argumentativo que se possa provar ou não, que aquilo é verdade. vai muito do sentimento que você descobriu uma pseudoverdade e ela te deu um protagonismo de suma importância dentro de um ambiente, no qual, você não é importante e pode nunca ser pela vida inteira. Isso tem muito a ver com o teorema da caverna platônico, pois, dentro da caverna até tinha teóricos que explicariam as sombras, mas, só o verdadeiro filósofo quebra as correntes e sai dessa caverna. E a verdade é fora dessa caverna. E há uma grande diferença entre filosofia (amar a sabedoria) do que teorias da conspiração sem logica nenhuma.

sábado, 6 de junho de 2020

A blogueira racista e o menino Miguel – o racismo e o preconceito polarizado



RELATOS DE RACISMO - EDUCAFRO



Por Amauri Junior

Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos.
Nelson Rodrigues


A questão racista e de preconceito é uma coisa bem mais complexa do que a esquerda nos faz ver como verdade absoluta, porque se trata de algo muito mais além do que ser contra só de negros, só de homossexuais ou da maioria que grita mais. Nós, pessoas com deficiência, que temos pessoas negras, homossexuais ou mulheres, são pouco aceitos e não há uma ressonância na nossa luta diária contra o preconceito. Até mesmo, existe um texto de uma colega que é cadeirante e no entanto, escreve uma critica sobre o feminismo e mulheres com deficiência (aqui). Qualquer preconceito é errado e muito burro, porque é exatamente o que o sistema quer, separar para melhor governar.
Preconceito, segundo está no Google, é “qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico” ou “sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância”. Ora, será mesmo, numa era que temos tanta informação cabe esse tipo de coisa? Ao que parece, ainda cabe. Porque as pessoas não querem ler sobre o assunto antes de falar, querem falar para dar sua opinião e saber que aquilo lhe dará likes. Só isso. Quando comecei usar internet não era assim, antes de postar coisa nas discussões procurávamos artigos sobre e liamos esses artigos para colaborar com nossa tese, não era achismo. Além do mais, eram uma troca de informação. Aprendi muito com isso.
Acontece que a internet se popularizou e com ela vieram pessoas que estavam restritas nos bares, nas conversas de vizinho, nas periferias de classe media baixa e pobre. Começaram a gostar do fato de outras pessoas se identificarem com aquilo que a pessoa dizia, e isso é documentado em psicologia – principalmente, de Skinner – que se você reforçar um comportamento por meio de um ganho, esse comportamento será padrão. Mas, na verdade, as mídias sociais abriram uma caixa tipo de Pandora, ou seja, são o espelho de cada sociedade e a nossa acha que está falando com o vizinho ou com o cara do bar. Polarizaram a politica por acharem que são torcidas de futebol, acham que vão informar com meme, acham que a vida é uma postagem em um Twitter. Esta parecendo que temos vários nichos, dos socialistas soviéticos, aos nazistas hitleristas mais fiéis ao regime protodemocratico socialista neonazifascista (eles que enxergam assim).
Falas como da postadeira de stories do Instagram (influencer é ridículo, né?) Luisa Nunes Brasil, que o preconceito é uma coisa natural, ouvíamos muito nos anos 80. Mas, quem vivia entre as minorias (que são a maioria), a diversidade era muito normal. Quando estudávamos numa das unidades da AACD, toda as terças ou quartas, não me lembro, um motorista parava em uma barraquinha de churros e comprávamos churros. Num dado dia, crianças começaram a olhar pela janela como se fossemos pessoas de outro mundo – eu achava aquilo muito estranho, mas nunca foi uma coisa que me incomodou – e minha amiga disse que tínhamos Aids e as crianças saíram correndo. Claro, hoje eu sei que a atitude da minha amiga também estava errada, mas, é a defesa que as vezes nos torna pessoas que ao invés de informar, queremos colocar terror onde não tem. Por outro lado, mesmo que tivéssemos, não teria o menor problema. O que quero mostrar é que não temos uma educação adequada para forma cidadãos, como nossos governantes e as nossas universidades herdaram o positivismo, sempre a educação foi para formar “robozinho” para as fabricas e não cidadãos de verdade.
A Luisa é mais uma que recebeu uma educação do sistema, pois, se toda a população se unisse para cobrar os governantes não teríamos desrespeito e perseguição. Teria respeito com o outro e não tratar o outro como um mero “animalzinho” de estimação que faz o que quiser. Ninguém tem o direito de violar a liberdade do outro. O que aconteceu com o menino Miguel é corriqueiro dentro de algumas casas – na região onde ele morava, pelo que eu li – que, sendo em Pernambuco, torna uma situação ridícula. No Brasil, onde há uma maior dissidência a sermos um povo misturado e tem as quatro matrizes do mundo dentro da genética e culturalmente. Aliás, geneticamente, o único povo que tem a pureza do homo sapiens é o próprio negro, ou seja, o homo sapiens era negro e ao se espalhar pelo mundo, se clareou. Por que eu sei disso? Estudei. Vi coisas relevantes no YouTube e aprendi.
Não existe vitimas de qualquer coisa de esquerda e de direita, existe pessoas que sofreram perdas e cada perda tem um valor absoluto, não se desconstrói a humanidade de George Floyd – vitima de um policial racista nos Estados Unidos – por uma esquerda louca para ter a presidência e, não a relativização da morte dele por uma direita que pensa em cifrão. Tantas outras vitimas foram usadas politicamente. Tantas pessoas são usadas pela mídia para dar clicks em jornais, audiência em programas sensacionalistas, pessoas que não mereciam ser jogadas ao limbo da ideologia. Um foda-se as milhares de “luisas” que acham que o preconceito é normal.



quarta-feira, 3 de junho de 2020

O filosofo nasce antifascista e antissocialista, mas a universidade o corrompe





The Greek Female Philosophers You Really Should Not Ignore


Por Amauri Nolasco Sanches Jr



E ainda não és livre, ainda procuras a liberdade. As tuas buscas fizeram-te insone e inquieto de maneira excessiva.


Já deveria ter ficado bastante claro, desde Sócrates (sim, a filosofia de fato começa com Sócrates), visa descontruir uma narrativa para se chegar numa analise mais apurada da verdade. isso, queiram ou não, tem a ver de um modo metafisico. O próprio Sócrates quando começou a analisar tudo que lhe respondiam, chegou à conclusão que ninguém era o que dizia que era – ninguém era bom de verdade – ninguém sabia aquilo que pensava que sabia, porque todo mundo era ignorante. Dai, indo um pouco mais além, podemos intender não só as palavras de Sócrates em dizer que sabia que nada sabia por admitir sua ignorância diante a realidade, mas também, Buda Sakiamuni que disse que somos seres ignorantes da realidade de fato, e também, Jesus dizendo que muitos seriam chamados, só poucos serão escolhidos. Mas, por que? Nem todo mundo se liberta da sua crença porque tem medo de achar que vai ficar perdido por ai sem um alento. Depois de 5 mil anos de estado, onde ele cuida da sociedade, dá uma razão de vida, dará uma crença que tudo ficara melhor da outra vida. Mas, você deve estar se perguntando: por que você está falando de crenças se você citou Jesus e Buda?

Não acredito que Buda foi budista e nem que Jesus foi cristão, porque o mesmo estado que condenou Jesus, por exemplo, usou sua crença para unificar seu império novamente. O budismo tem varias variantes que nada ensinam a verdadeira essência do que Sakiamuni pregava, o único mais próximo, é o zen que talvez resgatou a verdadeira sanga (ensinamentos de Buda). Então, quem garante que essa é a realidade de fato? Mesmo o porquê, a realidade pode ser apenas um ponto de vista de uma jornada evolutiva a algo muito maior, a chegada de algo que o ser humano ainda não vê. A virtude socrática pode ser muito mais do que esse racionalismo vagabundo que temos hoje. O belo platônico não pode ser entendido como o belo físico, nem o mundo das ideias pode ser entendido como um mundo concreto que existe já construído. Afinal, como disse Aristóteles, somos por natureza sem a querer saber.

Acontece, que a filosofia moderna esqueceu (ou quis esquecer) que nem sempre a verdade, ou o que chamamos de verdade, está em materiais finitos e isso se resume a realidade. A meu ver, a filosofia se rende a técnica (telné) e ficou cientifistas demais, ficou só o que podemos explicar. Será mesmo, como quis um dia Comte, que a ciência resolveu os problemas? Quando eu era muito jovem, a técnica junto com a ciência, imaginava que logo depois do ano dois mil, carros iriam voar, robôs iriam fazer tarefas domesticas e tudo mais que, se existem, eu não vejo. Tanto é, que estamos em quarentena por causa do Coronavírus, que nem ao certo, sabem de onde veio. A técnica fez grandes avanços, mas colaborou para acontecer duas guerras mundiais. Não curou a gripe espanhola, não curou o Coronavírus. Será que podemos confiar na técnica? Será que a filosofia deve confiar cegamente na ciência?

A técnica é a essência tanto da extrema-direita (fascismo e nazismo) quanto a extrema-esquerda (socialismo-comunista stalinismo) e assim, o mundo se deu logo depois da segunda guerra mundial. O século vinte, na sua essência, foi niilista. As pessoas pararam de acreditar que poderiam sentir e fazer por si mesmo, sem recorrer a técnica. A filosofia foi para a área logica da linguagem (como se não usássemos de forma correta a linguagem no filosofar) ou, na existência do homem, que tem que lhe dar com suas próprias escolhas. Mas, a questão é: sabemos o que é liberdade? Será mesmo que a liberdade existe? Tiraram a essência do ser humano para dizer que estamos livres, mas, a existência não nos atesta sermos livres. Será mesmo que o problema é a linguagem? Será que nossa salvação é a técnica?

Não sou contra a técnica, afinal, sem ela eu não teria cadeira de rodas e nem cirurgias que me fizeram sentar ou ficar em pé, mas, a técnica não é uma deusa intocável. Ao mesmo tempo que fez a minha cadeira de rodas, fez a bomba atômica, o modo hard de terrorismo estatal. A liberdade é fácil mensurar, ou você tem ela ou você não tem, porque o homem por natureza tem consciência da sua existência porque pensa. Ora, se acho que uma flor é linda, eu tenho plena certeza que quem acha a flor linda sou eu. Nossa essência é o que somos, não o que a teologia católica define, mas, sendo valores caras por muitos séculos.

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