sábado, 27 de agosto de 2022

Régis Tadeu: meu guru



 Por Amauri Nolasco Sanches Júnior 

A ideia de guru que temos é muito a construção do padre da igreja católica ou o pastor das igrejas pentecostais e neopetencostais. Mas, os verdadeiros gurus não querem que que sigamos eles cegamente, eles querem que refutemos eles, que indagamos e tragamos algo melhor. Na tradição budista, buda (o iluminado) Sindarta Gautama disse que toda vez que você encontrar buda, mate ele. No caso, Régis Tadeu é meu guru no ponto da frase <<todo fã é um idiota>> e que remete muito a filosofia cética – quase pirrônica de negar tudo mesmo – onde devemos ter um certo ceticismo. Você gostar não quer dizer que você vai defender até a morte as coisas e nem as pessoas.

Uma questão que me chegou através do Quora: <<a virtude pode ser ensinada?>>. Um sujeito respondeu que Aristóteles dizia que não, mas, temos que ter cuidado quando dissemos isso, porque existem termos gregos que não entendemos. A questão da virtude prática de Aristóteles passa dentro da filosofia grega da época, na questão da felicidade. Os gregos tinham como uma vida feliz – pelo menos, os filósofos –o termo <<Eudaimonia>>, o que seria, grosso modo, um <<gênio bom>>. Seria uma espécie de espírito bom, ou anjo da guarda. Portanto, a felicidade seria atos virtuosos para atrair esses gênios e conquistar dias felizes. Hoje sabemos que nosso comportamento vem de exemplos, por isso mesmo, temos a educação familiar, a escolarização entre outras coisas.

Só que tem um problema: quando construímos nossa ética (virtudes através desses atos), começamos a se distanciar de gurus, porque sabemos que alguns atos são errados. Matar é errado, porque você está tirando do outro o direito da vida. Algumas pessoas acham legitimo matar porque estão na ignorância que aquilo não te pertence, ou que as pessoas podem fazer algo contra nós e esquecemos essa pessoa. O ato virtuoso, nesse caso, é não ir ao extremo de achar o direito que tenho que tirar a vida do outro por causa do meu bem-estar. Não é certo e vai contra todos os preceitos religiosos e filosóficos.

Um guru não te leva através o caminho, ele te mostra o caminho e depois que você aprende, ele se vai. Em um vídeo no YouTube – em forma de podcast – Arthur Petry faz uma reflexão sobre o modo que Régis Tadeu reage a essa juventude idiotizada que não sabe o que está seguindo. Colocando em um modo muito mais filosófico – uma noção mais crítica dentro da concepção do jeito do Régis – ele é cético e o ceticismo dele faz dele um cara que curte o melhor, ele é seletivo. Pessoas seletivas sempre tem um bom gosto, porque não gostam de qualquer coisa. Sabem que o entendimento tem a ver com o gosto e apreciar tudo o que é bom e belo. Daí chegamos em Sócrates e Platão, pois, o bom e o belo não têm a ver com moral – não como entendemos hoje – mas, saber o que se tem de bom e belo e trazer para seu gosto e apreciar. Tem a ver o que você gosta sem ir em tendencias ou modinhas.

Por isso mesmo o Régis Tadeu vai dizer que gosta do mesmo modo metal de cruz invertida e músicas de outras vertentes, porque o ceticismo dele não deixa ele se fanatizar. Eu aprendi com essas pessoas – com filosofias orientais também – a dar minha opinião sem dizer palavrão, sem ir para o lado pessoal, sem se importar muito com que as pessoas dizem. Não fanatizar faz com que seu gosto musical e de tudo, fique muito melhor. 



#registadeu #filosofia

Nenhum comentário:

Postar um comentário