Por Amauri Nolasco Sanches Júnior
A ideia de guru que temos é muito a construção do padre da
igreja católica ou o pastor das igrejas pentecostais e neopetencostais. Mas, os
verdadeiros gurus não querem que que sigamos eles cegamente, eles querem que refutemos
eles, que indagamos e tragamos algo melhor. Na tradição budista, buda (o
iluminado) Sindarta Gautama disse que toda vez que você encontrar buda, mate
ele. No caso, Régis Tadeu é meu guru no ponto da frase <<todo fã é um
idiota>> e que remete muito a filosofia cética – quase pirrônica de negar
tudo mesmo – onde devemos ter um certo ceticismo. Você gostar não quer dizer
que você vai defender até a morte as coisas e nem as pessoas.
Uma questão que me chegou através do Quora: <<a
virtude pode ser ensinada?>>. Um sujeito respondeu que Aristóteles dizia
que não, mas, temos que ter cuidado quando dissemos isso, porque existem termos
gregos que não entendemos. A questão da virtude prática de Aristóteles passa
dentro da filosofia grega da época, na questão da felicidade. Os gregos tinham
como uma vida feliz – pelo menos, os filósofos –o termo <<Eudaimonia>>,
o que seria, grosso modo, um <<gênio bom>>. Seria uma espécie de espírito
bom, ou anjo da guarda. Portanto, a felicidade seria atos virtuosos para atrair
esses gênios e conquistar dias felizes. Hoje sabemos que nosso comportamento
vem de exemplos, por isso mesmo, temos a educação familiar, a escolarização
entre outras coisas.
Só que tem um problema: quando construímos nossa ética (virtudes
através desses atos), começamos a se distanciar de gurus, porque sabemos que
alguns atos são errados. Matar é errado, porque você está tirando do outro o direito
da vida. Algumas pessoas acham legitimo matar porque estão na ignorância que
aquilo não te pertence, ou que as pessoas podem fazer algo contra nós e
esquecemos essa pessoa. O ato virtuoso, nesse caso, é não ir ao extremo de
achar o direito que tenho que tirar a vida do outro por causa do meu bem-estar.
Não é certo e vai contra todos os preceitos religiosos e filosóficos.
Um guru não te leva através o caminho, ele te mostra o
caminho e depois que você aprende, ele se vai. Em um vídeo no YouTube – em forma
de podcast – Arthur Petry faz uma reflexão sobre o modo que Régis Tadeu reage a
essa juventude idiotizada que não sabe o que está seguindo. Colocando em um
modo muito mais filosófico – uma noção mais crítica dentro da concepção do
jeito do Régis – ele é cético e o ceticismo dele faz dele um cara que curte o
melhor, ele é seletivo. Pessoas seletivas sempre tem um bom gosto, porque não gostam
de qualquer coisa. Sabem que o entendimento tem a ver com o gosto e apreciar
tudo o que é bom e belo. Daí chegamos em Sócrates e Platão, pois, o bom e o
belo não têm a ver com moral – não como entendemos hoje – mas, saber o que se
tem de bom e belo e trazer para seu gosto e apreciar. Tem a ver o que você gosta
sem ir em tendencias ou modinhas.
Por isso mesmo o Régis Tadeu vai dizer que gosta do mesmo
modo metal de cruz invertida e músicas de outras vertentes, porque o ceticismo
dele não deixa ele se fanatizar. Eu aprendi com essas pessoas – com filosofias
orientais também – a dar minha opinião sem dizer palavrão, sem ir para o lado
pessoal, sem se importar muito com que as pessoas dizem. Não fanatizar faz com
que seu gosto musical e de tudo, fique muito melhor.
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