sábado, 14 de junho de 2025

SOCORRO...

 



Na lógica – que aprendi quando eu fiz programação no curso de TI – existe aquilo que é considerado verdadeiro e aquilo que é considerado falso. A meu ver, dentro da filosofia não tem muita importância por causa das circunstâncias que estamos vivendo essa realidade. O que consideramos o que é verdadeiro ou falso, em tudo que observamos, depende de um contexto e isso é bastante interessante. Entre duas linhas de um mesmo fenômeno – não existe consciência sem um objeto – existe aquilo que é verdadeiro (que possivelmente, estamos considerando aquilo a verdade) e aquilo que é falso (que consideramos ser uma mentira).

No mundo da informática, isso nos dará como base mestra para construirmos algoritmos que vão dizer para um computador se aquilo tem que acontecer (v), e aquilo que não pode acontecer (f). Por exemplo, um loop não pode acontecer, porque não haverá estabilidade para eu escrever esse texto pelo fato de não sair nem do modo de ligar o programa. Do mesmo modo, a linguagem da programação tem que ser clara e saber direcionar o processador a calcular essa linguagem para o 0 e o 1. Se for (V) então é 1, se for (F) é 0. A meu ver, esse argumento do que é verdadeiro e o que é falso só serve na informática.

Se você está vendo um garoto batendo em um adulto e não enxerga um contexto, em um modo racional, não se tem como julgar esse tipo de situação. E se o menino tem autismo? E se a moça da loja fez uma coisa para o garoto? Claro, existem coisas que podemos dizer que, se for um garoto autista o porquê de ele não estar acompanhado é muito importante e o autismo não é desculpa para ser mal educado. Mas, será que um vídeo desses terá total verdade dos fatos? Porque estamos na era que tudo se torna verdade, tudo se torna objeto de julgamento e isso é bastante perigoso.

Chagamos a pós-verdade como um conceito que pode descrever um cenário em que os fatos têm menos importância em uma formação de opinião publica do que apelo emocionais e suas próprias crenças. talvez, poderíamos dizer que Platão teria razão em dizer que opinião (doxa) não seria o conhecimento, pois o conhecimento é racional e a opinião é emocional. Ou seja, os fatos ficam em segundo plano quando é uma verdade factual dando daquilo que as pessoas escolhem (ou querem) acreditam. Esse fenômeno pode ser visto, especialmente, na política e nas redes sociais, onde pode haver narrativas que são construídas para reforçar ideologias, muitas vezes ignorando ou distorcendo os fatos.

Indo além do obvio, mas a pós-verdade sempre existiu como manipulação da informação e as redes sociais só repetem o que sempre vimos na TV. Ou melhor, o telejornal como fonte única de informação, construía uma narrativa onde o meio de comunicação poderia construir um discurso onde poderíamos acreditar. A verdade poderia ser manipulável – e ainda é – mas, poderíamos chegar ao conceito de má-fé de Sartre. Mesmo que a pós-verdade e a má-fé tenham pontos em comum, há diferenças bastante sutis dentro do prognóstico de um discurso predominante. Já que a pós-verdade engana por causa da construção narrativa do discurso, a má-fé (podemos dizer assim) pode ser o sujeito se enganar para sempre evitar em assumir a sua responsabilidade diante da opinião. Você sabe que políticos enganam, mas continua a escolher um deles.

No entanto, poderemos ver que existe uma ligação entre os dois conceitos bastante interessante, muitas pessoas que propaga m pós-verdade podem estar agindo de má-fé consigo mesmas, acreditando em algo porque isso as conforta ou reforça sua visão de mundo, mesmo que os fatos digam o contrário. Mesmo porque, em um ambiente de pós-verdade, a má-fé pode ser um mecanismo pedagógico que impede as pessoas de confrontarem a realidade. Elas não podem ver a verdade porque acreditam que estão levando a verdadeira realidade dos fatos, distorcendo-a conforme suas crenças.

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