Assistindo a animação da Netflix a Arcane – baseado no jogo League of Legends – existem um mundo dos acadêmicos e o submundo das pessoas mais pobres e ignorantes (há outros tipos de criaturas também). Mas, quero me ater no momento sobre a parte acadêmica onde um dos personagens – que se alia ao assistente do seu professor que tem deficiência – para continuar uma pesquisa com as pedras azuis que são usadas por magos. A ciência, segundo ele, poderia estabilizar a energia saída da pedra azul e, depois, isso se confirmou. Os acadêmicos não queriam que isso acontecesse por causa dos perigos que essa energia poderia, muito bem, trazer para as pessoas envolvidas. Porém, antes disso, o personagem “muletante” disse uma frase que, pelo menos para mim, ficou impactante: se você quer mudar o mundo não peça permissão.
Claro, podem dizer que isso é fantasia e são histórias de ficção,
mas, até mesmo as mitologias do mundo tinham uma certa explicação plausível para
tal mito. Ou seja, se trovejava, na Grécia Zeus estava bravo, ou na Escandinávia,
Thor estava combatendo o dragão com seu martelo. Hoje sabemos muito bem, graças
as pesquisas, que raios ou descargas elétricas na atmosfera é uma descarga elétrica
de grande intensidade que ocorre na atmosfera entre regiões eletricamente
carregada, e pode dar-se no interior de uma nuvem [1]. Não
é Tupã – o deus do trovão na mitologia tupi-guarani – que fica nervoso ou quer
avisar de algo. Mesmo assim, de todo modo, mitologias não são mentiras e sim, são
narrativas para explicar um fenômeno natural. Ou seja, antes das explicações logicas
que começaram com a filosofia, eram essas narrativas que satisfaziam as explicações
e amenizavam medos.
Essa história da cidade perdida da Amazônia não é de hoje,
essa história sempre li na internet do mesmo modo li que os poderosos são reptilianos,
que há uma conspiração para escravizar o ser humano, a Terra é plana e que a civilização
egípcia recebeu ajuda extraterrestre para construir as pirâmides. Ora, não vamos
saber nunca se essas histórias são ou não verdadeiras, mas, essas histórias são
intrigantes e instigam nossa imaginação. Há sim lendas que o povo atlante – da lendária
Atlântida – eram de pele vermelha (indígena) e que os índios são esse povo que
ficaram vagando pelo continente. Por mais interessante que possa ser essas histórias,
até o momento, não há nenhuma evidencia que essas histórias sejam verdadeiras. E
aí que está, não ter evidências não quer dizer que é verdade ou não, e sim, só que
não acharam provas para se confirmar. Ratanabá não passa de uma lenda. Mesmo o porquê,
quem luta para provar que existe é o mesmo que criou o ET Bilú.
Com o desaparecimento do indigenista e do repórter britânico
não é uma lenda, é verdade. Essa questão sempre recai em algumas questões que são
muito frequentes na região – que há denúncias des dos anos 80, pelo menos – que
assolam a região. E claro, se tornou uma questão política graças a polarização,
que querendo ou não, sempre vão impor verdades. Não podemos saber, o que sei,
que os suspeitos confessaram o crime. Até quando a Amazônia, como terras
brasileiras, vai ficar nas mãos de criminosos e será corredor de traficantes? Poderíamos
até arriscar – sem medo de errar – que o grande problema do tráfico é a guerra
contra as drogas que alimentam poucos como alimentou a máfia nos EUA durante a
Lei Seca. E o que parece – e torna o caso bem mais grave – foram traficantes
peruanos. Que torna a coisa bem pior.
Nesta história toda, onde vamos parar num Brasil polarizado
e degastado dentro disso tudo?
Amauri Nolasco Sanches
Júnior – 46 anos, filósofo (bacharelado), técnico de informática e publicitário
e escritor do blog Filosofia sobre rodas
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