Uma vez escrevi um texto – no meu blog – que eu disse que as pessoas têm o direito de votar nulo ou não querer votar. Dentro da história da democracia – mesmo nas votações gregas, que se não me engano, até mesmo no julgamento de Sócrates teve abstinências – teve pessoas que não concordavam com nenhum candidato. Por que eu tenho obrigação de achar que um dos dois candidatos devem me representar? Um fez um governo desastroso, e como pessoa com deficiência, tentou colocar novamente as classes especiais e diminuir as cotas das empresas contratarem pessoas com deficiência. Além, claro, de espalhar mentiras na pandemia – que não existem – nas vacinas e outras coisas que não existem. Poderíamos até mesmo desconfiar o porquê de uma pandemia e o porque as vacinas foram entregues tão rápidas, mas, lembramos que a tecnologia avançam e o que era ontem podem não ser hoje. Vivemos uma guerra fria que nem existe mais e se esquecem do real problema do Brasil, ele não progride.
O outro quebrou o Brasil quando era presidente – mesmo ele falando
como se nunca fosse presidente – foi conivente com esquemas inteiros de corrupção
e deu ao sistema brasileiro muito dinheiro. Ora, cadê o comunismo nisso? Nosso sistema
sempre foi alimentado com vantagem porque nossa cultura sempre foi adepta da
vantagem e ele só se reprograma para parecer mais honesto, mais patriótico ou
mais popular (que se torna populista). Ou seja, temos um sistema viciado em
sempre querer ganhar dentro da ignorância e ai que esta o perigo: povo
ignorante é pior do que uma bomba atômica. Esse candidato – que dizem ser
comunista – fica alastrando a ignorância, ele odeia intelectuais ou livros. O seu
partido é igual. O sistema brasileiro construiu uma cultura de se cativar a ignorância
e rejeitar a verdadeira filosofia e a ciência. Anda crescendo pessoas que
acreditam em absurdos por causa disso.
Quando eu penso em democracia sempre me vem o pensamento de Platão
onde ele questiona se podemos colocar qualquer um para pilotar um navio. Ai que
esta, estamos no paradoxo da igualdade democrática. Se a maioria escolhe, eu
que não concordo, devo aceitar? Numa conotação moral sim, mas, numa conotação ética
não. Moralmente, se a maioria eleger Lula ou Bolsonaro, os que não concordam
deve aceitar o resultado, mas, e aqueles que não concordam com nenhum dos dois?
Devem aceitar serem governados por pessoas que não fazem o que essa minoria
acha que deve fazer? Mas, por outro lado, a maioria – pelo menos em tese –
concorda com as propostas que apresentaram. E isso já é o bastante para
acharmos que a escolha é legitima. Ora, então, qual o problema do voto nulo no
segundo turno?
Há uma discussão bastante grande sobre o voto nulo. Porque, para
algumas pessoas, o voto nulo sempre vai ser uma isenção dentro de um fator democrático.
Porém, tem um outro lado, no momento que você vota nulo, você tem certeza que
nenhuma das propostas te conquistaram e você escolheu não votar em ninguém. Esse
fenômeno só acontece em países que o voto é obrigatório e não se tem muitas
saídas.
Amauri Nolasco Sanches Júnior
– 46 anos, filósofo (bacharelado)
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