sábado, 4 de junho de 2022

O metaverso brasileiro

 





Imaginamos um mundo que caiba dentro daquilo que envolve as nossas crenças. Crenças essas construídas dentro de valores, muitas vezes, dentro daquilo que somos criados. Na maioria das vezes, chamamos de educação. Educação não é o mesmo que escolarização, pois, a escolarização foi feita para expor as crianças dentro da cultura humana e sua histórica construção de instrumentos intelectuais que usamos para a vida do mundo (produzir e na vida social). Educação tem a ver com o caráter e é aprendida no ambiente familiar, onde os valores são importantes dentro de uma certa tradição daquilo que temos como importante.  Ou seja, não precisa ou não adianta a escola ensinar uma coisa e os pais ensinam uma outra coisa. Acontece – como tudo hoje em dia – as discussões ficaram polarizadas e sempre o ser humano joga a culpa no outro. Como disse o filósofo francês Sartre, o inferno sempre é o outro.

Lendo sobre fatos históricos e vendo seriados e documentários, cheguei a conclusão que não importa o governo, a grande parte da população vai ser prejudicada. Seja socialista, fascista, nazista etc. As pessoas nunca serão ouvidas sobre suas necessidades, porque sempre vai ter um “herói” ou um salvador da pátria – que era o nome de uma novela muito famosa – onde vai lhe mostrar uma solução, mas, essa solução é cara demais e a conta sempre vai ser paga pela maioria. Não existe bem e não existe o mal, e sim, existe a ignorância e o conhecimento. Segundo vários cientistas e antropólogos, somos máquinas biológicas que aprendemos com nossos erros e construímos culturas e laços afetivos conforme as convivências que temos. Somos seres adaptáveis. Vivemos em todos os ambientes graças a essa capacidade de aprendizado.

Crenças são construídas dentro daquilo que se acha ser verdade – mesmo que não saibamos o que é a verdade – e construímos bases solidas dentro dos nossos valores. Acontece – e isso eu sinto desde muito garotinho – que algumas dessas crenças são construídas adaptando aquilo que é de fato, com aquilo que se acredita. Chamo isso de gambiarra conceitual. Isso ficou muito claro depois de 2013 com as manifestações e viraram essa polarização, que nada foi, do que a reprogramação de um mesmo sistema. Nada mudou. Só mudou os personagens de uma peça dramática-cômica. Desde muito cedo eu descobri que o Brasil se autossabota e não progride, não há um progresso real porque não se tem um interesse de verdade de melhorar, arrumar, de fazer um outro pais. Tudo gira nas próprias crenças. Chamo de crenças aquilo que se acredita dentro de um escopo maior dentro dos valores aprendido. Ora, somos animais que aprendemos por sermos racionais – não só, claro – mas, aprendemos porque erramos. Errar faz o ser humano prestar atenção naquilo que errou e mudar aquilo em uma outra atitude de acerto.

No Brasil – que parece que agora vivemos uma guerra fria e a mídia alimenta isso – parece que temos uma outra realidade, um outro mundo onde se constrói conceitos que não existem. Tudo vira caso de fanatismo e seguir cegamente. Não é de hoje que temos isso – onde vários comediantes fizeram quadros sobre – nossa cultura tem uma tendencia muito grande de fanatizar tudo. Se sou da direita, tenho o dever de defender a direita nem que eu tenha que esconder a verdade. Assim como na esquerda. E outras coisas também, que na sua essência tem a ver com o gosto e aquilo que nos identificamos.  Se alguém é vegano, por exemplo, é porque tem afinidade de ser isso e é bom para a pessoa. O problema é você achar que o que é bom para você tem que ser para todo mundo, as vezes, não é o gosto do outro e as pessoas tem todo o direito de comer carne. Assim como ter opinião, onde as pessoas têm o direito de terem suas opiniões como queiram. Quem dita regras, na sua essência, são ditadores. Todo ditador, no fundo, tem um ressentimento muito grande. Todo ressentido tem tendencias de não aceitar o “diferente”, pois, suas crenças não podem ser aceitas como verdadeiras.

A pergunta é: o que é a verdade? Esse “o que é” é uma explicação daquilo que deve ser explicado, como “o que é aquilo?” ou “o que é uma uva?”, pois, “aquilo” pode ser um outro objeto ou a uva é uma fruta que fermentada vira vinho. A coisa fica mais complexa quando perguntamos sobre a verdade, porque a verdade não tem uma explicação. A verdade moral pode ser relativa, assim como as verdades objetivas – como o fenômeno consciente do objeto – é concreta por motivos óbvios. Por outro lado, quem garante que uma uva é uma uva? Podemos estar observando um holograma. Ou uma imagem que mostra a uva não sendo uma uva. Quem garante que aquilo é verdade ou mentira? Que aquilo faz parte de um mundo real ou não?

 

Amauri Nolasco Sanches Júnior – 46 anos, técnico de informática, publicitário, filósofo da educação e futuro bacharel em filosofia.




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