sábado, 2 de julho de 2022

A Caçada selvagem – por que as redes sociais se tornaram toxicas?

 






Nesses dias, eu escrevi um artigo lá no Prensa – que esta sendo um aprendizado que o próprio site proporciona e muitas vezes as pessoas não valorizam, como posts sobre ser escritor do Instagram deles – sobre a acessibilidade de sites que não esta acontecendo. Porque as pessoas são ignorantes nesse aspecto e vão continuar ignorantes enquanto elas não enxergarem, que, muitas vezes, as questões são muito mais complexas do que textos fáceis ou pensamentos prontos. O que chamamos de carimbo de pensamento. Logico que o post não teve muitos leitores porque as pessoas não olham, não enxergam o conhecimento como algo libertador dentro do espectro da vida e da realidade. Como vários posts de extrema relevância que não há como atrair leitores para esse tipo de pessoas. Por que isso? porque as pessoas aprenderam – de um modo errado – que o conhecimento é uma forma teórica e não prática, e tragédias com morte e afins, são coisas que acontecem na “vida real”.

Nem mesmo conhecimentos práticos – como filmes que você assiste ou series que são interessantes – as pessoas se interessam ou tem uma diversidade de assuntos. Os assuntos do momento não são assuntos da “vida real”, são assuntos inventados conforme vão sendo criados inimigos imaginários ou aliados que não são verdadeiros. Na política, não há nenhum “bonzinho” ou “mauzinho”, só vai haver interesses de um dos lados e isso é um fato. Não adianta acreditar em tal política ou acreditar nas pautas reacionárias, revolucionarias ou progressistas, não importa o governo, o povo sempre vai se ferrar. Por isso, defendo o voto nulo.

 Mas, por que as redes sociais se tornaram toxicas? Primeiro, foi no modo operandi da nossa cultura que não quer discutir um assunto, quer ter razão. Razão sempre quem tem – isso nós aprendemos quando estudamos posições filosóficas – são as pessoas que enxergam as ideologias políticas e as diversas religiões com ceticismo para não cair em falácias ou mentiras. Nem toda ideologia política pode e se preocupa com a massa – inclusive, o termo “massa” vem, exatamente, por causa da modelagem que o poder (Estado) consegue manipular – porque questões sociais são as últimas pautas que um legislativo toma. No modo religioso, ser cético não quer dizer ser ateu – o espiritismo kadercista, por exemplo, na sua essência é cético em alguns fenômenos assim como, no budismo puro – mas, saber onde se encontra seu caminho dentro daquilo que é a essência dos ensinamentos do seu fundador (que por séculos pode se perder).

As pessoas estão se confundindo entre conhecer e ter a informação – pois, sempre gostaram de ostentar aquilo que não são e aquilo que não sabem – dentro de uma visão mais do conhecimento do que da informação. Daí, onde muitos não entenderam, entra o Mito da Caverna de Platão, onde o filósofo nunca disse que há um outro mundo – embora, seguindo o mestre dele Sócrates, ele acreditasse no mundo espiritual – quando ele disse que há um “eido” (contorno e a essência) ele estava se referindo – a meu ver – das formas reais e as formas que estavam dentro da mente de quem fez aquilo. Uma colher, por exemplo, tem uma forma perfeita daquele que imaginou esse objeto e o inventou (que não se sabe quem foi). As ideias, ao longo da história humana, sempre confundiram ideia com imaginação. Aliás, somos seres racionais e adaptáveis graças a imaginação, pois, imaginamos e inventamos coisas para modificar nossa realidade.

As redes são portas maravilhosas para o conhecimento – como começaram a dizer que são encontros da discórdia por motivos óbvios – onde democratizaram aquilo que eram coisas de poucos. Eu chamo de cyberanarquismo. Os muros sendo derrubados e as velhas amarras alienadoras sendo questionadas – todas elas – onde as velhas políticas não servem mais para as melhorias do ser humano. Qual governo não oprimiu ou omitiu conhecimentos importantes? Quais religiões – pelo menos, as grandes – não foram usadas para se manter o poder pela fé das pessoas? E as pessoas ainda acham que por meio social – sem uma leitura adequada – vão poder questionar uma coisa obvia. E outra, o que interesse se tal atriz deu ou não seu filho para adoção? O que interessa coisas particulares que só se referem as pessoas?

As redes sociais não são toxicas, mas as pessoas sim.


Amauri Nolasco Sanches Júnior – 46 anos, filósofo (bacharelado), técnico de informática e publicitário e escritor do blog Filosofia sobre rodas

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