Nesses dias, eu escrevi um artigo lá no Prensa – que esta
sendo um aprendizado que o próprio site proporciona e muitas vezes as pessoas não
valorizam, como posts sobre ser escritor do Instagram deles – sobre a
acessibilidade de sites que não esta acontecendo. Porque as pessoas são ignorantes
nesse aspecto e vão continuar ignorantes enquanto elas não enxergarem, que,
muitas vezes, as questões são muito mais complexas do que textos fáceis ou
pensamentos prontos. O que chamamos de carimbo de pensamento. Logico que o post
não teve muitos leitores porque as pessoas não olham, não enxergam o
conhecimento como algo libertador dentro do espectro da vida e da realidade. Como
vários posts de extrema relevância que não há como atrair leitores para esse
tipo de pessoas. Por que isso? porque as pessoas aprenderam – de um modo errado
– que o conhecimento é uma forma teórica e não prática, e tragédias com morte e
afins, são coisas que acontecem na “vida real”.
Nem mesmo conhecimentos práticos – como filmes que você assiste
ou series que são interessantes – as pessoas se interessam ou tem uma
diversidade de assuntos. Os assuntos do momento não são assuntos da “vida real”,
são assuntos inventados conforme vão sendo criados inimigos imaginários ou aliados
que não são verdadeiros. Na política, não há nenhum “bonzinho” ou “mauzinho”, só
vai haver interesses de um dos lados e isso é um fato. Não adianta acreditar em
tal política ou acreditar nas pautas reacionárias, revolucionarias ou
progressistas, não importa o governo, o povo sempre vai se ferrar. Por isso,
defendo o voto nulo.
Mas, por que as redes
sociais se tornaram toxicas? Primeiro, foi no modo operandi da nossa cultura
que não quer discutir um assunto, quer ter razão. Razão sempre quem tem – isso nós
aprendemos quando estudamos posições filosóficas – são as pessoas que enxergam
as ideologias políticas e as diversas religiões com ceticismo para não cair em falácias
ou mentiras. Nem toda ideologia política pode e se preocupa com a massa –
inclusive, o termo “massa” vem, exatamente, por causa da modelagem que o poder (Estado)
consegue manipular – porque questões sociais são as últimas pautas que um
legislativo toma. No modo religioso, ser cético não quer dizer ser ateu – o espiritismo
kadercista, por exemplo, na sua essência é cético em alguns fenômenos assim
como, no budismo puro – mas, saber onde se encontra seu caminho dentro daquilo
que é a essência dos ensinamentos do seu fundador (que por séculos pode se
perder).
As pessoas estão se confundindo entre conhecer e ter a informação
– pois, sempre gostaram de ostentar aquilo que não são e aquilo que não sabem –
dentro de uma visão mais do conhecimento do que da informação. Daí, onde muitos
não entenderam, entra o Mito da Caverna de Platão, onde o filósofo nunca disse
que há um outro mundo – embora, seguindo o mestre dele Sócrates, ele
acreditasse no mundo espiritual – quando ele disse que há um “eido” (contorno e
a essência) ele estava se referindo – a meu ver – das formas reais e as formas
que estavam dentro da mente de quem fez aquilo. Uma colher, por exemplo, tem
uma forma perfeita daquele que imaginou esse objeto e o inventou (que não se
sabe quem foi). As ideias, ao longo da história humana, sempre confundiram
ideia com imaginação. Aliás, somos seres racionais e adaptáveis graças a imaginação,
pois, imaginamos e inventamos coisas para modificar nossa realidade.
As redes são portas maravilhosas para o conhecimento – como começaram
a dizer que são encontros da discórdia por motivos óbvios – onde democratizaram
aquilo que eram coisas de poucos. Eu chamo de cyberanarquismo. Os muros sendo
derrubados e as velhas amarras alienadoras sendo questionadas – todas elas –
onde as velhas políticas não servem mais para as melhorias do ser humano. Qual governo
não oprimiu ou omitiu conhecimentos importantes? Quais religiões – pelo menos,
as grandes – não foram usadas para se manter o poder pela fé das pessoas? E as
pessoas ainda acham que por meio social – sem uma leitura adequada – vão poder
questionar uma coisa obvia. E outra, o que interesse se tal atriz deu ou não seu
filho para adoção? O que interessa coisas particulares que só se referem as
pessoas?
As redes sociais não são toxicas, mas as pessoas sim.
Amauri Nolasco Sanches Júnior – 46 anos, filósofo (bacharelado), técnico de informática e publicitário e escritor do blog Filosofia sobre rodas
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