terça-feira, 21 de janeiro de 2025

DO #BBB25

 


 


Amauri Nolasco Sanches Júnior

(bacharel em filosofia) 

 

Jean Baudrillard: "A mídia fornece para todos uma memória artificial e uma experiência superficial da realidade."

O filosofo alemão do século dezenove, Arthur Schopenhauer, dizia que a nossa vida era um intervalo entre o tedio e a dor. Ele entendia que o tedio era os desejos satisfeitos (ou a maioria deles), a dor era a falta de satisfação desses desejos e a busca desses desejos nos levarão a dor quase infinita. A grande maioria não tem seus desejos satisfeitos e em tempos de rede sociais – como foi cumprida dentro da filosofia schopenhaueriana e nietzschiana – os desejos aumentam e já aumentaram com advento da TV. Compre isso, seja aquilo, todo mundo quer um “lugar ao sol”.

Nisso entre o tedio e a dor fica só os analgésicos conceituais transvestidos de entretenimento é dando hora tedio, hora dor. Tedio quando você fica confortável dentro de um mundo que não é seu, dentro de um jogo chato, dentro daquilo que não te tira o “cobertorzinho confortável” daquilo que você já acredita. A dor acontece quando você vê que não é seu mundo e nunca vai ser, apenas, só mais um sonho que te venderam e ele é uma farsa.

O Big Brother foi tirado do livro de George Orwell, 1984, onde havia um telão (ou várias teles) que mostrava o Grande Irmão vigiando dos seus passos. Orwell dizia que o futuro era esse (que não errou muito), mas, a meu ver, quem acertou mais foi Aldous Huxley  em seu “Admirável muito novo”. Se para Orwell as pessoas ficariam com medo de serem vigiadas todo tempo sem uma vida privada, em Huxley as pessoas ficariam presas em uma prisão de prazer. Ou seja, o tedio e a dor de Schopenhauer. A dor de não conseguir escapar de ser vigiado, o tedio de ter prazer o tempo inteiro. Ora, não é isso que vimos hoje em dia?

Como diria o filosofo francês Baudrillard tinha uma ideia interessante – ele viveu no tempo da TV e na transição da internet – que havia, na verdade, um simulacro e uma simulação da realidade (que esta no livro Simulacro e Simulação usado para fazer o filme Matrix que ele não gostou). A ideia é simples, um simulacro se refere a uma coisa que imita a realidade ou é representada em uma outra coisa, como bustos de deuses antigamente ou de políticos imitando exatamente aquela representação. Hoje temos vídeos feitos por inteligência artificial, que são nada mais que simulacros. Na visão de Baudrillard, essa representação pode representar uma realidade na qual acreditamos estar, como, por exemplo, muitos acharem que estamos em um socialismo sendo que, nosso governo é misto (papo para um outro texto).

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