Amauri Nolasco Sanches
Júnior
(bacharel em filosofia)
Jean Baudrillard: "A mídia fornece para todos uma memória artificial e
uma experiência superficial da realidade."
Nisso entre o tedio e a dor fica só os analgésicos conceituais
transvestidos de entretenimento é dando hora tedio, hora dor. Tedio quando você
fica confortável dentro de um mundo que não é seu, dentro de um jogo chato,
dentro daquilo que não te tira o “cobertorzinho confortável” daquilo que você
já acredita. A dor acontece quando você vê que não é seu mundo e nunca vai ser,
apenas, só mais um sonho que te venderam e ele é uma farsa.
O Big Brother foi tirado do livro de George Orwell, 1984,
onde havia um telão (ou várias teles) que mostrava o Grande Irmão vigiando dos
seus passos. Orwell dizia que o futuro era esse (que não errou muito), mas, a
meu ver, quem acertou mais foi Aldous Huxley em seu “Admirável muito novo”. Se para Orwell
as pessoas ficariam com medo de serem vigiadas todo tempo sem uma vida privada,
em Huxley as pessoas ficariam presas em uma prisão de prazer. Ou seja, o tedio
e a dor de Schopenhauer. A dor de não conseguir escapar de ser vigiado, o tedio
de ter prazer o tempo inteiro. Ora, não é isso que vimos hoje em dia?
Como diria o filosofo francês Baudrillard tinha uma ideia
interessante – ele viveu no tempo da TV e na transição da internet – que havia,
na verdade, um simulacro e uma simulação da realidade (que esta no livro
Simulacro e Simulação usado para fazer o filme Matrix que ele não gostou). A
ideia é simples, um simulacro se refere a uma coisa que imita a realidade ou é
representada em uma outra coisa, como bustos de deuses antigamente ou de
políticos imitando exatamente aquela representação. Hoje temos vídeos feitos
por inteligência artificial, que são nada mais que simulacros. Na visão de
Baudrillard, essa representação pode representar uma realidade na qual
acreditamos estar, como, por exemplo, muitos acharem que estamos em um
socialismo sendo que, nosso governo é misto (papo para um outro texto).
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