sexta-feira, 29 de junho de 2018

Machismo e a violência contra a mulher




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Amauri Nolasco Sanches Junior (aqui)

Numa discussão em um grupo de Facebook, eu disse para a outra pessoa, que não acreditava em que o homem era o reprodutor como os outros amimais, senão, ao invés de ter uma, seria mais propicio, que ele teria várias mulheres. A questão é: será o não um fator biológico determinante dentro da genética que o homem é um reprodutor e pode engravidar várias mulheres, ou isso é uma cultura criada para dominar e segregar os dois gêneros? Vamos refletir sobre o assunto de maneira, bastante idônea (honesto). O patriarcado foi trazido para algumas sociedades humanas, por povos indo-europeus chamados “arianos”, que provavelmente, saíram da Europa central e começaram a migrar para outras regiões. Segundo estudos, provavelmente, eles começam a disseminar uma cultura que os deuses homens dominavam o panteão até, então, eram cultuados em outras regiões, a mulher como geradora de vida. A “mãe” Terra, era a grande geradora de toda a vida do mundo e das coisas manifestadas (podemos chamar de realidade). Fácil perceber, a figura materna da mulher como ser que suporta dores, que suporta grandes estresses, e tem uma visão muito mais, periférica. 

Mas, esse povo, não tinha essa visão e começaram a invadir as outras regiões e impondo a sua cultura patriarcal. Essa é uma questão interessante, porque não eram só um povo, mas, povos que disseminaram que o homem deveria mandar no mundo. Na Índia, por exemplo, algumas divindades ficaram, mas, ao mesmo tempo, castas foram construídas para melhor terem possibilidade de dominação. A opressão começou a ser uma grande ideia de segurar a vontade humana de seguir ou não. Na região que se construiu a Grécia, que naquele tempo nem tinha esse nome ou outro nome qualquer, os povos árias também invadiram a região. Duas heranças podemos ver nos povos gregos, a grande cultura espartana (os dórios que eram povos árias, ficaram a elite de Esparta e os povos locais ficaram os servos), militarista, a guerra de Tróia e toda a suas consequências, sendo construído até mesmo, uma cultura helênica. O ato de achar que o homem é dono de uma mulher é narrado dentro da história de Homero? Mesmo o porquê, quem era herdeira do trono de Esparta era Helena, e Menelau por ser irmão mais novo de Agamenon, casou num casamento arranjado entre duas nações. Os casamentos escolhidos – fora os dotes que eram pagar para a família deixar você casar com a mulher – eram como se a mulher era uma propriedade do homem e não poderia escolher. Daí fiquei refletindo: se é um meio biológico, como alguns pesquisadores afirmam, o porquê construirmos uma cultura que não poderíamos ter várias mulheres e se fixar dentro de um território?

As culturas célticas, antes de serem dizimadas pela igreja católica, eram sociedade matriarcais e cultuavam a grande deusa que se casava com o deus cornudo ( o Gamma Rey), para fertilizar a terra na primavera. Esse mesmo deus nasce dessa deusa e se casa com ela construindo um círculo que vai dos solstícios. Pesquisas cientificam históricas mostram, que esses tipos de sociedade eram bem mais tolerantes. As sociedades indígenas, eram sociedade bem mais tolerante na forma de tratar as famílias, a própria aldeia. Mesmo, não sendo sociedades não matriarcais, existiam um certo respeito dentro da aldeia e a regra não era quebradas. Mas, os povos indígenas das Américas, poderíamos dizer, que sua cultura foi construída com outros elementos. A questão é a construção dessa sociedade patriarcal que até hoje, de alguma forma, meio que atrasa o desenvolvimento humano.

Poderíamos colocar a questão assim: o que esse patriarcado trouxe de desenvolvimento concreto para a humanidade? Além de guerras, além de estupros e além de dominações de todo tipo – através do medo e da submissão – não se teve nenhum ganho cultural? Claro, que nem tudo foi ruim, porque se pôde desenvolver uma política organizada mais estruturada e se desenvolveu as leis, a parte mais administrativa da sociedade. Num modo bastante amplo, se deveria ter um equilíbrio entre a parte feminina (afetivo) e a parte masculina (razão), porque são energia antagônicas que dão o equilíbrio ao universo. Sem a escuridão não haveria a luz, sem o silencio não haveria o som, os opostos se complementam como causa e efeito. A questão é que a humanidade quando cultivou culturas que cortavam esse equilíbrio, se começou um rompimento da conexão com a realidade de fato. Se fomos ir bem além, vamos chegar em vários livros sagrados que mostram o desiquilíbrio e suas consequências. O mito de Adão e Eva, o mito da criação grega, o mito da criação egípcia, o mito da criação nórdica e por aí vai.

Daí volta na discussão, porque tem a ver com o texto que gerou toda a discussão. Uma mulher tira toda a roupa da amante do marido e lhe joga pimenta, isso ao que me lembre, aconteceu na China. A China, antes da cultura ocidental entrar nela, havia um desenvolvimento cultural bem mais avançado. Lógico, que se fomos afundo, a China não era diferente de tratar a mulher de igual, muito pelo ao contrário, eram até piores. A questão é: por que a mulher não jogou pimenta no marido dela? Porque se fomos nos ater na lógica- em essência – quem tem o compromisso com a mulher é o marido, a amante, só foi seduzida ou seduziu, um homem que sabia que tinha um compromisso. Não tinha nada que não soubesse que tinha uma mulher na sua casa, mas, preferiu a traição. Daí questionamos, o porque o homem que traiu – se traiu não estava satisfeito com seu casamento – continua na casa ainda? Porque, na verdade, a traição acaba sendo uma violência tanto contra a mulher, como quanto contra o homem, porque deixa marcas afetivas.

A violência contra a mulher vem, dentro de uma visão psicológica, sempre, dentro de uma certa insegurança do homem enquanto aquele que provem a casa. Quando o patriarcado foi criado, talvez, houve uma certa insegurança dentro da afirmação e também, como somos animais imitadores como todo primata, podemos chegar a uma conclusão, que o macho alfa só foi mais uma construção social observada dentro de outros animais. Só observarmos, que no norte da África, muitas sociedades aderiram o harém (um homem casado com muitas mulheres), e nas savanas, e existem os leões com bando de leoas caçando para ele. Se fomos ir muito mais longe, na região que provavelmente, saíram os arianos, existem matilhas de lobos que, la dentro, tem o macho alfa. Mas, existe um outro fator, existe a questão evolucionaria, porque os maiores feitos e as maiores descobertas, foram com fosseis de fêmeas (mulheres) humanas. Então, porque o homem se auto afirmou? Qual foi a questão da sua autoafirmação e essa onde violenta? Esse é o mistério.

Mas, a violência está aí como forma concreta não só contra as mulheres, mas, contra crianças, contra adultos, contra a humanidade. Quando começamos a refletir além da direita, além da esquerda, começamos a ir bem além do que todo mundo vai. O verdadeiro feminismo não é fazer palhaçada na frente de uma igreja – como se o papa perdesse o sono com esse tipo de manifestação – mas, defender mulheres de assédios (seja de onde sair), de estupros, de serem pagas muito menos do que o homem, a mulheres com deficiência que sofrem abusos. Por que não acontece isso? Em primeiro lugar, existe um viés ideológico e em segundo, existe um viés cultural. Nós, brasileiros, temos bastante dificuldade com as mudanças. Não somos conservadores por gostar da nossa cultura – que não existe – mas, nos acomodamos com ela. O brasileiro não é conservador, ele é acomodado.

O caso da chinesa acontece muito aqui, assim, como o caso de muitas outras mulheres que criam seus filhos para terem várias mulheres, serem macho. Qual é a punição maior de uma traição a não ser ficar sem o outro?

quarta-feira, 27 de junho de 2018

A “Disneylândia” da esquerda velha e o STF partidário




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Amauri Nolasco Sanches Junior (aqui)

Quem quiser assinar a petição para uma nova entrevista no Roda Viva com a Manoela D`Ávila (PC do B), o link está aqui. A questão é que, não teve machismo nenhum, é uma entrevista de confrontação. Esse tipo de entrevista é muito difundido lá fora, mas, nossos políticos estão acostumados numa entrevista “chapa branca” que eles escolhem o que respondem.  O único erro – o mais claro dentro da própria entrevista – foi convidar um ruralista coordenador da campanha do deputado, Jair Bolsonaro (PSL), como entrevistador. Qual o critério usado? Qual a questão levantada a não ser, que o avo dele disse que o PT tem semelhanças do partido nazista? Tem uma reportagem semelhante, que o Bolsonaro defende castração dos pobres no mesmo modo que Hitler defendia aqui. E eu não estou defendendo o PT, estou mostrando que há milhares de semelhanças com os nazistas. Até mesmo da forma da propaganda massiva. Sempre lembrando da fala do Ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels, que dizia que uma mentira contada mil vezes, se torna uma verdade.

A questão vai bastante além da ditadura do “politicamente correto” – você exigir uma conduta educada não quer dizer policiar o que as pessoas falam – está no fato da ética brasileira, ser uma ética daquilo que interessa para o meu ego. Uma postura de respeito não é uma postura de gênero, uma postura de condição social, uma postura de deficiência ou não, mas, respeitar o seu semelhante. Não interessa se a mulher está vestida de tal maneira, não interessa se a mulher está no meio dos homens, não interessa se ela te sorriu, ela não deu permissão e você tem que respeitar. Se é homossexual, é de esquerda, é de direita, é deficiente, é de uma postura diferente da sua, o respeito ao outro ser humano, vai muito além das mazelas ideológicas. A questão é que o nosso povo (que se acha brasileiro só na copa do mundo), acha que defende uma coisa que não sabe muito o que é, não sabe nem seu fundamento. Por que isso? Nosso povo em sua maioria, não tem o habito de ler, não tem o habito de pegar um livro e se inteirar no assunto.

Quando descordamos do outro, não necessariamente, o outro se torna nosso inimigo. Mas, as pessoas em sua maioria, transformam aqueles que descordam em seu inimigo e te chama daquilo que se discorda. Ou as pessoas viram fascistas ou elas viram comunistas. Como não tenho ideologias e estou acima de qualquer pensamento preconceituoso, não acho que exista os dois pensamentos e sim, ambos vieram do viés socialista de doutrinação a força do ser humano de uma forma comunitária de vida. Ponto. Só que um defendia o viés tradicionalista conservador e o outro, defendia um governo do proletariado. O socialismo é uma ditadura nos mesmos moldes do fascismo, uma liderança que levasse o ser humano para a igualdade e essa igualdade levaria o ser humano a harmonia plena. Mas, tem um problema, nenhum ser humano é igual e ninguém leva a vida dentro do mesmo padrão (comportamental e financeira). O que a esquerda prega é uma fantasia, talvez, alimentada num tom de religiosidade.

Por que? Porque as pessoas acreditam que é possível, mas, não viram acontecer. O socialismo dentro de um sistema solido, já se mostrou uma catástrofe e pode sim, levar a morte de milhões de pessoas numa ditadura do proletariado. Porém, não é diferente, porque a questão do poder é uma questão cultural, de qualquer governo que exista, no mundo. O poder como instituição concreta, é uma instituição que alimenta nosso próprio ego. Como seria a mente de um só ser humano, ter milhões de pessoas e milhões em dinheiro em seu poder? Por isso mesmo, disse que não pode tratar todos os seres humanos, como seres iguais. Oportunidades são feitos por si mesmo, dentro do que disse, ler e estudar. Conheço bastante pessoas com deficiência, que conseguiram superar o preconceito. Só que não estou dizendo que não existem preconceitos, mas, que existem um pensamento além de um “coitadismo”. Há enormes diferenças em ser vítima e ser vitimista.

Mas, enquanto essa discussão ideológica acontece, o Supremocom a 2º turma começa a soltar gente que não poderia soltar. E ainda pior, gente que defendia uma postura ética, e não se cumpriu essa postura ética. Como disse inúmeras vezes, a impressão que se tem de alguns dentro da nossa cultura e também, em qualquer discussão – seja política e religiosa – que a ética brasileira é muito volátil. Ela muda conforme o interesse por traz daquilo que se está discutindo. Até uma interpretação da justiça passa pelo crivo da nossa moral, não importa se somos isentos, se afirmamos estarmos acima de qualquer coisa (até mesmo, eu mesmo). A questão é: o ser humano pode ser considerado um ser ético? Pode ser um ser que respeita a própria cultura que cria? Não sei não.

terça-feira, 26 de junho de 2018

O único partido político do Brasil: PT





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Amauri Nolasco Sanches Junior (aqui)


Não sou petista e nunca votei no PT (Partido dos Trabalhadores), mas, tenho que reconhecer que o único partido que sabe fazer a verdadeira política é o PT. Quem estuda a política num viés além do senso comum – que está cheio nas redes sociais – sabe, que a política não tem soluções fáceis e nem duradouras. Mesmo o porquê, as soluções fáceis sempre acabam virando uma ditadura, seja de esquerda (como a União Soviética), seja de direita (como o fascismo italiano), ou de cunho cientifico-exotérico (como o nazismo).  Assim, toda política tem a sua dialética, não interessando seguir ou não o marxismo. Porque, inevitavelmente, existem a tese, a antítese e a síntese daquilo que você quer expor. O PT construiu sua narrativa dentro de uma tese centrada no discurso das minorias, de um discurso que o rico quer sempre explorar o pobre, que as minorias são marginalizadas, que a riqueza sempre vai ser a antítese do discurso em defesa dos mais pobres. Mas, Karl Marx, não tirou essas ideias do nada, não tem nada mais cristão, do que esse discurso.

Segundo o blog do Ismael – que é de uma esquerda que remonta o velho discurso de um Estado forte – o PT escreve uma nota dizendo que repudia a forma como a pré-candidata do PC do B (Partido Comunista do Brasil), Manoela D`Ávila, foi tratada no programa Roda Viva. Segundo o partido, a candidata foi alvo de várias falas violentas e também, misógina – um discurso burro e repetitivo de uma esquerda velha que não sabe se defender – durante a entrevista no programa. Ainda segundo a nota, o PT, chama Manoela de gigante e que deve dar os parabéns (Link: aqui).

Eu costumo sempre analisar as coisas sempre num viés além das ideologias de plástico que temos por aí, como a direita que é cheia de teorias da conspiração, ou uma esquerda velha que não sabe inovar os discursos para se defender e defender os seus ideais. Mas, já viram partidos de a dita direta fazerem notas como esta? Já viram pessoas da dita direita, se unirem para defender alguém ou alguma pauta que acreditam? As pautas conservadoras aqui no Brasil, são pautas voláteis cheia de erros numa narrativa, completamente, cheia de conspiratorismo (importadas da direita conservadora norte-americana). Exemplo temos inúmeros. Como exemplo da cultura comunista – Olavo de Carvalho, insiste em dizer que hippies eram comunistas e que o rock é comunista – que existem corporações engendradas em instaurar o comunismo no mundo, que existem pessoas que tentam introduzir o comunismo. Para falar a verdade, aqui, como não tivemos uma escola de verdade, ninguém sabe que nem todas as revoluções são comunistas e são do viés marxista.  Também, nem toda a esquerda é socialista.

Ser conservador não quer dizer, acreditar nessas bobagens. Aliás, o conservadorismo (que veio com os ingleses), foi construído sempre em cima de um pensamento cético. Não tem esse papo de acreditar naquilo que lhe convém, como isso é errado, isso é certo. As coisas não são assim num conservadorismo sério. Eles, pelo menos na Grã-Bretanha, são contra o liberalismo, porque a política liberal, tem um viés de mudança de um paradigma daquilo que é bom na tradição. Mas, aqui no Brasil, parece que a direita não está convicta dentro daquilo que defende e sempre tem explicações, esdruxula e sem sentido. Porque, não tem nada de comunismo, existem ditaduras e culturas que defendem uma mudança daquilo que não serve mais. Não há nenhuma razão, ser um conservador e conservar instituições corruptas, conservar uma cultura que adora cultivar gente ignorante (para encher igrejas e movimentos que lhe interessam), para fazerem o que quiserem sem serem cobrados. Isso não difere de um governo absolutista, que Hobbes, disse ser legitimo porque o homem é o predador do próprio homem. Mas, será mesmo? Ele só se torna um predador do próprio homem, sempre, quando há competição e isso é claro. Eu vivi isso num movimento, que não ganhava nada, não se mexia em grandes quantidades de dinheiro. Exatamente, nesse ambiente, que Hobbes formula a tua tese. Mas, exatamente, porque existe o Estado, que existe o homem predador.

Mas, sabemos muito bem, que o homem incorporou essa cultura de dependência muito bem incorporado, e se eliminarmos o ESTADO, o homem perde sua referência. A tomada de uma consciência para temos um governo de si mesmo, e para isso, não temos que aceitar nenhuma maneira de o homem ser governado, porque, o homem sabe quem é (conhecer a si mesmo) e sabe o seu papel no universo. A questão é que o mundo e tanto a direita, quanto a esquerda, comprou a ideia que precisamos ser governado e precisamos de um ESTADO forte, alimentando essa alienação, alimentando a corrupção sistêmica que se instala em maior ou menor grau pelo mundo. A questão que nossos parentes mais próximos dentro da biologia – que tem mais genes parecidos – é uma raça de macacos chamada bonobos. São pacíficos e gostam de transar. O homem, em sua essência, não gosta de ser rejeitado e gosta de transar.

Eu nunca vou votar em nenhum partido que tem pautas não coerentes, mas, tenho que reconhecer – vendo a política num modo muito além do patamar ideológico – que o Partido dos Trabalhadores, tem sua pauta definida e defendida sistematicamente. Assim, eles são, sem dúvida, o único partido de verdade do Brasil.

domingo, 24 de junho de 2018

Senador Requião, e o hospício do Bolsonaro



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Amauri Nolasco Sanches Junior (aqui)

 Eu achava que a política só abrigava podridão, mas, eu ando vendo que também tem “maluco”. Eu escrevi uma matéria, onde o senador, Roberto Requião (#MDB-PR), compara suco de laranja com petróleo e eu achei que o carro do senador (vossa excelência), era movido a suco de laranja (aqui). Coisa de youtuber mesmo, dizer um monte de asneira para ganhar visibilidade nos seus vídeos, porém, ele é um senador da república. Deveria saber que existem enormes diferenças em suco de laranja e o petróleo desde sua forma primaria. Para colher as laranjas não tem o custo de uma extração de petróleo, porque você não precisa perfurar a laranjeira com blocas especializadas. Não dá nem mesmo para supor, pois, o modo de fabricação dos derivados do petróleo são bem diferentes dos derivados da laranja.

Pois bem. O nobre senador na sua defesa ao #petismo, mesmo sendo do MDB “golpista”, solta no Twitter: “Saca só o grito de guerra da greve dos juízes: “Armani! Versace! Auxílio-moradia! A luta continua pela nossa mordomia! ”, falou isso dentro da rede social, na quinta-feira (21), porque alguns juízes fizerem uma greve de auxílio-moradia. Ou melhor, não foi uma fala, foi um grito de guerra contra.  Como assim? A ética para essa gente, é uma ética focada dentro do seu próprio princípio e não no princípio de uma essência ética. Quem apoio o ex-presidente Lula, sabe muito bem que ele está muito enrascado, quase, condenado a ser aprisionado por toda a vida. Claro, que existem coisas que são estranhas. Como a meia condenação da Dilma e a não cassação do mandando do senador Aécio Neves.

Aonde quero chegar? O hospício que virou as redes sociais. Um hospício das hashtags como palavras de ordem e tem gente que acha, de verdade, que dá ordem. Um dia desses, abrindo o meu Twitter, eu dei de cara com uma mulher reclamando que o comandante Villas Boas, tinha a bloqueado. Eu só via ela marcando ele insistentemente com postagens de ordem, como se ela exigisse a solução dela. A ideia era a solução do Brasil. Daí a gente pode ver o nível da discussão política dentro do Brasil. Onde você vai do #lulalivre (como se o Lula não tivesse feito nada), até o #bolsonaro2018 (como se o Bolsonaro fez alguma coisa dentro do Rio de Janeiro). Isso são políticas do imaginativo, ou políticas da fé. O que seria isso? Isso veio dentro da tradição da política conservadora britânica – que é mais séria e mais consistente do que os conservadores daqui – onde esse termo, aparece com o autor, Michael Oakeshott (1901-1990), que quer dizer uma política da experimentação como temos aqui, da esquerda. Aqui em São Paulo, tivemos as políticas da fé, com o governo petista do Haddad que não deu certo.

As políticas da fé são políticas que montam uma esperança dentro da política como uma resolução de todos os problemas, como se a pobreza acabasse, como se a igualdade de oportunidade aparecesse e não é bem assim. Talvez, por ser cético em algumas coisas, eu seja chamado de conservador em alguns aspectos. Eu sei que é contraditório para um anarquista – porque a grande maioria não sabe a real anarquia e nem sabe a real ideologia por traz do anarquismo – mas, eu concordo com alguns aspectos no conservadorismo inglês. Um deles é a política cética. O ceticismo moderno (o antigo é idealizado por Pirro de Elis [360-275 a.C.], que foi um filósofo, fundou o pirronismo e foi para a Índia junto com as tropas de Alexandre, O Grande), começa com o filósofo britânico, David Hume (1711-1776). Hume, como um bom empirista, duvidava de teorias que não mostravam a verdade. Para Hume, a questão dos assuntos relacionados com a moral, eram em sua maioria, assuntos que abrangiam todos os temas que hoje colocamos como as humanidades. A título de exemplo, podemos destacar a política, o direito, a moral, a psicologia e até mesmo, a crítica das artes.

O tempo de Hume, graças a filosofia de #Descartes, as ciências naturais foram separadas das ciências humanas (das filosofias da alma humana, ou sentimentos), e o filósofo, tenta juntar as experiências naturais com as experiências humanas. Para os céticos, não adianta idealizar uma politicas idealizadas dentro de um escopo social, sem averiguar a vontade daquela comunidade e sem averiguar a intenção daquela ação. A grosso modo, o importante numa política cética, não é a questão só social enquanto mudança, mas, o porque precisa dessa mudança e a intenção por traz da mudança e aí está a maior crítica a revolução francesa pelo maior idealizador do conservadorismo britânico, Edmund Burke (1729 – 1797). Onde ele põe em dúvida a real intenção da revolução, que levou a tantas pessoas morrerem.

Ceticismo daqui é ideológico e nada tem a ver com o ceticismo real. O ceticismo real, de verdade, iria questionar não só a imprensa tradicional – que concordo plenamente – mas, questionar a intenção verdadeira de alguns blogs. A intenção verdadeira do deputado Bolsonaro, que a 30 anos está no parlamento e não fez nada e vota, está em toda imprensa, pautas que a esquerda concorda. Dizer que vai melhorar a canetada a segurança pública e que é honesto, é uma pauta muito simplista e trata a política como se fosse fácil. A crise não se supera a uma canetada, tem que ter seriedade para comandar o pais com um tamanho continental, como o nosso. Ser cético não é fazer comparações morais esdruxulas como fizeram na questão do reporte que foi abordado por mulheres numa reportagem, e os torcedores que fizeram uma moça russa repetir palavras chulas, como se fosse a mesma situação. Isso não é duvidar ou ter uma visão cética, é ter uma visão levada ao extremismo dentro da direita, ou dentro da esquerda.

As intenções da defesa do Lula estão mais do que claras. O senador Requião ser um defensor das políticas públicas do petismo, não me surpreende, não existe pautas conservadoras no Brasil. Existe uma ideologia vagabunda chamada liberalismo, mas, não é um liberalismo de verdade, e sim, “tunaram” (como aqueles carros tunados que são construídos com peças de vários carros) o liberalismo com o conservadorismo e puseram dentro da direita. Só que ou você é um conservador e não quer mexer em nada na nossa sociedade, ou você é um liberal e quer tirar o monopólio do Estado tanto a vida dos indivíduos, quanto as empresas estatais que só aumentam a corrupção. Não dá para mexer o que te interessa (essa é a minha crítica aos anarcocapitalistas), e não mexer o que interessa ficar. Porque assim, vamos sempre rodar e nada fazer enquanto a crise que nos acomete nesse momento.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Avisei e ninguém leu: Marcia Tiburi é candidata a governadora do Rio pelo PT









Eu escrevi no dia 31 de maio, uma matéria (link: aqui), que mostrava que a filósofa – Platão iria dizer sofista – Marcia Tiburi estava sendo convidada a concorrer ao governo do RJ pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Ninguém deu atenção. Todo mundo preferiu dar atenção a notícias idiotas e sem sentido na época. Na verdade, os eleitores hoje, não se dedicam ler nada e sim, se dedicam a só se basear em memes e hashtag como se isso fosse relevante como uma base eleitoral. Para mim, acima de tudo e mesmo sendo anarco-libertário (já que vai demorar bastante para temos uma consciência mais avançada de governamos a si mesmo), acho que quem governa tem que, acima de tudo, gostar de onde nasceu e está governando.

Na essência duas coisas não aconteceram no Brasil: uma, não aconteceu uma modernização no Brasil e não há esperança que um dia modernizamos. Porque nosso povo tem medo do novo, nosso povo se sente muito confortável com resoluções menos dinâmicas e tirar de uma vez, esse governo inchado que só atrapalha o progresso e as resoluções urgentes. Duas, não temos uma consciência republicana e nem mesmo, uma consciência democrática. Não se aceita que as outras pessoas pensam, porque o que elas pensam não fazem parte da sua crença. Isso mesmo. São apenas crenças e você não sabe da verdade e nem o íntimo de ninguém, você só pode supor que tal candidato é honesto.  Você não pode legitimar uma pedalada fiscal, porque os outros presidentes assim fizeram e se fizeram, deveriam também serem alvo de investigação. Cadê o PT na época que não denunciou tal esquema? Aliás, ampliando a pergunta, onde estavam esses empresários candidatos nos 13 anos de governo petista que não li nenhuma palavra sobre o desastre dos governos?

Antes de dizer a minha opinião sobre essa candidatura, já que sou formado em filosofia (no curso que me formei foi filosofia da educação que tem muito mais responsabilidade), devo explicar o que seria um filósofo. Quando Pitágoras – a um dois mil e quinhentos anos atrás – formou o termo filósofo (philosophós), por ser chamado de sábio, ele quis dizer que era apenas um amigo da sabedoria e não um sábio. Para mim, um filósofo estuda todas as coisas sem distinção de nada e sem julgamento de valor de ninguém, porque ele está acima do senso comum dentro de um conhecimento a mais. Ele deve, acima de tudo, aceitar a sua ignorância de não saber de tudo e sempre querer procurar a verdade (aletheia) e a virtude (aretê). Isso começa com dois períodos: Tales de Mileto com a “phisys” (que hoje chamamos de ciência) e de Sócrates de Atenas com a “aretê” e a verdadeira sabedoria “alithiní sophia”. Na verdade, a filosofia nasce do espanto e da percepção que a explicação mitológica não era suficiente para o surgimento de tudo (a procura de um “arké”), mas, não podemos definir a mitologia como uma mera crença, apenas, uma explicação rudimentar daquilo. O nascimento da filosofia como uma destruição da mitologia, foi uma crença muito enraizada do filósofo iluminista que tinha um certo ranço com a igreja católica.

Na modernidade já se tem um outro olhar na filosofia. A ciência toma o lugar da filosofia – mas, é importante ressaltar que ainda os filósofos da ciência são sim importantes e não, a filosofia não morreu – para se investigar a origem de tudo e o porquê a realidade existe. A filosofia ontológica e existencialista, investiga o homem que se prende dentro da sua liberdade em nome de um conforto, de um espetáculo que querem olhar para não olharem para suas realidades medíocres e confusas. Quem viu o primeiro filme da trilogia Matrix, sabe muito bem que existe o Cypher que mesmo saindo da Matrix – uma realidade virtual – quer voltar a essa realidade, e mesmo sabendo ser uma realidade virtual, ainda sim, quer disfrutar dessa realidade. O Cypher é o alienado, o cara que não quer a verdade, quer viver na sua zona de conforto. Nosso povo são os muitos como o Cypher, não procura nenhuma informação, se baseiam numa realidade que dão a ele como memes (figuras que imitam a realidade) ou hashtags prontas para lutar a realidade deles e não a realidade de fato. Um filósofo não pode ter crenças que limitam a irem além do conhecimento comum e esse conhecimento, vai além de qualquer propósito. Um filósofo não pode ser católico, um filósofo não pode ser espirita, não pode ser protestante, não pode ser marxista e nem liberal, porque senão, ele não pode investigar o que se determinou a investigar. Para investigar a ética e a moral, tem que se investigar “nu” sem nenhuma crença e sem nenhuma ideologia.

O próprio Marx ao escrever ao seu genro disse que não era marxista. Na realidade, os marxistas só são pessoas que interpretam a filosofia de Marx na sua própria visão, que no mais, não sabia nem mesmo da onde iria dar. Mesmo o porquê, morreu antes mesmo de se aprofundar mais. Na minha visão, Marx era uma pessoa que diríamos hoje, um sindicalista e não um filósofo. Eu, mesmo sendo anarco-libertário, tenho certas críticas ferozes aos libertários sobre vários temas, ao contrário de certos marxistas. O que quero dizer na realidade, é que não podemos investigar nada, se não desvinculamos de ideologias, crenças e morais que prestamos a investigar. Isso não é insentão – como dizem por aí – isso é ser coerente naquilo que se quer mudar.

A nossa realidade política está na mudança e a esquerda não quer mudar – esse papo de progressismo é furado, porque não se pode ser progressista com uma filosofia do século dezenove – quer um Estado cada vez mais grande, cada vez mais controlador e cada vez mais, estatizado. Por outro lado, temos uma direita também que quer o velho, quer soluções fáceis e que sejam rápidas. Soluções rápidas demográficas como a do Bolsonaro (link: aqui), ou uma moral de igualdade igual daquela que o menino quase não pode comer uma refeição que o comerciante queria pagar para ele (link: aqui). A questão não é a palhaçada que o Fantástico faz todo domingo com o quadro “Que Brasil nós queremos”, mas, discuti com argumentos maduros, argumentos de realidade e não aquilo que estamos vendo espelhados nas nossas crenças ideológicas.  

Vamos a professora Tiburi. Não vou usar os mesmos argumentos que todos usam, que ela é a favor de bandido, que ela é favor disso ou daquilo. Mas, eu vou começar com isso de “filósofa”. Sinceramente, até hoje eu não vi nenhum dito “filósofo” daqui, produzir nada além de promover estudos de filósofos que já são consagrados. É importante, mas, não pode ser levado a sério o bastante de serem chamados de filósofos. São no máximo, sofistas como Protágoras, Górgias, entre outros. Platão, que viveu trezentos anos antes de Cristo e que era discípulo de Sócrates, dizia que o filósofo é amante da procura da verdade e só saberíamos a realidade, pelo diálogo. Pelo que vi no episódiodo líder do MBL (Movimento Brasil Livre) Kim Kataguiri – que também tenho uma crítica ao movimento por usar a pauta moralista para ganhar visibilidade – que a professora Marcia Tiburi, não é apta a um diálogo como um “filósofo” faria. Existe duas ironias nisso: uma é ela ter um livro: “Como conversar com um fascista” e a outra (ironia), é ela, numa entrevista à Revista Fórum, usar essa mesma frase de Marx: “os filósofos, até hoje, se limitaram a interpretar o mundo. Cabe agora, transformá-lo”. O mais estranho, é ela dizer que traz essa frase desde menina que reforça a necessidade de uma pergunta: por que não quis dialogar com o líder do MBL, se acredita tanto nessa frase?

A vida não é um experimento, há coisas que não podemos experimentar. Mas, devemos sempre a examina e avaliar se estamos seguindo aquilo tudo como a nossa ética manda. Não adianta você escrever um livro que já tem o nome “como conversar” e não exercitar aquilo que escreveu, soa como demagogo, soa como ilógico e até mesmo, imoral. Perdeu uma grande chance de mudar o mundo, mudar a visão de algumas pessoas sobre a imagem liberal (conservador?) do Kim Kataguiri. Por isso que os 4 chamados filósofos (Barros Filho, Pondé, Karnal e Cortella) “pop”, são reais filósofo, porque debatem com quem for. Essa é a essência da filosofia, não é achar que você vai mudar alguém, mas, vai despertar o espanto e a crítica. O problema, que eu vi na professora Tiburi (posso chamar de sofista), que ela fez do seu feminismo uma religião e as religiões são apenas crenças de uma visão idealizada. O verdadeiro feminismo é a igualdade, o verdadeiro feminismo é defender a mulher de violências machistas e desumanas. Assim como, não podemos usar os diretos humanos para defender aqueles que escolheram o caminho da antiética de fazer mal ao outro por causa de um objeto. Se temos que usar os direitos humanos para defender bandidos, temos que usar para defender também, as vítimas.

Com certeza, quando Platão idealizou um governante filósofo – que muitos defendem que ele era a favor de uma tirania – ele idealizou, em cima do teorema da caverna, alguém que levaria as relações humanas dentro de uma realidade muito mais elevada. Gente como a professora Tiburi são pessoas despreparadas que não podem pisar em uma sala de governo, porque, a situação do Brasil, não é uma questão de classes – porque o Brasil tem um grande histórico sim, de desigualdade – mas, uma questão de limitação dessa podridão. Ética e uma moral (não moralismo barato), são os verdadeiros empreendimentos, que vão levar o progresso. O Brasil pede uma modernização, não o populismo, mas, uma solução. O Rio de Janeiro está falido, a única solução é um governo forte, ético e sem amarras ideológicas de guerrinha de ensino médio.

E outra coisa, como todo petista, ela usa as pessoas com deficiência como palanque político. Uma pergunta que não quer calar: onde estava o PT que não fechou abrigos que amarram as pessoas com deficiência (link: aqui)? A ONG internacional viu em três principais Estado, como SP, RJ e BA. E não eram abrigos novos e sim, abrigos que existiam nos dois governos do PT e que existiam a muito tempo. Então, para mim, isso não é uma filosofia e é retorica e retorica já faz parte de oradores. É isso.

Amauri Nolasco Sanches Junior – formado em filosofia pelo FGV e também publicitário e técnico de informática e escritor freelance no jornal Blasting News 

quinta-feira, 14 de junho de 2018

O mito Bolsonaro e a democracia suicida






Estamos num momento de crise onde vários grupos surgem. Temos o grupo que apoia uma resolução mais progressista (tendem a ser de esquerda), e temos um grupo de são mais conservadores (tendem ser mais para a direita). Há ainda os extremos que não acreditam na democracia e defendem uma intervenção militar. Os generais não desejam e nem podem, porque uns dos poderes devem acionar essa intervenção, que não teria apoio nenhum em nenhum veículo. Então, surge mitos como os heróis mitológicos que podem salvar um povo do mau e das catástrofes.



Acontece, que diante dessa descrença com essa política, com todos esses escândalos de corrupção mostrado na investigação da Operação Lava Jato e dentro das redes sociais surgem mitos, como surgiam no mundo antigo.  Dentro das redes sociais, e com suas falas polêmicas, há um destaque ao deputado e candidato, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que se tornou uma alternativa no meio virtual. Segundo uma pesquisa liderada pela DataPoder360 – que é um órgão do Poder360 –  no último dia 5 de junho, mostrando a liderança do deputado ao preito eleitoral sem o ex-presidente Lula (PT), que está preso (vulgo encarcerado).

No lugar do Lula, a agencia coloca o ex-prefeito, Haddad (PT), que aparece em 3 cenário prováveis e teve entre 7% e 8%, dependendo dos nomes dos adversários cogitados. Já o Ciro Gomes (PDT), está em segundo lugar com algumas variações entre 12% e 11% das intenções eleitorais. Bolsonaro, nesses 3 cenários possíveis tem uma pontuação entre 21% a 25%, conforme os nomes colocados como adversários. Mas, ainda, a DataPoder360, trouxe no lugar do Alckimin (PSDB), o ex-prefeito Dória (PSDB) e, ao que parece, não empolga os eleitores. Porque o resultado com Dória teve 6% das intenções do eleitorado, que comparando com o mesmo porcentual de Alckimin, dará empate técnico.

Para essa agencia, o DataPoder2018, esse resultado foi um dos melhores resultados que o pré-candidato Bolsonaro teve nas ultimas dez pesquisas realizadas desde 2017. A pontuação nesse caso, foi de 24% a 27% das intenções de votos.  Esses dados aparecem nesta pesquisa, que se realizou pelo telefone e foi por pessoa (uma ligação por vez). Segundo a mesma agencia, esses mesmo dados apareceram, por causa que a pesquisa foi feita pelo contato telefônico. Será mesmo que foi por causa disso? Tenho minhas dúvidas se realmente, esses números são altos. Mesmo o porquê, a questão de se ter uma pontuação entre 24% e 27%, não são tão altas assim. Ao meu ver, o índice de brancos e nulos é muito mais alto e muito mais, significativo, mas, o texto é para mostrar como e porque um mito aparece.


Um mito pode ser definido como um relato fantástico de uma tradição oral, sempre os protagonistas, são seres que encarnam as várias forças da natureza e os vários aspectos gerais da condição humana, seria uma lenda. A título de exemplo, podemos dizer assim: a lenda dos índios do Xingu, que seria considerado, uma mitologia. Mas mitologia não é uma mentira. Mitologia é uma explicação do senso comum diante as forças da natureza, como o deus Tupã (Trovão), o deus grego, Zeus (raios/trovões), ou Odin ou Wotan (sabedoria/guerra/morte). Vamos dizer que, a mitologia é uma narrativa dos tempos heroicos, e em geral, essa mitologia guarda sempre um fundo de verdade dentro dessa narrativa. Um exemplo clássico é a guerra de Tróia, que recentemente, se acharam as ruínas do que seria a cidade lendária. Muitas das coisas que estão lá pode não ter acontecido – como uma narrativa dramática – mas, a guerra em si, ocorreu.


O caso do Bolsonaro é algo bastante complexo, porque ele é chamado de “mito”, mas, ele não é uma lenda, não é alguma força da natureza e só tem aspectos gerais da condição humana. Ou seja, diz o que a maioria quer escutar e quer solução rápida. O povo não quer coisas complexas, mesmo o porquê, nem sabem como funciona a economia, não tem escolaridade e não leu nada sobre. Então, o que se deu o fenômeno Bolsonaro e o porquê o grande eleitorado está com ele? Um dos aspectos é o medo. Medo da violência (criminalidade) crescente. Medo que as indústrias fechem e não tenha emprego. Fora outros medos, que sacerdotes cristãos enfiam na cabeça dos fiéis, como termino da família. Termino da moral. Termino de se separar por gênero (homem/mulher) e a crescente onda de fanatismos que chegam ao extremo. O extremismo vem, também, do medo.

Isso tem a ver com a diferença entre a Definição e o Conceito. Quando olhamos para Definição, podemos tentar dizer que algo singular a partir de uma determinação do objeto e buscar descrever aquilo que o objeto investigado. Essa definição, tem uma especificação e a distinção em relação aos demais. Uma Definição descreve uma qualidade, característica ou substância sem a qual o objeto deixa de ser o que “é”, em qualquer circunstância. De alguma forma, se trata de uma caracterização endógena (interior ao exterior), e pretensamente universal do objeto pesquisado. Já o Conceito, podemos dizer, que também é uma tentativa de delimitação, porém, neste caso há um esforço em estabelecer “o ponto de vista” por meio do qual o objeto é reconhecido. Se busca determinar um “contexto” para delinear o objeto. Assim, no Conceito, algo “é” a partir de um determinado meio físico, social ou teórico. Estabelecendo o Conceito, o pesquisador descreve o objeto em razão e a partir de um entre inúmeros cenários contextuais possíveis. Se tratar de uma caracterizar exógena do objeto, válida apenas diante de uma certa, singularidade do universo que é pesquisado.


Trocando em miúdos, como dizem, uma Definição, é uma tentativa de descrever aquilo que algo parece ser a partir de certas características que algo parece ser. O Conceito, define objeto a partir daquilo que ele é. Um ídolo ou herói (imaginário ou não), ele é definido a partir daquilo que o objeto parece ser e não o que ele é. Quando passamos para pessoas, ficamos dependendo das atitudes e daquilo que essas pessoas representam na nossa ética e dentro da moral de um povo. Depende, também, de conceitos socioeconômicos de uma dada, época. O caso de Hitler é um exemplo, clássico. Hoje, um alemão não pode nem ouvi do nazismo e de Hitler, mas, nos anos 30 do século vinte, era uma alternativa viável. Isso tem a ver muito mais, com uma definição do que um conceito. Quem deseja a intervenção militar, sempre usa o argumento que não tinha violência e nem corrupção, mas, tinha sim. Tinha crianças sendo torturadas. Crianças estupradas e desaparecidas. E também tinham jornais policiais. Tinham contrabando. Porque é uma Definição e não um, Conceito.

Eu tenho um exemplo, quando, postei uma pergunta: “Eu não vou votar no Bolsonaro...e você? ” e fui xingado e disseram coisas absurdas. Numa democracia de verdade, se as pessoas tivessem uma cidadania, não se portavam assim. Na verdade, se fomos bastante rigorosos com o termo, não há e nem havia nenhum governo do povo. Na Grécia helênica, a democracia era realizada por ricos, por sofistas e por pessoas que eram homens, livres (não eram escravos), e que eram muito poucos. Inclusive, Sócrates foi morto bebendo cicuta, por mexer com esses poucos. Mesmo hoje, que há uma abertura maior nesses requisitos – mulheres votam, não há mais escravos e há o voto livre – não há um governo do povo e sim, uma plutocracia. Há uma confusão entre a aristocracia e a plutocracia, porque o nosso povo é muito carente de um ensino de verdade. Aristocracia é o governo dos melhores (não necessariamente, os mais ricos), a plutocracia é o governo dos mais ricos.

A questão de eu não votar no Bolsonaro é uma questão de conceito e não, de definição. A questão de ele ser honesto (que passa também no crivo da definição), não é uma definição consensual, é uma questão de definição daquilo que acham que é. Existem outros critérios importantes, como estar ou não preparado, estar ou não isento de ideologia ou de religião, estar ou não preparado emocionalmente. Várias questões que não entram no conceito do candidato. Tem uma fala preconceituosa sim, tem uma fala que não condiz ao cargo que almeja. Não olho definições, eu olho conceitos.

Amauri Nolasco Sanches Junior – formado em filosofia pelo FGV e também publicitário e técnico de informática e escritor freelance no jornal Blasting News

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domingo, 10 de junho de 2018

Mais Platão e menos Marx



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Quando a filosofia (philosophia) apareceu, apareceu dois pontos interessante. Um ponto é o porquê estamos aqui. O outro ponto, qual objetivo estamos aqui. Talvez, Tales lá em Mileto, olhou em um rio ou até mesmo, no mar e deve ter visto animais aparecendo nessas aguas. Depois de Tales o que a originou (arké) todas as coisas, muitos outros seguiram para descobrir a origem de tudo, que até então, era papel da mitologia. Talvez, esses filósofos deveriam ter pensado que se descobrissem a origem de tudo – uma substância que poderia ser dita como originada da realidade – saberiam, o porquê que estamos aqui. Mas, nenhum deles tiveram um consenso. Porém, Parmênides disse que o ser é o que é em resposta a Heráclito, que disse que tudo muda. Ora, isso daria muita reflexão, porque Platão fez uma síntese disso tudo.


 Muitos especialistas dizem que a teoria das formas, é uma conciliação dos dois filósofos pré-socráticos que Platão, concordava. Na minha visão, a filosofia das formas são uma forma de dizer que tudo vem da mente e da visão que temos da realidade. Então, podemos voltar a Tales e ver que a origem, talvez, tem a ver com a realidade que percebemos dentro de um mundo que não sabemos de onde viemos e porque estamos aqui.  Entramos no objetivo que estamos aqui. Podemos até dizer que o porque estamos aqui e o objetivo que estamos aqui é a mesma coisa, mas, não é verdade. O porque é a origem de nosso significado dentro do mundo, e o objetivo, como interagimos com essa realidade. Interagimos com realidade, porque temos vontade. Podemos perguntar: o que é a realidade? O que podemos chamar de fatos, são apenas visões que temos, ou são a realidades verdadeiramente, concretas? Vamos lembrar, que, tanto o budismo (que podemos chamar de filosofia), quanto a filosofia heracliana (de Heráclito no qual, o filósofo Nietzsche é herdeiro), nos dizem que não existe uma só realidade e sim, tudo muda conforme as coisas vão acontecendo e nos envolvendo no mundo. Mas, aí que está uma questão: se existe um arké (substância original), que originou toda a realidade e sabemos dessa mesma realidade, porque essa realidade muda conforme a visão de cada uma das pessoas?

Chegamos ao mestre de Platão (os ombros largos), um senhor calvo, com barba e que era chamado, de “a mosca de Atenas” (entenderam a abertura do seriado Merlí?), chamado Sócrates. Ao contrário de Platão que era de uma família nobre, Sócrates era filho de um escultor e um uma parteira e alguns estudiosos – não sei a origem disso – dizem, que na verdade, ele não sabia ler e escrever. Porém, teria uma sapiência que nenhum ateniense poderia ter, segundo a pitonisa (sacerdotisa do deus Apolo), disse em uma das consultas ao Templo de Delfos (cidade grega). Mas, Sócrates tinha uma particularidade muito interessante, ele fez a frase do Templo de Delfos como sua filosofia. Qual é a frase? A frase é: "Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo.”. Essa frase é enigmática e única. Porque você conhece a si mesmo e conhecera os deuses e o universo, você pode pensar se conhecemos a nós mesmo, podemos ter fé melhor e conhecer a realidade. Mas, a questão socrática é outra, o conhecer a si mesmo envolve o teu próprio conhecimento, o que você mesmo sabe. Daí vem a questão, até, platônica do conhecimento.

Como sabemos que conhecemos alguma coisa? Verificamos se aprendemos e entendemos como aquilo (como objeto), ou a situação (como fato), acontece dentro da realidade que estamos inseridos. Isso ninguém discute. Eu tenho um abacateiro no meu quintal e esse mesmo abacateiro, não está dando mais abacate. Como eu sei que essa árvore é um abacateiro? Porque aprendi (tive a informação) e entendi (que o objeto que estou vendo) é uma árvore que dá o fruto abacate. Portanto, é um abacateiro. Acontece, que Sócrates conclui que as pessoas tinham o conhecimento das coisas sem entender porque aquilo existe e o porquê existe. E assim, todos se perdiam nas suas perguntas. Mas, ele só queria provar que não sabia de nada. Acabou bebendo cicuta (veneno usado antigamente). Por que Sócrates morreu? Por que o povo de Atenas condenou o velho filósofo? Uma das hipóteses é apresentada, pelo próprio Platão, quando no seu livro, Politéia (A Republica), apresenta a Alegoria da Caverna. Na verdade, a filosofia nasce nas conversas e na defesa de Sócrates, que dois discípulos, escreveram. Mas, o único que seguiu seus passos, foi Platão. Ou seja, a filosofia nasce na cicuta.

A questão não é se Xenofonte ou Platão seguiram ou não à risca Sócrates, a questão é que Sócrates toma como base não de onde viemos, mas, quem somos nós. Que Platão, de uma forma de explicar o que seria um filósofo (como aquele que vai atrás da sabedoria), vai mostrar, que para descobrir quem somos nós, temos que sair a caverna. Quem sair dessa caverna será o corajoso, que vai escalar a entrada, vai aguentar os olhos doerem e ainda sim, vai voltar para libertar os outros das sombras. As sombras não são os programas de tevê ou, o mundo virtual; a grosso modo, as sombras são as ideologias e as crenças institucionadas que os governos mantem para te manter dócil e pacifico. Isso não quer dizer que exista ou não espíritos, exista ou não Deus, mesmo o porquê, há diferenças entre religião e espiritualidade. Então, a pergunta socrática-platônica não é a origem e sim, quem nós somos e com isso, que realidade construirmos.

Depois, Santo Agostinho colocou isso como uma coisa ética. Ou seja, deveríamos pensar em tudo que fizemos durante o dia, ao se deitar. Assim, deveríamos olhar quem somos sobre olhares de nossas ações. Na realidade, Santo Agostinho vai introduzir o platonismo no cristianismo e por “tabela”, como dizem por aí, colocou também, Sócrates. Fica fácil saber o resultado. Muito tempo depois, mais ou menos, mil anos, São Thomas de Aquino coloca Aristóteles no cristianismo. Não quero entrar no mérito do resultado disso, só quero pontuar algumas questões que levaram os filósofos modernos a se desfazerem da metafisica (que ao meu ver, foi muito ruim para o verdadeiro filosofar). Com Santo Agostinho, o mundo das ideias seria o paraíso e a busca do sumo bem, não é para uma melhora na polis (cidade), mas, é uma ida direta ao céu. É uma recompensa pessoal. Contudo, Platão – seguindo seu mestre – não pensava nada disso, mas, pensava que o sumo bem, seria alcançado através de uma dialética em chegar a sabedoria. E levar essa sabedoria a todos ao seu redor. Quando o ser humano sai da caverna quebrando as correntes, ele não vai embora, mas, volta para fazer os outros seres humanos enxergarem essa realidade também.


O conhecer a si mesmo, poderia ser o “eu sou” que confronta com “você é”. Assim, saindo das amarras patrísticas e escolásticas (embora, não se distanciou muito), o filósofo francês, Descartes (Cartesius em latim), disse a frase base da existência humana, o “eu penso, logo eu existo”. A realidade pode mudar (Heráclito), mas, o “eu” tem que existir como é (Parmênides). Ou seja, posso duvidar da realidade, mas, não posso duvidar que eu existo. Eu sou. Então, se eu sou, não posso saber se tudo é, porque tudo é transitório demais para ter uma natureza, mas, o “eu” não muda e não transito entra a realidade e o sonho. É um exercício semântico e lógico. A realidade só é termos que conhecemos cada objeto e objetivo.

Mas o que é o objeto e o objetivo? A maçã vermelha é um objeto (muito gostoso), o objetivo e comer essa maçã. A questão é que para comer essa maçã vermelha, temos que ter dois fatores para alcançar o objetivo: ter a vontade de alcançar o objeto e como vai fazer isso. A existência da maçã é importante e aonde podemos achar a maçã. Mas, o porquê disso? Da vontade. Sempre quando queremos alguma coisa, isso tem a ver com o gosto e a vontade faz, esse objeto gostoso ou não gostoso. Daí entramos em Espinosa (a vontade) e Nietzsche (a vontade da potência), e ainda, Marx (o fetiche da mercadoria).

Para Espinosa, o “Ser” tem o sentido de uma parcela finita da potência infinita de Deus, o “Ser” é uma potência ativa de afetar e ser afetado. Portanto, a vontade é a capacidade de afirmar e de negar coisas em seu geral, antes mesmo, que elas se tornarem coisas especificas. Ainda, segundo Espinosa, é um ente universal, aquilo que é comum a todos os desejos particulares, por conseguinte, não importa peculiaridade alguma. Quando temos consciência do que queremos. Enquanto não temos tal consciência, eis a vontade em sua abertura absoluta. Isso se chama “conatus” (esforço), que seria a essência atual de um ser. a potência que parte de nós mesmo, da nossa própria essência para criar as devidas condições de persistir em nosso próprio ser. Podemos dizer, que nós não possuímos o “conatus” e sim, somos o “conatus”, e tudo que existe como uma essência a realizar esforços para permanecemos em nosso ser enquanto podemos. Ou seja, para o filósofo, cada “coisa” (no sentido de objeto enquanto existente), se esforça (conatus) enquanto um ser existente em si (que se move e é movido), e tem a preservação em seu ser.

Espinosa está dizendo – diferente que se acha que o filósofo era ateu – essa energia seria uma potência de Deus onde ele existe (por si mesmo) e age. Para Espinosa, nenhuma coisa que tenha algo que possa ser destruída, que, por ventura, possa ser retirada da sua existência. Sabemos que a maçã é por causa da essência da maçã, e a vontade de ir até o objeto (maçã), pelo desejo. O desejo nada mais é, do que a essência do agir em sua total essência. Daí, entramos na vontade da potência de Nietzsche.

Se para Espinosa, existe um esforço para viver – que aliás, o conatus não é uma força externa, mas, uma força interna – Nietzsche vai dizer que existe a Vontade de Potência (em alguns momentos, Poder), que nos dará o choque de duas forças. Para Nietzsche, a Vontade de Potência não é algo criado e sim, um advento da própria realidade dentro do mundo e, também, um resultado da própria potencialização da vontade (a força do poder íntimo). São, simplesmente, todos os processos da vida em movimento. Assim, o bom é tudo que faz crescer a vida enquanto existência a realidade, o ruim (ele não diz mal, por uma questão moral), são os valores morais que não deixam viver. Os pensamentos são a pluralidades dessas forças que interagem. Porque, segundo Nietzsche, há um conflito de forças que sempre vão querer uma dominar a outra, assim, cada força tem por natureza, querer expandir sua energia. E, ao contrário de Espinosa, em Nietzsche não há nenhuma força metafisica (Deus/deuses) e sim, um conflito eterno entre forças da própria natureza. Então, ao contrário de Descartes, ele não coloca como nosso próprio pensamento, mas, uma força que pensa por nós mesmos. Na verdade, quem faz nós pensarmos é alguma energia que nos impulsiona ao pensamento, ou seja, pelo que percebi, Nietzsche diz que já no universo uma energia que reflete e que faz nós refletimos através dela.

Nossos desejos são apenas, um espelho da nossa consciência que já está desejando que são apenas, as forças que estão inconscientes. Também, existem os corpos orgânicos e inorgânicos que sentem, as duas forças estarem em conflito. Assim, essas forças que estão em conflito, dominam o homem e são as forças ativas e reativas. As forças reativas são a má consciência e são as forças conservadoras e as forças ativas, são as forças criadoras. A grosso modo, você vai tomar banho em um dia frio, a força reativa diz que está muito frio e que você poderá pegar uma gripe. Mas, a força ativa vai te dizer que precisara tomar um banho para ficar mais quente, colocar uma roupa melhor e mais cheirosa. Trocando em miúdes, como dizem, as forças que te impulsionam a fazer aquilo são ativas a não, são reativas. Nietzsche vai dizer que as forças que se duelam, são a causa do universo.

Por último, a ideia de Marx do fetiche da mercadoria para chegar onde quero chegar sobre a ideia da vontade. Segundo o dicionário, fetiche seria “objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto”, portanto, é um objeto que damos importância além do que ele é. Como os santos e estatuas de deuses dos tempos antigos, que eram objetos de barro ou de outro material, que dávamos como importantes e como os deuses ou santos estivessem, lá. Marx, em seu livro “O Capital” disse que o produto, quando é terminado, tem seu valor determinado por fatores irreais e infundados. Ou seja, o produto tem seu valor determinado como se não fosse fabricado por mãos humanas. Pela visão dele, parece que as mercadorias pareciam ter ganhado vida própria e ser um fator determinante, na sociedade que tem a posse dessa mercadoria, tem um padrão social e quem não tem a posse dessa mercadoria, não possui. Diante disso, isso como devemos ressaltar em um contexto social, histórico e político, implicara direta ou indiretamente, na vida de cada indivíduo que vivem nesse ambiente.

Resumindo, o patrão por mais subjetivo que seja, pode ser coisificado, no cotidiano do sujeito, o levando estímulos depressivos e a vários transtornos e desconfortos psicológicos. Segundo os marxistas – porque Marx faleceu antes de esgotar o tema do fetichismo – o capitalismo aliena o povo para ter esse “fetiche” para a mercadoria. O que é mais caro, um sanduiche no McDonald´s ou da barraquinha da esquina? Lógico, segundo os marxistas, são os sanduíches do McDonald´s, que na publicidade, vai fazer que convença a comprar esse. Instiga o desejo da maioria. Assim, para os marxistas, não é algo interno o desejo, mas, algo externo e tem a ver com a alienação.

Daí entramos no nome do texto. Acontece, que a vontade não é algo só externo e tem a ver com uma certa ignorância, tem a ver com nossos desejos. Mas de onde vem esse desejo? Por exemplo, eu posso ter desejo em uma coxinha de um real no Ragazzo, mesmo sendo “bombardeado”, com anúncios do McDonald´s que são bem mais caros. Não há alienação de escolha, há se deixar ou não se alienar e isso, tem a ver com a alegoria da caverna. O que levou o ser humano quebrar as correntes e sair da caverna? Uma é o espanto de duvidar das sombras e a vontade – como conatus – de explorar o caminho atrás da fogueira e sair dessa caverna (mudança). Mesmo Nietzsche ser contra a racionalidade socrática-platônica – que pode ser um equívoco do filósofo que pode ter lido Platão como um pensamento cristão e não um pensamento grego – a saída do ser humano da caverna é sim, a vontade de potência (ou poder). Porque a quebra de correntes e a saída da caverna é uma força ativa – ou não? – para criar uma outra realidade e não para conservar a outra realidade, que era as sombras.

O homem que sai da caverna sai de uma realidade e vai para uma outra realidade que move a sua consciência, que vai ao encontro da sua vontade de ir além daquela verdade. Portanto, mesmo a importância que alguns escritos tenham sido de Marx, o desejo dele de colocar a culpa num fator externo, foi muito mais forte. Nós, como seres racionais e conscientes, só vamos sair disso tudo nos conscientizando da nossa própria força. A questão não é achar que uma elite, que também é humana e como bem demostrou Hegel (não Engels), os senhores são muito mais escravos do que o próprio escravo, possa ditar nossas vontades. Pode deixar a grande maioria alienada sem educação – escravos de um discurso de vantagem para si mesmo – mas, isso acontece, porque essa mesma maioria, se deixa alienar. A maioria é passiva.

Portanto, para terminar minha explanação, ouvi em algum lugar, que toda essa filosofia era só nota de rodapé da filosofia platônica e isso, é mais do que evidente.



Amauri Nolasco Sanches Junior – formado em filosofia pelo FGV e também publicitário e técnico de informática e escritor freelance no jornal Blasting News