sexta-feira, 29 de junho de 2018

Machismo e a violência contra a mulher




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Amauri Nolasco Sanches Junior (aqui)

Numa discussão em um grupo de Facebook, eu disse para a outra pessoa, que não acreditava em que o homem era o reprodutor como os outros amimais, senão, ao invés de ter uma, seria mais propicio, que ele teria várias mulheres. A questão é: será o não um fator biológico determinante dentro da genética que o homem é um reprodutor e pode engravidar várias mulheres, ou isso é uma cultura criada para dominar e segregar os dois gêneros? Vamos refletir sobre o assunto de maneira, bastante idônea (honesto). O patriarcado foi trazido para algumas sociedades humanas, por povos indo-europeus chamados “arianos”, que provavelmente, saíram da Europa central e começaram a migrar para outras regiões. Segundo estudos, provavelmente, eles começam a disseminar uma cultura que os deuses homens dominavam o panteão até, então, eram cultuados em outras regiões, a mulher como geradora de vida. A “mãe” Terra, era a grande geradora de toda a vida do mundo e das coisas manifestadas (podemos chamar de realidade). Fácil perceber, a figura materna da mulher como ser que suporta dores, que suporta grandes estresses, e tem uma visão muito mais, periférica. 

Mas, esse povo, não tinha essa visão e começaram a invadir as outras regiões e impondo a sua cultura patriarcal. Essa é uma questão interessante, porque não eram só um povo, mas, povos que disseminaram que o homem deveria mandar no mundo. Na Índia, por exemplo, algumas divindades ficaram, mas, ao mesmo tempo, castas foram construídas para melhor terem possibilidade de dominação. A opressão começou a ser uma grande ideia de segurar a vontade humana de seguir ou não. Na região que se construiu a Grécia, que naquele tempo nem tinha esse nome ou outro nome qualquer, os povos árias também invadiram a região. Duas heranças podemos ver nos povos gregos, a grande cultura espartana (os dórios que eram povos árias, ficaram a elite de Esparta e os povos locais ficaram os servos), militarista, a guerra de Tróia e toda a suas consequências, sendo construído até mesmo, uma cultura helênica. O ato de achar que o homem é dono de uma mulher é narrado dentro da história de Homero? Mesmo o porquê, quem era herdeira do trono de Esparta era Helena, e Menelau por ser irmão mais novo de Agamenon, casou num casamento arranjado entre duas nações. Os casamentos escolhidos – fora os dotes que eram pagar para a família deixar você casar com a mulher – eram como se a mulher era uma propriedade do homem e não poderia escolher. Daí fiquei refletindo: se é um meio biológico, como alguns pesquisadores afirmam, o porquê construirmos uma cultura que não poderíamos ter várias mulheres e se fixar dentro de um território?

As culturas célticas, antes de serem dizimadas pela igreja católica, eram sociedade matriarcais e cultuavam a grande deusa que se casava com o deus cornudo ( o Gamma Rey), para fertilizar a terra na primavera. Esse mesmo deus nasce dessa deusa e se casa com ela construindo um círculo que vai dos solstícios. Pesquisas cientificam históricas mostram, que esses tipos de sociedade eram bem mais tolerantes. As sociedades indígenas, eram sociedade bem mais tolerante na forma de tratar as famílias, a própria aldeia. Mesmo, não sendo sociedades não matriarcais, existiam um certo respeito dentro da aldeia e a regra não era quebradas. Mas, os povos indígenas das Américas, poderíamos dizer, que sua cultura foi construída com outros elementos. A questão é a construção dessa sociedade patriarcal que até hoje, de alguma forma, meio que atrasa o desenvolvimento humano.

Poderíamos colocar a questão assim: o que esse patriarcado trouxe de desenvolvimento concreto para a humanidade? Além de guerras, além de estupros e além de dominações de todo tipo – através do medo e da submissão – não se teve nenhum ganho cultural? Claro, que nem tudo foi ruim, porque se pôde desenvolver uma política organizada mais estruturada e se desenvolveu as leis, a parte mais administrativa da sociedade. Num modo bastante amplo, se deveria ter um equilíbrio entre a parte feminina (afetivo) e a parte masculina (razão), porque são energia antagônicas que dão o equilíbrio ao universo. Sem a escuridão não haveria a luz, sem o silencio não haveria o som, os opostos se complementam como causa e efeito. A questão é que a humanidade quando cultivou culturas que cortavam esse equilíbrio, se começou um rompimento da conexão com a realidade de fato. Se fomos ir bem além, vamos chegar em vários livros sagrados que mostram o desiquilíbrio e suas consequências. O mito de Adão e Eva, o mito da criação grega, o mito da criação egípcia, o mito da criação nórdica e por aí vai.

Daí volta na discussão, porque tem a ver com o texto que gerou toda a discussão. Uma mulher tira toda a roupa da amante do marido e lhe joga pimenta, isso ao que me lembre, aconteceu na China. A China, antes da cultura ocidental entrar nela, havia um desenvolvimento cultural bem mais avançado. Lógico, que se fomos afundo, a China não era diferente de tratar a mulher de igual, muito pelo ao contrário, eram até piores. A questão é: por que a mulher não jogou pimenta no marido dela? Porque se fomos nos ater na lógica- em essência – quem tem o compromisso com a mulher é o marido, a amante, só foi seduzida ou seduziu, um homem que sabia que tinha um compromisso. Não tinha nada que não soubesse que tinha uma mulher na sua casa, mas, preferiu a traição. Daí questionamos, o porque o homem que traiu – se traiu não estava satisfeito com seu casamento – continua na casa ainda? Porque, na verdade, a traição acaba sendo uma violência tanto contra a mulher, como quanto contra o homem, porque deixa marcas afetivas.

A violência contra a mulher vem, dentro de uma visão psicológica, sempre, dentro de uma certa insegurança do homem enquanto aquele que provem a casa. Quando o patriarcado foi criado, talvez, houve uma certa insegurança dentro da afirmação e também, como somos animais imitadores como todo primata, podemos chegar a uma conclusão, que o macho alfa só foi mais uma construção social observada dentro de outros animais. Só observarmos, que no norte da África, muitas sociedades aderiram o harém (um homem casado com muitas mulheres), e nas savanas, e existem os leões com bando de leoas caçando para ele. Se fomos ir muito mais longe, na região que provavelmente, saíram os arianos, existem matilhas de lobos que, la dentro, tem o macho alfa. Mas, existe um outro fator, existe a questão evolucionaria, porque os maiores feitos e as maiores descobertas, foram com fosseis de fêmeas (mulheres) humanas. Então, porque o homem se auto afirmou? Qual foi a questão da sua autoafirmação e essa onde violenta? Esse é o mistério.

Mas, a violência está aí como forma concreta não só contra as mulheres, mas, contra crianças, contra adultos, contra a humanidade. Quando começamos a refletir além da direita, além da esquerda, começamos a ir bem além do que todo mundo vai. O verdadeiro feminismo não é fazer palhaçada na frente de uma igreja – como se o papa perdesse o sono com esse tipo de manifestação – mas, defender mulheres de assédios (seja de onde sair), de estupros, de serem pagas muito menos do que o homem, a mulheres com deficiência que sofrem abusos. Por que não acontece isso? Em primeiro lugar, existe um viés ideológico e em segundo, existe um viés cultural. Nós, brasileiros, temos bastante dificuldade com as mudanças. Não somos conservadores por gostar da nossa cultura – que não existe – mas, nos acomodamos com ela. O brasileiro não é conservador, ele é acomodado.

O caso da chinesa acontece muito aqui, assim, como o caso de muitas outras mulheres que criam seus filhos para terem várias mulheres, serem macho. Qual é a punição maior de uma traição a não ser ficar sem o outro?

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