Amauri Nolasco Sanches
Junior (aqui)
Numa discussão em um grupo de Facebook, eu disse para a
outra pessoa, que não acreditava em que o homem era o reprodutor como os outros
amimais, senão, ao invés de ter uma, seria mais propicio, que ele teria várias
mulheres. A questão é: será o não um fator biológico determinante dentro da
genética que o homem é um reprodutor e pode engravidar várias mulheres, ou isso
é uma cultura criada para dominar e segregar os dois gêneros? Vamos refletir
sobre o assunto de maneira, bastante idônea (honesto). O patriarcado foi
trazido para algumas sociedades humanas, por povos indo-europeus chamados
“arianos”, que provavelmente, saíram da Europa central e começaram a migrar
para outras regiões. Segundo estudos, provavelmente, eles começam a disseminar
uma cultura que os deuses homens dominavam o panteão até, então, eram cultuados
em outras regiões, a mulher como geradora de vida. A “mãe” Terra, era a grande
geradora de toda a vida do mundo e das coisas manifestadas (podemos chamar de
realidade). Fácil perceber, a figura materna da mulher como ser que suporta
dores, que suporta grandes estresses, e tem uma visão muito mais, periférica.
Mas, esse povo, não tinha essa visão e começaram a invadir as
outras regiões e impondo a sua cultura patriarcal. Essa é uma questão
interessante, porque não eram só um povo, mas, povos que disseminaram que o
homem deveria mandar no mundo. Na Índia, por exemplo, algumas divindades
ficaram, mas, ao mesmo tempo, castas foram construídas para melhor terem
possibilidade de dominação. A opressão começou a ser uma grande ideia de
segurar a vontade humana de seguir ou não. Na região que se construiu a Grécia,
que naquele tempo nem tinha esse nome ou outro nome qualquer, os povos árias
também invadiram a região. Duas heranças podemos ver nos povos gregos, a grande
cultura espartana (os dórios que eram povos árias, ficaram a elite de Esparta e
os povos locais ficaram os servos), militarista, a guerra de Tróia e toda a suas
consequências, sendo construído até mesmo, uma cultura helênica. O ato de achar
que o homem é dono de uma mulher é narrado dentro da história de Homero? Mesmo
o porquê, quem era herdeira do trono de Esparta era Helena, e Menelau por ser
irmão mais novo de Agamenon, casou num casamento arranjado entre duas nações. Os
casamentos escolhidos – fora os dotes que eram pagar para a família deixar você
casar com a mulher – eram como se a mulher era uma propriedade do homem e não poderia
escolher. Daí fiquei refletindo: se é um meio biológico, como alguns
pesquisadores afirmam, o porquê construirmos uma cultura que não poderíamos ter
várias mulheres e se fixar dentro de um território?
As culturas célticas, antes de serem dizimadas pela igreja
católica, eram sociedade matriarcais e cultuavam a grande deusa que se casava
com o deus cornudo ( o Gamma Rey), para fertilizar a terra na primavera. Esse
mesmo deus nasce dessa deusa e se casa com ela construindo um círculo que vai dos
solstícios. Pesquisas cientificam históricas mostram, que esses tipos de
sociedade eram bem mais tolerantes. As sociedades indígenas, eram sociedade bem
mais tolerante na forma de tratar as famílias, a própria aldeia. Mesmo, não
sendo sociedades não matriarcais, existiam um certo respeito dentro da aldeia e
a regra não era quebradas. Mas, os povos indígenas das Américas, poderíamos
dizer, que sua cultura foi construída com outros elementos. A questão é a
construção dessa sociedade patriarcal que até hoje, de alguma forma, meio que atrasa
o desenvolvimento humano.
Poderíamos colocar a questão assim: o que esse patriarcado
trouxe de desenvolvimento concreto para a humanidade? Além de guerras, além de
estupros e além de dominações de todo tipo – através do medo e da submissão – não
se teve nenhum ganho cultural? Claro, que nem tudo foi ruim, porque se pôde
desenvolver uma política organizada mais estruturada e se desenvolveu as leis,
a parte mais administrativa da sociedade. Num modo bastante amplo, se deveria
ter um equilíbrio entre a parte feminina (afetivo) e a parte masculina (razão),
porque são energia antagônicas que dão o equilíbrio ao universo. Sem a
escuridão não haveria a luz, sem o silencio não haveria o som, os opostos se
complementam como causa e efeito. A questão é que a humanidade quando cultivou
culturas que cortavam esse equilíbrio, se começou um rompimento da conexão com
a realidade de fato. Se fomos ir bem além, vamos chegar em vários livros sagrados
que mostram o desiquilíbrio e suas consequências. O mito de Adão e Eva, o mito
da criação grega, o mito da criação egípcia, o mito da criação nórdica e por aí
vai.
Daí volta na discussão, porque tem a ver com o texto que
gerou toda a discussão. Uma mulher tira toda a roupa da amante do marido e lhe joga pimenta, isso ao que me lembre, aconteceu na China. A China, antes da
cultura ocidental entrar nela, havia um desenvolvimento cultural bem mais
avançado. Lógico, que se fomos afundo, a China não era diferente de tratar a
mulher de igual, muito pelo ao contrário, eram até piores. A questão é: por que
a mulher não jogou pimenta no marido dela? Porque se fomos nos ater na lógica-
em essência – quem tem o compromisso com a mulher é o marido, a amante, só foi
seduzida ou seduziu, um homem que sabia que tinha um compromisso. Não tinha
nada que não soubesse que tinha uma mulher na sua casa, mas, preferiu a traição.
Daí questionamos, o porque o homem que traiu – se traiu não estava satisfeito
com seu casamento – continua na casa ainda? Porque, na verdade, a traição acaba
sendo uma violência tanto contra a mulher, como quanto contra o homem, porque
deixa marcas afetivas.
A violência contra a mulher vem, dentro de uma visão psicológica,
sempre, dentro de uma certa insegurança do homem enquanto aquele que provem a
casa. Quando o patriarcado foi criado, talvez, houve uma certa insegurança dentro
da afirmação e também, como somos animais imitadores como todo primata, podemos
chegar a uma conclusão, que o macho alfa só foi mais uma construção social
observada dentro de outros animais. Só observarmos, que no norte da África,
muitas sociedades aderiram o harém (um homem casado com muitas mulheres), e nas
savanas, e existem os leões com bando de leoas caçando para ele. Se fomos ir
muito mais longe, na região que provavelmente, saíram os arianos, existem matilhas
de lobos que, la dentro, tem o macho alfa. Mas, existe um outro fator, existe a
questão evolucionaria, porque os maiores feitos e as maiores descobertas, foram
com fosseis de fêmeas (mulheres) humanas. Então, porque o homem se auto
afirmou? Qual foi a questão da sua autoafirmação e essa onde violenta? Esse é o
mistério.
Mas, a violência está aí como forma concreta não só contra
as mulheres, mas, contra crianças, contra adultos, contra a humanidade. Quando começamos
a refletir além da direita, além da esquerda, começamos a ir bem além do que
todo mundo vai. O verdadeiro feminismo não é fazer palhaçada na frente de uma
igreja – como se o papa perdesse o sono com esse tipo de manifestação – mas,
defender mulheres de assédios (seja de onde sair), de estupros, de serem pagas
muito menos do que o homem, a mulheres com deficiência que sofrem abusos. Por que
não acontece isso? Em primeiro lugar, existe um viés ideológico e em segundo,
existe um viés cultural. Nós, brasileiros, temos bastante dificuldade com as mudanças.
Não somos conservadores por gostar da nossa cultura – que não existe – mas, nos
acomodamos com ela. O brasileiro não é conservador, ele é acomodado.
O caso da chinesa acontece muito aqui, assim, como o caso de
muitas outras mulheres que criam seus filhos para terem várias mulheres, serem
macho. Qual é a punição maior de uma traição a não ser ficar sem o outro?
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