Eu achava que a política
só abrigava podridão, mas, eu ando vendo que também tem “maluco”. Eu escrevi
uma matéria, onde o senador, Roberto Requião (#MDB-PR), compara suco de laranja
com petróleo e eu achei que o carro do senador (vossa excelência), era movido a
suco de laranja (aqui). Coisa de youtuber mesmo, dizer um monte de asneira para
ganhar visibilidade nos seus vídeos, porém, ele é um senador da república.
Deveria saber que existem enormes diferenças em suco de laranja e o petróleo
desde sua forma primaria. Para colher as laranjas não tem o custo de uma
extração de petróleo, porque você não precisa perfurar a laranjeira com blocas
especializadas. Não dá nem mesmo para supor, pois, o modo de fabricação dos
derivados do petróleo são bem diferentes dos derivados da laranja.
Pois bem. O nobre senador na sua defesa ao #petismo, mesmo
sendo do MDB “golpista”, solta no Twitter: “Saca só o grito de guerra da greve
dos juízes: “Armani! Versace! Auxílio-moradia! A luta continua pela nossa mordomia!
”, falou isso dentro da rede social, na quinta-feira (21), porque alguns juízes
fizerem uma greve de auxílio-moradia. Ou melhor, não foi uma fala, foi um grito
de guerra contra. Como assim? A ética
para essa gente, é uma ética focada dentro do seu próprio princípio e não no princípio
de uma essência ética. Quem apoio o ex-presidente Lula, sabe muito bem que ele
está muito enrascado, quase, condenado a ser aprisionado por toda a vida.
Claro, que existem coisas que são estranhas. Como a meia condenação da Dilma e
a não cassação do mandando do senador Aécio Neves.
Aonde quero chegar? O hospício que virou as redes sociais. Um
hospício das hashtags como palavras de ordem e tem gente que acha, de verdade,
que dá ordem. Um dia desses, abrindo o meu Twitter, eu dei de cara com uma
mulher reclamando que o comandante Villas Boas, tinha a bloqueado. Eu só via
ela marcando ele insistentemente com postagens de ordem, como se ela exigisse a
solução dela. A ideia era a solução do Brasil. Daí a gente pode ver o nível da
discussão política dentro do Brasil. Onde você vai do #lulalivre (como se o
Lula não tivesse feito nada), até o #bolsonaro2018 (como se o Bolsonaro fez
alguma coisa dentro do Rio de Janeiro). Isso são políticas do imaginativo, ou políticas
da fé. O que seria isso? Isso veio dentro da tradição da política conservadora britânica
– que é mais séria e mais consistente do que os conservadores daqui – onde esse
termo, aparece com o autor, Michael Oakeshott (1901-1990), que quer dizer uma política
da experimentação como temos aqui, da esquerda. Aqui em São Paulo, tivemos as políticas
da fé, com o governo petista do Haddad que não deu certo.
As políticas da fé são políticas que montam uma esperança dentro
da política como uma resolução de todos os problemas, como se a pobreza
acabasse, como se a igualdade de oportunidade aparecesse e não é bem assim. Talvez,
por ser cético em algumas coisas, eu seja chamado de conservador em alguns
aspectos. Eu sei que é contraditório para um anarquista – porque a grande
maioria não sabe a real anarquia e nem sabe a real ideologia por traz do anarquismo
– mas, eu concordo com alguns aspectos no conservadorismo inglês. Um deles é a política
cética. O ceticismo moderno (o antigo é idealizado por Pirro de Elis [360-275
a.C.], que foi um filósofo, fundou o pirronismo e foi para a Índia junto com as
tropas de Alexandre, O Grande), começa com o filósofo britânico, David Hume (1711-1776).
Hume, como um bom empirista, duvidava de teorias que não mostravam a verdade. Para
Hume, a questão dos assuntos relacionados com a moral, eram em sua maioria,
assuntos que abrangiam todos os temas que hoje colocamos como as humanidades. A
título de exemplo, podemos destacar a política, o direito, a moral, a
psicologia e até mesmo, a crítica das artes.
O tempo de Hume, graças a filosofia de #Descartes, as ciências
naturais foram separadas das ciências humanas (das filosofias da alma humana,
ou sentimentos), e o filósofo, tenta juntar as experiências naturais com as experiências
humanas. Para os céticos, não adianta idealizar uma politicas idealizadas
dentro de um escopo social, sem averiguar a vontade daquela comunidade e sem
averiguar a intenção daquela ação. A grosso modo, o importante numa política cética,
não é a questão só social enquanto mudança, mas, o porque precisa dessa mudança
e a intenção por traz da mudança e aí está a maior crítica a revolução francesa
pelo maior idealizador do conservadorismo britânico, Edmund Burke (1729 – 1797).
Onde ele põe em dúvida a real intenção da revolução, que levou a tantas pessoas
morrerem.
Ceticismo daqui é ideológico e nada tem a ver com o
ceticismo real. O ceticismo real, de verdade, iria questionar não só a imprensa
tradicional – que concordo plenamente – mas, questionar a intenção verdadeira
de alguns blogs. A intenção verdadeira do deputado Bolsonaro, que a 30 anos
está no parlamento e não fez nada e vota, está em toda imprensa, pautas que a
esquerda concorda. Dizer que vai melhorar a canetada a segurança pública e que
é honesto, é uma pauta muito simplista e trata a política como se fosse fácil. A
crise não se supera a uma canetada, tem que ter seriedade para comandar o pais
com um tamanho continental, como o nosso. Ser cético não é fazer comparações morais
esdruxulas como fizeram na questão do reporte que foi abordado por mulheres
numa reportagem, e os torcedores que fizeram uma moça russa repetir palavras
chulas, como se fosse a mesma situação. Isso não é duvidar ou ter uma visão cética,
é ter uma visão levada ao extremismo dentro da direita, ou dentro da esquerda.
As intenções da defesa do Lula estão mais do que claras. O senador
Requião ser um defensor das políticas públicas do petismo, não me surpreende, não
existe pautas conservadoras no Brasil. Existe uma ideologia vagabunda chamada
liberalismo, mas, não é um liberalismo de verdade, e sim, “tunaram” (como
aqueles carros tunados que são construídos com peças de vários carros) o
liberalismo com o conservadorismo e puseram dentro da direita. Só que ou você é
um conservador e não quer mexer em nada na nossa sociedade, ou você é um
liberal e quer tirar o monopólio do Estado tanto a vida dos indivíduos, quanto
as empresas estatais que só aumentam a corrupção. Não dá para mexer o que te
interessa (essa é a minha crítica aos anarcocapitalistas), e não mexer o que
interessa ficar. Porque assim, vamos sempre rodar e nada fazer enquanto a crise
que nos acomete nesse momento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário