Amauri Nolasco Sanches
Junior
O filósofo Epicteto (55-135 A. C.), dizia que deveríamos
distinguir aquilo que poderíamos controlar e aquilo que não poderíamos ter o
controle e estava aqui refletindo. Numa discussão com um colega num grupo,
disse que um mito é muito mais de uma crença e muito mais do que uma verdade,
pois, esse meu colega disse ser uma verdade. Um mito é uma história de um herói
– porque temos que ter modelos para seguir graças ao nosso instinto primata – mas,
não seria apenas uma mera história, é um conto para explicar uma condição
moral. Mesmo com algumas conotações semelhantes, o cristianismo (como
instituição), sempre foi contra o comunismo e, por muito tempo, construíram
milhares de histórias não verdadeiras. Até onde eu sei – fui criado dentro do
cristianismo – não se faz igualdade dentro do capitalismo, mesmo que, na
teoria, ele prega a liberdade. Como disse o próprio Epicteto, a felicidade e a
liberdade está relacionada com a clara compreensão de um só princípio: algumas
coisas estão no nosso controle e outras não estão no nosso controle.
leiam >>> plano da URSAL
Nem sempre podemos controlar aquilo que queremos controlar. São
decisões que não estão sob nossa vontade e sim, a vontade do outro. Por isso,
os anarquistas (na sua maioria), não acreditam na liberdade da democracia,
porque, na essência, não prevalece o bem-estar de todos e sim, o bem-estar de
uma maioria que nem sempre tem razão. E por que não tem razão? O filósofo Michel
Foucault (1926-1986), dizia que a decisão de uma maioria sempre vai depender do
discurso do poder. Aliás, o próprio “grande” filósofo da direita, Olavo de
Carvalho, diz que o importante não é o dinheiro – não sei se ele usou isso só para
dizer do governo da esquerda – e sim, o poder. E para o poder, há uma construção de um
discurso para alienar a maioria de uma liberdade que não existe, porque existe
coisas que não controlamos. Isso que Epicteto estava dizendo, não controlamos o
que as pessoas pensam ou fazem, e é um desperdício de energia, querer controlar
as morais sociais.
Porém, tem uma frase do filósofo, historiador e escritor, Henry
David Thoreau (1817-1862), disse em sua obre (o maior texto libertário), Desobediência
Civil, que <<O melhor governo é o que governa menos>>. Quer forma
melhor de governo? Mas não é só isso, segundo o escritor, ela equivale a uma
outra frase que é << O melhor governo é o que absolutamente não governa >>,
que quando os homens terão a preparação necessária (na consciência), será o
tipo de governo que terão. Para Thoreau: “Na melhor das hipóteses, o governo
não é mais do que uma conveniência, embora a maior parte deles seja,
normalmente, inconveniente - e, por vezes, todos os governos o são.”. Não é
verdade? Qual governo faz realmente pelo povo e tem a consciência do seu papel?
Todo governo é uma inconveniência dentro da liberdade humana, que na sua essência,
nem existe e começam a ter pensamentos distorcidos. Isso é notório dentro do
teorema platônico da caverna (que está no livro A Republica), onde seres
humanos, estão acorrentados dentro de uma caverna e toda a realidade que esses
seres humanos observam, são sombras de uma realidade não verdadeira. Até, em
dado momento, um ser humano se solta e sai dessa caverna e viu um outro mundo,
a grosso modo. Quem é esse ser humano que sai dessa caverna? Quem enxerga além dessa
realidade?
Quando temos candidatos do porte do debate de quinta-feira
(10), nos perguntamos se colaboramos para isso. Mas, o que é pior, quando o
mais sensato é um Bolsonaro. Como disse Epicteto, não deveríamos gastar nossa energia
naquilo que não podemos mudar, porque devemos ter a sabedoria para saber se
podemos ou não. O voto muda? Talvez. Mas uma real mudança é ter a consciência plena
da pessoa que você está escolhendo, a verdade que está por traz. Daí chegamos
ao candidato “ridicularizado”, Cabo Daciolo do Patriotas, que disse aquilo para
Ciro Gomes (PDT), que teria um plano para a União das Republicas Socialistas da
América Latina (URSAL). Ele é verdadeiro. É a essência do senso comum acreditar
que existe um mal (pelo menos aqui no ocidente), porque o bem deve prevalecer e
o bem sempre é aquilo que guarda o poder. O poder sempre emana nos valores, religiosos
(institucionais), ideológicos, ou até mesmo, separar esses pensamentos. Separar
etnias. Separar ideologias e espiritualidade.
Não existe o bem ou o mal, o que existe são escolhas que
fazemos e as consequências dessas escolhas. O comunismo não é mal, não houve
comunismo. O que houve foram ditaduras socialistas, que nada visavam a
igualdade e o sonho comunista (ditadura do proletariado), acabou em ruínas. Não
existira nenhum plano para unir a América Latina em uma nação socialista,
apenas uma ironia de uma socióloga que nem disse “republica” e sim, “republiqueta”.
O Cabo é o evangélico nato, que acredita em teorias da conspiração (vide a
teoria das imagens subliminares), que prega sua fé. Nada de errado, mas, um
povo carente de acreditar em algo, acaba acreditando em quaisquer asneiras.
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