terça-feira, 14 de agosto de 2018

Se o Bolsonaro é a melhor opção, estamos na lama das verdades de um Cabo




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Amauri Nolasco Sanches Junior

O filósofo Epicteto (55-135 A. C.), dizia que deveríamos distinguir aquilo que poderíamos controlar e aquilo que não poderíamos ter o controle e estava aqui refletindo. Numa discussão com um colega num grupo, disse que um mito é muito mais de uma crença e muito mais do que uma verdade, pois, esse meu colega disse ser uma verdade. Um mito é uma história de um herói – porque temos que ter modelos para seguir graças ao nosso instinto primata – mas, não seria apenas uma mera história, é um conto para explicar uma condição moral. Mesmo com algumas conotações semelhantes, o cristianismo (como instituição), sempre foi contra o comunismo e, por muito tempo, construíram milhares de histórias não verdadeiras. Até onde eu sei – fui criado dentro do cristianismo – não se faz igualdade dentro do capitalismo, mesmo que, na teoria, ele prega a liberdade. Como disse o próprio Epicteto, a felicidade e a liberdade está relacionada com a clara compreensão de um só princípio: algumas coisas estão no nosso controle e outras não estão no nosso controle.

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Nem sempre podemos controlar aquilo que queremos controlar. São decisões que não estão sob nossa vontade e sim, a vontade do outro. Por isso, os anarquistas (na sua maioria), não acreditam na liberdade da democracia, porque, na essência, não prevalece o bem-estar de todos e sim, o bem-estar de uma maioria que nem sempre tem razão. E por que não tem razão? O filósofo Michel Foucault (1926-1986), dizia que a decisão de uma maioria sempre vai depender do discurso do poder. Aliás, o próprio “grande” filósofo da direita, Olavo de Carvalho, diz que o importante não é o dinheiro – não sei se ele usou isso só para dizer do governo da esquerda – e sim, o poder. E para o poder, há uma construção de um discurso para alienar a maioria de uma liberdade que não existe, porque existe coisas que não controlamos. Isso que Epicteto estava dizendo, não controlamos o que as pessoas pensam ou fazem, e é um desperdício de energia, querer controlar as morais sociais.

Porém, tem uma frase do filósofo, historiador e escritor, Henry David Thoreau (1817-1862), disse em sua obre (o maior texto libertário), Desobediência Civil, que <<O melhor governo é o que governa menos>>. Quer forma melhor de governo? Mas não é só isso, segundo o escritor, ela equivale a uma outra frase que é << O melhor governo é o que absolutamente não governa >>, que quando os homens terão a preparação necessária (na consciência), será o tipo de governo que terão. Para Thoreau: “Na melhor das hipóteses, o governo não é mais do que uma conveniência, embora a maior parte deles seja, normalmente, inconveniente - e, por vezes, todos os governos o são.”. Não é verdade? Qual governo faz realmente pelo povo e tem a consciência do seu papel? Todo governo é uma inconveniência dentro da liberdade humana, que na sua essência, nem existe e começam a ter pensamentos distorcidos. Isso é notório dentro do teorema platônico da caverna (que está no livro A Republica), onde seres humanos, estão acorrentados dentro de uma caverna e toda a realidade que esses seres humanos observam, são sombras de uma realidade não verdadeira. Até, em dado momento, um ser humano se solta e sai dessa caverna e viu um outro mundo, a grosso modo. Quem é esse ser humano que sai dessa caverna? Quem enxerga além dessa realidade?

Quando temos candidatos do porte do debate de quinta-feira (10), nos perguntamos se colaboramos para isso. Mas, o que é pior, quando o mais sensato é um Bolsonaro. Como disse Epicteto, não deveríamos gastar nossa energia naquilo que não podemos mudar, porque devemos ter a sabedoria para saber se podemos ou não. O voto muda? Talvez. Mas uma real mudança é ter a consciência plena da pessoa que você está escolhendo, a verdade que está por traz. Daí chegamos ao candidato “ridicularizado”, Cabo Daciolo do Patriotas, que disse aquilo para Ciro Gomes (PDT), que teria um plano para a União das Republicas Socialistas da América Latina (URSAL). Ele é verdadeiro. É a essência do senso comum acreditar que existe um mal (pelo menos aqui no ocidente), porque o bem deve prevalecer e o bem sempre é aquilo que guarda o poder. O poder sempre emana nos valores, religiosos (institucionais), ideológicos, ou até mesmo, separar esses pensamentos. Separar etnias. Separar ideologias e espiritualidade.

Não existe o bem ou o mal, o que existe são escolhas que fazemos e as consequências dessas escolhas. O comunismo não é mal, não houve comunismo. O que houve foram ditaduras socialistas, que nada visavam a igualdade e o sonho comunista (ditadura do proletariado), acabou em ruínas. Não existira nenhum plano para unir a América Latina em uma nação socialista, apenas uma ironia de uma socióloga que nem disse “republica” e sim, “republiqueta”. O Cabo é o evangélico nato, que acredita em teorias da conspiração (vide a teoria das imagens subliminares), que prega sua fé. Nada de errado, mas, um povo carente de acreditar em algo, acaba acreditando em quaisquer asneiras.

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