quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Para defender Bolsonaro, a direita discriminou a Wikipédia – mimi a vista








Amauri Nolasco Sanches Junior

A um tempo atrás, quando eu fazia o curso de técnico de informática, perguntaram para o meu professor se ele achava a Wikipédia confiável. Afinal, se começou a modinha de ficar desqualificando a enciclopédia coletiva, por causa de fontes duvidosas (coisas da seita Academia que nada tem a ver com Platão). Ele disse que o pessoal reclama demais e por ser aberta, se você acha a fonte duvidosa e que o site não traz segurança da fonte daquilo, pega e corrige. Além de fazer você estudar pesquisando – coisa que dói no povo – ainda, você fara um bem ao ser humano trazendo uma informação verdadeira. Ele não gosta de redes sociais. Ele não gosta de conversas fúteis e sempre trazia um conhecimento além daquilo proposto de um curso, que poderia ser uma bosta por ser público, mostrando vários ângulos de um mesmo assunto. Mas, essa questão é interessante, porque além dele ensinar que não existe crítica sem um aprofundamento daquilo que você crítica – se você crítica a Wikipédia tem que conhecer a Wikipédia – tem a parte ética; pois, se você vê algo de errado, você vai lá e arruma. Sempre faço isso nas traduções erradas, se você acha que a tradução de uma música está errada, corrige. Assim, você estuda e ajuda outras pessoas a terem esse conhecimento.


Eu assisti o programa do Roda Viva e quase chorei. Bancada que passou tantos jornalistas de renome, agora, passam jornalistas que não sabem formular uma pergunta. O problema não é o Bolsonaro na essência, e sim, a oposição. Num país que temos uma escola ruim (com a GRADE errada e não só salário de professor), num país que não investe pesado num ensino de verdade, esse tipo de coisa não me surpreende. Nem venham dizer que é culpa do Paulo Freire, que nem 1% do que ele escreveu em seus livros, foi colocado na escola. Essa crítica, tanto do Paulo Freire, quanto do Wikipédia é uma forma de seguir um líder que faz de você um dependente das ideias alheias. Ninguém leu a Pedagogia do Oprimido, ninguém leu a matéria do Bolsonaro no Wikipédia. São apenas, ressonâncias das críticas do Olavo de Carvalho. Mas, o mais desastroso, que o próprio Olavo confessou, que nunca existiu o comunismo.


Bolsonaro é o retrato de um povo que não teve uma boa educação e emergiu das periferias. As “pichações” do Twitter são reflexos de um povo que não quer ler, não quer estudar a questão, porque não gosta de se sentir responsável pelo problema. Querem alguém que carreguem elas no colo, querem alguém que tragam algo que só é responsabilidade de cada um. Como a Wikipédia, porque se um artigo está errado, de alguma maneira, a culpa é nossa. Eu também poderia arrumar. Nós, juntos, poderíamos arrumar juntos e fazer uma enciclopédia dessente. Mas, o povo não quer fazer nada dessente, quer criticar, quer fazer de uma coisa um inimigo imaginário para botarem a culpa. O Bolsonaro tem sim, um discurso populista, como um dia, o Lula teve seu discurso populista (a Dilma nem discurso tinha).

Não vi diferença nenhuma da direita defendendo o Bolsonaro, e a esquerda defendendo a Manuela D´Ávilla, o mesmo mimi se abateu nas redes sociais. Não é possível que o povo não enxerga argumentos melhores, desenvolvimento de coisas mais consistentes sem se apegar em uma Wikipédia. Sempre defendendo políticos, sempre degradando as redes sociais. Cadê uma análise inteligente? Cadê pessoas que possam refletor sobre uma educação de verdade sem moralismo, sem coisas que não cabem mais no século 21? Não estamos mais numa guerra fria. Não estamos mais na ditadura militar. Não estamos mais nos anos 80. Estamos num outro mundo, acabou o velho mundo. Aceita que dói menos!

Um comentário:

  1. Cadê pessoas que possam "refletor" sobre uma educação... realmente cadê este bendito "refletor"

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