Amauri Nolasco Sanches
Junior
A um tempo atrás, quando eu fazia o curso de técnico de
informática, perguntaram para o meu professor se ele achava a Wikipédia
confiável. Afinal, se começou a modinha de ficar desqualificando a enciclopédia
coletiva, por causa de fontes duvidosas (coisas da seita Academia que nada tem
a ver com Platão). Ele disse que o pessoal reclama demais e por ser aberta, se
você acha a fonte duvidosa e que o site não traz segurança da fonte daquilo,
pega e corrige. Além de fazer você estudar pesquisando – coisa que dói no povo
– ainda, você fara um bem ao ser humano trazendo uma informação verdadeira. Ele
não gosta de redes sociais. Ele não gosta de conversas fúteis e sempre trazia
um conhecimento além daquilo proposto de um curso, que poderia ser uma bosta
por ser público, mostrando vários ângulos de um mesmo assunto. Mas, essa
questão é interessante, porque além dele ensinar que não existe crítica sem um
aprofundamento daquilo que você crítica – se você crítica a Wikipédia tem que
conhecer a Wikipédia – tem a parte ética; pois, se você vê algo de errado, você
vai lá e arruma. Sempre faço isso nas traduções erradas, se você acha que a
tradução de uma música está errada, corrige. Assim, você estuda e ajuda outras
pessoas a terem esse conhecimento.
Vejam >>> Felipe Neto fala do nudes
Eu assisti o programa do Roda Viva e quase chorei. Bancada
que passou tantos jornalistas de renome, agora, passam jornalistas que não
sabem formular uma pergunta. O problema não é o Bolsonaro na essência, e sim, a
oposição. Num país que temos uma escola ruim (com a GRADE errada e não só salário
de professor), num país que não investe pesado num ensino de verdade, esse tipo
de coisa não me surpreende. Nem venham dizer que é culpa do Paulo Freire, que
nem 1% do que ele escreveu em seus livros, foi colocado na escola. Essa
crítica, tanto do Paulo Freire, quanto do Wikipédia é uma forma de seguir um
líder que faz de você um dependente das ideias alheias. Ninguém leu a Pedagogia
do Oprimido, ninguém leu a matéria do Bolsonaro no Wikipédia. São apenas,
ressonâncias das críticas do Olavo de Carvalho. Mas, o mais desastroso, que o próprio
Olavo confessou, que nunca existiu o comunismo.
Vejam >>> Crianças trocam comida por sexo no Pará
Bolsonaro é o retrato de um povo que não teve uma boa
educação e emergiu das periferias. As “pichações” do Twitter são reflexos de um
povo que não quer ler, não quer estudar a questão, porque não gosta de se
sentir responsável pelo problema. Querem alguém que carreguem elas no colo,
querem alguém que tragam algo que só é responsabilidade de cada um. Como a
Wikipédia, porque se um artigo está errado, de alguma maneira, a culpa é nossa.
Eu também poderia arrumar. Nós, juntos, poderíamos arrumar juntos e fazer uma
enciclopédia dessente. Mas, o povo não quer fazer nada dessente, quer criticar,
quer fazer de uma coisa um inimigo imaginário para botarem a culpa. O Bolsonaro
tem sim, um discurso populista, como um dia, o Lula teve seu discurso populista
(a Dilma nem discurso tinha).
Não vi diferença nenhuma da direita defendendo o Bolsonaro,
e a esquerda defendendo a Manuela D´Ávilla, o mesmo mimi se abateu
nas redes sociais. Não é possível que o povo não enxerga argumentos melhores,
desenvolvimento de coisas mais consistentes sem se apegar em uma Wikipédia. Sempre
defendendo políticos, sempre degradando as redes sociais. Cadê uma análise
inteligente? Cadê pessoas que possam refletor sobre uma educação de verdade sem
moralismo, sem coisas que não cabem mais no século 21? Não estamos mais numa
guerra fria. Não estamos mais na ditadura militar. Não estamos mais nos anos
80. Estamos num outro mundo, acabou o velho mundo. Aceita que dói menos!
Cadê pessoas que possam "refletor" sobre uma educação... realmente cadê este bendito "refletor"
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