sábado, 25 de agosto de 2018

De Bolsonaro a Lula – bendito seja seu nome





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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

No século dezesseis, havia em Portugal, um rei, chamado Sebastião, que tinha o apelido de “O Desejado”, por ser um rei justo, foi um rei bem “amado” pelos lusos. O rei Sebastião assumiu o trono aos catorze anos de idade em 1568, sendo a favor, das matérias religiosas e militares. E por ser motivado para reviver as glorias da Reconquistas, decidiu montar um bom esforço em Marrocos em uma “cruzada”. A questão foi que Portugal perdeu o combate e o rei Sebastião desapareceu, que deixou seu trono para seu tio, rei da Espanha. Os portugueses não aceitaram e sempre diziam que o rei “O Desejado”, iria voltar e iria tirar o povo da pobreza e reinar com justiça. O sebastianismo é criado como uma esperança de um governante justo, um governante que volte e resolva todos os problemas da nação e ponha o povo onde merece. Sabemos das intenções de Dom Sebastião de ir ao Marrocos e deu errado, além, de colocar Portugal na regência da Espanha e todas as suas colônias. Ora, um herói máximo de uma nação que só ficou rica e poderosa, graças ao ouro e as pedras preciosas de suas colônias – não adianta vim me xingar, mas, uma igreja todinha foi construída na Espanha com o ouro Inca – gastando coisas luxuosas com a Inglaterra, trazendo (roubando?), animais e objetos de suas colônias. Herdamos da cultura lusa, esse sebastianismo e colocamos na figura de um herói, um salvador que colocara o Brasil dos “eixos”.

Não interessa se você escreve “#lulalivre” ou “#bolsonaro2018”, você acredita que a solução dos seus problemas é o fato de um homem, que vai assinar um documento e vai salvar o país. Pois, ele não vai. O Lula, se fosse legível, estaria fadado a fazer as mesmas alianças que ele fez no seu governo lá em 2002. As oligarquias brasileiras são fortes e não admitem que quebrem o seu esquema. Se o Bolsonaro ganhar, ou ele faz um esquema bem definido de alianças, ou ele não vai conseguir governar, porque não se governa sozinho numa democracia como a nossa. O que o público não sabe – deveria saber, muito bem – que não estamos num regime de monarquia absolutista, e nem se tivesse, o rei eleito não seria o Lula e não seria o Bolsonaro. Há um legislativo “voraz” que governa muito mais o país, do que o misero presidente que só assina. Mas podem dizer: “estão, que se feche o congresso”. Daí se cria um outro problema (isso é uma análise de gente madura, tá? Sem birrinhas), porque institutos internacionais podem fazer boicote e até, nas piores das hipóteses, poderemos até sofrer sansões. Economias fechadas não se sustentam e tendem a afundar. O exemplo da URSS é claro, a Rússia é um país com muitos recursos, tinham na época vários países com várias fabricas, mas, a economia do país não girou e não vingou dentro de uma economia de mercado. O Brasil tem vários recursos, mas, depende do investimento que vem de fora, também. Portanto, seria uma insanidade total, achar que o Brasil se sustenta sozinho no mundo.

Esse sebastianismo não cabe para o Brasil e nem tivermos monarcas que governassem por eles mesmos. Mesmo o porquê, nós vivemos num governo democrático e temos mais de um representante no congresso nacional. Claro, que o regime democrático que temos, há várias falhas, mas, é o melhor que temos. Podemos acessar as redes sociais. Podemos ir em baladas. Podemos até mesmo, votar em “lulas” ou “bolsonaros”, mas, que escolhemos em quem devemos acreditar, escolhemos as ideologias (por mais maluca que seja), possam reger nossos princípios morais e não seguir um líder que só quer o poder. Sim, não interessa o dinheiro, o poder é mais importante. Então, por que os impérios caíram? Corrupção. Podemos ver que impérios caíram e hegemonias foram destruídas, por causa de ganancia de querer o poder sempre focado em si mesmo. Foi assim com o império romano, foi assim com a igreja apostólica romana, foi assim em qualquer grande poderio. Porque a questão não é tão o dinheiro em si, mas, a sensação de milhares de pessoas estarem sob sua tutela como se você fosse, uma espécie, de deus. O rei Salomão disse isso em Eclesiastes, tudo é vaidade. Afinal, tudo vai voltar a sua origem e nada ficará eterno (nem mesmo, esse mundo), portanto, a vaidade destrói a nossa noção de realidade que ainda temos.

Uma boa pergunta pode ser feita: o que seria a realidade? Será que realmente, tal candidato quer o bem do Brasil? Não estão na realidade, porque se pensa que a realidade é o que se pode ter e não o que se pode ser. Não importa o quanto temos de valor monetário, sem o verdadeiro eu (que Jung chamava de self), pode governar a si mesmo. O problema não é o senhor de escravo – porque ele é mais preso do que o próprio escravo – mas, as narrativas que nos prendem como sinópticos que nos vigiam por todos os lados. Prefiro repetir sempre o que Gautama Buda disse, que quando encontrar um buda na sua frente, mate-o.

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