Amauri Nolasco Sanches
Junior
Muitas vezes eu escrevi que temos uma cultura avessa ao
conhecimento. Não, não importamos isso dos norte-americanos. Entre ir num museu
conhecer obras de arte e ler um livro, ficamos falando merda nas redes sociais
ou indo em baladas ou bares. O trágico do nosso povo é que preferem ir num
Louvre ou em outros museus lá fora, do que ir em museus daqui, quando vão.
Empresário só financiam aquilo que visualizará sua marca, ele está pouco
ligando o que tem lá dentro e pouco conhece de cultura nacional. Por falar em
cultura brasileira, qual candidato deve conhecer a história do Brasil? Horas
trágica, horas de grande importância, o Brasil não é diferente de nenhum país
do mundo. Ou pensam que outros países não sofreram corrupções ou guerras
sangrentas que levaram milhões a morte? Aliás,
o Brasil também teve (que nossos professores sempre chamam de “revoluções”), foram
muitas, foram importantes e foram por libertação. O que acontece, lembrando o
falecido Museu Nacional, que nossas republica nunca deu certo, e, por outro
lado, foi um golpe.
O termo museu vem do latim “museum” e que deriva do grego,
“mouseion” que tem o significado, próprio das musas. O termo se refere ao
templo onde moram as musas, que eram divindades da mitologia grega que
inspiravam todas as artes. Numa definição mais contemporâneas, dada pela International
Council of Museums (ICOM - Conselho Internacional de Museus) diz: "uma
instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu
desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde
e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e
deleite da sociedade". (Fonte: Wikipédia). Isso porque, desde antiguidade,
o ser humano sempre teve um habito de colecionar aquilo que lhe é importante. Vimos
isso quando guardamos aquela foto, aquele objeto ou guarda qualquer coisa, que lembra
alguém ou um momento. Como o termo grego mostra, um museu é uma inspiração que
as musas davam aos artistas ao fazerem a sua obra, e isso, era algo bastante
sagrado para a cultura humana. La fora, esse tipo de cultura é bem mais respeitado,
bem mais definida e empresários, até mesmo, fundam fundações destinadas a isso.
Empresários brasileiros não se importam com isso. Nunca nosso país passou por
uma modernização e sempre investe muito pouco na cultura e no ensino, então,
temos um país sucateado culturalmente e de outras coisas, conseqüentemente.
Mesmo algumas figuras da nossa elite (burguesia), ficar
tirando foto em museus lá fora, na verdade, nem nossa elite tem muita cultura. Porque
temos uma cultura de achar que quem tem conhecimento e mostra esse
conhecimento, são pessoas “metidas”, pessoas orgulhosas para mostrar que o
outro não é. Sim, temos uma cultura ressentida. Se eu não quero ter o
conhecimento – porque todos podem receber esse conhecimento ou procurar por ele
– não gosto que o outro tenha, não gosto que o outro mostre. Porém, existe o
academismo, se eu não produzo obras acadêmicas que tem que ter pares e tudo
essa balela – como se lá fira existisse essas falácias – eu não posso ser um filósofo
respeitado, não posso ser um escritor respeitado e tudo mais. Daí vimos como o Brasil
vai produzindo paradoxos como esse e as consequências obvias é, com certeza, queima
de mais museus, mais escolas, mais lugares culturais que irão ser destruídos. Vejo
fotos de museus lá fora, a administração é outra, as consequências de uma tragédia
dessas é impensável.
Fatos históricos mostram como os países cuidam dos seus
acervos, dos seus legados culturais (que, na verdade, não é só deles e sim, do
mundo). Antes de entrar na guerra, a França, esvaziou o Louvre, encaixotando todas
as obras que estavam nele na época. A questão, que tanto você estudar a história
do seu pais, quanto você preservar culturalmente, acervos mundiais que podem
ser acessados e vistos por pessoas, já é um ato cultural. E atos culturais não são
atos só das pinturas renascentistas, ou as operas europeias dos séculos passados,
mas, todo ato que expressa um tema definido é um ato cultural. Nem (ou nunca),
o nu pode expressar pornografia (que tem a raiz etimológica do termo grego “pórne”,
que significa, prostituta), senão, todas as pinturas renascentistas, seriam
pinturas pornográficas. As questões éticas estão acima das questões morais e estéticas,
porque as questões morais são costumes sociais que mudam com o tempo, as questões
éticas, são questões de caráter. Caráter é educação, moral é ensino.
Museus podem nos inspirar, podem trazer uma cultura melhor,
podem facilitar um entendimento de um passado longínquo. As pesquisas
cientificas são importantes, para o desenvolvimento de vacinas, remédio, de acessórios
(nós, pessoas com deficiência, sabemos disso). O poder do coronelismo, não gosta
da ciência, não gosta da educação, não gosta do bem-estar dos cidadãos e só gosta,
da ignorância.
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