quarta-feira, 5 de setembro de 2018

O trágico fim de um museu e sua importância nacional





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Amauri Nolasco Sanches Junior

Muitas vezes eu escrevi que temos uma cultura avessa ao conhecimento. Não, não importamos isso dos norte-americanos. Entre ir num museu conhecer obras de arte e ler um livro, ficamos falando merda nas redes sociais ou indo em baladas ou bares. O trágico do nosso povo é que preferem ir num Louvre ou em outros museus lá fora, do que ir em museus daqui, quando vão. Empresário só financiam aquilo que visualizará sua marca, ele está pouco ligando o que tem lá dentro e pouco conhece de cultura nacional. Por falar em cultura brasileira, qual candidato deve conhecer a história do Brasil? Horas trágica, horas de grande importância, o Brasil não é diferente de nenhum país do mundo. Ou pensam que outros países não sofreram corrupções ou guerras sangrentas que levaram milhões a morte?  Aliás, o Brasil também teve (que nossos professores sempre chamam de “revoluções”), foram muitas, foram importantes e foram por libertação. O que acontece, lembrando o falecido Museu Nacional, que nossas republica nunca deu certo, e, por outro lado, foi um golpe.

O termo museu vem do latim “museum” e que deriva do grego, “mouseion” que tem o significado, próprio das musas. O termo se refere ao templo onde moram as musas, que eram divindades da mitologia grega que inspiravam todas as artes. Numa definição mais contemporâneas, dada pela International Council of Museums (ICOM - Conselho Internacional de Museus) diz: "uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade". (Fonte: Wikipédia). Isso porque, desde antiguidade, o ser humano sempre teve um habito de colecionar aquilo que lhe é importante. Vimos isso quando guardamos aquela foto, aquele objeto ou guarda qualquer coisa, que lembra alguém ou um momento. Como o termo grego mostra, um museu é uma inspiração que as musas davam aos artistas ao fazerem a sua obra, e isso, era algo bastante sagrado para a cultura humana. La fora, esse tipo de cultura é bem mais respeitado, bem mais definida e empresários, até mesmo, fundam fundações destinadas a isso. Empresários brasileiros não se importam com isso. Nunca nosso país passou por uma modernização e sempre investe muito pouco na cultura e no ensino, então, temos um país sucateado culturalmente e de outras coisas, conseqüentemente.

Mesmo algumas figuras da nossa elite (burguesia), ficar tirando foto em museus lá fora, na verdade, nem nossa elite tem muita cultura. Porque temos uma cultura de achar que quem tem conhecimento e mostra esse conhecimento, são pessoas “metidas”, pessoas orgulhosas para mostrar que o outro não é. Sim, temos uma cultura ressentida. Se eu não quero ter o conhecimento – porque todos podem receber esse conhecimento ou procurar por ele – não gosto que o outro tenha, não gosto que o outro mostre. Porém, existe o academismo, se eu não produzo obras acadêmicas que tem que ter pares e tudo essa balela – como se lá fira existisse essas falácias – eu não posso ser um filósofo respeitado, não posso ser um escritor respeitado e tudo mais. Daí vimos como o Brasil vai produzindo paradoxos como esse e as consequências obvias é, com certeza, queima de mais museus, mais escolas, mais lugares culturais que irão ser destruídos. Vejo fotos de museus lá fora, a administração é outra, as consequências de uma tragédia dessas é impensável.

Fatos históricos mostram como os países cuidam dos seus acervos, dos seus legados culturais (que, na verdade, não é só deles e sim, do mundo). Antes de entrar na guerra, a França, esvaziou o Louvre, encaixotando todas as obras que estavam nele na época. A questão, que tanto você estudar a história do seu pais, quanto você preservar culturalmente, acervos mundiais que podem ser acessados e vistos por pessoas, já é um ato cultural. E atos culturais não são atos só das pinturas renascentistas, ou as operas europeias dos séculos passados, mas, todo ato que expressa um tema definido é um ato cultural. Nem (ou nunca), o nu pode expressar pornografia (que tem a raiz etimológica do termo grego “pórne”, que significa, prostituta), senão, todas as pinturas renascentistas, seriam pinturas pornográficas. As questões éticas estão acima das questões morais e estéticas, porque as questões morais são costumes sociais que mudam com o tempo, as questões éticas, são questões de caráter. Caráter é educação, moral é ensino.

Museus podem nos inspirar, podem trazer uma cultura melhor, podem facilitar um entendimento de um passado longínquo. As pesquisas cientificas são importantes, para o desenvolvimento de vacinas, remédio, de acessórios (nós, pessoas com deficiência, sabemos disso). O poder do coronelismo, não gosta da ciência, não gosta da educação, não gosta do bem-estar dos cidadãos e só gosta, da ignorância.  

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