terça-feira, 25 de setembro de 2018

Quem construiu o Bolsonaro foi a esquerda “lacradora”




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Dois lados de uma mesma moeda 



Amauri Nolasco Sanches Junior

Nem Haddad e nem Bolsonaro. Acho que deveríamos repensar essa polaridade, porque o país não precisa dessa direita (os neoconservadores são, na verdade, trotskistas) que não sabe o que defende e nem sabe o que está dizendo, e uma esquerda burra e chata, que vem sempre com esse discurso de merda que não engana ninguém. Claro, engana os ignorantes e aqueles que querem “mamar” nas tetas do governo. Posso mostrar milhares de textos que escrevi relatando a gestão do ex-prefeito, Fernando Haddad aqui em São Paulo, que destruiu a cidade literalmente e ainda, pousava de hippie de butique tocando violão e dizendo não gostar na Vila Madalena no centro da cidade. Inúmeros problemas na cidade e o cara achou que o problema mor era fazer ciclovias e gastando milhões, como a cidade de São Paulo, fosse uma Paris ou uma Amsterdã. Síndrome de Marta Suplicy que achava também, que São Paulo ficava da Europa. Mas, as periferias foram abandonadas, as entregas de remédio suspensas (que o PSDB não retomou como deveria) para pessoas com deficiência e idosos, o transporte acessível sucateado, porque colocaram um gerente indicado do partido, tudo um tremendo caos. Se ele foi um prefeito desse porte, imagina ele presidente?





O PT (Partido dos Trabalhadores) produziu um discurso de igualdade, que ao separar por segmentos, geram uma polaridade que deveria não existir. Se você quer a inclusão de pessoas com deficiência, por exemplo, tem que pensar que somos pessoas que temos limitações e que somos humanos e sociais, tendo direitos e deveres. Quando a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU foi criada e retificada, vários países se conscientizaram e acessibilizaram as cidades sem considerar se é uma minoria ou não, mas, seres humanos com deficiência que estão na sociedade. Não podemos achar que temos que criar guetos para se cobrar, porque é uma obrigação do governo acessibilizar e criar conscientização que as pessoas com deficiência. Isso vale para todas as minorias. O que se deve, urgentemente, se investir em educação escolar e incentivo à leitura que abre a consciência para não ter o preconceito.  Não se conscientiza com “patrulha” do politicamente correto, mas, ensinar que aquilo é errado e aquela piada é uma merda e não tem graça nenhuma. Não por tirar uma dos defeitos ou sobre sei lá mais o que, o que tem que ser conscientizado, que esse tipo de coisa não cabe mais nesses tempos.



Todo pré-conceito é um medo daquilo que pode acontecer ou a insegurança sexual, mas também, é medo da mudança daquilo que é cômodo. Por outro lado, tem também o fator da escolarização que é fraquíssima aqui no Brasil, as redes sociais são o espelho nato disso de pessoas que não escrevem direito, não interpretam o texto coerentemente, não sabem o que dizem. A esquerda e a direita em todo o mundo já não têm muita importância como tem aqui, então, começam a dizer coisas que já não existe mais. O PT usou isso (ignorância) a anos para vender a imagem de guerra de classes que não existe, porque sem as empresas e sem o empresariado, não existe emprego e o emprego é a venda do seu serviço. Se é pouco, se muda de emprego. Se aquela calçada não tem acessibilidade, se denuncia para o Ministério Público ou se cobra do vereador que você elegeu. Se há desrespeito contra a mulher, se denuncia a polícia especializada. Se uma empresa se paga menos, se tem a liberdade de mudar de empresa ou se especializar para exigir salários melhores. Eu, sendo anarquista, acredito na liberdade de escolha e ninguém é obrigado de nada.

E o pessoal não sabe o que é conservadorismo (ridículo um anarquista ensinar o que é conservadorismo). Ser conservador não é ser contra mudanças, mas, a velocidade dessas mudanças e o porquê delas. Por exemplo, um conservador seria contra como a República foi proclamada, porque foi de uma forma de revolução de derrubar um imperador. Um conservador defende uma construção de consciência de uma visão republicana, aí depois, se pode pensar em uma mudança do império para um governo republicano. Não defender um império (já que precisávamos de um governo mais libertador), que por mais que alguns defendam, que Dom Pedro II trouxe mais cultura para cá, um país como o Brasil e seu tamanho, não daria para ter um império. E o José Bonifácio sendo um herói (que fez uma intriga entre o imperador e o Barão de Mauá, não deixando ser construídas estradas de ferro, que até hoje, fazem falta para o Brasil). Ridículo e risível, porque um verdadeiro conservador, não iria ser um liberal. E como disse no começo do texto, os neoconservadores (NEOCONS), são na verdade, são uma “aberração” que nasceram dentro da política norte-americana vindo dos trotskistas, que defendiam mais ESTADO na sociedade, invasões militares e etc.

Portanto, quando você tem uma narrativa e essa narrativa se estagna em uma só fala, se começa a aparecer uma narrativa contraria. Isso se chama de dialética. Existe uma tese, uma antítese e uma síntese. Existe uma tese (preconceito), existe uma antítese (livre-arbítrio) e chegamos uma síntese (respeito). No mesmo modo, podemos dizer dos outros segmentos de minorias. E assim, foi construído a narrativa de candidatos como o Bolsonaro, porque as pessoas não querem uma mudança por medo, por inseguranças dentro de um conceito de anos a fio. Se for religioso, de séculos atrás. O que faz diferença na nossa vida se o outro é homossexual? O que vai fazer diferença na nossa vida se o outro não é cristão, ou o outro não pensa igual você? Nada. Mas um país bom para se viver, com uma economia boa para gerar trabalho ou comprar o que se precisa. Não faz diferença de o importante é andar de bicicleta numa cidade, mas, ter saneamento básico, ter uma cidade acessível, ter uma cidade com transporte digno e depois, muito depois, podemos pensar em educar o cidadão em andar de bicicleta. A esquerda trabalha em um discurso velho e a direita não sabe o que dizer, as narrativas ficam confusas. Isso, definitivamente, não é política.

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