sábado, 23 de outubro de 2021

As teias sociais

 





 

“Quando as pessoas adicionam seus amigos no Facebook, eles estão trabalhando de graça para as agências dos Estados Unidos.”

JULIAN ASSANGE

 

 

Amauri Nolasco Sanches Júnior

 

Por que uma aranha tece sua teia? Muitas pessoas poderiam me responde que as aranhas tecem suas teias por causa da necessidade de se alimentar de outros insetos, onde ponde sugar o que tem dentro deles. Além disso, a aranha alimenta seu ninho com eles, deixando, comida para sua próxima geração. Isso acontece dentro da fauna terráquea por milhões de anos e isso fez com que as aranhas, ganhassem a sua sobrevivência dentro da evolução biológica. Pensando nisso – num modo bastante radical – venho refletindo o papel das redes sociais desde o Orkut e o quanto pessoas dependem dela para terem e para darem sua opinião. Porém, eu sendo platônico nesse sentido, para mim uma opinião não é um conhecimento, é mera opinião.

Essa frase de Assenge – um cara que revolucionou o anarquismo digital – poderia ser um exagero se eu lesse ela a uns 10 anos atrás, hoje venho refletindo bastante sobre o papel das redes sociais dentro da sociedade. Mas, o problema em si, não é usar essa rede social para expressar o que se pensa, o problema que existem uma gama de redes por aí e ninguém usa, só usa meia dúzia. Por que as pessoas têm um pensamento de manada, sendo elas, muito mais informada do que a 10 anos atrás? Por que redes sociais que pagam, ou que são mais leves, não são lembradas para o uso? Será que tem uma propaganda sistematizada que as pessoas acabam aderindo?

Mídias ou redes sociais são instrumentos para se falar em longa escala ou conviver com pessoas muito diversas. Conviver virtualmente é algo que se pode dizer ser um convívio? Com+viver é um compartilhamento da existência entre mim e o outro, isso pressupõem, a meu ver, uma presença entre eu e o outro. Pode ser meu perfil ser uma extensão do meu eu? Talvez. Pois, quando eu opero dentro da premissa que eu posso expressar o que penso, aquilo acaba sendo quem eu sou. O problema é adesão em massa naquilo que não te agrega em nada, nem em conhecimento (o povo não abre um link) e nem materialmente (redes que te pagam). Que logica tem você seguir todo mundo? Que logica tem você aderir o que todo mundo adere?

Vamos pensar que eu aderi ao WOWAPP – essa logica é usada desde o Orkut - e os meus amigos e parentes não, porque acham muito complicado aderirem e não tem saco para fazer cadastro. Ou, desconfiam que seus dados sejam pegos, coisas que sabemos, o Facebook já faz. Mas o Facebook tem repercussão midiática – talvez, pagando a grande mídia – e as outras mídias sociais (que muitas vezes, pagam), não tem por que não interessa, o que interessa é ficar dependente do estado. A internet, num modo geral, é um mundo anárquico que mostra como seria uma sociedade sem o estado, se pode fazer o que se quer, ter as informações que se queira, mas existem regrinhas a seguir e se não se segue, se isola. A anarquia não é a “terra de ninguém”, existem regras éticas morais que se não se seguir, a própria comunidade poderia julgar. Há erros? Pode haver, mas, com a educação escolar no alcance de todo mundo, todo mundo teria mais consciência daquilo que estaria fazendo.

Ora, então as redes sociais, assim como as aranhas, usam a lógica simples: você não pode ser isolado e é livre. Será que somos livres? Será que não há nenhum indício de agencias do estado evolvidas em redes sociais? Não sabemos. Mas, como aquele ditado espanhol diz:  “yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay” (eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem). Ou seja, sempre devemos ter um “pezinho” atrás.



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