“Quando as pessoas adicionam seus amigos no Facebook, eles estão trabalhando de graça para as agências dos Estados Unidos.”
JULIAN ASSANGE
Amauri Nolasco Sanches
Júnior
Por que uma aranha tece sua teia? Muitas pessoas poderiam me
responde que as aranhas tecem suas teias por causa da necessidade de se
alimentar de outros insetos, onde ponde sugar o que tem dentro deles. Além
disso, a aranha alimenta seu ninho com eles, deixando, comida para sua próxima
geração. Isso acontece dentro da fauna terráquea por milhões de anos e isso fez
com que as aranhas, ganhassem a sua sobrevivência dentro da evolução biológica.
Pensando nisso – num modo bastante radical – venho refletindo o papel das redes
sociais desde o Orkut e o quanto pessoas dependem dela para terem e para darem
sua opinião. Porém, eu sendo platônico nesse sentido, para mim uma opinião não
é um conhecimento, é mera opinião.
Essa frase de Assenge – um cara que revolucionou o
anarquismo digital – poderia ser um exagero se eu lesse ela a uns 10 anos
atrás, hoje venho refletindo bastante sobre o papel das redes sociais dentro da
sociedade. Mas, o problema em si, não é usar essa rede social para expressar o
que se pensa, o problema que existem uma gama de redes por aí e ninguém usa, só
usa meia dúzia. Por que as pessoas têm um pensamento de manada, sendo elas,
muito mais informada do que a 10 anos atrás? Por que redes sociais que pagam,
ou que são mais leves, não são lembradas para o uso? Será que tem uma propaganda
sistematizada que as pessoas acabam aderindo?
Mídias ou redes sociais são instrumentos para se falar em
longa escala ou conviver com pessoas muito diversas. Conviver virtualmente é
algo que se pode dizer ser um convívio? Com+viver é um compartilhamento da
existência entre mim e o outro, isso pressupõem, a meu ver, uma presença entre
eu e o outro. Pode ser meu perfil ser uma extensão do meu eu? Talvez. Pois,
quando eu opero dentro da premissa que eu posso expressar o que penso, aquilo
acaba sendo quem eu sou. O problema é adesão em massa naquilo que não te agrega
em nada, nem em conhecimento (o povo não abre um link) e nem materialmente
(redes que te pagam). Que logica tem você seguir todo mundo? Que logica tem
você aderir o que todo mundo adere?
Vamos pensar que eu aderi ao WOWAPP – essa logica é usada
desde o Orkut - e os meus amigos e parentes não, porque acham muito complicado
aderirem e não tem saco para fazer cadastro. Ou, desconfiam que seus dados
sejam pegos, coisas que sabemos, o Facebook já faz. Mas o Facebook tem repercussão
midiática – talvez, pagando a grande mídia – e as outras mídias sociais (que
muitas vezes, pagam), não tem por que não interessa, o que interessa é ficar
dependente do estado. A internet, num modo geral, é um mundo anárquico que
mostra como seria uma sociedade sem o estado, se pode fazer o que se quer, ter
as informações que se queira, mas existem regrinhas a seguir e se não se segue,
se isola. A anarquia não é a “terra de ninguém”, existem regras éticas morais que
se não se seguir, a própria comunidade poderia julgar. Há erros? Pode haver,
mas, com a educação escolar no alcance de todo mundo, todo mundo teria mais consciência
daquilo que estaria fazendo.
Ora, então as redes sociais, assim como as aranhas, usam a lógica
simples: você não pode ser isolado e é livre. Será que somos livres? Será que não
há nenhum indício de agencias do estado evolvidas em redes sociais? Não sabemos.
Mas, como aquele ditado espanhol diz: “yo no creo en brujas, pero que las
hay, las hay” (eu não acredito em bruxas, mas que elas existem,
existem). Ou seja, sempre devemos ter um “pezinho” atrás.
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