quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Calor, baratas e Bolsonaro

 




Com a declaração do ex-ministro da educação, Abraham Weintraub – que estava nos Estados Unidos no Banco Mundial – que não decidiu sair, mas foi "expelido” e “catapultado” do governo Bolsonaro. Novo rumo na política se deve ter em conta. Essa semana, escrevi no Blasting News, que o MBL (Movimento Brasil Livre) tinha acertado com o Podemos para todos os integrantes entrarem no partido para apoiar o ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, a candidatura ao governo. Weintraub quer pegar carona na política e isso é um caminho natural. A dúvida é: será que vai desbancar o PSDB forte no estado de São Paulo a mais de 20 anos? Antes do partido do Doria, o MDB era a grande força no Estado paulista, remontado, a tradição democrata paulista que o estado adora exaltar.

O problema é que quando Weintraub diz: “Eu não decidi sair. Eu fui expelido, fui catapultado do governo”, um bolsonarista pode dizer: “Ué, até agora ele não usufruiu do cargo que o governo arranjou para ele no Banco Mundial?”. Eles não vão estar errados, Weintraub estava bastante feliz com o cargo que arranjaram para ele lá no Banco Mundial. Mas, por que essas enxurradas de críticas do governo? Porque o governo não tinha planejamento nenhum, não havia o que fazer ou o que governar. Mesmo o porquê, Bolsonaro era um deputado do baixo clero e não tinha experiencia nenhuma em pegar uma nação como o Brasil.  Mesma coisa foi quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não tinha experiencia nenhuma em governar nada, nem foi prefeito, nem foi governador. A meu ver, Bolsonaro e Lula se autoalimentam na política, mas é uma conversa para um outro texto.

Claro, você pode argumentar comigo dizendo que Abraham Lincoln (presidente dos Estados Unidos morto por um homem enquanto via um espetáculo), não tinha experiencie e dizem que foi um bom presidente. Ora, Estados Unidos não é Brasil, as estruturas norte-americanas é muito diferente do que a estrutura brasileira. A república brasileira – para começar – começou com um golpe contra Dom Pedro II graças ao descontentamento, da elite por causa da abolição da escravatura. Aliás, não só a elite, mas, a maioria do nosso povo não gosta de mudanças. Mudanças sempre foram sinônimo de mudar alguns hábitos e se virar para se acostumar. O império não foi diferente. O nosso governo imperial não foi feito por “revoluções”, pois, a elite não queria perder os escravos e assim, enquanto a América Latina era republicana – imitando os Estados Unidos com o lema “América para os americanos” – o Brasil era um império com um príncipe que faria uma conciliação. O problema é que tanto o pai, quanto o filho, não fizeram o que a elite queria.

Não dá para governar uma “muvuca” dessas que a elite acha que é mais brasileiro do que os outros brasileiros, tem que ter experiencia e tem que ter “molejo” político. Como diz o professor de história, Marco Antônio Villa, temos uma elite que já no século dezenove era chamada de rastaquera, ou seja, não tem cultura, mas adora ostentar bens. O que importa ostentar bens se não tem cultura o bastante para ter uma alma nobre? Nobreza não é só uma questão de ter dinheiro e status, é saber a cultura do seu país e saber que não tem como ficar nessa para sempre, um dia o Brasil vai ter que se modernizar. Outras coisas vão substituir as velhas e se isso não acontecer, inevitavelmente, teremos guerras e revoluções. Ou o Brasil é republicano de verdade, ou o Brasil é um país oligárquico e não vai sair disso nunca mais, porque as pessoas não sabem pensar por si mesmo.

A pandemia do Coronavírus – que causa o Covid-19 e outras variantes – mostrou muito isso. Bolsonaro é um soldado e soldado é condicionado em fazer o que o comando quiser e isso atrapalha o raciocínio, tanto é, que ficou bem claro que a elite estava enchendo o saco dele por causa do fechamento das indústrias. Depois, viram que era muito mais barato – trabalho de escritório, principalmente – e começaram a preferir esse tipo de contrato. E advinha o que está acontecendo? Toda a elite está com Lula. Não que sou eleitor do Bolsonaro, não é isso. Mas, como disse, a elite desvirtua para depois achar seu presidente que vai fazer tudo que querem com um discurso populista.

Quando o Brasil vai mudar? um mistério muito grande que não há resposta nenhuma. 

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