O que é real? Como você define o “real”?
Se você está falando sobre o que você pode sentir, o que você pode cheirar, o que você pode saborear e ver, o real são simplesmente sinais elétricos interpretados pelo seu cérebro.
(Matrix)
Em algum lugar, disseram que a realidade é relativa. A
relatividade tem seu limite. Quando Nietzsche disse que não existe verdades
absolutas, ele não disse que em modo geral, não existem verdades dentro do que
se costuma dizer, universais. Ele disse das verdades morais. Eu posso dizer se
aquilo ou não seja verdade? Posso. Mas nem tudo que não vimos, não existe ou
existe de forma que caiba no nosso conceito. Talvez, uma das bases de existir a
filosofia seja aquilo que definimos como real, como uma realidade que
percebemos dentro daquilo que vivemos.
Claro, as questões da percepção das coisas, tem fenômenos fisiológicos
como descrito na frase, como sentir, como cheirar, saborear e ver que são
interpretações graças a sinais elétricos, dentro do nosso cérebro. Mas, existem
outros fatores que podem ser, igualmente, importantes. As pessoas se importam
muito mais com a imagem – como simbolização daquilo que nos afeta – do que
aquilo que é real, aquilo que está além da imagem subjetiva do objeto analisado.
A realidade passa como ponto moral daquilo – dentro do nosso juízo – que acreditamos
ser certos ou errados. Mas, e quando crenças reagem com a verdade? Será que a
verdade tem seu ponto – construir um mundo seu – moral dentro do seu caráter subjetivo?
Olavo de Carvalho tinha suas crenças que se confundia com a filosofia
que ele achava ter entendido, mas não entendeu. Nunca achou que a filosofia
moderna tenha – além da antiga e a medieval – alguma serventia dentro da crença
católica que tinha. Isso é muito ruim. Mesmo os filósofos cristãos – sempre lembrando
que Kant era protestante – sempre criticou e analisou suas crenças (mesmo os
medievais) e colocou em análise racional. Claro que, o ser humano não é feito só
de decisões e pensamentos racionais, mas um filósofo só pode ser medido como filósofo,
quando se analisa as suas crenças. Essas que são construídas a partir das construções
morais.
Construções morais são imagens que construirmos dentro de crenças
que nos ensinaram a anos, socialmente e familiarmente. Talvez, o grande desejo
de Olavo era ser reconhecido como um filósofo – que, a meu ver, era apenas um
intelectual – o problema é que ele nunca entendeu que aquele mundo da guerra
fria tinha acabado, construiu um inimigo e fez um mito. Bolsonaro só é mais um
igual o Lula, onde a patente de militar, não pode ser confundida com caráter. O
brasileiro tem a mania de colocar instituições como balizas morais e não são, o
que constrói uma educação (não escolarização) são bases morais universais e que
visam uma ação direta. Ou seja, desde da Grécia, depois Roma, a educação era
uma construção de cidadãos que poderiam cuidar da polis e ter satisfação de
viver ali. Mas, parece que a nossa cultura desenvolveu o “jeitinho”, pois
sempre se quer levar e explorar o outro para ganhar.
Por isso, a realidade só pode ser verdade dentro das máximas
de uma consciência que sabe que tudo é temporário, que tudo não pode ser levado
como verdade sem pesquisar, racionalmente.
Amauri Nolasco Sanches Júnior
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