Existem canais no YouTube, que não dão sua opinião ou demonstram
seriamente e escolhem de uma forma irônica, algum assunto que avalia como um
problema para uma sociedade. Essa forma de crítica – que muitas pessoas colocam
como acidas – não é novidade e pode atrair bastante público, por causa da forma
como trata o assunto. Esse é a questão do canal Felca (linkado aqui) e a forma irônica
que trata, não só as questões da mídia num modo geral, mas, também, trata
outros canais que para ele, não trazem o conhecimento e só tratam as questões de
uma forma tosca e sem noção nenhuma da realidade. Em um tom de brincadeira e
muito sarcasmo – típico de filósofos cínicos como Diógenes de Sinope – analisa até
mesmo, as falas sem sentido nenhum dos apresentadores (alguns com atitudes
insanas), e do público, que batem palmas para as insanidades e desgraças alheias.
Ora, parece que a mídia brasileira, tem uma preferência para
casos de desgraça humana como modo de colocar medo na população, como se isso
deixasse o povo mais dócil. Chegamos ao comportamento de manada, que o filósofo
Nietzsche dizia ser, pessoas que fazem o que todo mundo faz e reage como todo
mundo reage. Claro, isso tem a ver com a necessidade de ser aceito por todo
mundo, mesmo sabendo que aquilo não é verdade ou que aquilo não vai trazer
conhecimento nenhum. A diferenciação de um ato pode determinar que você é e
como você reage a realidade onde se encontra, pois, você é único no universo e não
pode achar que ser igual o outro seja importante. Ou seja, ter personalidade,
porque tudo que o ESTADO (vide governo), mais odeia é o conhecimento e uma
personalidade forte.
A questão é: será a grande maioria milhões de <<cyphers>>
iguais do filme Matrix? O personagem Cypher do primeiro filme, sabe o que é o software
Matrix e como remonta uma realidade que não existe mais. Porem, as maquinas tem
que ser alimentadas e devem dar o corpo humano um motivo para viver. Tentativas
anteriores não deram certo porque era um mundo muito perfeito, mas, deveria ter
problemas e que não deveria ser tão perfeito. Cypher, talvez, achasse chato
receber ordens de Morpheus, ou achava horrível a gororoba que ele comia sendo não
ter nenhuma coisa gostosa. Dentro da Matrix, tudo era uma ilusão – são sensações
estimuladas via neural por dispositivos de sonhos – mas era melhor do que
aquilo. Mas, onde viver em ilusão pode ser tão bom?
Nas filosofias yogis ou budistas, não existe a mentira e
sim, ilusão. Mas, não é que as pessoas estão na ilusão que existem uma outra
realidade ou que os objetos não existem, é que elas estão julgando através de
um ego falso. O problema não é o ego-personalidade (aquele que é), mas o ego
dentro de uma realidade que só foi construída através de ilusões de falsos
julgamentos. As pessoas e os objetos são o que são e não vai mudar porque você está
nessa ilusão, pode mudar porque há uma necessidade de mudança. Mas, não é que não
exista a mudança ou ela não é importante, o que eles estão dizendo, é quando damos
muito mais importância com a verdade do objeto do que achamos dele. O achismo
sempre vai ser uma mera opinião. Dai vem a liberdade e a verdade.
Para os gregos – de um modo geral – o conceito de liberdade (eletheia)
tinha mais a ver com a autonomia. Na era moderna, a questão de liberdade seria
muito além da autonomia, porque tem a ver com quem somos e o porquê eu teria
que fazer certas escolhas. Se na antiguidade os filósofos buscavam a verdade
(alitheia), para os filósofos modernos – mesmo que também buscamos, de certo
modo, a verdade – a verdade e a liberdade têm uma outra conotação. Chegou ate
os contratualistas – que acreditam em um contrato social – que acreditavam que
o ser humano nasceu em sociedade e tem que cumprir esse contrato. Mas, quem
disse que queremos esse contrato? Quem disse que necessitamos desse contrato? Daí
chegamos na ideia de que o sistema se comporta como um ser morfológico (que
muda de forma conforme a necessidade), e as necessidades que tem naquele
momento.
Há todo uma questão de idiotizar a sociedade desde sempre,
mas, no Brasil isso é muito explicito. E isso – querendo ou não – passa pela mídia
ensinando jovens e pessoas alienadas em serem idiotizados e acharem que o
importante não são as escolhas, mas, o consumo puro e simples. Por que eu
acharia legal uma pessoa que vai todo final de semana em uma balada? Por que eu
acharia legal, pessoas irem em uma feira de tecnologia só para encontra seus
amiguinhos? Pagamos um alto preço de se ter uma personalidade – por isso mesmo,
filósofos são solitários – porque a grande maioria gosta de frases feitas,
frases que constrói ou dizem reforços para suas próprias crenças. Mas, cuidado,
há uma importância dentro das crenças que fazem o ser humano buscar cada vez
mais, a verdade. Sem o fator do fanatismo, as crenças podem dar um reforço moral
dentro de certos assuntos.
Daí chegamos no vídeo do Visão Libertaria, a questão da
liberdade – além da verdade – tem a ver com a felicidade (Eudaimonia). Será que
o sistema não usa meios midiáticos para dominar?
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