segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Lexa (feminazi) e Pitty (passa pano)




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O objetivo não é que as mulheres tirem o poder das mãos dos homens, pois isso não mudaria nada. A questão é exatamente destruir essa noção de poder.”
Simone de Beauvoir


Nesta última sexta-feira (15), a roqueira Pitty e a funkeira Lexa foram convidada para cantarem em uma festa universitária no interior de São Paulo (São José dos Campos). Eis que de repente, Lexa pára o show para dizer que a equipe de palco da roqueira (Pitty), não teria lhe deixado ver o show em um canto do palco e que, seguranças da Pitty, teria maltratado duas bombeiras que estavam trabalhando naquele evento. Ainda, Lexa disse lutar pelas mulheres e que mesmo que a equipe da Pitty tenha feito isso, lhe admirava bastante. Por outro lado, Pitty ligou depois para a equipe da funkeira dizendo não entender o “babado” e que admirava Lexa e queria entender a questão. Em reposta a um seguidor, Pitty disse estar cansada de “passar pano” para Lexa e que estão “caçando confusão” onde não tem nenhuma. Fonte (aqui).
Simone de Beauvoir – não me interessa as teorias neuróticas da direita americana – dizia que a mulher não nascia mulher na sua obra “O Segundo Sexo”. Será que ela dizia que a mulher não pertencia ao gênero feminino? Nada disso. Ela quis dizer que a mulher não nasce com o estereotipo que empoem a ela a sociedade, recatada e do lar, a imagem da mãe perfeita, a imagem de que estamos acostumados de ver. Para Beauvoir, todas as imagens que pensamos ser naturais de uma mulher, são construções sociais. O psicanalista francês Jacques Lacan, tem a mesma ideia e disse, que a mulher não existe. Embora a nova direita rastaquera não entenda e a esquerda acéfala use para seus fins políticos, o feminismo vai muito além do que cagarem em fotos, deixaram o sovaco peludo ou acharem que todo homem um estuprador em potencial (garanto que não quero estuprar ninguém), e sim, uma atitude na anulação de poder. Existem homens que aprenderam que homens são provedores, que homens não choram (mentira), que homens são os reprodutores e sim, deveriam seguir a educação que suas mães deram. O machismo, pelo menos para mim, é a infantilidade e a insegurança de uma sexualidade de verdade. Homem que é homem não precisa bater na mulher. Homem que é homem não precisa estuprar e nem transar com várias mulheres, mas, ser seguro de si mesmo e do que é de verdade.
Tanto Lexa, quanto a Pitty, lutam uma mesma causa e se tem um problema. Lexa canta um ritmo que já existem letras que dizem para o homem drogar as mulheres e estuprá-las, danças que pensam que estão empoderando, mas, não é diferente das mulheres antigamente que eram forçadas a se entregar. Ou elas acham que os homens fazem o quê ao ver elas dançarem daquele jeito? Por outro lado, a Pitty deveria saber que ninguém confessa declaradamente que judiou de uma pessoa por causa da nossa cultura de “passar pano”. Temos a tendência que só porque é amigo ou parente, pode ser considerado como um santo na face da terra e não é bem assim. Meu pai tem um pensamento ótimo para isso, quando uma pessoa te fala algo, não precisa acreditar, somente observa. Exato. Não se precisa acreditar naquilo, mas, começa a observar se aquilo é verdadeiro ou não, porque onde há fumaça, pode ter fogo. E por outro lado, amigos, amigos, negocio a parte.



sábado, 16 de novembro de 2019

A utopia liberal e a democracia de microditaduras



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O português afirma que em termos menos técnicos será possível chamar a este último tipo “os imbecis”. 



Ser de esquerda é, como ser de direita, uma infinidade de maneiras que o homem pode escolher de ser um imbecil: ambas, com efeito, são formas de paralisia moral.


O próprio filósofo Luiz Felipe Pondé chamou os liberais de utópicos, mesmo ele sendo da direita. Isso não quer dizer que ele tenha ido para a esquerda, mas, que ele fez uma análise muito mais cética do problema. Há vários anos venho analisando que as ideologias estão perdendo força, porque elas se distanciaram da grande população para idealizar utopias cada vez mais distante da realidade. Não importa se você é liberal, comunista, conservador e etc, o boleto vai chegar na sua casa e você vai ter que ter o dinheiro para pagar esse boleto e isso é fato. Mesmo o porquê, as ideologias, seja de esquerda, seja de direita, não resolveram nenhum dos problemas do século 20, porque os economistas não entenderam, que a questão ultrapassa a ordem econômica e cai, sem dúvida nenhuma, na ordem da vontade humana. O ser humano não é uma máquina e se ele não quiser comprar, ele não compra. Se ele não quiser trabalhar, ele não trabalha.
O sociólogo italiano Domenico de Masi, no seu livro “Uma Simples Revolução: trabalho, ócio e criatividade – novos rumos para uma sociedade perdida” (sim, o nome é bastante grande), diz que as democracias, que dizem ser liberais, compota dentro delas pequenas ditaduras. Ele dará um exemplo bastante interessante, embora possamos “escolher” representantes do legislativo e o chefe do executivo, não se escolhe o chefe da sua sessão que você trabalha, você não escolhe o chefe da sua família, não escolhe o pastor da sua igreja ou o bispo da sua região. Vou muito mais longe do que Masi, não podemos escolher o judiciário e também, não podemos escolher nem ao menos, os diretores de nossas escolas (seria um treinamento em tanto para a cidadania). Segundo Masi, estamos entrando numa sociedade pós-industrial que ainda – mesmo com as máquinas – pensa de acordo com o pensamento nipônico de produção. Se o comunismo mostrou que não passa de uma utopia – pois, nenhum país passou do socialismo a uma sociedade comunista – o liberalismo está mostrando que também não vai dar certo como ideologia salvadora. Então, o que colocar no lugar?
Masi vai dizer que a sociedade pós-industria (automática) vai transcender a sociedade baseada na economia e isso é fácil de constatar, quando olhamos muito além da compra e da oferta. O sociólogo defende o ócio criativo, ou seja, as sociedades que se desenvolveram de forma rápida, são as sociedades que sabiam que deveriam ter momentos de trabalho e momentos de descanso. Numa sociedade onde se usou o método taylor-fordista de montagem e logo depois, começaram a copiar o modelo japonês – mesmo o PIB americano ser muito maior que o PIB japonês – não há lugar para o ócio e a criatividade e os problemas se acumulam cada vez mais. Masi constatou o que Max Weber e eu também constatamos, que países protestantes – liderados pela Alemanha, terra natal de Martinho Lutero – tem mais produtividade, porque sabem que trabalhadores, tanto braçais, quanto intelectuais, precisam de laser e tempo para a família. Por isso mesmo, seus cidadãos são cada vez mais, educados. Os países católicos latinos, são mais propensos em trabalhar mais. Enquanto os protestantes querem elevar a vida, os católicos querem deitar nos seus travesseiros tranquilos.
Duas religiões com a mesma matriz: Jesus, o Cristo. Do mesmo modo, o liberalismo e o comunismo tem a mesma matriz – pelo menos, na discussão ideológica – a filosofia de Rousseau. Enquanto o liberalismo diz que a propriedade é legitima e portanto, é individual e privada, o socialismo/comunista diz que não é privada e sim, de todos. Propriedade, realmente, é uma coisa bastante relativa. Na verdade, a propriedade foi inventada para a parte jurídica avaliar os casos de roubo e constatar, que uma propriedade é uma posse de algum bem. Segundo o site Jus: “Propriedade é o direito real que dá a uma pessoa o domínio de um bem, em todas as suas relações, expandido também ao direito de usar, gozar e dispor. Ao proprietário também é dado o direito de reaver a coisa caso alguém venha a tomar posse de forma injusta.”. (aqui).
Uma cadeira de rodas poderia ser minha, como poderia ser de outra pessoa. Assim como, esse notebook está na minha posse e no entanto, foi da minha noiva. A questão é uma metalinguística para se apoiar o poder legítimo de um objeto, se for roubado é meu e quero reaver – mesmo que, na maioria dos casos, não se devolve nada – mas, é taxado como se você pagasse duas vezes por aquilo. Uma casa é sua como uso e fruto, mas, se você não pagar o imposto dela, passa a não ser sua. Na verdade, o ESTADO tem o poder legítimo da violência e se você se rebelar, ou não pagar seus tributos, você passa a ser violentado psicologicamente e moralmente, por não ter feito aquilo. Resumindo: ou você faz, ou você tem que fazer.
Assim, Pondé tem razão, o liberalismo é uma grande utopia.



Na Home Angels pessoas gordas e negras não podem ser cuidadoras



Fernanda disse que recebeu mensagem da empresa Home Angels e repassou para lista de transmissão — Foto: Fernanda Spadinger/Arquivo pessoal




Únicas exigências: Não podem ser negras, gordas e precisam de pelo menos 3 meses de experiência”


Uma cuidadora de idosos do Estado de Minas Gerais Elisangela Carlos Lopes de 41 anos, fez um boletim de ocorrências graças a uma mensagem da empresa Home Angels Centro-Sul, que dizia que as únicas exigências não serem negras e nem gordas. E terem 3 meses de experiência. Por que não pode ser negra e nem gorda? Por que tem que ter 3 meses de experiência? Até mesmo fica uma pergunta: qual a diferença da cuidadora ser negra ou gorda? Se pensar direito, nem mesmo 3 meses de experiência faz algum sentido. Parece que nosso empresariado – porque se trata de uma franquia – é ainda rastaquera e não entendeu que algumas discussões já são superadas lá no estrangeiro. Porque existem países que nem ao menos, você coloca dados pessoais dentro de um currículo.
A estética está muito enraizado ainda no nosso meio por causa da nossa cultura Latina cristã medieval, onde aquilo que tem harmonia são as coisas muito mais próxima da perfeição. Quem tem deficiência como eu – ou outras pessoas – sabem que é muito comum as pessoas dizerem que ou não tem acessibilidade para pessoas cadeirantes, ou que não querem pessoas que não andem, não enxerguem, não ouvem. Ou seja, querem pessoas que tem uma deficiência bastante leve e que não precisem gastar com adaptações. Na verdade, todo empresário no Brasil querem ganhar, mas não querem investir. Por isso muitas empresas vem para o Brasil e ficam desleixadas, porque aqui não se gosta de planejamento e não se gosta de investir em melhoria. Ora, a grande lição de um administrador – porque fiz administração indiretamente – é que ele tem que investir em criatividade (que chamam hoje de ócio criativo) e investir em uma infraestrutura para o “colaborador” (adoram imitar os yankes, mas, fazem uma imitação caricaturada) não se estressem. Nem todo patrão (leia-se: dono da empresa), aprenderam isso por achar que sabem, mas não estudam ou não se atualizam.
O maior problema disso tudo é que temos uma cultura que tem aversão a leitura, aversão de um planejamento mais apurado para não errar ou errar muito pouco. Na questão estética – da onde vem o problema do preconceito – nossa cultura ainda acha que as pessoas têm alguma padronização e não tem, porque podemos ter pessoas que são éticas ou não em todas as classes, credos, opções sexuais, tonalidade da pele e até mesmo, com deficiência. A generalização faz das pessoas algo totalitário, um pensamento muito mais fácil e que não precisa de uma examinação mais apurada. Aliás, a origem do termo ética – que vem do grego ethos – tinha o significado “moradia dos homens” e queria dizer que eram as casas que os seres humanos moravam. Então, podemos concluir sem medo de errar, que a forma ética de agir sempre demonstra uma forma particular de valores caros para si mesmo. Por isso mesmo, o filósofo alemão do século dezoito, Immanuel Kant, dizia que a educação (leia-se, a verdadeira) vinha do berço. Vem da família.


quarta-feira, 6 de novembro de 2019

A visão heroica do ‘canalha’ Lula



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João Pedro Stedile – dirigente do MST – disse em entrevista da UOL (Universo Online):


O papel do Lula não é com a esquerda, o papel do Lula dura com as massas. Por quê? Porque o Lula foi o produto daqueles 40 anos de mobilizações de massa, que começaram nas greves históricas de 1978 e 1979 das quais ele emergiu como líder operário. Seguiu com a luta das Diretas, seguiu com a luta da Constituinte, seguiu com toda a luta que houve depois. Então Lula é a expressão, é a simbologia. Ele é maior que ele mesmo. É maior que o PT, é maior que a esquerda. Ele é a simbiose do povo brasileiro num só. Então ele, livre, cumprirá um papel que nenhuma outra pessoa pode fazer, nenhum outro candidato, se você quiser.”


Uma primeira pergunta nos vem na cabeça quando lemos isso: será que Stedile esqueceu que o Lula é um ex-presidente? Acho que não. Essa fala dele não tem nenhuma diferença das propagandas soviéticas de Josef Stalin (1878 – 1953), Adolf Hitler (1889 – 1945) na Alemanha e na Itália fascista com Benito Mussolini (1883 – 1945). Aqui não me interessa se Stalin era de esquerda e Hitler era de direita – para um anarquista tudo é a mesma coisa – e sim, o culto a personalidade e da mentira contada muitas vezes. Sabemos que os 8 anos que o ex-presidente Lula ficou no governo ele não fez a reforma agrária. Muito pelo contrário, Lula não fez nada para melhorar a infraestrutura do povo do campo e o povo do sertão nordestino. Ele não é pobre e muito menos operário, porque depois que ele entrou na politica, passa a não ser mais da massa, não só porque ganha dinheiro, mas, já não tem a visão da massa.
Agora vamos analisar as falas do dirigente do MST. No primeiro paragrafo lemos que o Lula não tem o papel junto da esquerda, mas ele tem o papel durável junto com a massa popular. Para entender essa fala temos que entender o que é a esquerda e o que é o petismo em sua essência. A esquerda politica verdadeira – não essa caricatura que temos não só da esquerda, mas a direita também – vem da revolução francesa que era a ala que queria mudanças da politica na época. O que se chama de esquerda (pelo menos no Brasil), tem várias ideologias que cabem dentro dali. Vamos colocar na analogia de ter onde ir, mas, existem vários caminhos a seguir. Também depende muito da cultura e do país que se constrói o que é esquerda e o que é direita, porque depende muito do que se pensa no que é ser liberdade. Por exemplo, nos Estados Unidos da América, os liberais e os libertários são de esquerda, porque direita é só os conservadores (não só de costumes, mas de conservar instituições politicas americanas). Aqui o rolo é mais complexo. Todo mundo pensa que ser de esquerda é ser comunista e progressista (o progressismo não é novo, veio com o iluminismo no século dezessete e dezoito), mas, existem outras alas da esquerda brasileira como o trabalhismo varguista (sim, Vargas era uma politica de esquerda) e a social-democracia e muito outros.
O PT (Partido dos Trabalhadores) é trabalhista varguista e a estrela no centro da sua bandeira, mostra a estrela central do trabalhismo justo e igualitário (num outro texto, talvez, posso discuti essa simbologia). O socialismo é um governo que educa a grande massa a ser homogênea e unida num desejo só e consumir só aquilo que seja necessário, ou seja, ela não destrói o capitalismo e sim, muda esse capitalismo de mãos. Ou seja, o socialismo não quer acabar com o capitalismo e sim, mudar esse capitalismo das mãos dos capitalistas, para o ESTADO. Acontece, que o poder seduz muito mais do que o dinheiro e não se teve nenhum país socialista que se tornou comunista. Mas, nem sempre o capitalismo é santinho, há sim exploração que precisa ser reprimida e combatida, mas, não acho que há uma guerra de classe. Portanto, essa desigualdade é um erro do próprio ESTADO (ou é provocado para dividir para melhor governar), porque um povo melhor educado, melhor cuidado e melhor remunerado as riquezas vão aumentar naturalmente.
Então, com o trabalhismo varguista populista e com o discurso de guerra de classes usando a desigualdade brasileira, Lula se mostrou uma lenda daquilo que nunca foi. Existem vídeos que mostram que ele fala números que não existem, dizia coisas que não existem e se fez nesses 40 anos. As chamadas greves históricas de 1978 e de 1979 – quem é filho de metalúrgico e quem conhece metalúrgico a vida inteira sabe – que eram greves que serviam para enxugar as fábricas e ter motivo de demissão por justa causa. Por que será que elas terminaram com a fundação do PT? Hoje ainda tem esse tipo de greve? Acho que falta para o nosso povo esse tipo de questionamento e uma visão crítica da questão politica e de crenças – há uma diferença gritante entre ser religioso e estar numa espiritualidade – onde uma visão cética é importante. 
Depois ele (Stedile) trabalha a questão do “endeusamento” do Lula muito bem. Stedile diz que Lula seria uma espécie de expressão e assim, existe uma simbologia em torno da figura do ex-presidente. Ainda, chega a dizer que o canalha Lula é maior que ele mesmo. Ele é uma simbiose – uma espécie de unidade – de toda massa popular mais carente. Assim, segundo o “sem-terra”, ele livre cumprira o que nenhum outro candidato podera cumprir. Só que ele foi presidente e não cumpriu e não me venha falar que a elite não deixou, porque a elite estava toda a favor do Lula em seu governo e ele não fez nada. Esse “sebastianismo” - que tem a ver a simbólica figura de Dom Sebastião que era rei de Portugal e foi morto lá, levando muitos a esperar sua volta mesmo assim – mostra como nosso povo precisa de figuras divinizadas para se sentirem representados. Mas, qual melhor representação seria melhor do que a si mesmo?

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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Deficiência não é doença - vamos conversar?





Se você tem um filho são, ao contrário os que estão aqui, faça sua doação”
Luciano Hang (conhecido como véio da Havan)


Como sou adepto da filosofia nietzschiana, onde ele diz que o que não te mata, te fortalece, então, acho que a deficiência me fortaleceu. Já no outro texto que escrevi sobre eu não doar nada para o Teleton (aqui), já disse que a deficiência nunca foi uma preocupação importante. Não que eu nego ela ou eu acho que não tenho nenhuma limitação, eu sei que tenho, mas, ao longo da minha vida a questão da deficiência sempre foi ficando muito reservada de lutar por uma inclusão, porém, não faço drama. Não gosto muito de ficar em grupos que só contem conteúdo para deficientes, desde os austeros tempos dos grupos do Yahoo. Era mais sobre filosofia. Minha luta sempre foi mais focada no deficiente ter um tratamento descente, ter um estudo (até ler livros e entender sua deficiência) e trabalhar. Para mim, a Lei de Cotas para pessoas com deficiência – não vou explicar de novo – sempre foi uma farsa, ou seja, não emprega ninguém de fato. Pior, muitos empresários não cumprem as leis de cotas e não cumprem a lei de acessibilidade.
Essa fala do Luciano Hang – o dono das lojas Havan – não me surpreende, porque ainda se tem as pessoas com deficiência como doentes. Uma das origens desse pensamento é a igreja católica – que somos herdeiros culturais, pois, Portugal é católico em sua maioria – que sua teologia foi montada dentro de três pilares. A cultura hebraica que veio com Jesus de Nazaré. Depois, a filosofia patrística (com a cristianização de Platão por Santo Agostinho), e também, a filosofia escolástica (com a cristianização de Aristóteles por São Tomas de Aquino). A cultura hebraica – podemos constatar no velho testamento – pessoas com alguma deficiência e mulheres menstruadas, não podia louvar o Senhor no templo e subir o altar. Está no evangelho. Por acharem que essas pessoas não eram purificadas e não poderiam fazer suas ofertas. Até hoje, se um deficiente quiser ser padre, tem que mandar uma autorização ao papa para ter essa permissão e são muito poucos pastores com alguma deficiência dentro do protestantismo. No caso do filósofo Platão, achava que pessoas com algum “defeito” deveriam ser eliminadas, assim como, seu aluno Aristóteles, concordavam com isso. Claro, entre dois a mil anos atrás, não tinha tecnologia para lhe dar com pessoas como nós. Mas, hoje em dia, temos.
Mas, a deficiência não é uma doença, porque uma doença se porta e não se porta, a deficiência é uma limitação que não se porta. O termo deficiente veio do latim (língua falada na região de lácio onde ficava Roma que virou um império), deficiente que tem a declinação deficiens, do mesmo étimo do verbo deficere, que quer dizer, faltar, falhar. Acontece, que há uma predominância – que no livro “O que é Deficiência” de Débora Diniz ela explica que o termo deficiente foi um acordo mundial – com o politicamente correto, foram criados vários eufemismo que mudaram aleijado, deficiente, cego, surdo, mudo para pessoa com deficiência tal: física, visual, mental, etc, como pessoa com deficiência. Mas, pessoas com deficiência também está errado, porque uma pessoa que tem sequela de paralisia cerebral (uma lesão na parte do cérebro), por exemplo, é uma personalidade única que tem uma deficiência. Ou seja, ele é deficiente (uma falta) de características específicas que não deixam ele andar ou fazer outra coisa. Então, ele é um deficiente.
Hoje com avanços tecnológicos, não somos pessoas que ficamos trancados em nossas casas ou somos esquecidos em florestas para morrer (ainda que há povos que matam seus deficientes). Temos uma vida normal e lutamos pela inclusão. Mas, no Brasil onde temos uma elite rastaquera (onde nossa elite se acha estudada, mas, não é), muitas empresas ainda acham que não podem contratar pessoas com deficiência. Como podemos acreditar na Lei de Quotas – que faz 28 anos – se um empresário pensa que deficiência é doença? Pense nisso.

domingo, 27 de outubro de 2019

Não vou doar nada para o Teleton


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Lutar pelos direitos dos deficientes é uma forma de superar as nossas próprias deficiências”


Minha deficiência não atrapalhou tanto a minha vida. Quando eu era pequeno, brincava com meus irmãos no mesmo modo que todo mundo. Eu era um cara que não pensava muito na deficiência, mas, não quer dizer que eu não percebia as caras de pena ou o preconceito. Desde 1983 fiz tratamento na AACD (Associação a Assistência a Criança Deficiente, mas antigamente era Defeituosa), e todo o procedimento foi lá, até a base da minha educação. Fiz até a quarta série primaria em uma das unidades da associação com convênio com o Estado. Acabamos com as classes especiais, porque não queremos depósitos de pessoas com deficiência, como ainda existem em cidades do interior e aqui também. Mas, não sou mal-agradecido e sei, muito bem, que a associação fez para eu sentar, para eu ficar em pé e ter uma vida normal. Porém, não foi de graça, meu pai pagou quantias numerosas para a associação de 1983 até 2000, quando fui desligado de vez.
Como disse, não pensava muito em minha deficiência, preferia pensar que eu era diferente como os mutantes dos HQs dos X-Mens. Adorava a figura do anti-herói do Wolverine, mas, algo sempre me incomodou: o porquê, sou assim e porque fui sorteado com uma deficiência. Aliás, a paralisia cerebral está ainda em discussão lá fora, porque muitas crianças nasceram com falta de oxigênio e não ficam com sequelas depois. O próprio Freud – pai da psicanálise – quando era médico, fez um trabalho sobre a paralisia cerebral contestando o senso comum na área, dizendo que é falta de oxigênio no parto. Freud disse o mesmo que eu escrevi, existem crianças que faltam oxigênio e não tem nenhuma sequela, então, ele (Freud) concluiu que poderia ser algo intrauterino. Sim, estudei muitas deficiências e a minha, foi movida de eu entender ela e lhe dar com ela. Então, não sou uma pessoa neurótica que fica pensando como superar as coisas, faço muitas coisas e para mim, isso é uma coisa normal. Não me acho exemplo de nada. Sou um homem que gosta o que muitas pessoas gostam, tenho desejos que todo mundo tem e vou ao banheiro como todo mundo.
Tenho um entendimento do segmento das pessoas com deficiência e não agrado, exatamente, seu conceito principal de vitimismo. Porém, eu sei que estamos em um país capacitista. Mas, por outro lado, o capacitismo só existe quando você alimenta esse tipo de atitude e isso começa em casa. O problema – vejo isso desde o Orkut – que muitos deficientes não tem coragem ou não querem frustrar sua mãe ou seu pai, dizendo um sonoro: Não! Também tem a questão de apoiar campanhas que alimentam uma atitude capacitista, que as pessoas com deficiência dependem da família e vão depender a vida toda. Existem amigos meus que moram sozinhos. Não fazem tratamento na associação em questão, não dependem de shows televisivos para viverem. E vivem muito bem. Eu também não dependo da AACD para nada, faço tratamento no Instituto Cartão Cristão. Eu e meu pai preferirmos pagar eles, do que pagar uma associação que falou a vida inteira que meu pé estava torto, mas, a fisioterapeuta disse que era minha bacia que estava torta. Abriram meu pé, tive hemorragia porque os pontos estouraram, aguentei motorista mal-educado, aguentei voluntária enchendo o saco não deixando nós fazermos nada, e outras coisas. Então, não doou nada para o Teleton e nada para a AACD.
Outra lenda que todo mundo gosta de reproduzir é que a associação doa cadeiras de rodas, mentira, o Estado compra pelo SUS a cadeira e outro aparelho e a AACD faz o trabalho de entregar a cadeira de rodas. A associação não dá nada e não doa nada. No tempo que fiquei na unidade da Mooca, aqui em São Paulo – na Oficina Abrigada de Trabalho entre 1992 até 2000 – eles vendiam até mesmo, a comida doada que as pessoas doavam. Vendiam os artefatos doados. Venderam tudo que podiam. Então, nada é de graça dentro da associação.
Assim, nem todas as pessoas com deficiência concordam com o Teleton.



quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Nova série: Todo mundo odeia o Gui



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Quem assume sua verdade age de acordo com os valores da vida, mesmo enfrentando o preconceito e pagando o preço de ser diferente, passa credibilidade, obtem respeito e se realiza.
Luiz Gasparetto


Vendo o caso do funkeiro nem-nem – nem carreira, nem música e nem talento – MC Gui, nós podemos concluir o tipo de educação que ele recebeu. Mas, como estamos numa cultura machista e que a palavra da mãe não tem tanta força – meu pai nunca se metia na educação da minha mãe – sabemos que o MC Gui teve a educação que menino pode fazer o que quiser e menina não pode fazer o que quiser. E antes do povo encher o saco, isso transcende a questão de direita e de esquerda. Mas, uma questão de empatia e não empatia. Pois, logo depois de apagar seus vídeos do stories, o “grande” Mestre de Cerimonias, disse que a internet estava chata e que não se pode postar mais nada. Será que a internet está chata ou estamos com uma geração que não pode ser frustrada com um simples não? Ou que o mundo não tem os valores que eles acreditam serem importantes? Há dois problemas muito importantes aqui.
Primeiro, essa geração foi criada na base da TV e na internet. Segundo uma palestra que eu vi, quando você não convive com seus amigos, quando você só tem e conhece pessoas virtuais e não tem a sensação de conhecer pessoas diferentes (por isso mesmo a importância da inclusão social), você começa a tratar o outro como coisa. Portanto, se uma criança não tem contato com pessoas com alguma deficiência, crianças com doenças ou orientações diversas, elas não tem nenhuma referência ao diferente. Então, essas pessoas são coisas, são apenas, objetos. Personagens de uma animação qualquer. Um segundo problema se faz presente quando observamos muitos pais incentivarem, não há cultura boa de uma música educativa e sem apelações verbais, mas, uma musica degradante. Eu fui criado dentro de uma boa música, pois, meu pai sempre nos educou dentro da música verdadeira (mesmo no rock). Ele tinha coleções dos Beatles e tinha (acho que ainda tem), um compacto do Alice Cooper, no qual, colocou sempre para eu escutar.
Eu sempre não gostei da cultura de massa, porque não me atraia. Claro, que dentro do rock sempre escutei coisas diferentes como Chico Science ou até mesmo, Mamonas Assassinas. Porém, sempre fui adepto ao metal, porque me atrai mais. Quando comecei a ler filosofia ai a coisa ficou pior, porque comecei a ver que a nossa cultura se alimenta da ignorância. Ou seja, o maior ato de rebeldia e não se render ao que a massa gosta ou aceita. Não adianta ser anarquista e gostar de cantores da massa. Não adianta estudar e gostar de músicas com letras pobres e música medíocre. O ESTADO se auto-alimenta com a mediocridade, porque pessoas medíocres são mais sucessivas a seguirem um espírito de “gado”. Em outras palavras, temos uma moral de rebanho. O filósofo do século dezenove – que era alemão – Nietzsche, que dizia que a moral de rebanho era um comportamento humano puramente submisso e que fazia as pessoas não refletirem os valores que dominavam a humanidade (alguns ainda seguem dominando). São os aristocratas (principalmente, nossa elite rastaquera), os chamados cavalheiros (não precisa ser gentil por causa de mera convenção), os cristãos e os burgueses.
Essa moral de rebanho que faz o homem se mover diante do hábito, ao costume. Assim, Nietzsche vai dizer que certos princípios, como da justiça ou a bondade, possam atuar e enriquecer nossa reserva ética e intelectual, se precisa obter ativamente superar aquilo que nos dão. Por que tenho que ouvir uma música por causa do outro que está escutando? Por que tenho que seguir uma religião que estão me colocando? Então. Para se conquistar isso, temos que combater a complacência, combater o comodismo moral ou outra coisa bem-soante que defina a moral de rebanho.
Não é diferente com a frase do Gasparetto – sim eu ouvia ele – você ser verdadeiro consigo mesmo, tem um preço muito caro a se pagar. A solidão é uma delas. Acontece, que somos ensinados que a solidão é algo ruim, mas, nem sempre é. As vezes, você quer ficar sozinho para ler um livro. Para repensar a vida. Ai, quando você deixa as formas medíocres de cultura de massa e começa a gostar de coisas belas e verdadeiras – nem que seja um metal bem pesado – sua realidade muda e muda sua maneira de ver o mundo. Um MC Gui perde a relevância, porque você não alimenta essa cultura dos fracos e imbecis.


quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Os Imbecis Coletivos das Redes Sociais





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Os covardes pedem para mentir por misericórdia


As pessoas, cada vez mais, pedem para termos posicionamentos daquilo que elas mesmas não entendem e nunca vão entender, porque ninguém ler ou presta atenção de nada. Politica não é um jogo de futebol no qual, certo jogador tem que defender um time. Não estamos em nenhum jogo. Depois, para se saber a politica, temos que ter um certo ceticismo dentro das análises senão, se comete um erro crucial que é falar “merda” (que aliás, tem um livro chamado “Sobre Falar Merda” de Harry G. FrankFurt). O pior de tudo, existem pessoas que não querem entender que são aquilo que tanto criticaram a vida toda. Pior de tudo, que Freud explica.

A questão é bem clara no meu posicionamento. Sou um sujeito que acredito que o ser humano é construído através da vida e ao longo de várias convivências que tenha ao longo da sua vida, mas, também, acredito que o ser humano é um ser que educa sua prole. Construirmos uma cultura para convivemos da melhor forma possível e acredito que o único agente que atrapalha esse convívio dentro de uma sociedade é o ESTADO, que tem o monopólio da violência e usa se for necessário. O problema – para um filósofo um problema pode sim ter uma solução – é que ao longo de dez mil anos de um condicionamento infantilizado e de dependência desse ESTADO que suga todo o trabalho do ser humano, levou a humanidade a não ter consciência de si mesmo e nem querer uma autogestão de si e seus companheiros. Ficou meio utópico acreditar em uma sociedade que não tenha uma liderança permanente, que poderíamos escolher uma gestão diretamente para uma cidade, que não precisaríamos de representantes e nós mesmos poderíamos administrar a comunidade. Porém, já que ficou uma coisa utópica – que não é um comunismo, mas um anarquismo – que o ESTADO diminua ao máximo e que o seu poder não atrapalhe a decisão do ser humano de escolher o que é melhor. O que é melhor? Pensar por si mesmo ou depender dos outros para pensar?
Mesmo que eu acredite que o ser humano é uma construção dentro do aspecto social, porque, afinal, somos seres que queremos cada vez mais, conhecer. Se tem algumas leis da natureza que temos que obedecer para não cair na falácia que somos condenados a sermos livres. Nem sempre somos livres. Tem a lei, por exemplo, da causa e do efeito. Conforme a escolha que você vai fazer, você tem que arcar com suas consequências. Outro dia, eu vi um vídeo que o rapaz não viu ou não quis parar, e passou correndo numa sinalização dos bombeiros e atropelou um cavalo acabando com seu carro. Temos várias escolhas que motivaram as consequências:
1-o rapaz estava correndo mesmo vendo os bombeiros no acostamento e a faixa vazia;
2 – ele não poderia ver nada a noite e não deu tempo de frear por motivos óbvios;
Consequência 1 – o carro foi destruído e quase veio a falecer
Consequência 2 – ceifou uma vida privando dela da existência na realidade do planeta.
Então, o que nossa ética poderia fazer nessa questão? A lógica educacional – que não temos, porque se aprende muito os direitos e não se aprende os deveres – nos diz que se viu um bombeiro ou um carro da Polícia, mantenha velocidade reduzida e escolher sempre a faixa do meio. A escolha pode ser benéfica para todo mundo. Portanto, não somos totalmente livres para fazemos o que quiser, temos que ter uma lógica social. Uns poderiam chamar de imperativo categórico kantiano, mas, se fomos pensar muito no fundo da cerne do problema dentro da sociedade, Kant não estava totalmente, errado. Devemos agir de tal maneira que essa ação seja tomada como algo universal, ou seja, não basta apontar erros ou condutas, se nós próprios não agimos diferente. Também tem a questão de dar o exemplo. E esse pensamento, foi construído ao logo de muitas leituras sobre filosofia, seja dos filósofos ou seja de seus comentadores. É o que chamo de existencialismo racional. Pois, mesmo que o ser humano seja uma construção de vários conceitos e valores ao longo da sua vida, há leis dentro da natureza humana e da realidade que devem ser obedecidas. Por isso mesmo, eu digo que as verdades são transcendentes e não imanentes, porque não percebemos, ainda, a verdadeira origem e a verdadeira realidade.
Ora, consequentemente, a politica faz parte da realidade aparente de uma dependência infantil e paternalista. O que o próprio Kant chamou de “minoridade”, mas, nada tem a ver com idade. A “minoridade” de Kant tem a ver com a preguiça que o povo tem de fazer uma crítica e estudar as reais bases daquilo que se propõe defender, ou, até mesmo, daquilo que se propõe a acreditar como dogma de fé. Sei muito bem o que Kant quer dizer. Eu escrevo para um jornal coletivo americano e ninguém lê as matérias relevantes para a politica nacional, só ficam postando memes bobos ou vídeos “mitados” ou “lacrados” daquilo que acreditam. Simplesmente, estamos vivendo a antítese do que acreditavam os iluministas, que o conhecimento e a ciência, livraria o ser humano do sofrimento. Reles engano. A internet nos dá o conhecimento do mundo inteiro e o povo só fica lendo, o que conforta seu próprio ego. A internet não matou a ignorância e a superstição, a internet alimentou essa superstição ao ponto de virar um meio de converter os outros.
E isso que estamos vendo. Tanto fanáticos de um lado do espectro politico, como do outro do mesmo espectro. Um exemplo, que talvez deixe o vídeo aqui, de um homem chorando e dizendo para o presidente, Jair Bolsonaro (PSL), um “te amo”. Ora, não basta nós aguentarmos os fanáticos lulopetistas em “cultuar” um bandido que sempre entregou os próprios companheiros – porque as empresas tinham que mandar embora e o governo tinha que saber quem era contra do regime – além de estar preso por causa de corrupção, ainda temos os fanáticos bolsonaristas-olavettes que fazem o mesmo tipo de coisa. Como disse do vídeo, que não vamos “casar” com um governante e sim, se escolheu em votação da maioria e ele tem que trabalhar para governar na melhor maneira possível. Só isso. Não se tem que amar ou odiar e sim, ou se apoia o que ele se propôs em fazer ou não, não há uma ligação afetiva, mesmo o porquê, não há um convívio com o governante ou os parlamentares.
Então, acho, minha posição bastante clara, afinal. 




terça-feira, 9 de julho de 2019

Interceptaram o Pavão Misterioso



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O bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo: pois cada um pensa estar tão bem provido dele, que mesmo aqueles mais difíceis de se satisfazerem com qualquer outra coisa não costumam desejar mais bom senso do que se têm. Portanto, a diversidade de nossas opiniões não decorre de uns serem mais razoáveis que os outros, mas somente de conduzirmos nossos pensamentos por diversas vias e não considerarmos as mesmas coisas.”(René Descartes)
Amauri Nolasco Sanches Junior

Será que existe uma liberdade plena? Existe uma maneira de falar o que pensamos? Acho que não. Primeiro, ficamos preocupados com que as outras pessoas dizem de nós e não achamos pertinentes dizer o que pensamos (não eu, mas, as outras pessoas). Depois, o pessoal sempre fica preocupado em ficar escolhendo um lado para ficar, porque parece que o povo não sabe ter uma visão mais crítica dos assuntos. Mas, será mesmo que as pessoas estão preparadas para não terem nenhuma opinião? Hoje todo mundo sempre acha que tem opiniões e essas mesmas opiniões estão certas, coisa muito estranha. Outra característica tem a nossa cultura é que se tem que ter heróis e ídolos, como se as pessoas são ídolos que devem ser adorados e não é bem assim. Tanto o ex-presidente Lula – no seu primeiro mandato – tirou algumas pessoas da miséria (eu tenho uma crítica muito longa sobre isso), quanto o ex-juiz Sérgio Moro prendeu os corruptos, não passaram de uma enorme obrigação.
Lula quando foi presidente uniu um monte de beneficio em um só, para tentar tirar a maior parte dos miseráveis – que sim, temos bastante nas periferias e no sertão nordestino – da miséria errou em várias coisas. Por que eu vou dar um cobertor para um morador de rua se ele vai continuar na rua? No mesmo modo, não adianta beneficiar várias pessoas com bolsa-família e a estrutura de onde vivem serem a mesma coisa, fica igual o exemplo do morador de rua que eu dei, não adianta dar um cobertor para ele, se ele quer ficar na rua. Não adianta ter dinheiro e não ter um lugar bom para viver, e não tem como e nem onde gastar esse dinheiro. Além disso, podemos dizer que o ex-presidente era um funcionário publico e não fez mais que a obrigação dele de arrumar e administrar o país, afinal, todos os presidentes estão lá por voto e pagamos para ele resolver os problemas administrativos.
Quando pensando no Moro temos a sensação de uma pessoa que teve coragem de enfrentar muitas pessoas corruptas e não teve medo nenhum. Mas, era um juiz federal e era muito bem remunerado. Podemos colocar como um exemplo para os outros juízes, mas, ele era – ou é ainda, mas agora, como ministro da Justiça e Segurança Pública – um funcionario publico e ganhava muito bem para fazer o papel que fez. Ou seja, as pessoas colocam tanto o Lula como o Moro num patamar de ídolo, como se fizeram algo bastante além daquilo que foram designados a fazerem. Não são heróis, são funcionários públicos que deveriam fazer o que fizerem.
As matérias tanto do The Intercept Brasil, quanto os prints do Pavão Misterioso, são obras dessa mania de colocar essas pessoas como seres acima do bem e do mal. Será que não são humanos? Talvez, não são pessoas confiáveis ou pessoas de moral duvidosa? O ex-presidente foi constatado que ele recebeu propina de empreiteira, assim como, pagou parlamentares no esquema do mensalão. Todos os processos tiveram provas e foram julgados conforme os altos do processo e as delações que são pessoas que eram ligadas no esquema. Não seria possível uma pessoa que usou o velório da própria esposa – que todos nós sabemos que ele traiu – como palanque politico, que colocou tudo em nome de parentes – inclusive do filho – seja um inocente? Só por que ele fez com a obrigação de melhorar algumas regiões, poderiam inocentar atos de corrupção?
O Moro falar com procuradores não quer dizer que ele não foi imparcial, pois, nosso sistema judiciário está mais próximo do italiano do que do norte-americano. Então, não teve nada demais de falar com os procuradores que se eu não me engano, o próprio Moro disse que tentou sim, falar com os advogados de defesa do réu. A questão gira em torno sempre do ídolo, a pessoa que acha que essas pessoas deveriam ser endeusadas e não é nada disso, só foram funcionários que fizeram o que fizeram e ponto. O resto é papo furado.


quinta-feira, 27 de junho de 2019

Relacionamento das pessoas com deficiência e a idolatria familiar



Sim, eu sei de onde venho! Insatisfeito como o fogo, ardo para me consumir. Aquilo que toco torna-se chama, e em carvão aquilo que abandono. Sou fogo, com certeza!
Friedrich Nietzsche
Amauri Nolasco Sanches Junior

Queiramos ou não, um relacionamento com duas pessoas com deficiência sempre foi difícil. Ainda mais, quando essas duas pessoas são cadeirantes. Dois aspectos devem ser analisados nesse escopo: a idolatria familiar e a sexualidade das pessoas com deficiência. Pois, eu acho, que as pessoas com deficiência são tão levados a imagem de inúteis ou fracassados, que tem um sentimento de dependência. A idolatria das pessoas com deficiência com a família, sempre parte do sentimento de dependência e o medo de não ter ajuda para qualquer coisa.
Na verdade, a idolatria sempre vem numa cultura decadente onde os fracos sempre dominam os fortes, aqueles que não se submetem a cultura da decadência. Toda cultura decadente renega a vida, renega seus verdadeiros valores para colocar os valores dos fracos, aqueles que invejam os que caem do abismo dançando. Todo moralismo vem da decadência dos verdadeiros valores humanos e tudo começa com o cristianismo na idade média, onde deveríamos ser castos e puros para irmos para o Céu sem nenhum pecado. Agora podemos perguntar: o que é o pecado? Será mesmo, Deus que criou todo o cosmo – com todas as galáxias, planetas e seres vivos – vai se importar com condutas humanas que só se referem ao ser humano? Qual o critério de se achar digno – porque querem botar pensamentos na infinita consciência do Eterno – de se colocar como criterioso das faltas humanas? O pecado é a dominação do instinto humano em vez de educar, coloca medo de um futuro que pode e não pode. Sempre é o “tu deves” ou “tu não deves”.
Um sujeito que sabe da sua dignidade e sabe da sua convicção – que não é maria-vai-com-as-outras – sabe dos valores que o regem e então, sabe que não deve fazer. Nietzsche tinha uma frase ótima para isso que era: “O que diz sua consciência? – ‘torne-se aquilo que você é’””. Exatamente. Se você sabe o que você é, não procura o reconhecimento alheiro e sabe do que os valores que te regem. Eu não vou em puteiros, por exemplo, porque sei que não é o valor que me rege e não gosto desse tipo de ambiente. Não gosto das músicas da maioria, porque eu sei o que gosto e não vou ouvir por causa do reconhecimento dos outros. Nas redes sociais está todo mundo a procura de reconhecimento, seja com deficiência ou sem deficiência. Acontece, que a idolatria é uma submissão a decadência da consciência moral em que, se sentindo fraco, tem que se apoiar no mais forte.
Devemos amar a família e não idolatrar ele. Isso é culpa da nossa cultura latina – que veio da romana – de sempre querer os familiares perto. Também, de achar que a família é uma instituição e não de indivíduos autônomos que voluntariamente, podem cuidar ou não, por amor a pessoa. Lá fora é bem assim. Por isso mesmo a inclusão foi muito mais fácil – também tem a questão da educação exemplar – porque não se tem uma cultura do apego e da idolatria. A questão é: será que as pessoas com deficiência não alimentam isso? Será que uma parte da cultura capacitista da nossa cultura não é alimentada por causa da idolatria para não perder o conforto? Dai vai muito além, porque temos duas culturas bem significativas.
A sexualidade da mulher é um tabu ainda – vide o pai da moça que matou a família do ator – porque temos ainda uma cultura machista. O fraco acha que é forte criando uma cultura dominadora, mas, nessa história toda, a mulher é a mais forte. A título de exemplo, eu não fiquei ofendido porque a gamer (sei lá, como se refere) falou que “todo homem é um lixo”, porque eu sei que não sou. Assim como, as feministas chamarem todos os homens de estupradores em potencial, pois, eu não sou e sei muito bem, que nunca estupraria nenhuma mulher. Quem sabe da sua natureza, não se ofende com pequenas coisas. Diante disso, a mulher com deficiência é pior ainda, pois, a subproteção vai sempre atrapalhar como mulher. Não é só com a mulher. O homem com deficiência – até mesmo, com homossexualismo – tem esse tipo de coisa, ele alimenta isso e a a família dá um monte de coisa para alimentar o seu conforto. Tenho muitos amigos assim.
A sexualidade esquecida porque temos uma cultura que trata as pessoas com deficiência como se fosse crianças. Por outro lado, por termos uma cultura machista, a mulher é muito mais vigiada do que o homem. Mulheres com deficiência não podem fazer nada, suas irmãs podem ir na balada ou transar até cansar. Ou seja, a infantilização das pessoas com deficiência e muito mais no lado da mulher, onde há uma subproteção mais significativa. Só de falar desse assunto, só de viver esse assunto, gera milhares de especilhos para ficarem nervosos. Somos tratados como crianças crescidas com deficiência. Mas, milhares de amigos casaram, viveram milhares de dificuldades e venceram. Sempre tem a ver com a quebra do paradigma dessa conduta, paradigmas esses que nunca foram a realidade, nunca deveriam ser regra nenhuma. Só é humano demasiado humano.

terça-feira, 25 de junho de 2019

O Véio da Havan e o Terrorismo Virtual





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Amauri Nolasco Sanches Junior 



Quem é Luciano Hang além de um empresário que apoia Bolsonaro? Eu não me lembro em nenhum momento, esses empresários quando o PT (Partido dos Trabalhadores) estavam fazendo o mensalão ou outro ato de corrupção. Alguns empresários – se eu não me engano até mesmo, o Hang – votaram no Lula para presidente. Sim, porque o Lula não apareceu no governo num passe de mágica e ferrou toda a economia e lascou o Brasil de verde e amarelo. 


Mas, Luciano Hang antes nada disse e só apareceu no meio quando houve uma suspeita que a sua empresa fazia parte das empresas que – supostamente – eram do filho do Lula. Vamos falar serio, será mesmo que um limpador de excremento de animais do zoológico, teria conduções de ter empresas? O fato que Hang só entrou em cena em 2016 para desmentir esse boato. Afinal, vivemos uma hera de mentiras e boatos que podem ser verdade, ou podem ser mentira. A hera da pós-verdade é uma das épocas mais perigosas e que podem aparecer manipuladores – como o pseudo-filósofo Olavo de Carvalho – que podem induzir pessoas a terem um comportamento agressivo e pouco reflexivo. Como também, podem haver o surgimento de muitas pessoas e teorias que não são verdade. O Luciano Hang sabe que o Brasil nunca foi comunista e sabe – como o dono das Pernambucanas também sabe e desistiu da candidatura porque descobriram a empresa do BNDS – que os bancos ganharam, as empresas mamaram no governo (e os choróes ainda mamam), e estava indo muito bem e todo mundo “pianinho”. Acontece, que o PT com a mentalidade sindicalista de tirar daqui e depois devolver, quebrou o país e uma das coisas que brasileiro não gosta é mexer no dinheiro. 


O Brasil nunca foi e nunca será uma União Soviética porque a Rússia veio da monarquia – que os bolcheviques tomaram de assalto – para o governo socialista e não houve uma república. Por outro lado, havia apoio do Exército. O Brasil nunca faria parte do comunismo nem em 64 – que foi um golpe parlamentar – onde apenas foi uma desculpa para a ditadura que foi, economicamente, um desastre. E acho desnecessário pedir “cabeças” de jornalistas por causa de um suposto comunismo. E sabemos que o nosso povo tem a mania de achar que só porque fez alguma crítica ao governo Bolsonaro é comunista, pois não é e eu apoio a decisão de Rachel Sheherazade de processar ele. 


Vivemos hoje em um terrorismo digital onde se você não concorda com a maioria, somos tachados de comunista, fascistas e outras coisas. Eu não concordo com tudo que qualquer governo faça, porque no final das contas, quem mais paga são a população que não tem um serviço decente. Podem me chamar de comunista, podem me chamar o que quiserem, sempre vou prezar pela verdade. A verdade sempre dói para aqueles que não podem ver a verdade e por outro lado, jornalismo é oposição e se não há oposição então é outra coisa.


No mais, não tenho ídolos.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Ao deixar seu #LulaLivre acione a descarga (a diarreia no Twitter)







Por Amauri Nolasco Sanches Junior

A questão da esquerda brasileira são duas: uma é que acha que é dona de tudo (até mesmo tive que mudar o nome do blog por causa da porra da esquerda que se apropriou do termo resistência), inclusive, da luta como a opressão. Das minorias. Outra é achar que são os perseguidos na luta politica. Mas, quando eram o governo federal, em algum lugarzinho nas suas resoluções econômicas ou governamentais, pensaram nessas minorias? Vivi muitos governos petistas para saber que não é para votar nesse partido, pois, toda a defesa era da elite (rastaquera). Os bancos ganharam quantias enormes. Existiam esquemas enormes com empreiteiras e tudo mais.
Porém, desde quando tomou um impeachment (a mãe Dilma foi pro saco por causa das pedaladas), a esquerda vem fazendo um terrorismo digital. Mas, você pode perguntar: os bolsominions não fazem a mesma coisa? Acontece que a anos o petismo fez isso e o brasileiro aprendeu – porque embrenhou dentro da nossa cultura (da escola e nas repartições públicas e no meio artístico) – e embrenhando na cultura, todo mundo acostumou fazer. Acontece que o PT e seus asseclas (que chamo de defensores das minorias), não pegam pautas pequenas, mas sim, somente pautas grandes. Quantas vezes eu mandei que não tive meu pedido atendido no serviço ATENDE+ e nem olharam? Quantas vezes, as pautas das pessoas com deficiência não entraram nem mesmo nos planos de governo? Nenhum. E nem mesmo, somos motivo de voto e tem pessoa com deficiência – imbecil, claro – que são petistas roxos.
Há uma coisa bastante curiosa dos partidos de esquerda que eles não gostam de lutas individuais e sim, lutas coletivas. Aprendi isso com o movimento que eu ia (como todo movimento coletivista para defender uma classe, como as pessoas com deficiência, tinha um nome que ninguém seguia, fraternidade), que detestavam ou detestam defender lutas “pessoais”, mas, abrem exceções quando há interesses das suas lideranças. Igualzinho partidos de esquerda. No Brasil, segundo as minhas observações, a nossa cultura tem um ambiente de gambiarra (modificações bizarras).
Existem anarquistas que votam, como existem socialistas (também conhecidos como comunistas) que apoiam governos ditadores; assim como existem conservadores que bebem e vão para a balada. Indo até mais além, existem dono de puteiro conservador. Como vão levar a sério um país que donos de puteiros são conservadores e padres são socialistas? Como diz meu pai, aqui o rabo balança o cachorro. Porque indo muito mais além, não existe nem mesmo, conservador nos costumes e liberal na economia. Ou você é totalmente liberal, ou você é totalmente conservador. Ser a favor da família – ou a conservação da formação familiar tradicional – não quer dizer ser um conservador e sim, é apenas um ponto moral dentro da crença cristã. Na verdade, se fomos bem na essência cristã, nem mesmo Jesus ensinou nenhuma estrutura familiar dentro do que vimos hoje.
Honrar pai e mãe é reconhecer os cuidados que seus pais fizeram por você, mas, também, Jesus disse para não se apegar renegando a sua família. Ele ensinou a não se apegar nem mesmo, aos objetos e a frase “Deus que me deu” não faz nenhum sentido. Jesus mesmo disse que as coisas materiais apodrecem e a ferrugem leva, mas, o que temos dentro de nós é o que importa. Portanto, Jesus não era a favor dessa besteira de família tradicional (o termo família é muito amplo). Esse modelo é romano e toda a teologia cristã – que os protestantes (que aqui são chamados de evangélicos) herdaram também – é romana apostólica e nada tem a ver com a essência de Jesus. Podemos ser a favor disso, porém, temos que, pelo menos, sermos honestos intelectualmente.
Assim como a esquerda – que começa com Karl Marx – confundiu e deturbou o comunismo colocando como liberdade uma ideologia de séculos. Essa discussão não é sobre quem vai governar, mas, se o ESTADO é realmente importante como provedor do bem-estar das sociedades. Será que o ESTADO não quer ver a paz? Será que o ESTADO quer que a população seja cada vez mais, ignorantes e que sejam alienadas por uma falsa religião? A questão sempre ronda em torno das massas e como fazer que elas beneficiem os mesmos.

Acessem se puderem (são todos bunda moles para lerem)