segunda-feira, 11 de maio de 2020

Felipe Neto mijou fora do penico




Revista Camocim: Sindicato Apeoc Camocim "mijou fora do penico" ao ...




Hipocrisia é um prato que se come morno, provocando vômitos.


O youtuber Felipe Neto, postou no seu Twitter sábado dia 9 de maio, um vídeo carta aberta para intimar os outros influenciadores a terem uma posição diante do governo do Bolsonaro. Mesmo ele falando que ninguém é obrigado a se prenunciar politicamente, Felipe Neto disse que agora elas deveriam ter a convicção de não aceitar esse governo que classificou como regime fascista. Esse é o problema. Na filosofia, dizemos que quando usamos um termo fora de um contexto ou para xingar ou de forma genérica (seria de forma generalizada) sempre fazemos aquele termo ser um termo banal, sem sentido nenhum. Por outro lado, quem elegeu – queiramos ou não queiramos – foi a esquerda através do governo corrupto e incompetente do PT (Partido dos Trabalhadores).

O que acontece é que muitas pessoas não sabem o que é o fascismo – pela minhas pesquisas, nem mesmo os pesquisadores – porque ficou uma coisa obliqua e sem sentido ou não tem razão de ser. Primeiro, o fascismo como regime histórico e italiano, foi idealizado e restaurado pelo jornalista e ditador italiano, Benedito Mussolini e o seu maior símbolo, que veio seu nome, era o facho que eram cabos com uma corda para abrir caminho pelos senadores romanos. O grande lema fascista era: “Tudo no Estado, nada contra o Estado, e nada fora do Estado”. A meu ver, existe uma diferença muito latente aí, pois, Mussolini tinha uma visão que o estado era tudo e que o governo e o estado deveria ser uma coisa só. Nossa tradição latino americana, que existe governantes que usam o estado para se perpetuarem com governos e discursos populistas. Por outro lado, o Bolsonaro tem duas características muito bem embasadas dentro da cultura brasileira. Como ele veio do exército, então, ele tem características muito fortes com o positivismo. O fascista não iria nomear pessoas técnicas dentro de um governo, porque o totalitarismo que é uma das características do governo e tem que ser quem o ditador quer. E o patrimonialismo que é uma confusão daquilo que é publico e o que é privado, onde há conceitos muito restritos entre entidades publicas e entidades privadas.

Outra característica do patrimonialismo é o nepotismo, que caracteriza como dar cargos para parentes, que na visão do brasileiro em geral, até concordam com tal pratica. Afinal, dizem, em quem confiar um cargo de confiança? Só que vou muito mais além, existe uma característica na nossa cultura – por ter vivido em periferia aqui de São Paulo, vivi muito de perto – de ser muito ligado aos familiares ao ponto de proteger no máximo um parente seu. Mesmo que esse parente ou amigo, fez alguma coisa de ilegal, ou que fez alguma coisa que não deveria, há dentro da nossa cultura dessa caracterização de proteção. Bolsonaro tenta sim proteger seus filhos, com isso, destruiu sua base e não está conseguindo mais governar.

Talvez pelo jeito do Bolsonaro de responder de maneira autoritária – porque ele sempre foi autoritário com suas estupides – tenham confundido como um fascista. Mas, um fascista tem como base ele como o estado, não há ninguém além dele – nisso o Lula seria muito mais fascista – e não há família, tanto, que se um fascista tiver que matar sua família para assegurar seu poder, fara sem êxito nenhum. Assim, podemos dizer, que Joseph Stalin, mesmo em um governo socialista, foi um fascista de esquerda. A meu ver, todo governo socializador é um governo socialista, porque existe uma ideia de padronizar a sociedade, é além de autoritário, são governos fascistas. Por isso mesmo, existe uma grande confusão de chamar o nazismo e o fascismo de esquerda, que ao que parece, não tem um lado.

Agora, importante poder explanar algo como liberdade e banalização da política.  Talvez, por ter uma deficiência, eu tenha me preocupado com a questão da liberdade e seus nuances sociais. Então, uma questão vem à tona: somos, realmente, livres? Pois, quando um Felipe Neto diz que entende que as pessoas não queiram se manifestar politicamente num primeiro momento e depois, num segundo momento, diz que essas pessoas são “covardes”, para mim, não faz sentido (exatamente, como ele começou). Porque, quando você impõe uma condição, você está obrigando as pessoas terem uma posição que não querem. Ai chegamos a banalização da política, pois, se essas pessoas começarem a discuti aquilo que não estão afim, se começa a banalizar. Igual o termo fascismo. Você começa gerando um efeito catalizador de falação de merda, que vai ser difícil desfazer (vide a revolução iraniana).

Como todo brasileiro, Felipe Neto mijou fora do penico porque repete narrativas ultrapassadas para discuti novos paradigmas, pois, para derrubar a narrativa bolsonarista-olavete se tem que desvencilhar do discurso de uma esquerda velha e que perdeu a mão.


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