Hipocrisia é um prato que se come
morno, provocando vômitos.
O youtuber Felipe Neto, postou no seu Twitter sábado dia 9
de maio, um vídeo carta aberta para intimar os outros influenciadores a terem
uma posição diante do governo do Bolsonaro. Mesmo ele falando que ninguém é
obrigado a se prenunciar politicamente, Felipe Neto disse que agora elas
deveriam ter a convicção de não aceitar esse governo que classificou como
regime fascista. Esse é o problema. Na filosofia, dizemos que quando usamos um
termo fora de um contexto ou para xingar ou de forma genérica (seria de forma
generalizada) sempre fazemos aquele termo ser um termo banal, sem sentido
nenhum. Por outro lado, quem elegeu – queiramos ou não queiramos – foi a
esquerda através do governo corrupto e incompetente do PT (Partido dos Trabalhadores).
O que acontece é que muitas pessoas não sabem o que é o
fascismo – pela minhas pesquisas, nem mesmo os pesquisadores – porque ficou uma
coisa obliqua e sem sentido ou não tem razão de ser. Primeiro, o fascismo como
regime histórico e italiano, foi idealizado e restaurado pelo jornalista e
ditador italiano, Benedito Mussolini e o seu maior símbolo, que veio seu nome,
era o facho que eram cabos com uma corda para abrir caminho pelos senadores
romanos. O grande lema fascista era: “Tudo no Estado, nada contra o Estado, e
nada fora do Estado”. A meu ver, existe uma diferença muito latente aí, pois, Mussolini
tinha uma visão que o estado era tudo e que o governo e o estado deveria ser
uma coisa só. Nossa tradição latino americana, que existe governantes que usam
o estado para se perpetuarem com governos e discursos populistas. Por outro
lado, o Bolsonaro tem duas características muito bem embasadas dentro da
cultura brasileira. Como ele veio do exército, então, ele tem características muito
fortes com o positivismo. O fascista não iria nomear pessoas técnicas dentro de
um governo, porque o totalitarismo que é uma das características do governo e tem
que ser quem o ditador quer. E o patrimonialismo que é uma confusão daquilo que
é publico e o que é privado, onde há conceitos muito restritos entre entidades
publicas e entidades privadas.
Outra característica do patrimonialismo é o nepotismo, que
caracteriza como dar cargos para parentes, que na visão do brasileiro em geral,
até concordam com tal pratica. Afinal, dizem, em quem confiar um cargo de confiança?
Só que vou muito mais além, existe uma característica na nossa cultura – por ter
vivido em periferia aqui de São Paulo, vivi muito de perto – de ser muito
ligado aos familiares ao ponto de proteger no máximo um parente seu. Mesmo que
esse parente ou amigo, fez alguma coisa de ilegal, ou que fez alguma coisa que não
deveria, há dentro da nossa cultura dessa caracterização de proteção. Bolsonaro
tenta sim proteger seus filhos, com isso, destruiu sua base e não está
conseguindo mais governar.
Talvez pelo jeito do Bolsonaro de responder de maneira autoritária
– porque ele sempre foi autoritário com suas estupides – tenham confundido como
um fascista. Mas, um fascista tem como base ele como o estado, não há ninguém além
dele – nisso o Lula seria muito mais fascista – e não há família, tanto, que se
um fascista tiver que matar sua família para assegurar seu poder, fara sem êxito
nenhum. Assim, podemos dizer, que Joseph Stalin, mesmo em um governo
socialista, foi um fascista de esquerda. A meu ver, todo governo socializador é
um governo socialista, porque existe uma ideia de padronizar a sociedade, é além
de autoritário, são governos fascistas. Por isso mesmo, existe uma grande confusão
de chamar o nazismo e o fascismo de esquerda, que ao que parece, não tem um
lado.
Agora, importante poder explanar algo como liberdade e banalização
da política. Talvez, por ter uma deficiência,
eu tenha me preocupado com a questão da liberdade e seus nuances sociais. Então,
uma questão vem à tona: somos, realmente, livres? Pois, quando um Felipe Neto diz
que entende que as pessoas não queiram se manifestar politicamente num primeiro
momento e depois, num segundo momento, diz que essas pessoas são “covardes”,
para mim, não faz sentido (exatamente, como ele começou). Porque, quando você
impõe uma condição, você está obrigando as pessoas terem uma posição que não querem.
Ai chegamos a banalização da política, pois, se essas pessoas começarem a
discuti aquilo que não estão afim, se começa a banalizar. Igual o termo
fascismo. Você começa gerando um efeito catalizador de falação de merda, que
vai ser difícil desfazer (vide a revolução iraniana).
Como todo brasileiro, Felipe Neto mijou fora do penico porque
repete narrativas ultrapassadas para discuti novos paradigmas, pois, para
derrubar a narrativa bolsonarista-olavete se tem que desvencilhar do discurso
de uma esquerda velha e que perdeu a mão.
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