“você não é igual os
outros”
Minha mãe
Minha mãe nunca gostou de ser chamada de mãe especial,
porque ela achava que não poderia ser especial só porque tinha um filho com deficiência.
Ela ficava muito nervosa quando chamavam ela de especial. Na verdade, não existe
nenhuma mãe especial, o fato que existem algumas mães que tem filhos com deficiência,
não fazem dela especial, fazem dela mãe de crianças com limitações. No dicionário,
algo especial é algo que não é geral, uma coisa individual ou particular. Na conotação
em questão, seriam mães que teriam algo particular, uma questão individual. Daí
vem uma questão importante: se queremos uma inclusão efetiva das pessoas com deficiência
de verdade, por que temos que tratar nossas mães como mães especiais?
Eu já escrevi no meu Facebook minha opinião sobre esse apego
da família, ainda mais, pessoas com deficiência que se acomodam da ideia que a mãe
ou o pai lhe darão segurança. Não darão. Eles não são eterno e a morte chega
para todo mundo. A problema consiste em querer ou não uma inclusão de verdade,
como adultos de verdade, não adolescentes eternos que tem seu surto de rebeldia,
mas, não quer largar a saia da mamãe. Para mim, esse tipo de ideia de inclusão é
uma ideia bem vagabunda. É bem aquela frase que gosto do filosofo Luiz Felipe Pondé:
“esses jovens cheios de "causas pra mudar o mundo" fogem da obrigação
de arrumar o quarto”. Ou seja, querem mudar o mundo, mas, não sabem nem mudar
suas próprios vidas.
Vou mais além, porque conversando com vários amigos meus também
deficientes chego à conclusão – isso inclui ate mesmo a minha ex-noiva – que não
existe mãe especial, mas, mãe neurótica. A neurose são um conjunto de problemas
de ordem psíquica que conservam uma certa referência a realidade, se ligam a
algumas situações circunscritas e geram perturbações sensoriais, motoras,
emocionais ou vegetativas, são psiconeuroses. Eu gosto bastante da psicanalise,
mesmo que alguns cientifistas acharem ser charlatanismo, pois, vai muito a
fundo da questão psicológica. Na visão psicanalítica,
as neuroses são fruto de varias tentativas ineficazes de lidar com os vários conflitos
e traumas inconscientes. O que distingue a neurose da normalidade é: primeiro,
a intensidade do comportamento (atitudes exageradas); segundo, a incapacidade
do doente de resolver os conflitos internos e externo de maneira satisfatória.
Nesse caso estamos apontando atos exagerados por causa do
filho com deficiência. Essas mães tem dificuldades de dar respostas as suas
angustias satisfatoriamente, tem um medo exagerado de um futuro que nem veio e não
se sabe se vai vim. Talvez, esse futuro nem seja do jeito que estejam pensando
e talvez, nem exista um futuro. E muito pior, existe mãe que são controladoras
e usam chantagem emocional, usam a religião para controlar seus filhos. Não estou
exagerando, as mães religiosas são muito mais controladoras. Jesus, certamente,
não iria concordar. Tanto, que Cristo ao ser interrompido de fazer os seus
milagres porque sua mãe, Maria, estava querendo falar com ele, disse que todos
que estavam ali eram a família dele. Ou seja, não se apegar a ideia de família,
não se apegar em pessoas. Alias, Cristo mesmo disse que muitos seriam chamados,
mas, poucos seriam escolhidos, a alusão que muito poucos entenderiam seus
ensinamentos.
Eu já escrevi no meu Facebook.
Que o namoro com pessoas com deficiência deveria ser acompanhado com “personal
psiquiatra”, porque é muita neurose da família, principalmente, da mulher com deficiência.
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